quarta-feira, 26 de maio de 2010

Toques de Cabeça

UM ENIGMA CHAMADO QUEIROZ
Por JMMA



Pelo que leio na Imprensa, a exibição medíocre da Selecção Nacional frente a Cabo Verde, fez calar as vuvuzelas. Sinceramente, não vejo aí grande razão para alarme. E Queiroz ainda menos. Além de ter desvalorizado o empate sem golos, dá-se por satisfeito porque Portugal mostrou “disciplina e organização”. “O objectivo era ter a equipa organizada e foi isso que aconteceu”, disse Carlos Queiroz na entrevista rápida à TVI. Só posso acreditar - e isso é que me preocupa.

Até porque Queiroz, vulgo ‘o professor’, tinha sugerido que a selecção nacional "pode funcionar como um estímulo e um capital importante de auto-estima para os portugueses". É uma tirada monumental, de facto, só ao alcance de um professor doutor jubilado. Nunca tal me tinha ocorrido. Mas é uma realidade. Inúmeros estudos (à venda no LIDL e no Feira Nova) provam que o desempenho desportivo de uma nação reflecte-se no comportamento dos respectivos cidadãos e, consequentemente, nos indicadores de progresso nacional. E se os estudos não bastassem, os exemplos são inequívocos.

A Suiça, por exemplo, é um território deprimido e indigente porque nunca se habituou a celebrar vitórias em competições internacionais, nem sequer na bisca lambida. A Irlanda, que ultimamente tão fustigada tem sido pela crise financeira internacional, nunca mais se equilibrou desde a eliminação sofrida nos play-off frente à selecção francesa, e enquanto não se esquecer do lance fatídico em que Thierry Henry jogou a bola com a mão, não se vislumbram progressos. Já os habitantes do Quénia e da Jamaica, estimulados pelos campeões do atletismo, acumularam o capital de auto-estima necessário para transformar esses países nos portentos de prosperidade que, hoje, são.

Portanto, diz o professor doutor jubilado e é bem certo, o Mundial da África do Sul constitui uma rara oportunidade (a outra é o Festival da Canção) para Portugal relançar de vez a sua economia. Obviamente que sim. Se a selecção se portar bem, cada “pique” do Ronaldo terá efeitos directos nos números do PIB. Cada golo marcado contribuirá para a redução do défice. Cada vitória empurrará multidões para as ruas, a transbordar de auto-estima e de Super Bock, de tal modo que as agências de rating não terão outro remédio senão reconhecer que, de facto, “Somos os maiores!”

Mas para que isso aconteça, «disciplina e organização”, só por si, não chegam. Mesmo com um Queiroz tão estimulante quanto a leitura de Aristóteles às quatro e meia da manhã, é preciso que a selecção corra, marque, ganhe. Quero crer que o seleccionador sabe como. Saberá?

sábado, 22 de maio de 2010

Hermínio Loureiro finalmente abre a boca

Finalmente Hermínio Loureiro abriu a boca. Pena que o tenha feito só agora, porque as coisas graves que diz pouco impacto mediático tiveram até agora.

Em entrevista à TVI24, Hermínio entre outras coisas diz:

"Pinto da Costa deixou-me de mão estendida na final da Taça da Liga, alegando que não me conhecia de lado nenhum". “Não o conheço de lado nenhum”, terá dito Pinto da Costa, «sem tirar a mão do bolso».

Ainda sobre o presidente do FC Porto, Hermínio revelou ter sido Pinto da Costa quem lhe comunicou, «em primeira mão», a decisão do Conselho de Justiça da Federação de reduzir as suspensões aplicadas a Hulk e a Sapunaru pela Comissão Disciplinar da Liga.

Questionado na TVI 24 sobre se teria sido “uma conversa para crianças”, soltou: «Como imaginam...», para logo disparar: «Nunca ouviram conversas minhas com cortes...».

Hermínio Loureiro admitiu que a conversa com Pinto da Costa teve influência na sua decisão de renunciar à presidência da Liga.

Decisão, essa, que tomou antes de falar com o presidente da Comissão Disciplinar da Liga – ao contrário do que foi sugerido pelo presidente do FC Porto – e alegando uma «disparidade tão grande» entre as decisões do Conselho de Justiça e da Comissão Disciplinar.

