domingo, 28 de fevereiro de 2010

SCP: 3 - FCP: 0


Foi uma despedida do título triste, infeliz e vergonhosa.

Triste pela exibição de toda a equipa, sem chama, amorfa e muito apática. Na verdade, o jogo de hoje esteve a léguas daquilo que o Porto tinha evidenciado nos últimos tempos e não consigo, sinceramente, explicar o porquê. Não consigo porque nada o fazia prever, pois o Porto chegava a Alvalade em alta, depois de uma vitória contundente frente ao Braga, mas inesperadamente os jogadores andaram os 90' com a cabeça baixa. Em suma, foi triste, muito triste!

Infeliz, porque nada correu bem. Desde os momentos dos golos, aos próprios golos, à forma como o Helton sofreu os primeiros dois (que na minha opinião podia ter feito mais), à lesão do Micael, enfim, a tudo.

Finalmente, foi uma derrota vergonhosa porque foi. Vergonhosa a falta de empenho, vergonhosa a forma como o Bruno Alves se desligou do Liedson no terceiro golo, vergonhoso os três secos, vergonhoso o facto do Porto não ter suplentes à altura de quem sai e vergonhoso foi também a forma como o Porto practicamente se despediu do título a tantas jornadas do fim. Não estou habituado a isto, essa é que é essa.

Para além de tudo que o Porto fez de mal, há que enaltecer também o trabalho do Sporting. O Sporting fez realmente um grande jogo, conseguindo fazer do Porto uma equipa de meio da tabela. Até o Grimi jogou bem. Chiça...

Bom, posto isto, vou ver o campeonato Espanhol e experimentar a sensação de outros em anos passados! :)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Leixões:0 Benfica:4


Alguém chamou o rolo compressor? Que grande exibição do Benfica. Uma das melhores desta época, num campo onde Braga e FCP tinham perdido pontos. Houve momentos de futebol de pura classe, e obviamente terminei o jogo rendido a mais uma goleada. Décima segunda, por sinal. Impressionante.

E quando alguns começavam a agoirar que a equipa do Benfica estava cansada e iria claudicar no último terço do campeonato, o Benfica resolve os últimos dois jogos com 4-0. Mas o que mais impressiona é que estes jogos, um disputado sob granizo intenso e outro num dia de temporal, podiam ter terminado em 5, 6 ou 7 a zero.

Este resultado constitui assim, mais um contratempo dos profetas que anunciaram a propalada crise de exibições e resultados do Benfica. O resultado foi bom mas a exibição foi ainda mais convincente.

No Estádio di Mar(ia), houve um jogador que sobressaiu dos demais, fazendo juz ao interesse de meia Europa. Foi talvez a melhor exibição do argentino ao serviço do Benfica.. Avizinha-se um leilão no final da época, com largos benefícios financeiros para o clube da Luz.

Mas houve outro jogador, que desde que chegou em Dezembro, tinha muita curiosidade em ver jogar, e que de maneira nenhuma defraudou as minhas expectativas: Airton. Não engana, parece um clone de Javi Garcia. Forte, boa capacidade de passe, e tacticamente evoluído. A posição 6, estará assegurada para as próximas épocas.

Uma bicada (da águia) ao Jesualdo, que após o jogo de Leixões atirou-se doentiamente ao árbitro, justificando o empate com um penalti não assinalado a Ruben Micael. Ficou provado através do jogo do Benfica, que o FCP não ganhou porque não conseguiu concretizar as inúmeras oportunidades de golo que teve à sua disposição. Sim, porque o Benfica também teve um golo escandalosamente anulado.

Faltam 9 jogos, e cheira a Benfica campeão.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

UMA INSPIRAÇÃO EXTRA


Já por várias vezes me insurgi com o jornal Record – por exemplo. Um jornal do mesmo grupo também gosta de mandar uns bitaites, sempre com uma intenção: denegrir a imagem do FCP.

Nem de propósito, o JMMA fala, no post anterior, no respeito que o Figo merecia em todo o processo da “face oculta”. Pois bem, eu digo o mesmo em relação ao Porto. O Porto é o clube com mais títulos internacionais (de futebol falando) e portanto, aquele que mais e melhor tem representado Portugal. Julgo que isto é claro para todos. Por isso, e usando um termo do Alberto João Jardim, estes “canalhinhas” deviam ter mais respeito! Até a foto do Pinto da Costa colocam em primeira página.

São primeiras páginas como esta que fazem os acéfalos acreditar nestes mitos, denegrindo a imagem do Porto. A PJ já veio dizer que o Porto não está directamente ligado ao processo, mas sim um antigo empresário de futebol.

Mas estas notícias “trabalhadas” tem uma outra face da moeda. Estas primeiras páginas inspiram a equipa. Ontem, quando recebi esta notícia por SMS, disse ao remetente: “fixe – até deviam prender o Pinto da Costa esta semana. Assim, alguém teria que padecer novamente”. E é exactamente isto que normalmente acontece no Porto.

Sempre que há uma inspiração como esta ou como uma decisão do CD da liga, o Porto, normalmente, reage como reagiu frente ao Braga, sendo que desta vez a vítima chamar-se-ia Sporting.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Toques de Cabeça

O PAÍS QUE TEMOS
Por JMMA

 


Luís Figo não teve muita sorte com o país em que nasceu. Ou melhor, com os políticos e o jornalismo do país em que nasceu. Mais de vinte anos de carreira - e que extraordinária carreira -, justificariam maior consideração e respeito do que aqueles que está a ter.

Ainda em Alvalade, mal apareceu a fazer a posição de médio pelo Sporting, deu logo para entender que estava ali um jovem craque. Depois, ao longo dos anos, sucederam-se Barcelona, Madrid, Milão. Seguindo os jogos pela TV, Portugal rogou às postestades celestes que o protegessem do mau olhado, de um simples sopro que perturbasse a sua arte. Talvez por efeito das nossas petições e do crédito que temos no céu, ainda sobrou Figo para representar 127 vezes a Selecção, fazendo dele o actual recordista de internacionalizações pela Selecção das Quinas.

Ao contrário do que alguns pensam, tirando o futebol, os portugueses lá fora não têm muito de que se orgulhar. Temos o fado, a Torre de Belém e o bacalhau com todos, fracos ornamentos para quem pretende engalanar-se na Europa e no Mundo com méritos e glórias que não tem. Raramente se encontram em Londres, Paris, Bruxelas ou Nova Iorque vestígios de uma marca portuguesa numa loja, num supermercado ou à mesa dum restaurante. E no entanto, os vinhos do Alentejo, o azeite de Moura e os têxteis do Ave não ficam nada a dever aos estrangeiros. Mas em vez de esperarmos que NS de Fátima faça o milagre de nos tornarmos conhecidos, bem podíamos aproveitar o êxito dos nossos futebolistas para promover «lá fora» os nossos produtos.

Por essa razão – que mais não seja, por essa razão - é que me custa muito pereceber o racional do presente enredo, em plena praça pública, em torno da honorabilidade de Figo. À partida, as suspeitas são de crimes de corrupção praticados por terceiros e, tanto quanto nos é dado a perceber, as investigações visam analisar a relação entre o apoio eleitoral de Luís Figo a Sócrates e os contratos que o ex-futebolista e uma empresa a que está ligado (a Football Dream Factory) estabeleceram com a Tagusparque.

Por aí, nada a dizer; a não ser desejar que se investigue o que houver a investigar, que se julgue o que houver a julgar e que se puna quem tiver de ser punido. Mas, por Zeus!, até que isso seja feito, que a voracidade politiqueira e a sofreguidão dos ‘media’ se moderem, tenham um módico de sensatez, e pelo menos abstenham-se de dilapidar esse património de interesse nacional que é a imagem pública de Figo. Pelo menos isso! E não é por Figo, não; é por nós, pelos nossos mais que evidentes interesses materiais.

Se ao menos o alarido garantisse que cada um – polícias e tribunais - fizesse o trabalho que lhe compete. Mas nem isso. Certo é que este processo há-de morrer como morreram os outros. É só os golpistas fazerem chegar à Felícia, por baixo da mesa, mais umas escutas ou uns documentos escaldantes. E tudo ficará na mesma. Só que sem Figo.

Benfica:4 Hertha:0

Dar realce às 30.000 pessoas que se deslocaram ao Estádio da Luz, às 17h num dia de semana e a chover granizo.

E dizer que a vitória de ontem sobre o Hertha Berlim permitiu ao Benfica tornar-se o 10º clube a atingir as 150 vitórias em jogos europeus. Mas não é tudo, a goleada frente aos alemães colocou ainda a equipa de Jorge Jesus a "apenas" 4 golos de igualar a época mais concretizadora de sempre nas provas externas.

Com a qualificação para os oitavos-de-final, o Benfica tornou-se numa das equipas que mais encaixou nesta prova: 1,9 milhões de euros.

Registo também duas frases de JJ na conferência de impressa.
- "a equipa está fresquinha que nem uma Alface"
- "o Benfica é a equipa de longe, que joga melhor futebol em Portugal"

Palavras de confiança, na abordagem ao resto da época, corroboradas pelo técnico do Hertha: "fomos eliminados por uma equipa de grande classe".

O QUE FALTA?


