quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Toques de Cabeça

CHEGA DE FUTEBOL, VAMOS À SELECÇÃO
Por JMMA



Agora que o campeonato nacional fechou temporariamente com os ‘grandes’ a ocuparem, cada um deles, posições bem definidas na tabela: o Benfica no lugar que pode, o Porto no lugar que quer e o Sporting - à frente do Benfica e atrás do Porto -, no lugar que gosta;

Agora que o pessoal está a regressar ao trabalho e até os partidos (neste caso por razões outras que não o trabalho) já fizeram a sua “rentrée” política; - agora, sim, o povo português pode concentrar-se no que verdadeiramente interessa ao país: a selecção nacional.

O facto de a competição que se vai iniciar só vir a ter lugar lá para 2012, não nos isenta do dever patriótico de desembainharmos as estúpidas vuvuzelas e de voltarmos aos Black Eyed Peas que, atendendo à modéstia do nome (feijão-frade), tão bem quadraram com a modéstia desportiva da nossa participação na África do Sul.
Bem sei que o processo a Carlos Queiroz, desde o último processo a Carlos Queiroz e antes do próximo processo a Carlos Queiroz, pode obrigar a selecção a ser dirigida por um técnico interino, ou seja, a não ter treinador sabe-se lá por quanto tempo.

No entanto, estou certo que os futebolistas não têm medo de entrar em campo sem Mister pois já jogam assim vai para dois anos. E se há jogadores emblemáticos que estão a renunciar à selecção, à média de um por semana, não é de crer que tal facto resulte da ausência de Queiroz, mas antes dos receios, ainda, quanto à sua continuidade.

Numa entrevista à Visão, dizia Mourinho um dia destes: “Pretendo dar ao meu país uma coisa que ainda ninguém conseguiu: o título de campeão do mundo ou da Europa”. Vê-se claramente que José Mourinho tem um desafio consigo próprio. As metas a que se propõe vão sendo cada vez mais difíceis de conceber. Agora quer ser o único a ganhar quatro campeonatos europeus com equipas diferentes. Depois disso, ser o único a ganhar cinco vezes com cinco equipas diferentes já é menos excitante. E depois? Ser o primeiro a ganhar tudo de olhos vendados, talvez seja exagero. Mas ser campeão como seleccionador nacional - quem aposta que não conseguirá?

Até lá, mais Agostinho menos Queiroz e sempre Madail, é aguentar. Afinal de contas, já só faltam quatro dias para o jogo de abertura da prova. Não temos muito tempo para a nossa preparação, enquanto adeptos. Sexta-feira temos de estar em forma para apoiar o ‘Clube Portugal’ e suportar com denodo a desilusão que ele nos vai proporcionar mais uma vez.