«Era importante tomar uma atitude, pois estávamos a entrar outra vez num registo de descredibilização. Era importante dar um murro na mesa», vincou.

Frisando não ser jurista, Hermínio Loureiro não se «atreve a dizer qual era a decisão mais correcta», mas entende que a posição do Conselho de Justiça da Federação «punha em causa» o trabalho da sua equipa.

Como adepto, considera que os “stewards” «não devem ser entendidos como público», argumentando que os mesmos «conduziram os jogadores de FC Porto e Desp. Chaves à tribuna, na final da Taça de Portugal».

A única pessoa que me falou do Ricardo Costa foi o Adelino Caldeira, vice-presidente do FC Porto, a 3 de Setembro de 2008 num almoço no restaurante Lusíadas, em Matosinhos. Ele foi clarinho e apreciei a frontalidade. Disse-me: ‘Meu caro, ou você corre com o Ricardo Costa e tem a vida facilitada ou vamos fazer-lhe a vida negra’. Certo é que não mudei a orientação de total autonomia que dei desde o início à Comissão Disciplinar. Desde esse dia que percebi que me iam fazer a vida negra e fizeram.

Depois de ouvir estas declarações, e saber que o poder disciplinar e de arbitragem estarão sob a alçada da FPF na próxima época, deverá deixar todos os benfiquistas deveras preocupados. 

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Toques de Cabeça

“VENCER À FC PORTO”
Por JMMA


O presidente do FC Porto garantiu, na tomada de posse do seu 12.º mandato, que mantém o mesmo entusiasmo do primeiro dia à frente do clube. “O nosso ideal é vencer. Não é vencer de qualquer maneira, não é vencer em qualquer túnel, mas sim vencer à FC Porto”, acrescentou ele com evidente intenção sarcástica. No entanto, isto de passar a ideia de que, no futebol português, se podem ganhar títulos «em qualquer túnel» presta-se a confusões. Daí a pensar que quem o diz, di-lo com proveito e conhecimento de causa, vai um passo... Vencer “à FC Porto”, querem ver que lhe fugiu a boca para a verdade! Pela boca morre o peixe (neste caso, o Pinto).

De qualquer modo, como piada não está mal. A idade provecta do reempossado presidente - por mais que ele propale aos quatro ventos que se sente com muita vida (talvez habite no Zoo?) -, presta-se a este humor involuntário. Mas, confesso, em matéria de humor, humor mesmo, prefiro os ingleses. Por isso lembrei-me logo de uma piada de Churchill.

Ao viajar pelos Estados Unidos em 1929, em visita particular, o itinerário de Churchill começou em Hollywood, onde se encontrou com Charlie Chaplin. Em conversa com ele, Churchill perguntou-lhe qual era o próximo papel que desejava representar. Chaplin respondeu, em tom sério: «Gostava de fazer de Jesus Cristo.» «E já tratou dos direitos?», perguntou-lhe Churchill.

É caso para perguntar o mesmo ao presidente que quer fazer de santinho. E, já agora, acrescentaria: o humor é uma das maiores provas de vida. Mais uma razão para o usar com intenção.

sábado, 15 de maio de 2010

Brasileirão já começou

Terminados, ou prestes a terminar os campeonatos por essa Europa fora, é tempo de nos virarmos para o outro lado do Atlântico.

O Brasileirão começou na semana passada, e do que pude ver dos diferentes campeonatos estaduais, há dois jogadores que se destacaram, pelo seu talento e acima de tudo juventude e que não tenho dúvidas serão o futuro da Selecção brasileira na próxima década.

Jogam ambos no Santos e são o Neymar (18 anos) e o Ganso (20 anos).

Seriam dois investimentos fortes (já estão super-valorizados), mas de rendimento desportivo e financeiro seguro.

À atenção de Jorge Jesus.

Recordar é Viver

«Acontratação do Saviola é igual à do Aimar no ano passado. Se fossem mesmo bons, se estivessem na parte boa da carreira, não vinham para o Benfica. Quero descobrir novos talentos, jogadores que possam dar tudo pelo Benfica e não acabar a carreira e passar férias. (…) Com estes jogadores, o Benfica vai fazer uma grande figura no Torneio do Guadiana».

Bruno Carvalho, candidato à presidência do Benfica, 27 de Junho de 2009.