Nada mais, nada menos do que 10 jogos para o final do campeonato. O Porto está numa situação complicada, mas se os jogadores não desistem, eu também não desistirei.

Quem terá o campeonato mais fácil até ao final? Não sei! Não sei, pois o futebol não é linear e um jogo que parece fácil, é muitas das vezes difícil e o contrário também acontece. Por isso, espero que esta regra se aplique já na próxima jornada do Porto, pois o Porto tem um dos jogos mais difíceis até final do presente campeonato. Em caso de vitória, as minhas esperanças aumentam de uma forma exponencial. Isto porque, depois deste jogo, só a jornada 29 (penúltima) se afigura como muito difícil. A recepção ao Benfica poderá ser decisiva, caso não haja mais surpresas tipo Leixões. Assim sendo, e sabendo que ganhar 10 jogos consecutivos não é normal (muito menos no Porto deste ano), não será de todo impossível.

Quanto ao Benfica, terá dificuldades na 23ª jornada (Nacional fora e já com o Machadês recuperado…), na 24ª jornada (Braga em casa), na 26ª jornada (Sporting em casa) e finalmente na 29ª jornada, quando visitará o túnel Portista.

O Braga, passará as passas do Algarve nas 24ª, 25ª (meto esta no bolo, uma vez que se trata de um derby e os derbys são sempre imprevisíveis) e 30ª jornada. Ou seja, o Braga terá dificuldades na visita à luz, na recepção do Guimarães, pelos motivos já expostos e finalmente na visita à Madeira da última jornada.

Ora, caso esta minha teoria tenha alguma lógica, chega-se à conclusão que o Benfica terá a tarefa mais difícil dos três que neste momento lutam pelo título. Repito, o futebol não é linear, mas olhando para o calendário, direi que as minhas esperanças saíram reforçadas. Para além do calendário, lembro-me ainda da excelente análise que o Luis Marques fez ao campeonato do ano passado, sendo que o Porto teve uma ponta final de alto nível. Olhando para o crescendo exibicional do Porto, curiosamente depois da chegada do Rúben Micael, a repetição da ponta final do ano passado não está colocada de parte.

A ver vamos, esperando que as 10 jornadas que faltam primam pela verdade desportiva!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O maior engano do Homem, é pensar que a História não se pode repetir

1990/1991 se não foi a época mais polémica do futebol português, terá andado perto. O Verão voltou a ser quente, com o Benfica a roubar Rui Águas ao FC Porto, vingando-se, dois anos depois, do assalto ao forte encarnado movido por Pinto da Costa e seus pares.

O mote para a época estava dado. O Sporting, de Marinho Peres, entra no campeonato com a força toda e rapidamente se isola no comando. No entanto, Novembro chegou - trazendo também o escandalo de corrupção na arbitragem relacionado com Francisco Silva - e o Sporting começou a escorregar, perdendo também os confrontos com FC Porto e Benfica, começando a ficar irremediavelmente afastado do título, com a aposta em António Dominguez, que veio a suceder a Marinho, a revelar-se mais um disparate de Sousa Cintra.

Reinaldo Teles, a meio da temporada, rompeu o seu tradicional silêncio para "atacar" Rui Águas, que confessava, entretanto, a sua satisfação pelo regresso à Luz: "Se não fosse o FC Porto, o Rui Águas ainda devia estar a ganhar 300 contos por mês. Agrada-me a transformação que sofreu. Agora até é uma pessoa extrovertida. Mas compreendemos. Por meio milhão de contos não pode limitar-se a marcar golos.. tem que dizer algo".

As deslocações fora do FC Porto estavam a ser complicadas, com os jogos a serem marcados por casos atrás de casos e a violência a atingir momentos bem delicados, sobretudo em Faro e em Guimarães, onde Pinto da Costa e Reinaldo Teles terão mesmo sido agredidos, com o presidente portista a levar com uma pedrada na cabeça. A responsabilidade, segundo os dirigentes do FC Porto, era de Pimenta Machado. Reinaldo Teles deu a resposta: "Fala-se que nós andamos de pistolas, metralhadoras, guarda costas, mas, na verdade, o nosso presidente é que tem sido agredido, sem quaisquer hipóteses de defesa. De duas uma: ou os capangas são imaginação de alguns D.Quixotes do nosso futebol ou precisamos de renovar o pessoal devido à sua ineficácia".

No Benfica, que se mantinha a par do FC Porto, o ambiente interno também não era o melhor - Diamantino, o "capitão" dispensado, lançava duras críticas a Gaspar Ramos, acusando o chefe do departamento de futebol do Benfica de "incompetência", e de uma política de "falsidade" e "mentiras", deixando também uma mensagem a Valdo: "Eu nunca deixei de jogar, mesmo ganhando 300 contos por mês. Nunca fui jogador de pseudo-lesões". Valdo, que queria ter saído para a Fiorentina, no defeso anterior, não gostou do que ouviu e respondeu: "A Fiorentina oferecia-me muito dinheiro e claro que fiquei perturbado, pois a minha independência financeira foi posta em causa. Mas nunca fui grevista, nem inventei lesões. Fiz muito sacrificios pelo Benfica. Deixem-me em paz, porque o que eu quero é jogar à bola!".

No FC Porto, no entanto, o início do ano de 1991 também trouxe casos. Madjer queria sair para o Valência, mas Pinto da Costa não deixou, com o argelino a entrar em guerra com Artur Jorge, que, por vezes, deixava-o de fora dos convocados: "É pena não ser o Pinto da Costa a fazer a equipa. Dá-me vontade de rir, quando vejo que nem no banco tenho lugar". Artur Jorge ripostou: "Quem teima em jogar como quer e não como eu quero - não joga!".

E, no final de Janeiro, estoura a grande bomba: por decisão da direcção do FC Porto, Geraldão é afastado do plantel. Tudo porque Pinto da Costa descobriu que o central brasileiro, que marcara vários golos decisivos de livre, assinara um pré contrato com o Benfica, pois Gaspar Ramos mantinha vivo o sonho de construção de um Benfica Europeu, com Geraldão e Ricardo no centro da defesa. Mês e meio passou, e o FC Porto perde a liderança para o clube da Luz, com Pinto da Costa preocupado, a fazer regressar Geraldão do Brasil, para voltar a dar coesão defensiva ao conjunto portista.

Chegava-se ao final de Abril, e o FC Porto, em véspera de receber o Benfica, com um ponto de atraso, vai vencer a Alvalade, com a fantástica chapelada de Jorge Couto a Ivkovic. Sousa Cintra, no final do jogo, queixava-se da arbitagem de Bento Marques, que, em abono da verdade, prejudicou os dois clubes. O jogo do título vinha a seguir.

Na véspera do FC Porto-Benfica, Artur Jorge lança o veneno: "Tendo em conta o passado recente e menos recente do futebol português, Carlos Valente não deveria ter sido nomeado para este jogo". Os seus adjuntos também disparam balas - Hernâni Gonçalves falava de arbitragem: "O Benfica quer manobrar a arbitragem, quer pressionar os árbitros", enquanto Octávio Machado desbrava fantasmas: "O Benfica que não se preocupe com a água, pois já contratamos uma empresa de aspiradores para sugar a relva e, com um bocadinho de jeito, ainda pedimos emprestado um tapete de veludo vermelho ao Papa". Eriksson manteve-se indiferente e antes de a equipa partir de comboio em direcção ao Porto, disse aos adeptos benfiquistas que foram despedir-se da equipa a Santa Apolónia aquilo que eles queriam ouvir: "Adeus, até ao nosso regresso, como campeões".

A chegada do Benfica às Antas foi marcada por um ambiente de perfeito terror. A recepção ao autocarro encarnado foi feita com pedras e mais pedras, dando razão ao cartaz exibido na superior sul: "Ides sofrer como cães". Os jogadores encarnados viram-se obrigados a equipar no corredor, onde estavam vários elementos da organização portista, já que os balneários encarnados tinham sido impregnados de um cheiro nauseabundo, impedindo Eriksson de fazer a habitual palestra antes dos jogos. Mas, no campo, o Benfica venceu por 2-0, com Svennis a fazer sair do banco César Brito, que apontou os dois golos da última vitória encarnada nas Antas até hoje. O título, com a vantagem de 3 pontos, ficava mais perto. Só que este FC Porto-Benfica não morreu aqui, pois a arbitragem de Carlos Valente veio a dar muito que falar, assim como histórias em volta dos seus fiscais de linha.

No final do jogo, Artur Jorge foi irónico com Eriksson: "O Eriksson hoje é óptimo e eu não valho nada". Eriksson radiante, preferiu não falar, deixando as palavras para Toni: "Foi uma vitória justa, mas feliz. O campeonato, no entanto, ainda não está ganho". A saída de Carlos Valente dos balneários foi marcada pelo dramatismo. Só muito a custo a polícia conseguiu retira-lo do estádio, no meio de insultos e algumas agressões, que o deixaram a cambalear. Valente, no entanto, negou tudo, dizendo apenas que "Vou dormir bem, com a consciência tranquila". Pinto da Costa, no entanto, não tardou em ripostar: "Carlos Valente teve um comportamente provocatório, chegando a insultar o banco do FC Porto", apoiado por Reinaldo Teles que acrescentou: "Ele teve um comportamento anormal e despropositado, chegando mesmo a perguntar-me se eu era o delegado ao jogo". Hernâni Gonçalves, em nome da equipa técnica, também largou os seus tradicionais 'bitaites': "O cerne da questão era o espectro de após o investimento de milhões, o Benfica não ganhar nada numa época, depois de outra sem nada ter ganho. Era a catastrofe, o 'hara-kiri' de uma direcção. Agora entendo porque os benfiquistas proclamavam aos quatro ventos que o Campeonato não chegaria ao fim se não fossem campeões".

