terça-feira, 31 de agosto de 2010

PRESSÃO ALTA

“Miopias à parte …”
Por JCR


Eis que à terceira jornada, se instalou já um nervoso miudinho nos diversos quadrantes de opinião futebolística do nosso Portugal.

Desde já uma prévia declaração de interesses, que não constituindo surpresa para alguns, convém ainda assim ressalvar: sou convicta e orgulhosamente portista.

Daí resulta desde logo, para alguns leitores, que avalio as matérias à sombra da cultura desportiva que norteia o meu clube do coração, de onde pleno de incoerências, faltas de rigor, clubite crónica, etc, etc.
Queiram pois entender as minhas opiniões que se seguem, como muito bem quiserem e/ou puderem.
Da minha parte assumo desde já, que procurarei abstrair-me de quaisquer juízos ou condicionamentos prévios, que a minha ou outra qualquer cor me quisessem e/ou pudessem impor.

Vem tudo isto a propósito das muitas e doutas opiniões que vêm sendo formuladas, sobre dois lances ditos polémicos do ‘Rio Ave - FCP’ de ontem.

Para facilitar a compreensão da opinião que formulo, acompanharei cada um dos referidos lances, com imagens/vídeos que penso consubstanciam o meu juízo, e que – pasme-se – são exactamente as mesmas(os) que têm servido às demais e contrárias opiniões.

Comecemos então pelo mais debatido dos dois lances, que tanta espuma tem feito escorrer dos lábios de alguns:

Alegada falta de ‘Alvaro Pereira’ sobre ‘Tarantini’, merecedora de marcação de grande penalidade contra o FCP.
Compreendendo os sorrisos que o termo ‘alegada’ vai já e por certo suscitando, passo a concretizar:

- ‘Alvaro Pereira’ comete de facto falta sobre ‘Tarantini’, de onde resulta que a equipa de arbitragem errou
ao não assinalar a grande penalidade (e ao admoestar com cartão amarelo o jogador vila-condense), como
errou no início do mesmo lance ao não assinalar o fora-de-jogo de ‘João Tomás’.
Bem sei… dir-se-á que o facto de ter cometido um erro não justifica que logo de seguida cometa outro.
Não justifica, de facto, como nada justifica que o primeiro erro (claro, refira-se, mas - vá-se lá saber porquê - não abordado) seja cometido.
Aos mais cépticos, aconselho o visionamento das imagens/vídeo (no final deste post).


Divergimos na opinião, OK!
Uma coisa é certa: não sendo cometido pela equipa de arbitragem o primeiro erro (fora-de-jogo por assinalar), o segundo não sucederia.
Já a inversa… na melhor das hipóteses, remeter-nos-ia sempre e invariavelmente para o campo dos “suponhamos”…


Digamos que é o mesmo que recordarmos o ‘SLB-FCP’ da última época, e o golo então obtido por ‘Saviola’ (num lance que se inicia com um fora-de-jogo claro de ‘Urreta’), que viria a ditar a vitória do SLB ou, se preferirem, a derrota do FCP.
Mau grado outras memórias desse célebre jogo, convém não esquecer esta também.

Continuando:

- Alegada falta de ‘Falcao’ sobre o GR do ‘Rio Ave’ , aquando da marcação por ‘Hulk’ do primeiro golo do FCP.
Note-se que até o referido GR alega ter havido falta, “clara” diz ele!
Alegada, uma vez mais, porque o não é de facto, como não existe igualmente um eventual (e aqui ou ali referido) fora-de-jogo.
Se notarem, a bola já passou pelo GR e encaminha-se para a baliza, quando o choque entre ‘Falcao’ e o mesmo se dá.

Agradeço, uma vez mais, o visionamento das imagens/vídeo (no final do Post):


Dúvidas!?

Ora miopias (oftalmológicas, intelectuais ou de princípio) à parte, tanto ruído só pode querer significar que algo não está – para alguns, ao momento e ainda – a correr como previsto.

Poderia dizer-se ou pensar-se que, com tal ruído, estariam alguns a contribuir para que poucos notassem que - uma vez mais - um avançado de um dos grandes escapou nesta jornada e em três momentos à expulsão, ou que um defesa central de um dos grandes escapou nesta jornada – uma vez mais – à acção disciplinar do árbitro, ou que um avançado de um outro grande beneficiou hoje e no mesmo lance de dois erros de análise da equipa de arbitragem para marcar o primeiro golo da sua equipa.