«A aposta em Saviola faz lembrar a do ano anterior em Aimar: jogadores que já tiveram nome e que por isso são pagos caro e com elevadíssimos ordenados, mas que há vários anos não passam do estatuto de suplentes de luxo em Espanha.»

Miguel Sousa Tavares, 7 de Julho de 2009.


«(…) não vejo ninguém [no plantel do Benfica], nem o Luisão, que desperte o interesse de um clube disposto a pagar dinheiro que se veja (…). Eu, pessoalmente, não quereria, para o plantel do FC Porto, um só dos que constituem o do Benfica. Um só.»

Miguel Sousa Tavares, 30 de Junho de 2009, referindo-se ao plantel do Benfica da época transacta, que incluía nomes como Di Maria, David Luiz ou Cardozo, para dar apenas três exemplos de jogadores sem qualquer valor de mercado.


«O Benfica, quando bem pressionado no meio-campo, torna-se frágil».


António Tavares-Teles, 23 de Setembro de 2009.


«Adivinho, pois, um Benfica crescentemente impaciente, para dentro e para fora, a protestar contra tudo e todos quando as coisas não lhe correrem de feição e convencido, como de costume, que lhe basta alinhar vedetas como Aimar ou Saviola ou outras tidas como tais, para que o mundo lhe caia aos pés e todos se disponham a prestar-lhe vassalagem.»

Miguel Sousa Tavares, 30 de Junho de 2009.


«[Jorge Jesus] (…) estreou-se no comando dos encarnados com um empate frente à modesta equipa do Sion. (…) Relevante não foi (…) o empate frente aos suíços, mas as declarações de Jorge Jesus, após o jogo. Disse ele que vai ser muito difícil «travar este Benfica». Porquê, é que não entendi: por que razão uma equipa que, mesmo com todas as desculpas e atenuantes, tinha acabado de ser travada pelo Sion, há-de ser muito difícil de travar… por um FC Porto, por exemplo?»

Miguel Sousa Tavares, 14 de Julho de 2009. Quem nos dera que o mundo respondesse a todas as nossas inquietações com a mesma eloquência com que se encarregou de responder a esta.


«O Benfica em grande euforia. O novo treinador está satisfeitíssimo e confiante, e garante que ninguém será, doravante, capaz de travar a sua equipa. Os adeptos rejubilam com as boas novas, os jornalistas excitam-se com as exibições e encantam-se com Jesus e com a sua prosápia. Tudo isto é habitual e vulgar. Afinal, é preciso vender jornais, há seis milhões de almas que desesperam por boas notícias e, mais não seja para sairmos da crise, não se lhes pode retirar a esperança durante os meses de verão.»

Rui Moreira, 17 de Julho de 2009.


«(…) há, no mínimo, algum exagero relativamente às conquistas encarnadas.

Uma nota para o Sporting, que tem sido muito desvalorizado mas conseguiu, para já, o seu primeiro objectivo a caminho da Liga dos Campeões. Paulo Bento tem sabido concorrer com menos argumentos e, por isso, tenho a certeza que a sua equipa estará, certamente também, na corrida ao título nacional.»

Rui Moreira, 7 de Agosto de 2009. É incrível que, com esta capacidade para analisar o fenómeno futebolístico, Rui Moreira tenha o seu espaço reduzido a um programa de televisão e a uma coluna de jornal. Para quando uma rubrica na rádio?


«(…) a equipa [do Benfica] parece acusar o esforço prematuro do princípio da época».

Rui Moreira, 18 de Dezembro de 2009.

«Durante muito tempo, achei (…) que, com túnel ou sem túnel, o Benfica merecia ganhar este campeonato, porque era a equipa que melhor jogava (…). Mas a verdade é que um campeonato não são 15, nem 20, nem 25 jornadas: são 30 e o saldo final deve-se fazer às 30. E, no último terço do campeonato, desapareceu aquele Benfica que jogava mais e melhor.»

Miguel Sousa Tavares, 11 de Maio de 2010.


«(…) para grande irritação de alguns portistas, reafirmo, uma vez mais, os elogios que tenho feito, desde o início da época, ao futebol jogado pelo Benfica.»


