Toques de Cabeça

EM LOSANGO
Por JMMA

Paulo Bento, irritado depois do mau jogo contra o Penafiel que terminou com os adeptos leoninos à beira de um ataque de nervos, resolveu apontar o dedo para o estado lamentável do relvado de Alvalade. «Sei que não é desculpa para todos os erros que cometemos, mas estou aqui há quatro anos e não conseguimos acertar no relvado», disparou na flash-interview da Sport TV. Ao que parece, as queixas não caíram em saco roto e a prová-lo está que no dia seguinte já na imprensa vinha a crónica duma morte anunciada: concertos de rock em Alvalade “never more”!

Ao que conseguimos apurar, um profundo debate tem estado a decorrer esta semana no seio da Direcção leonina. Uma das hipóteses em estudo, ainda não descartada, é a de o novo relvado do Sporting vir a ser um pelado. “A relva cria fungos, a alcatifa tem ácaros e o amianto é cancerígeno. Por isso, desta vez, o melhor é experimentar o macadame”, propôs Pedro Barbosa.

Djaló, porém, é de opinião diferente: “Chama-se a Floribella para aparar a relva como deve ser”. A experiência em limpezas adquirida durante a série da televisão e a afeição tu cá tu lá com o carvalho, são uma boa referência. Ao que apurámos, uma das opções em estudo é, pois, a assinatura de um contrato válido por três épocas com a Floribella – a grande aquisição de Alvalade nesta época. A tarefa consiste em aparar a relva diariamente, depilando os locais onde o acesso é mais difícil, escarafunchando o campo à cata de ervas daninhas e bichezas indesejáveis, tal como a actriz gosta.

Outra opção em debate, proposta de Miguel Veloso, é convidar o cabeleireiro Jean Louis David para pentear o relvado. «Se há tempos foi chamada a estilista Fátima Lopes para desenhar os fatos do Sporting, e resultou, porque não há-de resultar com o relvado?». Na opinião do médio dos leões, o problema resolve-se encarregando o conhecido cabeleireiro de pentear a relva todas as manhãs. «Em princípio, sem tocar na risca ao meio por consideração com Paulo Bento. Mas substituindo-a por extensões louras apanhadas em rabo-de-cavalo, se preciso for».
Veremos, pois, dentro em breve qual das soluções será a escolhida.

No mesmo flash-interview em que se atirou à relva, Paulo Bento deixou ainda um desabafo enigmático: «Só me deito na cama que faço, na cama que outros me queiram fazer não me deito.» Intrigados, procurámos saber por que razão o técnico leonino é tão esquisito no dormir. Ao que concluímos, para Paulo Bento a única cama que o satisfaz terá de ser em forma de losango, essa figura geométrica maldita que fez do meio-campo da equipa a coisa mais previsível do futebol português a seguir às análises tácticas de Rui Santos.

Dizem também as más-línguas que o caixão para o levar de Alvalade já está encomendado. E tem a mesma forma - em losango.