À chegada a Lisboa, João Santos atacou Pinto da Costa e seus pares: "Houve cenas incriveis nas Antas, de intimidação à equipa e apoiantes. Os portistas criaram um clima de pânico, lançando mesmo o boato de que o árbitro teria almoçado connosco. Não deixaram os nossos jogadores equiparem-se no balneário, encharcaram as faixas laterais, e no final ainda aquelas cenas de pancadaria, com os nossos dirigentes a serem agredidos. Tudo isto porque os dirigentes do FC Porto ficaram em pânico, ao sentirem o campeonato perdido". E destas agressões, sairia do anonimato o nome do Guarda Abel, que, pouco tempo depois, numa tomada de posse da direcção do Salgueiros, ameaçou o presidente encarnado: "Aqui ou em Lisboa, hei-de mata-lo". Pinto da Costa, apercebendo-se da situação delicada, demoveu-o de tal atitude. João Santos, a salvo, traçou o perfil do Guarda Abel: "Esse senhor, um verdadeiro arruaceiro, protagonizou desacatos e desmandos, nas instalações das Antas, antes do FC Porto-Benfica. Não sei se este individuo tem protecção de alguém, mas o que é certo é que impediu os nossos dirigentes de acederem à cabina do Benfica no final do jogo, dizendo que estava a cumprir ordens de Pinto da Costa", acusando ainda a policia fardada, onde Abel estaria incluido, de ter pontapeado dirigentes encarnados dentro da zona protegida.

O Benfica conseguia o seu penúltimo título nacional, a duas jornadas do fim. No entanto, Artur Jorge vingar-se-ia a frio: partiu para o Paris Saint Germain, destruindo a equipa encarnada, levando consigo Ricardo Gomes, Valdo e... Geraldão. O Benfica europeu de Jorge de Brito e Gaspar Ramos morria à partida.

Rui Malheiro

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cartoon Footbicancas

O PALHAÇO PAVÃO COSTA II


Eis, desta vez, uma opinião de um Benfiquista assumido relativamente à palhaçada! José Manuel Meirim, para além de Benfiquista, é Doutorado em Direito desportivo e professor Universitário. Será que ele, tal como o Abel Xavier, se converteu?

Sem mais demoras, o que disse José Manuel Meirim ao jornal Público, sabendo que é apenas mais um parecer de um Benfiquista, ao passo que é o palhaço Benfiquista quem decide:

"Com o devido respeito por quem decide, temos dúvidas, mas inclinamo-nos para considerar que as sanções aplicadas aos jogadores Hulk e Sapunaru, do FC Porto, não encontram suporte no regulamento disciplinar da Liga.

Não podemos concordar com a qualificação jurídica que a Comissão Disciplinar (CD) da Liga conferiu aos assistentes de recinto desportivo. Noutros textos publicados neste jornal, temos alinhado elementos para que o leitor possa colher informação sobe o tema.

Por outro lado, afirma a CD que sente desproporcional a pena que aplica. Pergunta-se, contudo: aferiu da constitucionalidade da desproporcionalidade?
E que dizer das repetidas afirmações proferidas por Ricardo Costa, presidente da CD, insistindo na tese de que estes não são regulamentos certos para a Liga? Basta, neste domínio, reafirmar o que já dissemos aqui há muito tempo. Se foram apresentadas propostas de revisão dos respectivos regulamentos pela CD e estas não foram aprovadas pelos clubes, o caminho certo do julgador é a demissão e não, como sucedeu, permanecer em funções a aplicar, por largos meses, regulamentos que se têm por anómalos.

Por fim, continuamos a não entender como correcto que se quebre a reserva imposta a qualquer julgador. A comunicação de uma decisão disciplinar não deve ser objecto de um espectáculo mediático. Basta a notificação às partes e a disponibilização do acórdão.

Seguir-se-á, por certo, o recurso ao Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol e, neste aspecto, não é de todo inverosímil pensar que este órgão venha a decidir em sentido contrário do que foi revelado pela CD. Se assim for, ver-se-á, afinal, o peso desta decisão no jogo."

Não ligo a Estatísticas, mas cá vai

O ano passado à 20ª jornada o panorama era o seguinte:

1º Porto – 42 pts
2º Benfica – 40 pts
3º Sporting – 38 pts
6º Braga – 35 pts

Ou seja esta época, e à 20ª jornada, o diferencial de pontos é o seguinte:

1º Benfica – 40 + 9 = 49
2º Braga – 35 + 13 = 48
3º Porto – 42 + 1 = 43
4º Sporting – 38 – 9 = 29

Curioso, que o FCP está a fazer uma época melhor do que a do ano passado com Lucho e Lisandro.

Dos 30 pontos para disputar o FCP conquistou o ano passado 28 pts, o SLB 19 pts, o SCP 28 pts e o SCB 15 pts.

No final a classificação passou a ser:

1º Porto – 42 + 28 = 70
2º Sporting – 38 + 28 = 66
3º Benfica – 40 + 19 = 59
5º Braga – 35 + 15 = 50


Bem sei que estatística não ganha campeonatos, mas muita atenção à poderosa ponta final do FCP em oposição à ponta final desastrosa do SLB.

Boas notícias dentro de campo



E à vigésima jornada:

Primeiro classificado: Benfica, com 49 pontos
Melhor ataque: Benfica, com 52 golos marcados
Melhor defesa: Benfica, com 11 golos sofridos
Melhor marcador: Cardozo (Benfica), com 17 golos

Boas notícias fora de campo

Não são apenas os triunfos ou uma boa galeria de troféus que tornam os clubes grandes. A dimensão humana dos seus líderes, dos seus jogadores, de toda a estrutura à volta destes, também é um forte contributo para o crescimento de um clube.

E este fim-de-semana tive três boas notícias fora de campo. O Benfica foi o primeiro clube a prontificar-se a ajudar a população da Madeira, o Benfica vai emitir o seu canal nos EUA avizinhando-se mais um forte encaixe financeiro, e o Benfica vai finalmente dar asas ao sonho adiado de ter um museu, que segundo o projecto será qualquer coisa de inédito em Portugal.

Excelente!

FCP: 5 - Braga: 1


Tal como tinha previsto no meu post anterior, o Porto ganhou o jogo. E de que maneira!

Há uns anos atrás, o Mourinho, depois do Porto ter perdido uma final da Supertaça Europeia frente ao Milan, disse que alguém tinha que padecer por tal derrota. Na altura, a vítima chamou-se Sporting. Agora, depois da palhaçada do CD, quem padeceu foi o Braga. Tinha quase a certeza que o plantel azul e branco daria uma resposta cabal dentro de campo.

Foi na verdade uma grande vitória, com uma grande exibição. Ao contrário do que o Domingos disse, não foi o Braga que cometeu erros defensivos, foi sim uma grande exibição do Porto! Foram 5, mas até podiam ter sido mais. O Porto, tal como previa, entrou com grande vontade de fazer golos e com muita vontade de sacar estes três pontos de grande dificuldade. O Braga, mesmo com esta pesada derrota, joga bom futebol e sabe pressionar a equipa adversária em zonas muito adiantadas do terreno, justificando por isso a defesa menos batida da Europa até ao jogo de hoje. Hoje sofreu quase tantos golos como tinha sofrido o resto do campeonato. E este dado é sintomático para o estrondo da vitória Portista.

Foi uma vitória sem espinhas, num jogo onde o colectivo esteve muito bem, proporcionado ainda exibições individuais muitíssimo boas. Foi o caso de Varela (para mim o melhor), Falcão (mais dois!), Micael (grande contratação!), Mariano (parece novo!), Fucile (as ganas habituais), o Meireles já esteve melhor e finalmente o Álvaro Pereira. Deixei o Álvaro Pereira para o fim pelos km que mais uma vez percorreu e pelo grande golo que marcou e que foi totalmente merecido, atendendo aos últimos jogos do Uruguaio. Há uns jogos que o ando a elogiar e por isso, o golo que marcou deixou-me muito satisfeito.

Para que esta vitória tenha algum significado, o Porto terá que ganhar em Alvalade, pois caso isso não aconteça, esta vitória figurará apenas como um dos grandes jogos do Porto no Dragão e aquilo que se pretende é que esta vitória ajude o Porto à difícil tarefa de chegar ao primeiro lugar!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O PALHAÇO PAVÃO COSTA


E pronto, a decisão lá foi comunicada com todo circo mediático que este Pavão Costa nos habituou. É curioso que só conheço este gajo a fazer todo este alarido nas suas comunicações. Foi assim na comunicação do Apito e foi também assim para dizer que Hulk e Sapunaru vão ficar fora dos relvados 4 e 6 meses respectivamente.