Miguel Sousa Tavares, 23 de Março de 2010. Ou seja, já durante o último terço do campeonato.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Era isto que se pedia à SAD do FCP

O Benfica publicou esta quinta-feira um comunicado no seu site oficial, onde apela para que a final da Taça de Portugal, entre FC Porto e Chaves, domingo, no Estádio Nacional, "decorra num clima de absoluta normalidade".

Era isto que se pedia à SAD do FCP, antes do clássico.

O silêncio é complacente.

Vandinho Vs Hulk

Saber perder é tão bonito quanto saber ganhar. E o médio bracarense Vandinho soube ser grande ao afirmar: «Parabéns ao Benfica, que foi um justo campeão». Mais: quando questionado sobre se os bracarenses perderam alguns jogos devido à sua ausência por castigo, retorquiu: «Não é por um jogador que o Sp. Braga perde ou ganha jogos». Bonito. Louvável. Raríssimo. E foi pena que Hulk não tivesse sido capaz de fazer o mesmo, e também dirigir uma palavra de apreço aos novos campeões. Ficava-lhe bem e ainda mais valorizava o seu percurso e a sua imagem.

À mesma pergunta, o jogador do Porto disse que o mérito tem de ser dado é ao FCP por ter jogado com menos dois jogadores durante grande parte do campeonato.

Visões diferentes, desportivismos diferentes.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Toques de Cabeça

PEDIMOS DESCULPA
Por JMMA



O Sport Lisboa e Benfica pede desculpa a todos os sócios, adeptos e opositores. Não é por termos ganho o campeonato que o fazemos. Pedimos desculpa por termos carregado de mais sobre os adversários, jogando a velocidade tal que muitas vezes até o público tinha dificuldade em acompanhar as jogadas. Aos atletas rivais, pedimos desculpa pelos torcicolos no pescoço e pelos olhos tortos causados pelo virtuosismo nas trocas de bola entre os nossos atacantes.

À Liga pedimos desculpa por nos termos sagrado campeões pela 32ª vez. Com o melhor ataque, o melhor marcador e a melhor defesa da prova, com uma diferença de 5 pontos e 30 golos à melhor sobre o segundo classificado, sentimos que fomos responsáveis por esta edição do campeonato cedo se ter tornado previsível e pouco emotiva para os adversários, visto que os jogos em que participávamos acabavam sempre da mesma forma. Isto é, qualquer que fosse o clube opositor, já se sabia como iria ser o desfecho: o Benfica goleava. Para quem não seguiu o campeonato com atenção até pode parecer que foi facíl, mas não foi. Este campeonato foi, com certeza, um dos mais exigentes para os atletas e dos mais sofridos para os benfiquistas. Não é por acaso que nos 30 jogos disputados, por duas vezes tivemos de nos conformar com a derrota, o que fez com que, da primeira à última jornada, praticamente apenas conseguíssemos ganhar um jogo sim e o seguinte também.

Pedimos desculpa aos associados e adeptos benfiquistas por, esta época, o futebol espectáculo da nossa equipa ter atraído à Luz multidões eufóricas, batendo todos os récordes de assistência: total de espectadores superior a um milhão, 42 845 de média por jogo , vários jogos na casa dos 60 mil. Mas a “Maré Encarnada” não se limitou ao Estádio da Luz. A equipa de futebol do SL Benfica arrastou consigo milhares de adeptos por todos os estádios do país onde jogou, esgotando a lotação de recintos normalmente vazios. O que, apesar de contribuir para o aumento das receitas de bilheteira dos seus adversários, de facto, não deixa de ser um desassossego, que mais não seja pelo barulho ensurdecedor das massas entusiásticas.

As nossas especiais desculpas ao Sporting, pelo facto de não termos sido suficientemente colaborantes na satisfação da tão proclamada aspiração dos seus adeptos nesta edição da prova: a vitória final do Braga, que assim como assim, também são encarnados. Aos portistas, queremos também pedir desculpas especiais, neste caso, em particular pelo facto de sermos populares (arruaceiro é outra coisa), não gostarmos de golfe e percebermos de bola.

Aos nossos rivais do Norte mais sensíveis, queremos dizer que compreendemos as reacções de violência perante a extrema ousadia de alguns dos nossos adeptos ao quererem festejar as glórias benfiquistas na Avenida dos Aliados e no centro da cidade de Braga. Têm razão esses nobres Bravehearts do Norte, futebol é assim: ou ganhamos nós ou porrada neles! Compreendemos perfeitamente, e pelo facto, pedimos desculpa.