Não!
De todo !
As pessoas cultas, sérias e de bem não são assim.



segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Toques de Cabeça

VIEIRA DEPOSITOU FLORES NO LOCAL DO DESASTRE
Por JMMA


Terminou com emoção a deslocação do Benfica à Madeira. No final do colapso frente ao Nacional o presidente benfiquista desceu ao relvado para depositar uma coroa de flores entre postes, precisamente no local onde ocorreu a tragédia. «Desde o Poupas da Rua Sézamo que não há memória de um roberto mais desastrado», lamentou Vieira. O ambiente lúgubre da cerimónia foi corroborado pelo presidente da Câmara do Funchal que, pesaroso mas agradecido, se congratulou com o espectáculo de robertos que o Benfica levou à Madeira e que tanto contribuiu para abrilhantar as celebrações do dia do concelho (21 de Agosto), nesse dia a decorrer.

O drama é que o Benfica voltou a não pontuar no campeonato, estando neste momento já a seis pontos do FC Porto, o líder da prova. Os adeptos encarnados mostram sinais de descontentamento mas não querem chorar em público, para não se confundirem com os ‘lagartos’. Preferem acreditar que os maus resultados são culpa apenas de Roberto e que brevemente tudo voltará à normalidade. “Quer dizer, à normalidade também não, porque o normal é a gente não ganhar nada. Mas isto tem de dar uma volta. É que eu, para não ter de chorar em público, descarrego a raiva toda na minha mulher, coitada. Aliás, só vim ver o treino da manhã, mas vou já buscá-la às urgências”, explicou um adepto do Benfica. Outros confessam que lhes está a custar muito não poder mostrar emoções em público. “A mim só me apetece é chorar, mas tenho-me contido para não dar parte de fraco”, explicou um adepto, que não quis ser identificado porque teme retaliações ou, pior ainda, teme ser obrigado a assistir ao debate ‘O Dia Seguinte’, do princípio ao fim.

Entretanto, no rescaldo do desaire, os encarnados emitiram ontem um comunicado a desmentir rumores de que Roberto estaria de saída da Luz. De facto, segundo informações fidedignas a que tivémos acesso, essa hipótese está para já descartada, até porque acaba de chegar à Luz uma proposta oriunda do Dragão, em que o FC Porto sugere que o guarda-redes passe a receber por objectivos da equipa contrária. Isto é, passe a receber prémios das equipas adversárias sempre que as brindar com frangos, autogolos ou simplesmente defesas incompletas.

Além desta proposta, bem recebida na Luz, sabe-se que a SAD benfiquista tem em mente outras medidas com que pretende obviar à crise de resultados. Uma delas é pedir ao Vaticano que se junte aos esforços de Jesus para acalmar os adeptos, injectando um reforço de fé na ‘torcida’ benfiquistas, tal como sucedeu na recente crise dos mercados financeiros.

Por outro lado, para o caso de o Benfica não conseguir contratar Iker Casillas ao Real Madrid, o clube da Luz já tem prontas algumas propostas a apresentar ao International Board, órgão responsável pela elaboração das leis do jogo, para a redução do comprimento das balizas . “As medidas ideais são as balizas do Futsal.

Uma baliza com 7,32 metros de comprimento e 2,44 de altura é uma crueldade para o nosso guarda-redes. Os cruzamentos com trajectórias traiçoeiras, os remates com muita força, os remates rente ao poste e os pontapés do meio da rua ao ângulo, devem ser abolidos”, afirmou Rui Costa logo após a derrota com a Académica.

Última hora: Informações contraditórias surgiram inicialmente no que se refere às razões da queda fatal de uma palmeira em Porto Santo. Fontes locais receavam que na origem do desastre pudesse estar a força dos sopros de Jorge Jesus no estádio da Madeira ao ver a vida a andar para tráz. No entanto, fonte dos serviços meteorológicos, em Lisboa, já vieram garantir que os bufos ciclónicos de Jesus no Funchal e a queda da palmeira em Porto Santo são factos independentes, sem qualquer relação de causalidade.

Valha-nos isso.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Jesualização do discurso de Vilas Boas

Toda a imprensa de hoje foi unânime em dizer que até à última da hora o FCP esteve na corrida por Salvio.  O próprio jogador já o confirmou. Diz-se inclusivamente que a oferta era financeiramente mais vantajosa que a do Benfica, e que o factor que terá pesado na decisão do jogador terá sido apenas e só, a oportunidade de jogar a Liga dos Campeões.

