sábado, 26 de fevereiro de 2011

Última Hora


SPORTING TROCA POSTIGA POR UNS AMORTECEDORES NOVOS PARA O AUTOCARRO

Por Quincas Berro D’Águia (*)

Serviço especial da Teleculinária de São Paulo para o Footbicancas – Hélder Postiga já está fazendo seus primeiros treinamentos no Corinthians paulista na maior beleza. O craque português chegou bem lá de Lisboa, veio munido do competente certificado de garantia internacional passado pelo programa da SIC “ Portugal Tem Talento”, e dado que o clube de Alvalade está a passar por problemas financeiros, a nova aquisição, numa relação preço/qualidade, até que saíu barata. Olha só, gente: o Corinthians foi buscar ele praticamente por zero dólares. “Só teve que pagar um conjunto de amortecedores Koni para o autocarro do Sporting de Lisboa e uma balança nova para a Academia deles porque, segundo consta, o Maniche rebenta uma por semana e ultimamente até já estava indo na farmácia para se pesar”, garantiu Andrés Sanchez, presidente do Timão.

Por outro lado, ao que o Footbicancas apurou junto do simpático Paulinho dos equipamentos e actual presidente interino dos Leões, o conhecido nutricionista José Maria Tallon poderá estar a caminho de Alvalade, a fim de reforçar a nova equipa técnica dos leões. Devido à falta de dinheiro para contratar jogadores, José Couceiro vai apostar na recuperação dos jogadores que compõem o plantel como Maniche e Polga, o que implica o concurso prioritário e urgente de um especialista em emagrecimento. Depois de gorada a contratação do Dr. Póvoas, por não trabalhar com a ‘Caixa’, o Sporting vira-se agora para José Maria Tallon, que já mostrou interesse em rumar a Alvalade e prometeu fazer pelos dois atletas aquilo que nem as amarguras da vida nem a banda gástrica conseguiram fazer pelo Rochemback ou pelo Miguel Veloso.

(*) Enviado especial a São Paulo, Via Cais de Sodré, em parceria com Kapital "the hottest and most celebrated club in Lisbon".

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Toques de Cabeça


MOURINHO DE VOLTA AO LEIRIA?
Por JMMA


Uma pessoa vai ao cinema e de repente esbarra no «Special One» - três metros de ecrã a olhar para nós com cara de zangado. Um tipo vai na rua a pensar no almoço e pumba, lá aparece o «Special One», com ar sisudo, a veicular slogans de guru espiritualista. E pergunta o transeunte que regressa a casa esfalfado depois de um dia de trabalho: «O nosso trabalho, a nossa paixão»..., mas quem é aquele sujeito com cara de convalescente? Bom, aquele sujeito é a nossa estrela planetária, José Mourinho, em fato de cerimónia para uma publicidade banal a um banco falido.

Convenhamos que não é fácil resistir a tamanho contraste. Imagino que para contratar Mourinho para modelo do Millennium tenha sido preciso uma batelada de massa – falou-se em 1 milhão de euros – coisa que, pelos vistos não falta ao Millennium. Mas depois de terem na mão o homem do momento o que é que fazem com ele? Uma superprodução à maneira? Um anúncio para ficar na história? Qual quê. Aperaltam-no de político manhoso, põem-no a recitar (recitar, é o termo) um palavreado balofo com entoação telenovelesca; e fazem um spot com a sofisticação de quem acaba de receber o seu primeiro «magalhães».

Lá fora, Mourinho é o treinador mais mediático do mundo, é um ídolo. Uma vez fiquei embasbacado perante um mega cartaz a anunciar uma marca de telemóveis (se não me engano), com Mourinho em grande estilo, a dominar todo o hall de uma das zonas de embarque do Aeroporto de Heathrow, em Londres. Cá dentro, lembro-me, por exemplo, de Mourinho, atitude super cool de James Bond, a saltar de uma avioneta, planar no espaço, abrir o pára-quedas e aterrar, imperturbável, sobre o terraço de uma luxuosa vivenda com piscina – ícone do “Portugal de sucesso” desses tempos.

Gosto de publicidade, acho que se aprende muito com ela e considero que temos uma das artes publicitárias mais criativas dentre o que já vi. Mas esta campanha com o José Mourinho crispado, às vezes, envelhecido, a falar num registo que não é o dele, caramba, é como se de repente o homem tivesse retornado aos tempos do União de Leiria, quando ainda era apenas um aprendiz de Villas-Boas e os publicitários nem sequer tinham descoberto as virtudes comunicacionais da barba de vários dias.