Mas prometemos que para o ano vamos tentar fazer melhor.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Para o ano é que é

E pronto. Depois dos festejos, importa preparar a nova época. Os benfiquistas anseiam não por ganhar um campeonato, mas sim por ganhar dois ou três de seguida. 

E tenho para mim que isso poderá voltar a acontecer. E por várias razões.

A equipa do Benfica é aquela que tem mais potencial desportivo, LFV ontem reiterou a intenção do Benfica só deixa sair algum jogador se forem batidas as cláusulas de rescisão, há um planeamento desportivo antecipado (Gaitan, Jara, Fábio Faria), o Benfica vive uma grande liquidez financeira, reforçada com um encaixe financeiro  de ter sido campeão de 20 milhões de euros (Público) e já hoje Domingos Soares Oliveira disse que o Investimento é para manter nos próximos anos.

O Benfica é um gigante adormecido, como ficou ontem provado pelos festejos em todo o país, desde Bragança a Faro. Tem um potencial que nenhum outro clube em Portugal tem, e se for bem gerido ninguém o poderá parar.

Assim espero...

Sem ódios, sem aversões, sem raivas e sem rancores

Há várias coisas que distinguem o Benfica dos outros clubes. A enorme massa associativa que se espalha por todo o país, a sua história e a sua mística.

Mas há outra coisa de que me orgulho.

No estádio e no Marquês de Pombal, onde estive até à 1 da amanhã, não se ouviu um único cântico contra qualquer clube rival. Um único que seja.

Notável, para quem há 1 semana atrás foi enxovalhado da maneira que foi.

Sem ódios, sem aversões, sem raivas e sem rancores.

Um clube único!

À Lei da Bola - Pedro Ribeiro

sábado, 8 de maio de 2010

Stewards, provocações e isqueiros

Após o Benfica-Porto, segundo foi dado como provado, os jogadores do Porto não foram insultados nem agredidos. Houve, no entender da Comissão Disciplinar da Liga, uma provocação: o já célebre e por demais infame enxovalho «vão lá para dentro e voltem lá para cima». Os jogadores do Porto reagiram com o natural e amplamente justificado espancamento dos stewards. Já no Porto-Benfica, Jorge Jesus levou com um isqueiro e não reagiu. Luisão levou com outro isqueiro e não o devolveu. Os dirigentes do Benfica foram insultados e não reagiram. Foi, claro, uma vergonha para todos os benfiquistas. Isto é gente que não sabe estar no futebol.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ciúmes

Retirei este excerto da entrevista que Pinto da Costa dá hoje ao "Jornal i". Não vou comentar, o leitor que tire as ilações devidas.


Não me posso esquecer que no dia em que o FCP jogou com o Benfica a final da taça da cerveja (Taça da Liga ou Carlsberg Cup), o primeiro-ministro veio desejar publicamente a vitória do Benfica. Naturalmente que ele não tem nada contra o FCP, até porque ele nasceu no Porto, embora se diga que é de Castelo Branco. Ele tem bom relacionamento comigo, aliás, até tenho simpatia por ele. Agora, veio quase pôr o Benfica novamente no papel de clube do regime. Estou curioso para ver quantos ministros e secretários de Estado vão estar no Estádio da Luz no domingo.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Toques de Cabeça

QUERO LÁ SABER DOS HOOLIGANS!
Por JMMA


O hooliganismo odiento voltou esta semana a marcar a actualidade desportiva. Torna-se, assim, quase obrigatório zurzir nas claques de futebol, mais em quem as alimenta, delas se aproveita ou com elas pactua. Não estou muito para aí virado, mas vamos ver se consigo.

Antes, porém, quero dizer uma coisa. Fui ontem à Gulbenkian ver a exposição de pintura que lá está desde Fevereiro, sobre a natureza-morta europeia dos séculos XVI e XVII. É uma mostra excepcional a que, dentro de um ano, se seguirá outra, sobre a natureza-morta dos séculos XIX e XX.