"Record"










"O Jogo"
A participação do Benfica na Liga dos Campeões pesou decisivamente na hora de Salvio decidir: tinha convites de Espanha e Itália, chegou a ser também abordado pelo FC Porto, mas optou pelo emblema da águia, pelo qual foi ontem de manhã apresentado no Estádio da Luz.

"A Bola"















Até aqui tudo normal. Embora seja antiga a obsessão de Pinto da Costa em atrapalhar as aquisições dos encarnados, questões éticas à parte, está no seu direito.

O que não é normal, é que o até aqui politicamente correcto André Vilas Boas, nos venha atirar areia para os olhos, quando disse que o "Porto nunca esteve interessado no Salvio. O FCP quando disputa um jogador com os da capital, leva sempre a melhor".

Para além de não haver necessidade, todos perceberam que é mentira.

Vilas Boas está a dar sinais de Jesualização. Já tinha falado em gritos de revolta face às injustiças da época passada quando ganhou a Supertaça e agora vem com esta.

Cheira-me a mais uma marioneta de discurso encomendado, pela "ditadura Pintista".

PRESSÃO ALTA

"Isto está a começar mal !!! "
Por JCR



Domingo à noite, pouco menos de uma hora após o desaire do ‘Benfica’ em casa perante a ‘Académica’, defrontei-me com o exercício sempre “entusiasmante” de ouvir a voz da razão, imbuído no mais sincero espírito de empenho e respeito pela verdade desportiva.

Depois de discorrer alguns pensamentos (de pesar) pelo trágico acontecimento do dia, ocupou-se o iluminado “opinador”, com os casos polémicos do fim-de-semana, aqui contando com a preciosa e insubstituível contribuição do habitual “bibelô “ de serviço.

Uma vez que o jogo do ‘Sporting’ nenhum lance digno de registo tinha a assinalar, nada melhor que iniciar a apreciação pela observação dos ditos casos no jogo entre o ‘Porto’ e a ‘Naval’.
Para além de verificar existente e inegável uma alegada grande penalidade contra o ‘Porto’, ainda na primeira parte, por alegado derrube de ‘A. Pereira’ ao avançado da ‘Naval’ (note-se o facto de não ser de todo uma apreciação/conclusão unânime), encontrou-se então na necessidade de comentar um lance cujas imagens iam passando no ecrã, a saber, a alegada agressão do jogador da ‘Naval’ a ‘João Moutinho’, concretizada através de alegado pontapear/pisar da cabeça deste último.

Eis que nos é dada a ouvir a expressão… “isto está a começar mal!!!”.

Confesso que por momentos, pensei que o douto senhor iria consagrar algum do seu tempo e raciocínio, ao acumular de lances a raiar (permitam-me o eufemismo) a violência que, apenas em duas semanas, nos foram dados a observar.

Puro engano.

O tempo - extra - que se seguiu, ocupou-o a dita ‘iluminária’ a questionar os quês e porquês de um árbitro (Paulo Batista, no caso) ter tido a coragem de assinalar uma clara grande penalidade a favor do ‘Porto’ a 7 minutos do final do jogo, e outro (‘Cosme Machado’, no caso) não ter tido a mesma eficácia de análise em lance(s) do mesmo tipo que favoreceriam o ‘Benfica’ no seu jogo frente à ‘Académica’.
Ouviram-se coisas do tipo:
“Até aqui, estávamos habituados a ver os árbitros favorecerem os clubes grandes relativamente aos ditos mais pequenos; agora, e mais grave, os árbitros já não se escusam a favorecer um clube grande, em prejuízo de outro clube grande. Se é isto que pretendem, meus amigos… mantenham o silêncio e nada mudará”.

Confesso uma vez mais que, por momentos, pensei estar a ouvir o mesmo programa, mas uma semana antes.
Puro engano, uma vez mais.

Registo e reitero, o tantas vezes repetido argumento de que um árbitro que assinala uma clara grande penalidade a favor do ‘Porto’ aos 83 minutos, é corajoso.
Bem vistas as coisas, é-o de facto.

Adiante…


Respeito mas não me revejo na postura e nas opiniões que assume o comentador portista residente no programa ‘Dia Seguinte’ da SIC, como respeito e me não revejo na grande maioria das opiniões que apelam à seriedade, do comentador portista residente no programa ‘Prolongamento’ da TVI.