Por coincidência, na sexta-feira, Jorge Miranda criticava os magistrados por estes recorrerem com frequência ao mediatismo. Segundo este constitucionalista, os magistrados deviam manter o dever de reserva. O Pavão Costa, não. Este gosta de se exibir e só a sua voz irrita solenemente. O presidente do CD apareceu à frente dos jornalistas com uma pose de “amigo”, dizendo que afinal de contas o Hulk até acabou por ter uma “atenção”. Faz-me lembrar a “atenção” que o comércio tradicional nos faz à factura das nossas compras de natal. Tão amigo que ele é.

Mas para além de amigo, é mentiroso! Perguntaram ao gajo quais as diferenças para o túnel de Braga e os respectivos castigos (a propósito da suspensão preventiva). Diz ele que “neste caso "não houve expulsão", enquanto na Luz houve. "Como não houve expulsão, foi necessário primeiro abrir um inquérito, depois instaurar processo disciplinar, e só então saíram os castigos", acrescentou o presidente da CD da Liga, clarificando que a suspensão preventiva só se aplica para quem já tenha sido expulso e alvo de um processo disciplinar.". Mentiroso! Em Braga também houve expulsões.

Eu não sou advogado nem tenho tais intenções, mas aquilo que já aprendi permite-me concluir que as leis têm várias interpretações. Ora, o Pavão Costa interpretou a lei à sua maneira e à maneira que mais prejudicava o Porto. Isto é claro! O Pavão Costa interpretou a lei de maneira a que uns meros seguranças fossem considerados agentes desportivos. O mesmo agente desportivo que foi ao aeroporto dar um estaladão ao empresário do Moretto. Ele há coisas fantásticas, não há? É um agente que tanto anda no aeroporto como nos túneis.

Como disse, não sou nem quero ser advogado, mas li o que um disse: “O jurista Carlos Abreu Amorim considera que as justificações de Ricardo Costa, ontem, no anúncio dos castigos aplicados pelo CD da Liga a Hulk e Sapunaru, não passam de uma "falácia" e má fé. E vai mais longe quando afirma que o resultado final deste processo do "caso do túnel da Luz" é "uma vergonha do ponto de vista jurídico".

Eu não quero, obviamente, absolver o Hulk e o Sapunaru. Nada disso! Erraram e portanto têm que ser castigados. Agora, o que não admito é que nos façam passar por parvos. Não posso compreender como é que, por exemplo, o Pepe agride como se não houvesse amanhã um colega de profissão e leva 10 jogos de castigo e o Hulk, que agride um segurança privado leva vinte e tal jogos de castigo! Vergonhoso! Moral da história, compensa contratar uns cangalheiros para se meter nos túneis, pois a multa é quase a mesma do que uma mera troca de calções. É verdade, o Olhanense teve que pagar 1.400€ por não ter utilizado os calções regulamentares, ao passo que o Benfica pagou 1.500€ pelas bocas dos seguranças, que segundo sei não tinham nada que estar no túnel. Mas isso são outros quinhentos!

Em suma, palhaçada total do maior palhaço do momento! Valha-me ao menos a quase certeza que tenho da vitória frente ao Braga daqui a pouco. Os jogadores uniram-se, ficaram (espero eu) raivosos de tanta estupidez e vão comer relva logo mais. O Porto, Tetra-Campeão, normalmente reage bem a este tipo de situação!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Que prosa de baixo nível

Independentemente das razões que invoca, justas ou injustas, o texto do comunicado oficial do FCP relativo aos castidos de Hulk e Sapunaru é de um baixo nível inacreditável.

Não consigo encontrar diferenças entre este comunicado e muitos posts de blogs radicais, que por aí existem por essa blogosfera fora.

E quando se tem dirigentes assim, o que se pode esperar dos jogadores?

O ponto 6 então, é de uma preciosidade rara. Vai ficar na minha memória durante um largo tempo

Enfim, acho que FCP poderia e merecia ter-se defendido com mais classe, sem que comprometesse a eficácia da sua defesa.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Benfiquistas Divididos

Porto-Braga. Qual o melhor resultado para o Benfica?

É esta a conversa da semana entre os benfiquistas. Para mim o melhor resultado é o Benfica ganhar em Leixões na próxima jornada. Porque se os encarnados vencerem os 10 jogos que faltam é campeão, e o resultado deste jogo passará a ser mera estatística.

O Benfica é primeiro com 1 ponto de avanço de Braga que tem menos um jogo, e terá de ganhar no Dragão para colocar o FC Porto definitivamente no terceiro lugar da Liga. O FC Porto é terceiro e tem de ganhar ao Braga para manter o terceiro lugar e efectivar os 6 pontos de atraso do primeiro e os 5 pontos de atraso do segundo. O empate coloca o Braga empatado com Benfica e FC Porto a 8 pontos dos dois primeiros.

Este último resultado talvez seja melhor para os encarnados. O FCP fica a oito pontos, ficando a depender fortemente dos tropeções do duo da frente, e o Sp. Braga fica empatado com o Benfica na dianteira, que por sua vez receberá os arsenalistas na Luz, tendo aí o Benfica uma grande possibilidade de se afastar definitivamente dos bracarenses.

Por isso voto no empate. No entanto, há um resultado que não queria mesmo que acontecesse: a vitória do Braga. A acontecer daria um elan, quem sabe decisivo a esta equipa, embora me dê um gozo especial ver o FCP fora da Liga dos Campeões do próximo ano, principalmente pelas consequências financeiras e de reforço do plantel, que tal resultado poderia vir a ter.

Mas se me perguntarem qual vai ser o resultado, digo que o FCP vai ganhar, e teremos campeonato até ao fim, até porque o portistas recebem o Benfica na penúltima jornada.

As Contas de Matemática para o Benfica ser Campeão 2009/10

Estamos a chegar aos grandes momentos de decisão da época. Não só desportivamente, mas também financeiramente, na medida em que vários clubes Europeus se começam a posicionar na linha da frente para contratar alguns jogadores encarnados. Jogadores esses que por exemplo para Eduardo Barroso e outros analistas nacionais o Benfica não possui.

É ridículo o que se tem dito de muitos jogadores do Benfica desde o início da época. É uma difamação constante, que é inversamente proporcional aos seus desempenhos desportivos. É o David Luiz - "que só dá porrada" - o Di Maria - "que nem para futebol de salão serve" - do Cardozo - "que só falha penaltis e contiua a ser um tosco" - o Javi Garcia - "que só dar porrada, e está a perder pulmão" - o Ramires - "que já deu o berro" ou o Saviola - "que veio a Portugal passar vacaciones".

Mas para mim as contas são fáceis. Faltam 10 jogos, na pior das hipóteses o Benfica tem de ganhar os 5 jogos que faltam jogar na Luz fazendo 15 pontos e roubando dois ao Braga, uma vez que um desses jogos é precisamente com os arsenalistas.

Depois fora tem de ganhar 3 dos 5 jogos - começando preferencialmente já com o Leixões - e tentar empatar 2 ou mesmo perder um desses dois.

Isto se FCP e Braga não perderem mais pontos pelo caminho, o que também não será muito provável.

Toques de Cabeça

SOBRE A ALQUIMIA DA ARBITRAGEM E OS DEDOS DA NEREIDA
Por JMMA



Domingo, depois de ter assistido pela TV ao jogo do Braga, pedi para só ser incomodado em casos de extrema urgência como, por exemplo, a hora da comida. Decidi retirar-me do mundo e só ressurgir na quarta-feira de cinzas. Durante dois dias e duas noites, enquanto o povo se entregava alegremente aos tradicionais folguedos de Momo – eu estive recolhido em mim mesmo, repensando as coisas. Foi uma longa, mas finalmente proveitosa viagem interior, da qual voltei como uma nova visão da vida e dos homens, especialmente os do apito. Não sei se a Humanidade está pronta para estas revelações, mas não quero pensar que todo o meu trabalho em não fazer nada tenha sido em vão.

Comecei com um ritual alentejano. Deitado de costas, de olhos fechados, exortei o meu corpo a abandonar as tensões acumuladas da 19.ª jornada do Campeonato. «Pés, esqueçam tudo. Dedos: tudo vai acabar bem. Eu sei, o dedo gordo está preocupado com a miopia de Jesualdo; já só consegue ver dois penaltis por marcar em cada deslize do Porto; mas não há razão para preocupações. Joelhos, o que é isso? A manipulação no futebol é uma possibilidade remotíssima. Vocês devem confiar no Braga e na seriedade dos seus dirigentes. Tu aí, músculo adutor direito, não tens que cismar mais no golo com bola fora. Etc., etc.» Quando até o meu último fio de cabelo estava, finalmente, relaxado, dormi durante 15 horas e acordei com a primeira grande Revelações do meu letargo.

Primeira Revelação: a maior prova de que a Criação é imperfeita (logo a seguir à arbitragem quando se perde) é a existência das unhas dos pés. Quase perdi o sono com a sensação desta descoberta. Não há justificação para as unhas dos pés em nenhum desígnio da Criação. As unhas dos pés são um erro de Árbitro. São a única coisa absolutamente inútil do corpo humano. Os dedos dos pés, sim, têm uma razão para existir. Ajudam – dão uma mão por assim dizer – no equilíbrio do corpo. E já que mais não seja servem para segurar as sandálias no Verão. Mas as unhas dos pés não têm qualquer aplicação prática. E o facto de persistirem através das gerações, denuncia uma grande incompetência de quem nos arbitra. A partir das unhas dos pés, a gente começa até a questionar outras intenções do universo. Se as unhas dos pés apenas existem porque sim, então tudo é de esperar do Árbitro. Até golo com bola fora!