Os 71 quadros expostos oscilam entre a excelência da técnica, demonstrativa da mestria do artista que pinta a obra, e a afirmação de um estatuto social de riqueza e sumptuosidade ligado a quem a adquiria. Alguns dos mais belos exercícios de cor, desenho e representação estão nessa extraordinária mestria de fidelidade ao real, jogando com a inteligência e a sensibilidade do observador. Noutros casos, diferentemente, o que prevalece é a solenidade da atmosfera, conceptualizada através do aparato da composição, da subtileza das formas e até da dimensão do próprio quadro, insinuando por aí a opulência do seu possuidor e do grupo social em que ele se inscrevia.

Mas, ainda assim, o que mais me fascina nas obras expostas são os reflexos, as cambiantes de luz. Como é possível? A luz a resvalar caprichosamente por superfícies irregulares de conchas nacaradas ou a atravessar cristais transparentes; a modulação minuciosa das tonalidades, a poética das gradações de sombras e luminescências, tudo representado nos mais ínfimos pormenores de efeito plástico e alegórico.

De um modo geral, e embora o lado "perecível", de flores e outros vegetais, esteja presente, dá-se preferência à natureza-morta enquanto profusão exuberante, a apelar ao regalo dos sentidos. Há um Rembrandt, umas lebres de Goya, um Baschenis. E há extraordinários frutos e flores, copos e garrafas, salvas e talheres, objectos de porcelana, de barro, de vidro ou de metal, tecidos e pássaros, peixes, alimentos, doçarias, tudo magnífico… Esta exposição é um festival!

Mas, perguntarão: os hooligans, onde estão os hooligans odientos prometidos para esta crónica? Pensarão talvez que quiz dar-me ares de culto. Sinceramente, não sou grande entendido em pintura, não. Mas pelo que pude apreciar de uma coisa fiquei ciente: acreditem, há mais vida para além da selvajaria do futebol. De modo que, compreenderão, hoje não vou falar de hooligans nem de pequenos reizinhos e suas guardas pretorianas. Não estou com pachorra.

Sabem: quando os porcos se atravessam no nosso caminho, o melhor é nem descer para os empurrar; sujaríamos as mãos. Esperemos que passem. Embora também não queira enganar-me demasiado em relação a isso: talvez não seja possível pedir tanto à existência.

UEFA: Top 10 UEFA Clubs of All Time

Estas coisas valem o que vale, mas fazem sempre bem à autoestima.

O Site da UEFA, classifica esta semana o 10 melhores clubes de sempre do Velho Continente.

E então é assim:

With the UEFA Champions League Final fast approaching it is the perfect time to look back at the history of European football and the best clubs the continent has to offer.

It surely is difficult to narrow down the list to the Top Ten clubs in UEFA, as there are many tremendously elite clubs from the 52 represented nations in the association, but when picking the ten best the standards are held extra high.

The ranking criteria included domestic league success, domestic cups won, and most importantly UEFA competition success (European Cup/UEFA Champions League and UEFA Cup/UEFA Europa League, etc).

Lets get to the rankings…

10. Inter
09. Manchester
08. Benfica
07. Juventus
06. Barcelona
05. Ajax
04. Bayern Munique
03. Liverpool
02. AC Milan
01. Real Madrid

terça-feira, 4 de maio de 2010

Dimensões Morais

Segundo noticiam alguns jornais de hoje, Pinto da Costa ofendeu alguns dirigentes benfiquistas no final da partida e só LFV e Rui Costa terão escapado aos impropérios proferidos pelo Presidente do FCP, por estarem no balneário com a equipa.

Ao mesmo tempo Jorge Jesus era provocado por um empregado do FCP após finalizar a conferência de imprensa.

É caso para dizer, que Pinto da Costa e o empregado do FCP tiveram muita sorte. Se estas provocações tivessem sido com Hulk e Sapunaru, tinham levado um pontapé nas trombas.

O que vale é que o FCP tem dimensão moral.

Comunicado Oficial do FCP

Inacreditável, que depois do que se passou antes, durante e depois do clássico, aquilo que a Direcção do FCP tem a dizer aos adeptos em comunicado oficial, é que o Benfica não tem estatuto moral para reclamar, como se fosse esse o cerne da questão.

Ou seja, como o Benfica não tem estatuto moral, o autocarro pode ser apedrejado e podem cair bolas de golfe no relvado.