O mesmo já não sucede, relativamente ao portista de serviço no programa ‘Trio d’Ataque’ da RTP, cuja postura me parece irrepreensível e as opiniões sensatas e sérias, o que de resto vai sendo reconhecido até pelos adeptos de clubes opositores (não todos, obviamente, porque nestas coisas de valorar o adversário, sempre se impõe um olhar de índole cultural, e a matriz é aquela que cada um quiser que seja).
Mas o que eu gostava de facto, aquilo com que venho sonhando ao longo de toda uma vida de amor ao meu ‘Porto’, era de poder contar nas fileiras de opinião do meu clube e em sua defesa, com alguém como o novo comentador benfiquista residente no programa ‘Dia Seguinte’ da SIC, cuja postura, rigor de análise, seriedade e cultura desportiva, estão, em absoluto, à margem de qualquer reparo.

Direi mesmo que, de ora em diante e, perante o que se vem ouvindo de tão nobre pensador do fenómeno desportivo/ baluarte da dita cultura desportiva, o tão lido e bem-amado ‘Miguel de Sousa Tavares’ merece já a mais profunda compreensão de todos os adeptos benfiquistas, no que à análise do fenómeno do ‘adepto doente’ concerne.
Sou, todavia, da opinião de que o MST consegue ainda vencer aos pontos, pois a referida doença arrastou-o já para o inabitual limiar da crítica - quando tal se impõe - ao clube do coração, à sua gestão, ao futebol praticado e aos jogadores.
Coitado! - dirão algumas pobres almas, mas cultas por certo…

Mais adiante ainda…
O ‘Benfica’ de ‘Jesus’, não pára de atingir recordes…
Três derrotas consecutivas, não é para todos e não sucede todos os dias.
Mais ainda se releva o ‘score’ de golos: 1-5.
É obra…

Para muitos, poderia ser este um momento de cuidados, de ter a ‘Académica’ infringido ao ‘Benfica’ um golpe de misericórdia, para o primeiro terço da época, e tal …


Desenganem-se !!!
Nunca esqueçam que - nas palavras do seu ‘Papa’ (eles também o têm) - “a boca morre pelo peixe”…
Eles andam aí… estão vivos… doridos e corados, é certo, mas vivos…
E mexem-se bem!
Como eles se mexem bem, meus amigos…
E ainda nos (e vos) vão dar muito que pensar.
A começar já no próximo sábado, frente ao ‘Nacional’ na Madeira.

Sejamos pois solidários, e entreguemos as nossas preces a S.Pedro (o de ‘Proença’), rogando por um dia limpo, e que permita que este clube grande não seja mais e tão vilmente prejudicado.
OK !?


P.S.1 – O ‘Bruno Alves’ não deixou saudades, mas antes seguidores… dos bons, e – face à idade - com grande margem de progressão.
Não tarda, temos os seus ‘fans’ e amigos benfiquistas, a perpetuarem a sua descendência na internet, com vídeos do seu sucessor… aquele que, nas suas próprias palavras, privilegia sempre o jogo limpo.

P.S.2 – Bonito ver o ‘’Aimar’ a desculpar-se perante o árbitro após ter simulado uma falta para grande penalidade. Como ouvi dizer a muitos alucinados e alienados, foi um gesto de grande dignidade e demonstrativo do carácter do homem e jogador. Estou certo até que tal dignidade e carácter o levariam a insurgir-se contra o árbitro, caso este não tivesse notado a sua façanha e assinalasse a falta. Imagino-o então, do alto da sua palavra de honra (qual ‘Di Maria’ na longínqua final da Taça da Liga 2009), a rogar ao árbitro que corrigisse o erro e o ‘amarelasse’…

C’um caneco!
Isto a vida prega-nos com cada uma…
Quando a gente pensa que não é nada c’a gente, que no final quem s’amanha (educação ponderada) é o mexilhão, sempre o mesmo mexilhão, vai-se a ver e… também sobra p’á gente!

Isto está, de facto, a começar mal… muito mal…

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Toques de Cabeça

PORTO, QUEM VEM E ATRAVESSA O RIO
Por JMMA


Perante os desmandos que ao longo da última época continuaram a verificar-se entre as claques do Benfica e do FC Porto, decidi vir ao Porto e relatar o que se passa aqui. Os leitores merecem informação fidedigna, e eu faço tudo pelos meus leitores. Ademais, na vizinha Galiza, Compostela celebra este ano o jacobeu e, além de peregrinar pela grande rota do «pulpo» de vinagrete e do bom Rioja, eu tenho um pedido especial a fazer a Santiago para o próximo campeonato do Benfica.

