terça-feira, 15 de julho de 2008

A justiça não é dos justos

Sempre que dei a minha opinião acerca desta rábula da Champions, tive oportunidade de partilhar convosco que as consequências júridicas dos crimes que Pinto da Costa é acusado, era o que menos me interessava.

 

Por isso, não me dava sequer gozo especial o FCP ser afastado desta competição (estou mesmo a ser sincero).

 

Até sou da opinião, que o FCP a ser excluído, o Benfica deveria recusar participar nesta edição da maior competição da UEFA. Era uma chapada de "luva branca", e que contrastava com a imagem pouco desportiva e ética, que o FCP tem ganho nos últimos anos.

 

O meu julgamento do processo apito dourado terminou, quando Pinto da Costa não negou que as escutas eram falsas. A partir daí, a sentença para mim, transitou em julgado.

 

Por isso, todo o foclore jurídico resultante deste facto, é lixo, e está à altura da ética baixa dos advogados que defendem este caso.

 

A última prova deste lixo, está nos métodos com que o FCP conseguiu enganar a UEFA. Através de manobras dilatórias de João Leal, primeiro, e Gonçalves Pereira, depois, que demonstram cabalmente a podridão em que cairam os sistemas jurídicos portugueses, e como chafurdar com sucesso nessa lama.

 

LFV têlo-a dito, mas é Pinto da Costa que continua a usufruir dos homens de confiança nos lugares de decisão.

 

Trata-se de uma vitória da corrupção. Trata-se de uma vitória da chico-espertice. Uma vitória de quem não olha a meios para alcançar os fins.

 

Alguma novidade? Nem por isso. Já são 20 anos deste lamaçal, que orgulha quem ganha. Porque para estes,  isso é que é importante. O resto pouco importa...

 

8 comentários:

  1. Excelente exposição! muito bom!
    Gostei especialmente:

    "LFV têlo-a dito, mas é Pinto da Costa que continua a usufruir dos homens de confiança nos lugares de decisão". Esta frase é de uma excelência e de tenacidade estonteante!

    Parabéns, fartei de me rir!

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  2. 1.
    Sobre a decisão do Tribunal Arbitral (TAS), por agora, só quero dizer uma coisa: face aos desenvolvimentos (bem portugueses) do processo a nível interno, o TAS tomou a única decisão possível. Os fundamentos da decisão, ainda por conhecer, esses sim, poderão revestir algum interesse. Vou aguardar com expectativa. Se bem que, pelos vistos, isso já não interessa a ninguém.

    2.
    Pondero a troca de comentários aqui publicados sobre a matéria. Sinceramente, parece uma conversa de surdos. Uma espécie de jogo de fintas, no qual os adversários a fintar são as evidências. Pergunto-me: não será possível assistir-se a uma conversa sobre Benfica – Porto, partindo de um qualquer mínimo denominador comum? Duvido que o conflito Israelo-árabe seja mais cego.

    3.
    Enquanto assim pondero, vem-me à ideia o ciclismo. Na Volta à França, mais um ciclista, desta vez espanhol, foi apanhado pelos controlos anti-doping. Desde o caso Festina - eliminada em 1998 por usar drogas - o cenário tornou-se vulgar: entre duas etapas, a policia chega ao hotel e prende um ciclista...

    4.
    Ao que parece o ciclismo é um desporto de campeões onde os não-dopados são como se, numa prova de atletismo, os para-olímpicos corressem com os olímpicos: marcam presença mas nunca podem ganhar. O não-dopado é o deficiente do ciclismo. Os supercampeões de laboratório roubam aos limpos de droga a possibilidade de serem simplesmente campeões.

    5.
    Tiremos o Benfica para fora, a fim de não ‘clubizar’ o que vou dizer. Relativizemos a afirmação para não hostilizar as clubites mais sensíveis. É assim:

    É mais que sabido que os órgãos directivos do nosso futebol, e em particular a justiça desportiva, estão nas mãos de supercampeões de secretaria, que sempre que é preciso (como se viu nas últimas cenas do CJ da federação) negam aos 'para-olímpicos', no mínimo, o direito de perder bem.

    6.
    Intriga-me - sinceramente que não compreendo e gostava de perceber -, como é que pessoas inteligentes não conseguem (ou recusam-se a) reflectir estas questões sem camisola e cachecol. Será que um futebol de pseudo-olímpicos a competir com para-olímpicos, desde que o seu clube esteja nos ‘dopados’, já os satisfaz?

    7.
    Vá que seja isso. Mas então, porque é que a polícia continua a ir aos quartos de hotel prender ciclistas? Se houver alguém que me explique…

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  3. Sabe JMMA, à vezes os para-olímpicos correm mais do que os pseudo-olímpicos porque vão de cadeira de rodas, enquanto que os outros vão a pé!

    Por isso, a analogia até é boa, mas não pega.

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  4. JMMA, muito boa analogia!!!

    Gostei especialmente da parte do "dopados"!!! É a perfeita imagem do FCP, nos dias que correm...

    Brilhante!

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  5. Eu até estranhava era se o anónimo não aparecesse .... é a imagem do FCP e de todos os clubes que lutam para ser campeões.!!!

    Quantos, durante não sei quantas jornadas não jogam infiltrados !!!???!!

    Quantos não tomam vitaminas ...e não as tomam de faca e garfo !!!!!

    E isto acontece no FCP, SLB, SCP ...em todos os que aspiram a titulos. TODOS.

    PS - eu às vezes pergunto-me como é que é possivel os poetas anónimos escreverem tanta asneira junta

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  6. Se o saudoso Perestrelo estivesse a relatar este «post», tenho a certeza que quando chegasse ao comentário do Vitor (16/7) as palavras-chave seriam: «revienga» e «chuto para canto».

    Não iria aos pormenores, mas se fosse haveria de lhe perguntar:

    - «Has-de dizer-me, ó meu, qual é o 'cadeira de rodas' dos 100 metros que bate o Obikuelo; ou a paraplégica que dá bigode à Vanessa Fernandes».

    Isto, vamos supor, perguntaria o saudoso Perestrelo. E daí talvez não. Por respeito aos desfavorecidos, naturalmente.

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  7. Amigo JMMA,

    Não chegou lá (ou preferiu ficar em fora de jogo), mas prometo que numa jantarada terei todo o gosto de explicar.

    abraço.

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  8. Chegar, chegou... Mas, vendo que o interlocutor não tinha querido ir a jogo, de facto, preferi o fora-de-jogo.

    Estou plenamente de acordo. A matéria que ficou por tratar, justifica bem um jantar. Inscrevo-me já.

    Abraço

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