UM ENIGMA CHAMADO QUEIROZ
Por JMMAPelo que leio na Imprensa, a exibição medíocre da Selecção Nacional frente a Cabo Verde, fez calar as vuvuzelas. Sinceramente, não vejo aí grande razão para alarme. E Queiroz ainda menos. Além de ter desvalorizado o empate sem golos, dá-se por satisfeito porque Portugal mostrou “disciplina e organização”. “O objectivo era ter a equipa organizada e foi isso que aconteceu”, disse Carlos Queiroz na entrevista rápida à TVI. Só posso acreditar - e isso é que me preocupa.
Até porque Queiroz, vulgo ‘o professor’, tinha sugerido que a selecção nacional "pode funcionar como um estímulo e um capital importante de auto-estima para os portugueses". É uma tirada monumental, de facto, só ao alcance de um professor doutor jubilado. Nunca tal me tinha ocorrido. Mas é uma realidade. Inúmeros estudos (à venda no LIDL e no Feira Nova) provam que o desempenho desportivo de uma nação reflecte-se no comportamento dos respectivos cidadãos e, consequentemente, nos indicadores de progresso nacional. E se os estudos não bastassem, os exemplos são inequívocos.
A Suiça, por exemplo, é um território deprimido e indigente porque nunca se habituou a celebrar vitórias em competições internacionais, nem sequer na bisca lambida. A Irlanda, que ultimamente tão fustigada tem sido pela crise financeira internacional, nunca mais se equilibrou desde a eliminação sofrida nos play-off frente à selecção francesa, e enquanto não se esquecer do lance fatídico em que Thierry Henry jogou a bola com a mão, não se vislumbram progressos. Já os habitantes do Quénia e da Jamaica, estimulados pelos campeões do atletismo, acumularam o capital de auto-estima necessário para transformar esses países nos portentos de prosperidade que, hoje, são.
Portanto, diz o professor doutor jubilado e é bem certo, o Mundial da África do Sul constitui uma rara oportunidade (a outra é o Festival da Canção) para Portugal relançar de vez a sua economia. Obviamente que sim. Se a selecção se portar bem, cada “pique” do Ronaldo terá efeitos directos nos números do PIB. Cada golo marcado contribuirá para a redução do défice. Cada vitória empurrará multidões para as ruas, a transbordar de auto-estima e de Super Bock, de tal modo que as agências de rating não terão outro remédio senão reconhecer que, de facto, “Somos os maiores!”
Mas para que isso aconteça, «disciplina e organização”, só por si, não chegam. Mesmo com um Queiroz tão estimulante quanto a leitura de Aristóteles às quatro e meia da manhã, é preciso que a selecção corra, marque, ganhe. Quero crer que o seleccionador sabe como. Saberá?
Estou tão entusiasmado com a Selecção de Queiroz, que pela segunda vez consecutiva não vi o jogo.
ResponderEliminarPrefiro jogar Pro Evolution.
na minha opiniao a nossa seleçao e uma autentica desilusao deixa me triste espero estar enganado
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