quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Toques de Cabeça

O POSTAL QUE NÃO ESCREVI
Por JMMA

Outro dia, ia eu a passar por ali (ali é o bairro benzoca de Chelsea), sem mais nem quê dei comigo em frente dum estádio de futebol. Rodeado de prédios de 4 andares por todos os lados menos por um chamado porta principal, parecia uma península. Mas não: era o incrível Stamford Bridge – o estádio que foi do Mourinho e que agora está por conta de Scolari, Murtosa & Cª. (Ver foto de JMMA)

Por essa altura, Scolari acabava de decepcionar com o empate (2-2) no derbi com os vizinhos do Fulham; os reds alargavam distâncias no topo da tabela e Gerrard (para festejar?) abria os telejornais por alegadamente ter partido os dentes a um emplastro, numa briga de discoteca.

Em volta do estádio (da discoteca não sei, não estive lá) o frio glacial era combatido com ‘outdoors’ de meninas da Woman’Secret em cuecas.

Felipão ainda não tinha sido atropelado pelo Manchester (3-0). Mas pensei para comigo: está tudo tão chato, que vou escrever sobre o chato. Hoje, quase duas semanas depois, chega enfim o postal que não escrevi:

Meus amigos,

Daqui, da velha Albion, é com alegria que vos desvendo o segredo da permanência desse ser magnífico que dá pelo nome de Felipão, no comando do Chelsea. É simples. Mister Phil, vulgo Scolari, finge que não sabe falar inglês. Está portanto em franca vantagem sobre os anteriores treinadores do Chelsea, visto que o desconhecimento da língua lhe permite fazer orelhas moucas a tudo o que se lhe refere: desde os resmungos dos jogadores até às críticas na imprensa. Passando, é claro, pelos insultos dos adeptos, que pelo que me foi dado aperceber aqui pelos bares, ainda não deixaram de chorar a saída de «mister Mou’inho».

Melhor ainda é que Scolari também não sabe falar russo. Mas acho que, com Abramovich, isto ainda vai acabar mal. O russo, que passa por ser o homem mais rico da Grã-Bretanha e um dos dez mais ricos do mundo, vizinho de Sir Vale e Azevedo, é universalmente conhecido pelo seu mau feitio. E mesmo que não fosse mau. Uma coisa é trabalhar para Madaíl e os portugueses, gente pobre mas tolerante, amante da boa sardinha assada, e outra é trabalhar para um magnata do petróleo que tem um rendimento anual maior do que o PIB lusitano. Se o excelente Mourinho, que ganhou campeonatos, não aguentou o russo e os destemperos dele, como há-de o brasileiro aguentar? Dizem por aqui (e não será só azia pelo empate com o Fulham) que ele e o russo ainda vão andar à tareia.

Barra pesada.Há dias, Felipão pegou-se com as mulheres dos jogadores, as WAG (sigla para wives and girlfriends). Criticou o ronaldismo dos futebolistas do plantel e os gastos excessivos com mulheres-troféu. «Façam como eu – aconselhou –, que tenho a mesma WAG há 30 anos: o Murtosa». É estranho… Numa altura em que é da praxe desejar boas entradas!

Assina, JMMA

2 comentários:

  1. Sim senhor, boas vidas!

    O Scolari começa a ter a corda muito curta. Veremos até quando a aguenta.

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  2. Ah, pois!
    Também tenho direito. Ou não?
    Eu e a mãe do tal benfiquista incondicional que a gente sabe.

    Um abraço.

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