Lamento não só o conteúdo incendiário, como a vulgaridade como está escrito


Com dirigentes destes, não há adeptos bem comportados que nos valham.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Gaitan no Benfica

Gaitán confirmado por 8,4 milhões. Dizem da Argentina que é craque.

Até no mercado o Benfica está melhor, não esperando pelo defeso para fazer os seus negócios.

E aí vão três: Fábio Faria, Jara e Gaitan.

FCP:3 Benfica:1

E pronto, festa adiada uma semana.

O Porto ganhou bem, eu diria que teve mais vontande de ganhar que o Benfica. O que não invalida que o Benfica também não pudesse ter ganho, uma vez que teve oportunidades para isso.

Aliás os encarnados tiveram o jogo na mão, quando a jogar contra 10 conseguiram empatar o jogo. Um momento de desconcentração da defesa deitou tudo a perder.

No final uma vitória que acabou por ser justa, embora com festejos exagerados dos portistas. Sinceramente não percebi o porquê da euforia dos adeptos do FCP, depois do seu clube garantir um lugar na UEFA mas enfim... cada um festeja o que pode. E festejar um vitória sobre o futuro campeão nacional, para o Porto deste ano, não é nada mau.

Nota negativa, para forma como o Benfica foi recebido. Eu pensava que os anos 80 já lá íam. Bolas de golfe, isqueiros, pedras a furar vidros de autocarros, duas asolescentes com o carro vandalizado, e aterrorizadas de medo, Jorge Jesus provocado por um empregado do FCP após a conferência de imprensa. Enfim, infelizmente já ninguém se surpreende.

O Benfica parecia que tinha ido jogar à Bosnia Herzgovina, o que para muitos portistas é motivo de orgulho.

FCP: 3 - SLB: 1


Vitória justa que me deixou muito satisfeito por três motivos fundamentais:

- Vitória sem espinhas (permitindo ainda uma expulsão fantasma) contra o quase campeão.
- Vitória sobre o mestre da táctica – Jorge Jesus – mesmo jogando com 10 e com uma equipa aos remendos. Aonde andou o Super-Benfica?
- Por último e não menos importante, esta vitória fez com que o Benfica não festejasse o título em nossa casa. Confesso que me fazia muita confusão, caso esse cenário se tivesse confirmado. Reservem lá as rotundas e os túneis que quiserem, mas ao menos a festa não foi feita cá.

Como disse, vitória sem espinhas deixando-me, devo admitir, algo surpreendido. Até podia esperar uma vitória do Porto, mas nunca esperei uma coça como esta, jogando com 10. A surpresa aumenta ainda mais quando vejo que as opções do Porto estavam algo limitadas – Lesões do Varela, Micael, Mariano, Helton, castigo anedótico do Falcão e ainda a falta de ritmo do Rodriguez. Muita coisa para um Benfica que chegava ao Dragão com a moral em alta, sabendo que podia fazer a festa em pleno estádio do Dragão. E é por isto que o Futebol tem tantos adeptos. Com todas estas limitações, eis que o Porto aparece com a pujança toda, fazendo com que o Guarin parecesse um craque, o Belluschi um perfeito número 10, um Farias como um goleador letal e um Bruno Alves novamente em alta. Esta coisas fazem-me ficar muito confuso, pois ninguém se lembrou dos lesionados e castigados.

E porquê tudo isto? Fundamentalmente por orgulho. Orgulho de quem se sentiu prejudicado em muito momentos da época e por um orgulho que tornava incompatível a festa do adversário em nossa casa. Se dúvidas houvesse, a motivação, orgulho, coração ou aquilo que quiserem chamar é muito importante num jogo de futebol e nesta caso em particular foi decisivo. Os jogadores do Porto (sem excepção) foram inexcedíveis na entrega e dedicação e quando assim é, as vitórias são naturais.

Notas finais para o grande jogo do Guarin e para o grande golo do Belluschi.

sábado, 1 de maio de 2010

Ambiente de Guerra Civil

Duas Casas do Benfica no Porto foram vandalizadas esta madrugada e o autocarro do Benfica foi apedrejado à chegada ao Porto.

Há boatos que falam em 3.000 bolas de golfe compradas pelos Super Dragões.

Isto sem que nenhuma voz oficial do FC Porto se levante, a acalmar os ânimos.

Quando é que esta geração de dirigentes desaparece do futebol português?

Desapareçam de uma vez por todas!!!!