No Porto sou um estrangeiro. Nada sei desta cidade. Para quem (até parece que) sabe tanto acerca do FC Porto, a minha falta de currículo a respeito é assim como se eu fosse um professor de Português que nunca leu Os Maias. Quando eu julgava que conhecia alguma coisa do Porto foi há tanto tempo que ainda havia um gato na «mezzanine» do Aniki Bóbó às três da manhã. Agora (2ª-F), toda a Ribeira acordada são duas putas num snack com francesinhas cobertas de molho aí de 1963 e ainda não é meia noite.

Mas que estes pormenores não distraiam a atenção do leitor do facto essencial que é este: eu encontro-me no Porto para, abenegadamente, investigar e relatar a verdade sobre os Superdragões. E a verdade, de acordo com o que a minha investigação até ao momento permite concluir, é que não há vândalos nenhuns. Aqui no hotel da Fernando de Magalhães onde que pernoito, não se ouve um barulho que seja durante toda a noite e, pela manhã, não vi qualquer sinal de desacatos. Tampouco o recepcionista, figura pequena, de barbicha e bigodes operáticos em modelo de Bulhão Pato, me pareceu um feroz superdragão.

Num esforço jornalístico que a modéstia me impede de considerar notável, persegui a informação que nem um cão de fila e fui a pé às Antas à procura de vândalos. No percurso, trânsito a meio pau, apenas gente a cirandar para cá e para lá, aparentemente com os valores todos no sítio. Nas redondezas do estádio a mesma calma, e no seu interior (aqui fiz figas) apenas silêncio que nem uma associação de anjinhos.

Mas atenção: não quero com isto dizer-vos que os desordeiros facciosos que realmente existem me escaparam. Não, não. Eu vi os vândalos. A diferença é que aqui no Majestic, onde me sentei a saborear um gelado, não lhe chamam superdragões. Ao que parece, o nome que lhes dão é «clientes». Vi um, armado de faca e garfo, a atacar barbaramente um prato de diabos vermelhos (carabineiros grelhados). À sua frente, outro, contemporizava com um rojão suplicante a aguardar na ponta do garfo. Superdragões, só pode.

Quero aqui declarar que, mesmo tendo feito figas ao Dragão, até agora ainda ninguém me fez mal. Reparem bem no «punctum» da frase: ainda. Explico porquê. É que encontro-me agora na Passos Manuel em frente de uma bruta francesinha («littefrenchgirl» em algarvio). Eu sei – sim, disseram-me – que as melhores francesinhas se comem em Matosinhos. Mas para o lisboeta benfiquista o caso é este: nunca se sabe o que se esconde no molho de uma francesinha...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Toques de Cabeça

VILAS-BOAS DORMIU COM O CANECO
Por JMMA


O primeiro ‘caneco’ conquistado pelo FC Porto esta época, a ‘Super Cup’, ainda não está na sala de troféus do Dragão. André Vilas-Boas pediu para o levar para casa para mostrar à mulher e para a convencer de que não mudou de cavalo para burro, quando aceitou o convite para treinar o Porto. “Não vamos ficar por aqui. A seguir, se Deus quiser, vamos bater o Genk da Bélgica, e ganhamos o play-off da Liga Europa. Toma e vai buscar, Jesus!”, gritou André na cozinha enquanto ajudava nas lides da casa.

André Villas-Boas admitiu que o "início forte" foi determinante para o F. C. Porto conquistar o primeiro troféu da temporada 2010/11. Enfim, parece-me evidente que o Porto foi um justo vencedor, que o Benfica fez o que pôde, e que o árbitro, esse, aparentemente foi lá só para ver os bombos, já que a noite (como vem sendo hábito) era de festa.

Disse, no entanto, o novel técnico do FC Porto que a vitória sobre o Benfica na Supertaça foi um «grito de revolta» pelas injustiças que o clube nortenho sofreu na época passada. Já é hábito qualquer recruta que chegue ao Porto fazer logo a cena de calimero das Antas, e pelos vistos, à falta de melhor libreto, até «A Mula da Cooperativa, oh és tão linda!» pode servir para o efeito.

