A MENTIRA ADMITIDA
Por JMMA
No jornal de hoje (Sábado), sobre a verificação dos pressupostos para a inscrição dos clubes nas provas profissionais de futebol:
“Na hora devida, lá aparecem todos os pressupostos, designadamente as assina- turas dos jogadores a certificar que têm os salários em dia. Mesmo que não tenham, mas lhes expliquem que a melhor maneira de ter esperanças de virem a receber o que lhes é devido é mesmo assinarem o papelinho. A Liga está-se borrifando para a verdade e lava as mãos perante esta vigarice, que distorce os princípios mais elementares da concorrência leal.”
A ler Os Dias e os Anos, de Marcello D. Mathias, extraio esta sentença que se me afigura perfeita: “País do transitório que se eterniza, do quase como combinação de vida, a nossa cor preferida mergulha na penumbra pantanosa das meias-tintas (...)” Ainda em Os Dias e os Anos: “Não há juízes entre nós, nem réus tão-pouco; nascemos todos advogados”.
O que há de terrível na esquizofrenia da Liga é este deixa-andar, tão nosso, em que ninguém se importa com nada nem ninguém é responsável por nada. Vivemos num país de faz-de-conta. O que interessa são as aparências. Com certeza, vem daí a expressão ‘para inglês ver’, que muito diz e nos define melhor do que qualquer tratado de psicologia colectiva.
É certo que os jornais denunciam as situações em títulos de caixa alta. Mas até nisso fica-se com a sensação de que mais do que a gravidade dos factos o que importa é o que há neles de sensacional, de publicitário digamos assim. E, por fim, nada sucede. São, de facto, extraordinários, os portugueses.
Por JMMA
No jornal de hoje (Sábado), sobre a verificação dos pressupostos para a inscrição dos clubes nas provas profissionais de futebol:
“Na hora devida, lá aparecem todos os pressupostos, designadamente as assina- turas dos jogadores a certificar que têm os salários em dia. Mesmo que não tenham, mas lhes expliquem que a melhor maneira de ter esperanças de virem a receber o que lhes é devido é mesmo assinarem o papelinho. A Liga está-se borrifando para a verdade e lava as mãos perante esta vigarice, que distorce os princípios mais elementares da concorrência leal.”
A ler Os Dias e os Anos, de Marcello D. Mathias, extraio esta sentença que se me afigura perfeita: “País do transitório que se eterniza, do quase como combinação de vida, a nossa cor preferida mergulha na penumbra pantanosa das meias-tintas (...)” Ainda em Os Dias e os Anos: “Não há juízes entre nós, nem réus tão-pouco; nascemos todos advogados”.
O que há de terrível na esquizofrenia da Liga é este deixa-andar, tão nosso, em que ninguém se importa com nada nem ninguém é responsável por nada. Vivemos num país de faz-de-conta. O que interessa são as aparências. Com certeza, vem daí a expressão ‘para inglês ver’, que muito diz e nos define melhor do que qualquer tratado de psicologia colectiva.
É certo que os jornais denunciam as situações em títulos de caixa alta. Mas até nisso fica-se com a sensação de que mais do que a gravidade dos factos o que importa é o que há neles de sensacional, de publicitário digamos assim. E, por fim, nada sucede. São, de facto, extraordinários, os portugueses.
Sem comentários:
Enviar um comentário