Depois dormi mais 7 horas e acordei com a Segunda Revelação: as unhas dos pés têm uma função que ainda não nos foi revelada. É isso! As unhas dos pés são a chave de tudo. Um dia saberemos a serventia das unhas dos pés, o homem conhecer-se-á pela primeira vez e, finalmente, compreenderemos o Árbitro.

Um dia saberemos. Nem que seja só no próximo Carnaval. Ou, quem sabe, o corpo da Nereida possa revelar algum segredo. Por baixo dos sapatos, só pode.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

FCP: 2 - Arsenal: 1


O Porto ganhou, provavelmente, com um golo que ficará na história do Dragão como um dos golos mais fáceis de sempre. Se é um golo ético? Provavelmente não. Mas também é verdade que na história do futebol há vários casos semelhantes. Lembro-me de um golo há 1 ou 2 anos marcado pelo Man United em Roma (se não estou em erro do local), lembro-me de um golo marcado pelo Barcelona ao Sporting e lembro-me, caso o Wenger se tenha esquecido, que o mesmo Arsenal marcou um golo semelhante ao Chelsea no último minuto do jogo. Por isso, embora não considere o melhor exemplo de ética, são coisas do futebol, sendo que eu tinha feito precisamente o mesmo que o Rúben fez. Se fosse ao contrário, estávamos a ser chamados de anjinhos e o Wenger tinha rasgado o sorriso que rasgou, na última vez que o Porto foi a Londres jogar contra o mesmo Arsenal. Cá se fazem, cá se pagam!

Posto isto, há que dizer que o Porto fez pela vida, considerando este resultado como positivo, já que a segunda mão será totalmente diferente daquela que resultaria de um empate caseiro com golos. Neste caso, o Arsenal terá obrigação de marcar, ao passo que o Porto pode jogar como tanta gosta, ou seja, com transições rápidas (como o Jesualdo tanta gosta de dizer) e na expectativa.

Ainda abafado com a correria que fiz para chegar a horas ao jogo, eis que sou brindado com o golo do Varela que, sendo um frango do GR, vale pelo nó cego que este fez ao Clichy (já tentei contratar este fulano no PES, mas o gajo não aceitou a minha proposta – Bem Feito!). Passados 5 minutos, ainda o defesa esquerdo do Arsenal andava à procura dos seus rins. Na verdade, o FCP entrou cheio de vontade e nos 10 primeiros minutos criou algumas situações de aflição à defesa contrária, merecendo por isso o golo. Depois, bom, depois veio à tona a qualidade do meio campo Inglês (que de Inglês tem pouco, já que do 11 inicial só 1 era da terra de sua majestade) e o carrossel começou a funcionar. Nesta altura não restava muito mais do que tentar controlar as voltinhas do meio campo adversário e fazer pela vida. A propósito, há que dizer que o Fernando está muito baixinho, quando comparado com o ano passado e o Meireles não tem, neste momento, lugar no 11 inicial.

A segunda parte do Arsenal foi mais “controlável”, já que o carrossel Inglês sentia grandes dificuldades para imprimir velocidade e portanto as moedinhas começavam a dar cada vez menos voltas. Aproveitou o Porto para melhorar as marcações e se tivesse marcado mais um, não era totalmente descabido. Nota, uma vez mais, para o Álvaro Pereira. Depois de um início de época muito duvidoso, começo a gostar cada vez mais dele, pois deixa tudo em campo e faz Km como se não houvesse amanhã, sendo que só de o ver, fico cansado. Sim senhor – espero que não dê o estoiro um dia destes.

Em suma, foi uma vitória muito importante e se não for por mais nada, ao menos pelos Euros que rendeu. Bem feita ao Wenger, pois o seu sorriso não foi esquecido.


Reparem agora no relato do segundo golo, quando o jornalista diz "agora não vale", seguido, depois de perceber que árbitro validou o golo, do habitual festejo da rádio - Muito bom!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O que diz Arsène Wenger do FCP


Diz o técnico do Arsenal, no lançamento do jogo de amanhã:

"O F.C. Porto é um clube como o Arsenal, com uma boa academia e um grande scouting. Compram muitos bons jogadores em Portugal e não só. No Brasil, por exemplo. Vejam o caso do Anderson, que está na Premier League a jogar pelo Man. United e apareceu no F.C. Porto», lembrou Arsène Wenger."

Concordo, sendo que os próximos a sair do Porto a peso de oiro serão:

- Rubén Micael;
- Varela;
- Hulk.

Não tendo qualquer critério na ordem desta lista pessoal, creio que serão os próximos a irem de vela.

Espero que o Hulk esteja realmente furioso com a palhaçada que lhe estão a fazer, pois ter um jogador unicamente para jogar na Champions, sai muito caro. Estamos quase a cumprir 2 meses desde a suspensão do Brasileiro sem qualquer decisão, que sairá certamente quando as coisas estiverem resolvidas. Mais uma vez o Porto é a "lebre" para novas regras. Se depois estas regras são seguidas, não importa!

Leixões: 0 - FCP: 0


Mais vale tarde do que nunca. Isto é o que se pode dizer pelo atraso no comentário ao último jogo do Porto. Durante a semana o trabalho tem sido, felizmente, muito e durante o fim-de-semana até fico cansado só para ligar o PC.

Foi, na verdade, um empate muito comprometedor, sendo que o título começa a ficar mais longe. O próximo jogo contra o Braga assume contornos épicos e, em caso de empate ou derrota, atira quase definitivamente o Porto para canto.

Quanto ao jogo de Matosinhos, ele até á fácil de resumir: Falta de eficácia e o senhor Paixão. Vamos por partes.

O Porto pode e deve assumir a falta de eficácia, pois o desperdício foi muito e uma equipa que quer ser campeã sem jogar “noutras frentes” tem que ser, evidentemente (esta palavra que o Carvalhal tanto gosta de dizer), mais eficaz. E o jogo até podia ter sido tão fácil. Bastava para tal ter marcado um golito e o Leixões, digo eu, tinha encaixado 3 ou 4. Não marcou, os nervos foram crescendo, o discernimento diminuindo e o resultado foi de 0-0.

Depois, o senhor Paixão. Devo dizer, porém, que este árbitro está bem melhor. Há uns anos atrás, num famoso jogo em Campo Maior, não viu uma meia dúzia de Penaltis que o Jardel sofreu. No Sábado ficou por dois. Bem melhor! Sim, pois para mim há 2 grandes penalidades. Na primeira consegue transformar uma obstrução, seguida de atropelamento em falta contra o Porto – curiosamente logo a seguir assinala uma falta ao Varela num lance igual e onde se percebeu a falta de critério – Excelente. A segunda é incrível. O homem está a 5 metros de distância e não vê aquilo que toda, repito, toda a gente viu. Há realmente coisas incríveis.

E pronto, assim se perdem dois pontos!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Jesualdo Ferrerira: Areia para os olhos (dos adeptos do FCP)

 

A antipatia que nutro por Jesualdo é talvez comparável à antipatia que os portistas (de forma genérica) nutrem pelo Scolari. Embirro com o homem. Acho-o fingido, simulado. Ri para quem precisa.

O Juju até é bom treinador, mas as suas intervenções soam sempre a falso. Parece que está sempre a teatralizar. E quanto mais apertado se sente, maior a figura de tolo que personifica.

Foi assim quando foi transferido para o FCP, recorrendo insistentemente a críticas baixas ao Benfica e elogios fáceis ao seu recente clube, tentando de forma artificial “comprar” os adeptos portistas. Algo que por exemplo, Fernando Santos nunca precisou de fazer.

Nesse período só faltou dizer que era portista desde pequenino, mas até então não o tinha assumido porque o pai não deixava.

É assim sempre que ganha no último minuto, e vem para a conferência de imprensa com um argumentário científico tentando demonstrar que a vitória nunca esteve em causa.

Lembro-me por exemplo do célebre Porto-3 Benfica-2, onde chegou até a dizer que o golo marcado após um lançamento de linha lateral nos descontos tinha sido treinado na véspera.

Ou do Nacional-Porto da época passada, quando um jogador insular colocou a mão na bola dentro da área já no período de descontos, após um inofensivo remate de fora da área, e disse que a vitória nunca esteve em causa.


Este ano até tenho ignorado algumas intervenções de Jesualdo, muito por culpa do protagonismo assumido pelo seu Presidente, mas a conferência de imprensa após o jogo com o Leixões é difícil de deixar passar.

No final da partida com o Leixões, Jesualdo Ferreira destacou o jogo de grande qualidade da sua equipa, que fez tudo para ganhar. Tudo menos estranhamente, aquilo que atesta as vitórias, acho que se chama golo, mas que o árbitro não terá permitido. Ou terá sido o Varela?