O que é facto (sabemo-lo agora) é que o «grito de revolta» foi lançado com objectivo preconcebido de preparar o terreno para a lista de exigências a apresentar pelo FCP à nova direcção da Liga como contrapartida do prejuízo causado pelos castigos a Hulk e Sapunaru. Ao que pudemos apurar, como primeiras «compensaçõezitas» os portistas querem tão só: a impugnação do campeonato 2009/2010; a construção imediata do TGV Porto/Vigo; a duplicação do número de áreas de serviço ao longo da A1; que o palco principal do festival do Sudoeste (Zambujeira do Mar) seja instalado em São Roque da Lameira, justamente, a sudoeste das Antas; que a Red Bull Air Race nunca mais saia do Porto; que o Rui Rio nunca mais ponha os pés na Câmara; e que o centro recreativo e filarmónico Superdragões receba um subsídio anual em linha com o do Teatro D. Maria II. “Isto é o que me ocorre por agora, só para começar... Ah! E queremos também a reintegração plena da Bruna Real, a professora de Mirandela que posou na Playboy”, acrescentou fonte fidedigna próxima das Antas.

Cá por mim, tudo bem.


Sporting proíbe vuvuzelas no estádio

“As vuvuzelas que durante o Mundial disputado na África do Sul ganharam enorme popularidade não poderão entrar no Estádio José Alvalade”, lê-se no comunicado publicado no site dos «leões» em cima do fecho desta edição.

Como nos explicou Costinha: “O Sporting é um clube que se guia pelos adeptos. Tal como um imperador no Coliseu poupava ou não a vida do gladiador consoante o desejo do público, também na arena de Alvalade, os aplausos ou apupos ditam o destino do treinador! Ora as vuvuzelas não iam deixar perceber se o treinador estava a ser aplaudido ou apupado, pelo que foram proibidas! Ao menor assobio, o J.E.Bettencourt manda o polegar para baixo e vai buscar outra vez o Paulo Bento e se houver aplausos, manda o polegar para cima e diz Paulo Sérgio forever!”. De maneira que, já sabe:

Se for a Alvalade e levar uma vuvuzela, sente-se nela.

Benfica:0 FC Porto:2

Pois é. O futebol tem destas coisas. Quando a maioria previa uma vitória mais ou menos lógica dos encarnados, muito por culpa dos maus resultados de pré-época do lado FCP, e por alguma continuidade no projecto vencedor de Jesus no lado do Benfica, eis que um golo ao 4 minutos altera o guião da história que estava escrita para a maioria dos adeptos.

E neste primeiro parágrafo encontram-se as principais explicações para a fraca prestação do Benfica. Houve no meu entender um subestimação do adversário, e um golo a frio aos 4 minutos, não só galvanizou uma equipa que temia pela terceira derrota consecutiva, confirmando o mau início de época, como desorientou o próprio Benfica, que nunca mais se encontrou.

Perder um título é sempre negativo, principalmente perante um rival a quem o Benfica podia ter dado um golpe de misericórdia marcante para o primeiro terço da campeonato. Mas esta derrota pode ter sido muito útil para a época que os encarnados terão pela frente.

domingo, 8 de agosto de 2010

PRESSÃO ALTA

De boa memória …
Por JCR


Porque a história, mau grado única e irrepetível, acaba sempre - bem ou mal - por encontrar espelho no futuro (mais ou menos longínquo), e porque “recordar é viver”, começo por reviver as palavras que aqui soaram algures no mês de Março do corrente ano, após uma final ‘’SLB – FCP”, então da Taça da Liga:

(...) Há falta de cultura desportiva no FCP. Uns dirão que é a própria cultura do FCP, eu diria antes que é apenas falta dela. O facto de não estarem habituados a perder não legitima que não se saiba perder.

Fazia falta a Bruno Alves, a Raul Meireles e porque não a Hulk um estágio na Selecção Nacional de Rugby. Não para aprender placagens ou derrubar adversários, mas sim para perceber como é importante a valorização do adversário. Os jogadores de rugby depois de 80 minutos de luta física, a primeira coisa que fazem depois do jogo terminar, são duas filas com o propósito de aplaudir os jogadores da equipa adversária.

O campo de futebol não é um campo de batalha. Os adversários não são inimigos. Saber perder, é tão importante como saber ganhar. O Benfica não poderia existir sem o FCP, e o FCP não podia existir sem o Benfica.

Alguém que explique isso a Bruno Alves. A começar pelos próprios adeptos da equipa do FCP. (...)

