FUTEBOL PORTUGUÊS NA CANONIZAÇÃO DE JOÃO PAULO II
Por Zé Bento*
Praça de São Pedro - O reconhecimento como milagre da presença de duas equipas portuguesas na final da Liga Europa, foi o facto decisivo que permitiu ao Vaticano concluir o processo rápido que culmina este domingo com a beatificação de João Paulo II.
Mas as regras da Igreja são claras: depois da beatificação exige-se ainda a confirmação de um novo milagre para o reconhecimento de um católico como santo. Este novo milagre poderá ser ou a manutenção da invencibilidade do FC Porto até final da época ou o 3º lugar no campeonato para o Sporting, em que quer os respectivos adeptos quer a Santa Sé fazem fé «por causa da imponente fama de santidade, gozada por João Paulo II em vida, na morte e após a morte».
Porém, a Congregação para as Causas dos Santos, do Vaticano, fez entretanto saber que não vê com bons olhos o actual conúbio da Igreja com o Futebol a propósito da canonização de João Paulo II. Mas o que considera ainda mais grave é o endeusamento que os adeptos vêm fazendo de alguns protagonistas terrenos, sejam eles atletas, treinadores ou dirigentes. Por mais que os acontecimentos extraordinários devam ser atribuídos à intercessão milagrosa de Wojtyla, para o adepto portista, por exemplo, Villas-Boas que nem sequer foi beatificado e embora estando sob as ordens de um simples papa, já é mais que um santo, é um messias, um deus vivo. O mesmo, de resto, que Jesus (mas Jesus é Jesus) no ano passado significou para os benfiquistas ou o Zeinal Bava para a PT. “Até os discípulos de Cristo tiveram dúvidas de vez em quando. O adepto não. Para os portistas, Villas-Boas vai salvar o Norte da crise, da fome, das alterações climáticas, da gripe suína e até das declarações do José Couceiro sobre as posições no Banco”, explicou o representante da Santa Sé, rematando a seguir: “Essa gente não vê que a Congregação para as Causas dos Santos nada tem ver com a Congreção para a Causa dos Bancos!”.
* Do L'Osservatore Cristiano para o Footbicancas.
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