Ou seja, da parte dele, fez tudo o que lhe competia, a equipa joga que é uma delícia, os estádios enchem-se para ver jogar esta maravilha que é a máquina de Jesualdo, a imprensa internacional desdobra-se em elogios, chovem propostas pelos melhores atletas do FCP, e não há jogador que não queira fazer parte daquele grupo de trabalho.

O problema é que parece que no futebol, isto não chega. Quando o árbitro mostra um cartão amarelo ao Rúben Micael – lance descrito como capital pelo treinador portista –, sabemos que «a linha do campeonato está traçada e que vai ser muito difícil para o FC Porto». Quando um guarda-redes é expulso por jogar a bola com a cara, a linha do campeonato não está traçada. Quando um defesa é expulso por jogar com o peito, a linha do campeonato não está traçada. Quando Falcão marca golo com a mão, a linha do campeonato não está traçada. Quando se inventa um penalty e se expulsa meia equipa do Nacional, a linha do campeonato não está traçada. Porém, quando há um amarelo a Rúben Micael, meus amigos, aí não há dúvidas.

E depois aquela história do anti-jogo. Queres ver que as equipas pequenas só fazem anti-jogo contra o FCP? O Benfica-Marítimo da primeira jornada, foi o jogo com menos tempo útil do campeonato, por exemplo. Mas parece que aí, a linha não está traçada na cabeça de Jesualdo.

E não é só o FCP que empata, porque há penaltis que não são assinalados. Na recente visita do Benfica a Setúbal ficaram mais dois penaltis por assinalar. Mas parece que aí, a linha não está traçada na cabeça de Jesualdo.

Ó Jesualdo, tu queres apostar em como, apesar da excelência do teu trabalho, que só pelos senhores do apito é sabotada, vais ser posto a andar no final desta época? Tu queres ver que, se calhar, o teu patrão não concorda nada que tu não tenhas responsabilidades nesta grande temporada que estás a fazer? Tu queres ver que já tens a linha traçada?

Irónica a declaração de Jesualdo a meio da semana quando diz que "este ano vai-me dar um gozo especial ganhar". A mim vai-me dar um gozo especial ver-te em terceiro e à procura de clube.

Apetece-me dizer: Ó Jesualdo vai-te encher de moscas mais o teu mau perder.

Frase da Época

"Esta época a arbitragem não nos tem beneficiado em nada", Bruno Alves, após o jogo do Leixões

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Benfica:1 Belenenses:0

Exibição "qb" do Benfica. Se o futebol fosse patinagem artística, esta porventura teria sido a exibição menos pontuada da época.

Mas como futebol são golos marcados e sofridos, o Benfica cumpriu os objectivos: vencer. E nesta altura é isso que importa, "bola para o mato que o jogo é de campeonato".

Quase 50.000 espectadores na Luz, demonstram que a onda vermelha continua no seu esplendor.

Faltam 10 jogos.

Entrevista de João Manuel Pinto ao Jornal "i"

Está bem expressa aqui a cultura do FCP.


Então e no FC Porto como era ver os jogos com o Benfica e assistir ao clássico Paulinho Santos-João Vieira Pinto?

Não era nada fácil. O Paulinho era um jogador muito violento, queria ganhar tudo. Eu ria-me com aquelas coisas. Não aceitava, mas pronto - os clássicos são uma guerra. O Paulinho detestava o João. Perdão. O Paulinho detestava o Benfica e detestava o João por este ser o melhor jogador do Benfica na altura. Ele ia para a guerra com o objectivo bem definido: dar no João Pinto. Transformava-se noutra pessoa. E ninguém lhe podia dizer nada para o tentar acalmar porque senão ele ainda ficava chateado connosco!


Mas o João Manuel também teve os seus momentos. Como aquele com o João Vieira Pinto, quando um estava no Benfica e outro no Sporting.

Assumi a culpa. São coisas que não se deve fazer. Cuspi-lhe na cara e não o devia ter feito. Mas acredite que fiquei muito chateado com o João no último dérbi em casa, no velho estádio da Luz (2-2, 15 de Dezembro de 2001), quando ele disse aos jornais que eu devia ter sido expulso por ter dado muita porrada. O que é mentira, é só ver o vídeo! E eu disse para mim: "Para a próxima, cá te espero!" No jogo de Alvalade [1-1, 7 de Maio de 2002] andei o tempo todo à procura dele e não consegui ter nenhum contacto físico com ele... O treinador [Bölöni] pô-lo nas linhas e eu nunca consegui apanhá-lo a jeito para lhe dar uma fruta e lhe dizer ao ouvido algumas que não ficaria bem dizer aqui. Depois cuspi-lhe na cara e não o devia ter feito. No final do jogo tentaram apanhar-me, mas nós ficámos a bater palmas ao público e tal. Nunca mais falei com o João, nem ele tem nada de que falar comigo.


Lembra-se do caso Weah?

Havia sempre alguns empurrões aqui e ali. Mas só estive realmente envolvido numa rixa horrível no célebre FC Porto-Milan [20 de Novembro de 1996, 1-1] nas Antas. Foi violento. Aquilo vinha de trás. O Jorge tinha pisado o Weah lá em Milão [3-2, para o FC Porto]. Todos vieram dizer que o Jorge tinha chamado "preto" ao Weah, mas conhecendo o Bicho não acredito nisso. O que aconteceu lá em Milão foi que o Jorge lhe pisou o dedo. E isso toda a gente sabe que foi de propósito. O Jorge era muito frio e físico, e o Weah teve o azar de ter marcado o golo e ter ficado no chão. O Jorge saltou e pisou-lhe o dedo, e o dedo ficou muito feio [risos]. No túnel das Antas foi tudo muito rápido e planeado pelos italianos. O treinador deles [Oscar Tabarez, uruguaio] fez um sinal ao Rossi para ir rapidamente para o túnel - e ele era grande, pá, nunca vi um guarda-redes tão grande como aquele homem! - e o Weah logo a seguir. O Jorge, inocente, não reparou. E quando olha para trás, o Weah manda-lhe uma cabeçada. Só vi o Jorge voar dois metros no túnel. E depois foi o que foi. Andámos todos ali à porrada.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sporting-1 Benfica-4

 


Qualquer equipa que queira ganhar moral joga com o Sporting. Foi assim com o Braga, FCP, Académica e agora Benfica.

Depois de Nacional, Guimarães, Rio Ave e Sporting, que venha o FCP, para ganharmos o mini-campeonato (Taça da Liga digo).

domingo, 7 de fevereiro de 2010

V. Setúbal:1 Benfica:1

 

Tenho sempre receio destes jogos, com equipas que estão mal classificadas e que teoricamente são mais fracas.

O Benfica tem uma atracção natural para perder pontos com equipas que no final do campeonato descerão de divisão. Foi assim o ano passado com o Trofense (casa/fora) e o Belenenses (fora), e este ano já perdemos pontos com o Olhanenses e agora com o V. Setúbal.

Depois de ver os primeiros 10m logo percebi que os encarnados estavam a pôr-se a jeito. Pouca intensidade, pouca agressividade, e à espera que o jogo se resolvesse por si. Deu-me ideia, que o Benfica estava a ver se não se cansava muito.

E quando assim é, depois não se pode queixar da arbitragem, da sorte ou do azar.

Sorte que acompanha os campeões, e que neste jogo também não quis nada com o Benfica. Depois de Cardozo ter falhado a grande penalidade no último minuto, lembrei-me do penalti que o Leiria falhou no Dragão também no último minuto. Se os marcadores destes lances tivessem feito a sua obrigação haveriam mais 4 pontos a separar FCP e SLB. Sorte para uns azar para outros. Espero que isto não queira dizer nada no final do campeonato.

Mas que este jogo deixou-me sobremaneira irritado, lá isso deixou. Azia, muita azia. Alguém tem para aí um Eno!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Grande elogio

«O Benfica é a melhor equipa do campeonato. Actualmente o Benfica pode enxovalhar qualquer equipa portuguesa».

Manuel Fernandes, treinador do SCP

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Toques de Cabeça

UMA LIÇÃO EM FORMA DE PONTAPÉ
Por JMMA

 

Há dias, numa crónica do DN, vi recordado de uma forma superiormente inteligente, o famoso pontapé que Cantona deu a um adepto que o insultou. «Faz hoje 15 anos que um grande jogador de futebol reconheceu em mim um igual», dizia o articulista (Fernandes Ferreira). Cantona acabava de ser expulso, num jogo do seu Manchester United contra o Crystal Palace. Descera a gola alta com que habitualmente jogava, símbolo da sua entrega ao jogo, e foi com gola de cidadão comum que regressava ao balneário. Foi então, a dois passos, que um rapazola o insultou, julgando-se protegido pela contenção que manieta as vedetas. "Volta para França, mais a puta da tua mãe."