Quem ontem tiver, como eu, assistido ao jogo, facilmente constatará que o ‘Bruno Alves’ já cá não mora e o ‘Meireles’ apenas jogou os minutos suficientes a acrescentar um troféu ao seu “curriculum”.
Foi também notório, que isto da “cultura desportiva”, do saber ou não perder, do reconhecer em campo mérito ao adversário tem muito que se lhe diga… tem dias…

Confesso que o jogo me surpreendeu.
Vi um FCP jogar como não pensava - ao momento - possível, frente a um SLB que não espelhou o que - ao momento - dele se vai dizendo.
Mas sobre o jogo, não me deterei muito porque (citando…) é unânime que o FCP ganhou bem, e quando as vitórias acontecem sem contestação, a própria história do jogo (que não as suas incidências) também perde algum interesse.


Foi bonito e bom de ver que o Sr. João Ferreira continua (como tão bem se refere em ‘futebolês’’) igual a si mesmo, amigo do seu amigo e… indecifrável nos seus critérios.
Porque todos temos memória, sabemos que é muito bom de ouvido (especialmente à distância). Já o mesmo se não pode dizer das suas ‘’vistas”. Pobre coitado…
Retenho e relevo a postura dos jogadores do meu FCP (quiça matéria que aponta à cultura).
O jogo ontem facilmente apelaria a muitos nervos, discussões, reclamações, resultado das muitas dores nas pernas/joelhos/pés/calcanhares/cabeça, e da incompreensível abstracção do senhor que por ali se arrastava trajando de negro, que a momentos vários roçou o ridículo, num primoroso exercício de cegueira.

Valham-nos os dotes (à ‘B. Alves’, dirão) do ‘Tacuara’, do ‘D.Luiz’, do ‘C. Peixoto’, do ‘C.Martins’ e até do ‘P. Aimar’.
De um modo ou de outro, acabam sempre por marcar o jogo. Não?!

Foi pois, para mim, um jogo de boa memória. Pelo que me fez recordar do passado (em parte, recente), mas também pelo que me faz antever do futuro, que alguns dirão risonho, e eu apenas previsível e preocupante… muito preocupante mesmo…

Para a história fica uma portentosa exibição e uma vitória (mais uma), de um clube desportivamente ‘inculto’ e ‘regional’ que, não cuidando, se arrisca a perder tal estatuto.
Pelo menos o repto e o intento foram lançados.
A ver vamos…

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Toques de Cabeça

O CÉU É O LIMITE
Por JMMA

Bem, tivemos uma semana futebolística repleta de acontecimentos promissores. (1) Vitória demolidora do Sporting na Dinamarca (1-0) frente a uns rapazitos altos e espadaúdos de um tal Nordsjaelland (não sei se é assim que se escreve), augurando mais um fulgurante começo ‘à leão’ nas competições europeias. (2) Dupla derrota de André Villas-Boas no Torneio de Paris, pressagiando um bom ensaio para as competições oficiais que aí vêm. E como se não bastasse, (3) ainda as bolandas de Queiroz a caminho da rocha Tarpeia, isto é, na sua marcha inexorável para a rescisão contratual. Não por aquilo que fez mas, neste caso, por aquilo que disse, provando que, por vezes, são as razões mais parvas que levam às decisões mais certas.

Mas, não há como negá-lo, a grande notícia da semana (honra lhe seja feita) foi dada aqui no blogue, a 26 de Julho, quando o José Luis Marques anunciou a nova imagem e as novas funcionalidades de partilha do Footbicancas para a época 2010/11.

Desconhecíamos que o “Footbicancas” se encontrava em processo interno de reflexão e de mudança. Mas já que as alterações introduzidas foram o resultado de um processo amplamente participado, assim que soubémos falámos logo com todos os envolvidos (José Luís Marques), com todos os autores do blogue intervenientes na renovação (José Luis Marques), com a entidade reguladora dos blogues portugueses de desporto (José Luis Marques) e com o catering do Footbicancas (roulotte de bifanas José Luís Marques), e publicamos aqui algumas conclusões que, entre outras coisas, confirmam que o ausente Vitor Peliteiro felizmente encontra-se bem, está solidário com a renovação (aliás, até já subscreveu o kit de sócio do benfica) e promete voltar.

