Ambiente excelente no Dragão a marcar o regresso da Champions. Os jogos da Champions são diferentes. Respira-se um ar muito próprio, porque para além de haver um afecto clubista existe também um afecto nacional. Para além do Porto-Liverpool, jogou-se um Portugal-Inglaterra. E isto mexe com as pessoas.
Os primeiros 15 minutos do Porto foram de sonho. Há muito que não via um primeiro quarto de hora tão bom. O FCP encostou o Liverpool autenticamente às cordas e estes não faziam mais nada do que despachar a bola para onde estavam virados. O golo do Porto começa e acaba no Lucho. É ele que inventa a desmarcação do Tarik, para daí resultar a grande penalidade que viria a ser superiormente marcada pelo Argentino.
Depois do golo, o Porto abrandou porque era impossível manter aquele ritmo, tendo os Ingleses aproveitado para subir. Mas esta subida no terreno não se traduziu em nenhum sufoco. Mesmo a perder, o Liverpool nunca abdicou da sua estratégia inicial: Defender muito bem e tentar marcar num contra ataque ou então numa bola parada. Aliás, devo dizer que fiquei negativamente surpreendido com o pouco futebol do Liverpool. E quando digo pouco futebol, estou a ser simpático porque não jogaram nada. A única preocupação foi defender. Marcaram através de uma bola parada e depois de uma falha colectiva da equipa portista. Não se pode falhar daquela maneira.
Um dos momentos do jogo acabou por ser a expulsão do Pennant. É que uma expulsão é um pau de dois bicos. Se por um lado a equipa que fica em superioridade numérica logra de uma vantagem moral e teórica, por outro a equipa que fica em desvantagem numérica tende normalmente a defender ainda mais. Ora, se o Liverpool já defendia com os 11, com os 10 ainda foi pior. Cheira-me que a expulsão acabou por penalizar o Porto porque o Liverpool deixou de se estender no campo e as suas linhas ficaram ainda mais compactas. Um exemplo: Os até então avançados Kuyt e Babel passaram a fechar os flancos, como suplementos aos laterais.
E até podiam ter ganho o jogo num dos contra ataques que fizeram. Mas era injustiça a mais.
Não foi bom, mas também não foi mau. Mau era se tivesse perdido. Assim, continua tudo em aberto.
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