Há pessoas assim: fãs, adeptos, gente oportunista, e até stewards, que se valem da sua inferioridade para dizer tudo aos famosos porque eles estão açaimados pelo dever profissional… Estou a lembrar-me de Nereida, que, numa espera premeditada a Cristiano Ronaldo à saída duma discoteca em Maiorca, no Verão passado, se fez fotografar, num gesto obsceno, a chamar maricas ao craque do Real Madrid. Ronaldo sai de cena de cabeça baixa como se não fosse nada com ele, mas se naquele instante tivesse enfiado uma patada na socialite despeitada, quem não o compreenderia?
Foi o que fez Cantona. Voou para o cobarde. «E – continua o articulista – com aquele pontapé soberbo ele disse que não me desprezava, tinha-me por responsável pelo que eu dizia.» Custou-lhe a condenação em tribunal com uma pena de duas semanas de prisão efectiva (note-se como estas coisas em Inglaterra não se ficam pela Comissão Disciplinar da Liga…), além de nove meses de suspensão pela federação inglesa. Pois custou… Mas, para a História, não ficou ninguém a passar culpas para a organizador do jogo, nem para a insídia das imagens, nem para ao clube adversário, e muito menos quem se esmifrasse em argumentos especiosos a amesquinhar as decisões da justiça, ou a subestimar a gravidade do acto.

Igual dignidade teve Zinedine Zidane ao enfiar uma cabeçada no peito de Marco Materazzi, ao que se diz, por este lhe ter difamado a irmã. Valeu-lhe a expulsão no jogo da final do Campeonato do Mundo de 2006, por azar dos azares o último jogo oficial duma brilhante carreira. Reprovável? Sem dúvida. Mas alguém deixou de o respeitar por isso? E no entanto, em circunstância alguma vimos Zidane a furtar-se ou alguém a tentar furtá-lo às suas responsabilidades.

Comparar estes exemplos com as tentativas despudoradas de desculpabilização dos prevaricadores no caso do túnel do Benfica – Porto, confesso que até me dá pena. O que faz a clubite! Uma pessoa é aparentemente normal, com um discurso fluente e articulado, sensato e justo, quando a conversa muda para a bola os estores do seu pensamento fecham-se completamente. Nos casos mais graves, como é o de MST a defender o indefensável mau perder dos portistas na Luz, essa pessoa aparentemente normal pode mesmo pingar baba pelos cantos da boca. Deita pela borda fora todas as aquisições da inteligência nos últimos três mil anos: a lógica, o bom-senso, a razão, a ética – e de certa forma é como se regressasse às cavernas. E depois há sempre quem aplauda. Não é estranho?

Cantona e Zidane erraram, assumiram a responsabilidade dos seus actos, pagaram por eles. Nada de subterfúgios, nada de chicanas, nem discursos passa-culpas. Por isso, amigos portistas: acho bem que defendam a dignidade dos vossos atletas. Que condenem os insultos, se os houve. Que procurem compreender a razão dos seus actos. Mas não os desculpabilizem. Assumam as responsabilidades inteiras. Até para, na próxima (infelizmente nestas coisas há sempre uma próxima), melhor as poderem exigir aos outros. É mais inteligente e digno.

Benfica:3 U.Leiria:0

 

Aumentem o preço dos bilhetes já!

Os dirigentes do Benfica, deviam aumentar o preço dos ingressos pelo menos em 50%.

Ir hoje ao Estádio da Luz, é ver um espétaculo de luxo. Ver Aimar, Saviola, Cardozo, Di Maria, Javi Garcia é um privilégio, que tem de ser pago. Hoje vi jogadas entre estes jogadores que mais pareciam copiadas do Bailado dos Cisnes, de Tchaicovsky. 

Aliada a esta classe, ainda temos a certeza que veremos a equipa marcar pelo menos 3 golos.

Foi um jogo com pouca história, e com sentido único. Deu até para ver o Benfica jogar de “pantufas”, emprestando pouca intensidade ao jogo, esperando que o talento natural resolvesse o jogo. Marcou cedo, cedo percebeu que iria ganhar o jogo, e cedo percebeu que a U. Leiria não tentaria fazer muito mais do que defender.

50 golos em 18 jogos é obra. Os adeptos continuam apaixonados por esta equipa.

Começou a contagem decrescente: Faltam 12 jogos!

Se podíamos ganhar sem massacrar? Podíamos, mas não era a mesma coisa!


Benfica 3 - U. Leiria 0 3 Fevereiro 2010

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pois...

O «gladiador» não descarta um regresso ao futebol europeu, onde já representou o Dínamo de Kiev: «Se aparecesse um Milan ou um Real Madrid, é complicado não querer ir. Sabemos que o F.C. Porto foi campeão, mas não é uma equipa que lute tanto por títulos europeus.» 

Aqui

O FCP NO RIO DE JANEIRO


Foi o Kléber, mas ficou a fama do Porto no Brasil!

Foto curiosa enviada por um leitor do FootBicancas

FCP: 5 - SCP: 2


Grande exibição! E até que enfim. Festival!

1º comentário que gostava de fazer: É caso para fazer a pergunta que os jornalistas fizeram ao Jesualdo: “aonde andava este Porto?”

2º comentário: Oh Jesualdo, põe lá o Mariano com a braçadeira de capitão daqui para a frente! O gajo esteve maluco! Grande jogatana e Grande golo. Chiça!

3º comentário: pela primeira vez esta época, vi o Porto jogar com vontade do início ao fim. Agora, só espero que mantenha este registo, pois caso o consiga, dificilmente perderá mais pontos. Bem sei que não é fácil, mas deixem-me pensar assim neste momento.

Na verdade o Porto fez um grande jogo e mesmo quando sofreu o empate, com um golo do Sporting tipo totoloto, soube reagir e tomar novamente conta do jogo. Há muito que não via o Porto desta forma, tão decidido, confiante, contundente e com capacidade de concretização. O Sporting não teve grandes hipóteses, sendo que prefiro ver o copo meio cheio, ou seja, julgo que foi o Porto que fez um grande jogo e não o Sporting que fez um mau jogo. O Sporting jogou o que conseguiu.

Então o que mudou? Para mim, fundamentalmente a atitude. O Porto, mesmo quando se apanhou em situação de vantagem, não fez o habitual, isto é, continuou a carregar, não adormecendo e, principalmente, não deixando que a equipa adversária ganhasse confiança.

Como mudou? Os jogadores que ontem estiveram em campo foram muito competentes. Mais uma boa exibição do Rúben (à atenção do Queiroz), não deixando margens para dúvidas: é realmente um excelente reforço e vê-se que o Madeirense joga com critério. Joga para a frente quando tem que jogar, conseguindo criar rupturas na defesa contrária, joga para o lado quando tem que jogar, coloca a bola no espaço vazio quando vê que a sua zona de terreno se está a transformar numa cabine telefónica e remata sempre que pode. Sim senhor! O Belluschi voltou a ter um registo muito positivo com o Rúben a seu lado. Repito o que já disse no Sábado: Cuidado Meireles! Falcão fez o habitual, sendo que já não fico admirado por mais dois excelentes golos do Colombiano. Varela, excelente (à atenção do Queiroz)! Fez gato e sapato do Grimi, contando sempre com muito apoio do Fucile. Do outro lado, o Álvaro Pereira voltou a estar muito bem e finalmente um relevo para o Maicon. Jogo muito sério e deixo um aviso ao Bruno Alves, tal como deixei ao Meireles: Cuidado!

Em suma, ontem fiquei de barriga cheia vendo uma equipa sem 5 dos habituais titulares, mas nem por isso mais fraca. Venham de lá mais exibições e resultados como este.

Pinto de Sousa a Julgamento hoje

Dezasseis arguidos vão começar a ser julgados hoje no processo da alegada viciação da classificação de árbitros de futebol e observadores nas épocas de 2002/03 e 2003/04, resultante de certidão extraída do processo Apito Dourado.

Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de 1983 a 1989 e de 1998 a 2004, e um dos que prestou reverência a Pinto da Costa nas escutas divulgadas no Youtube, é um dos arguidos neste processo, acusado da prática de 144 crimes de falsificação de documentos.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Miguel Sousa Tavares, in Abola


Mais uma crónica, mais uma opinião com a qual concordo por inteiro! Mais questões, muitas questões que soam a "Deus me livre". Note-se que o MST ainda não sabia dos castigos que os jogadores do Braga foram presenteados. É do tipo: Agora que arrumamos dois do Porto, vamos arrumar dois do Braga, uma vez que estes estão a trepar muito...

A juntar a tudo isto, soube-se que o CD convocou hoje, hoje, logo hoje que o Porto jogará com o SCP o jogo da Taça, o Rubén Micael para este este fosse ouvido no âmbito do processo do túnel da Luz - são tantos os túneis, mas este é do jogo Benfica - Nacional. Começa a ser muita coisa ao mesmo tempo...

Depois do relatório dos dois delegados da Liga ao Benfica-FC Porto de 20 de Dezembro, depois do relatório do próprio instrutor do processo, eis que surge o terceiro e decisivo elemento de prova do que realmente aconteceu naquele mal-afamado túnel, naquele final de tarde: o relatório da PSP (de Lisboa, senhores!), referido pelo Expresso de sábado passado. Nele se escreve que os incidentes «ocorreram APÓS provocações verbais dos stewards da Prossegur», ao serviço do Benfica. Assim, e de uma penada:

a) — a Prossegur vai ter de explicar como é que tem ao seu serviço seguranças que vão esperar jogadores à saída de um jogo, enfiando-se no túnel a provocá-los e como é que, ainda por cima, mentiu publicamente sobre esse facto;

b) — o Benfica deveria explicar como é que consente tais comportamentos de um pessoal por si contratado; e

c) — a Comissão Disciplinar da Liga vai ter de explicar como é que tem dois jogadores suspensos preventivamente há dois meses por terem reagido fisicamente a provocações (leia-se, insultos) verbais de quem, afinal de contas, tem por missão evitar problemas e não criá-los. Eu sei que cada um é como é, mas eu, se me chamarem «filho da p****», não retribuo com um sorriso.