Numa carta confidencial aos colegas da direcção do blogue, que conseguiu ser colocada no site do jornal A Bola antes mesmo de chegar aos destinatários em Felgueiras e em Famalicão, o mentor da renovação deixou no ar algumas questões como, por exemplo, “é o Footbicancas que fazemos o Footbicancas que os leitores querem?” Tivemos acesso à lista integral das perguntas de José Luis Marques. Passo a citar:

- Vítor, serei eu A Bola (salvo seja) e tu O Jogo?
- É impressão minha ou andamos a repetir as mesmas opiniões há 5 anos seguidos?
- De acordo com o novo regulamento interno do Footbicancas passa a ser proibido editar posts a bater no Benfica – clube, dirigentes, plantel, claques e adeptos – okay?
- Amigos, a SMS que circulou, segundo a qual eu teria dito que o Footbicancas tinha uma estrutura amadora, é falsa. “É vigarista, é desonesta, é aldrabona, é execrável. Repito: É vigarista, é...”.
- Para aumentar a audiência o blogue podia oferecer aos leitores bonecas insufláveis com a cara da Leonor Pinhão, o que é que acham?
- O JMMA não deveria assinar como Sílvio Seara Cervant?
- A probabilidade de alguém ler os ‘Toques de Cabeça’ até ao fim é equiparável à probabilidade de Cristiano conseguir controlar-se e não espetar dois brincos de diamante a dizer “CR” nas orelhas do filho. E se o Footbicancas oferecesse um espremedor de citrinos e uma foto da Irina Shayk tal como veio ao mundo a quem provar ser leitor assíduo do JMMA, que tal?
- A propósito, vocês não acham que o Miguel Sousa Tavares, desde que o Jesus chegou ao Benfica, diz mais vacuidades do que o Eduardo Bettencourt e o JMMA juntos?
- São capazes de me dizer se o Reinaldo Teles (RT), sempre mudo, é alguma coisa ao E.T.? Afinal, o que é que faz ele de concreto no FC Porto?
- Bom, o engraçadinho que rabiscou nos estofos do meu carro “Dragão, Palco de Todas as Emoções” seja um homenzinho e chegue-se à frente, se faz favor! (Fim de citação).

Enfim, o céu é o limite.

Do Outro Lado do Atlântico

Quando José Mourinho assumirá a seleção portuguesa?
Por Vini Martins & Carlos Nogueira

Talvez os amigos de Portugal saibam a resposta. Talvez caso eu procure na internet, ache a resposta. Deve haver um motivo plausível, afinal, no Brasil nem sempre o melhor está à frente da seleção. Mas o fato é que, vendo de além-mar, só há um pensamento possível: a seleção portuguesa só chegará às taças quando José Mourinho estiver sentado no banco de reservas.

A sorte grande já é dos portugueses. José Mourinho é seu patrício. E também é o melhor técnico do mundo. Logo, há de chegar esse dia. Questão de tempo?

Muito se diz que, no Brasil, podemos montar 3 ou 4 seleções fortes, com excelentes jogadores em (quase) todas as posições. É mesmo a realidade. Entretanto, convenhamos que isso pouco adianta: na hora da verdade, serão 11 jogadores escalados. O que facilita bastante a montagem de um time de futebol. E para isso, Portugal hoje tem Mourinho.

Para os brasileiros, não houve surpresa maior do que o Porto campeão da Champions League. Como assim? Como desafiar os mais poderosos e ricos clubes do futebol europeu? A diferença de receitas para se formar um time está cada dia mais abissal. Ricos e pobres, grande e pequenos. Hoje, olhando em perspectiva, sabemos que a diferença não estava nos 11 jogadores, mas à beira do campo.

Daí a pensar que a seleção portuguesa poderia ser uma das favoritas, com o técnico genial no comando – e com Cristiano Ronaldo, como puderam fazer esse gajo jogar mal na seleção merece outro texto – é uma questão de lógica.

Não vi Eusébio jogar, mas sei que foi um dos grandes craques de todos os tempos. Portugal parou nas semifinais com ele. Acompanhei de longe uma geração comandada por Futre, que não obteve grandes resultados (e, salvo engano, ainda foi tirada de uma Copa por absurdos em jogo contra a Alemanha). Finalmente, uma forte equipa foi montada pelo Felipão, com excelentes jogadores: pararam no anti-futebol grego, quem diria.

Pois aí está: a solução será mais simples quando vista de longe? Acertem com José Mourinho e a festa em 2014, na antiga colônia – quem sabe ainda dá tempo - será portuguesa, com certeza.