«Mão amiga» disponibilizou anteontem, no site de A BOLA, as célebres imagens do túnel — tal como era de prever, a partir do momento em que se descobriu que as imagens não são meio de prova legítimo para procedimentos disciplinares. Aqui, no Rio de Janeiro, onde estou, devido a dificuldades com a net não consegui ver mais do que escassos segundos desse filme de série B. O suficiente para perceber que as imagens não são contínuas, mas sim montadas, e que, convenientemente também, não há som ambiente, para ouvirmos as tais provocaçõezinhas verbais dos senhores da Prossegur. Mas o pouco que consegui ver, também serviu para apurar duas coisas estranhas: uma, que eles não estavam à espera dos jogadores pacificamente encostados à parede ou à conversa entre si, mas sim alinhados a meio do túnel, virados para a sua entrada e em atitude de quem tem alguma coisa ensaiada; e outra, que um misterioso personagem civil, de fato escuro, percorre duas vezes a fila dos seguranças falando discretamente com eles. Adorava saber o que lhes terá dito… Mas uma coisa me basta, nesta altura do campeonato: quando aqui há umas semanas escrevi que isto me começava a cheirar a «emboscada no túnel», ainda só tinha a versão dos jornalistas benfiquistas — com os «factos» já apurados pelo testemunho benfiquista, e a sentença já dada, de acordo com as denunciadas intenções da CD. Pois, agora, já não tenho dúvida alguma: os factos foram deliberadamente deturpados, os réus estão trocados e o túnel da Luz tem de ser investigado a sério.

Rúben Micael e Cléber, ambos então jogadores do Nacional, já tinham dito que se passavam estranhas coisas no túnel da Luz, que mereciam ser investigadas. Na semana passada, eles confirmaram as declarações e o Benfica respondeu com um comunicado não muito elegante, acusando o Rúben de já estar a mostrar serviço ao FC Porto. Infelizmente para o Benfica, porém, as televisões repescaram e puseram no ar as declarações de Rúben Micael, feitas na altura, em Outubro passado, quando nem ele nem o FC Porto suspeitavam ainda que se iriam encontrar. E também ficámos a saber que já na época anterior, naquele mesmo local, também houve umas provocaçõezinhas aos jogadores ou «agentes desportivos» do FC Porto, mas que não acabaram em vias de facto, nem foram registadas pelas câmaras, porque estas, coincidentemente, tinham sido desligadas de véspera… Mais estranho ainda foi saber também que já então a PSP enviara um relatório desses factos à CD da Liga — a qual não viu motivo para agir, de forma alguma. Tanta coisa que afinal acontece naquele túnel e só agora é que os justiceiros se preocupam com ele!

Apurado assim o que, de facto, aconteceu no túnel do Benfica, desmentida por quem de direito a versão entusiasticamente acolhida desde logo pela imprensa ao serviço do Benfica, resta enquadrar juridicamente tais factos para chegar a uma decisão.

Pois bem. Como já se percebeu, é intenção da CD não penalizar nunca os jogadores do FC Porto em menos de três meses de suspensão — qualquer coisa como uns doze jogos. É o que se infere da tranquilidade com que logo os pôs em suspensão preventiva até final do processo — o qual nunca demorará menos de três meses. Então, virá sempre aplicar-lhes uma pena que cubra todo o período de suspensão preventiva. E assim dirão que fizeram «justiça» e até foram brandos. Sem vergonha alguma.

Antes de ter visto a «verdade provisória» desmascarada pelos delegados e instrutor da própria Liga e pela PSP, a CD actuou como se estivesse em face do mais grave incidente jamais protagonizado por futebolistas num estádio português. Basta pensar que o Cristiano Ronaldo partiu o nariz com uma cotovelada intencional a um adversário e levou dois jogos de suspensão — reclamados pelo Real Madrid, com o apoio da nossa imprensa desportiva. E o João Vieira Pinto, depois de expulso pelo árbitro, enfiou-lhe um murro no estômago, em jogo dos quartos-de-final de um Mundial de futebol, com meio planeta a ver — e levou seis meses de suspensão, com reclamação da FPF e da nossa imprensa desportiva. Mas, para os jogadores do FC Porto, que apenas perante escassas testemunhas responderam a murro e a pontapé a uma provocação organizada de elementos estranhos ao jogo, que estavam onde não deviam estar (e por isso é que o Benfica é multado), a esses, a CD queria aplicar-lhes nada menos do que seis meses a três anos de suspensão!

O mais extraordinário para mim é pensar em como a cegueira e ódio clubísticos chegaram a tal ponto que haja gente, aparentemente razoável e bem formada, que ache isto possível e natural. E, para o fazerem, agarram-se ao argumento de que a lei, de facto, é absurda, mas é assim e há que aplicá-la.

Já foi explicado uma e outra vez, mas volto a explicar: a lei pode ser absurda, mas não é assim. Assim é apenas a interpretação que da lei quer fazer o dr. Ricardo Costa e a CD da Liga. O que a lei diz é que tais penas serão aplicadas a quem agredir «agentes desportivos» — mas não diz quem são ou devam ser considerados «agentes desportivos». E, vai daí e sem hesitar, a CD resolve que, tendo as pretensas agressões sido cometidas por jogadores do FC Porto sobre seguranças privados ao serviço de um clube, tais seguranças são automaticamente elevados à categoria de «agentes desportivos». Não é preciso ser jurista nem muito perspicaz para perceber que isto é uma batota descarada. Um agente desportivo, não sendo um jogador (porque, para agressões cometidas sobre esses, conta outra cláusula do regulamento e punições infinitamente mais suaves), só pode ser alguém que intervenha no jogo, acreditado para tal pela própria Liga. E há-de ser alguém cujas funções sejam de tal forma importantes que possam gozar desta protecção extrema: os árbitros, técnicos e dirigentes e delegados da própria Liga. Não, com certeza, os apanha-bolas, os arrumadores e porteiros, os empregados dos bares concessionados ou os seguranças. Nem sequer os policias de serviço. Nenhum destes elementos, seguranças incluídos, está acreditado pela Liga — que, aliás, nem sabe quem eles são. Só mesmo um delírio persecutório e o tradicional assanhamento da CD contra o FC Porto permite imaginar que é possível promover os seguranças do Benfica a «agentes desportivos» — com o efeito útil, no caso, de tirar do jogo e do campeonato o mais temível avançado portista.

Aliás e como já notou o meu correligionário Rui Moreira, se a Liga agora considera os stewards como «agentes desportivos» estamos perante uma curiosa situação de direitos sem deveres correspondentes. Se os stewards são agredidos, ai Jesus, que agrediram um agente desportivo! Mas se são eles a agredir ou a insultar, é pena, mas nada se pode fazer, porque quem manda neles é o clube que os contrata e não a Liga, que não tem qualquer poder disciplinar sobre eles. Não é preciso ter sequer dois dedos de testa para entender que está aberta a porta para toda a espécie de batota organizada: basta contratar um bando de jagunços, chamar-lhes stewards e mandá-los para o túnel ou para a pista agredir e insultar os adversários. E, quando estes responderem, faz-se justiça: seis meses a três anos de suspensão para os jogadores; nada para os seguranças. Que ovo de Colombo!

E depois, vêm falar em verdade desportiva e moralização do futebol! Tenham vergonha e deixem jogar o Hulk, sem medo! Porque é disso e só disso que se trata.

Justiça feita!

Noventa e quatro dias depois, a comissão disciplinar da Liga puniu finalmente os três jogadores do Braga que comprovadamente agrediram jogadores e staff do Benfica. Valeu a pena a espera. Pena é que a Comissão não possa despenalizar Oscar Cardozo pelos dois jogos que injustamente teve que cumprir. Mais importante ainda, resta agora esperar da parte da Comissão de Arbitragem uma explicação relativamente ao comportamento do árbitro Jorge Sousa e seus auxiliares que para além de terem expulso Cardozo sem qualquer justificação, inequivocamente testemunharam estas agressões e nada fizeram.

Semana após semana, toda a areia que tem sido lançada para o ar acaba por assentar. E quando isso acontece, a imagem do Benfica acaba por sair incólume.

O que faz o Benfica ir à frente!

Suspensaõ de Hulk e Sapunaru.
Divulgação das escutas no Youtube.
Divulgação das imagens do túnel da Luz de 2008, com o plantel do FCP envolvido em agressões.
Falhanço de uma contratação sonante já a todos anunciada, incluindo à CMVM.
Divulgação das imagens do túnel da Luz de 2009, que confirma agressões de Hulk e Sapunaru, para além de Hekton, Fucile e Rodriguez.
Demissão do Administrador Financeiro.
Problemas no treino com o capitão e jogador mais emblemático.

O que faz o Benfica ir à frente!

As famosas imagens do Túnel da Luz