Enfim, o grande José veio atrás das notas e acabou a segurar toscamente o emblema de um banco em dificuldades. Na sua insignificância, a transformação em executivo da banha-da-cobra, é sintomática da nossa própria pequenez e de um pendor atávico para o amadorismo. «Não confio na sorte, confio no trabalho bem feito», diz o anúncio. Realmente, o mundo está cheio de ironias...
(Ver http:/www.millenniumbcp.pt)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Contra Informação


Sporting - Benfica (0 - 2)

MAIORIA DOS BENFIQUISTAS PENSA QUE BENFICA ESTÁ EM PRIMEIRO LUGAR COM MAIS 8 PONTOS QUE O FC PORTO

Por Aladino(*)

Um estudo financiado pela Revista Penthouse Portugal, mas feito com todo o rigor por uma empresa independente, cientificamente apoiada pela antropóloga de Cambridge Cinha Jardim e pelo sociólogo Sílvio Cérvan, do Colombo - Centro Comercial University, vem provar que a tradição já não é o que era. Ou seja, que são sobretudo as mulheres que se sentem muito bem solteiras, e que são os homens aqueles que mais procuram casar e ter filhos. Entretanto, através de uma sondagem realizada esta noite após a vitória em Alvalade, a mesma equipa de cientistas, chegou a conclusões ainda mais surpreendentes. À saída da urna (palavra usada pelos cientistas), “89,98% dos adeptos do Benfica acreditam mesmo que o Benfica está em primeiro lugar, que ganhou no Dragão por 5-0 e tem a certeza que o Porto não é capaz de alcançar o Benfica porque 8 pontos já é uma diferença muito grande”, afirmou um dos autores do estudo ao jornal Público.

No relatório a que o Footbicancas teve acesso, os investigadores hesitam entre a Síndrome do Sonho (existência de conceitos que não têm qualquer relação com a realidade e apenas podem ser criados pela imaginação) ou, então - mais grave -, um distúrbio mental crónico, endémico e de cariz contagioso, designado por Síndrome das aves H1N8.

Em qualquer dos casos, alertam os investigadores, trata-se de uma situação a seguir com muita atenção, até porque, segundo as palavras inspiradas (presumo que devido ao cansaço) do médio Carlos Martins “a equipa está coesa e as contas fazem-se ao fim”.

(*) El génio del balón.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Na Desportiva


RETIRADA DE RONALDO COMPARADA À MORTE DE EINSTEIN. OU É UMA RECEITA DE BACALHAU?

Por Zé Bento*

O anúcio da retirada do brasileiro Ronaldo motivou, esta semana, considerações emotivas e altamente científicas ao futebolólogo Bruno Prata, cujos artigos no “Público” já chegaram a ser comparados à “Kritik der Urteilskraft, obra em que o filósofo Immanuel Kant discute o conceito de juízo estético.

Logo a abrir o leitor apanha com um tal Javier Marías (presumo que saibam de quem se trata) que um dia terá dito sobre Butragueño que “uma das piores coisas da vida é quase nunca se saber quando é que algo que nos entusiasma se aproxima do fim”. (Pode-se lá dormir descansado com um problema destes!) Também Hitchcock e Bernhard (novamente presumo que saibam de quem se trata) são convocados para nos explicar, desta feita, “a sensação de que não desfrutámos plenamente as ocasiões finais”.

E quando o leitor julga, com razão, que o tema em reflexão é a ressaca de algum orgasmo mal resolvido, o autor revela finalmente ao que vem: “a nostalgia e a inquietação que [o fim da carreira] provoca em quem gosta de futebol”. Depois, até ao final, é o elogio fúnebre. Memórias fantásticas: o ‘hat-trick’ em Old Trafford; o tal “golo antológico”, em Outubro 1996, feito com 34 passadas, 47 metros, 16 toques, em 10 segundos, 10! Mas também episódios funestos: namoros, casamentos, separações e até a tal confusão mal explicada, na Barra da Tijuca, com um travesti. Por fim, os “dados antropométricos”, que eu traduziria, em português cá da gente, como 'pança budista'.

No meio disto tudo, a metaficção. “A técnica dinâmica de Ronaldo, com as suas diagonais que rompiam os vectores fixos das defesas adversárias e quebravam a estática homeomorfa euclidiana do 4x4x2, que só pode ser comparada à descoberta por Einstein da famosa relação entre massa e energia: E = mc2 “ E para rematar: “Que pena Ronaldo, Zico, Falcão e Sócrates nunca terem coincidido na mesma equipa e jogado em quatro pontos não colineares de um 3x4x2x1 combativo”.

Consultado sobre o significado de tamanho arrazoado, um especialista garantiu ao Footbicancas tratar-se claramente de uma receita de bacalhau à Gomes de Sá e já confirmou que irá revelar o segredo na próxima edição do programa 'Prolongamento', que se debruçará também sobre o corte de cabelo do Futre. O especialista em questão, autoridade mundial de transplantes hepáticos, solicitou anonimato. Portanto, amigo leitor, já sabe: próxima edição de ‘Prolongamento’, a não perder.

* Benfiquista bem humorado.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Toques de Cabeça


PALAVRAS AO BENTO
Por JMMA


Não há nada que seja tão empolgante como a economia e a gestão – excepto o futebol. Exagero? Talvez, mas parto do princípio que os que me conhecem sabem o que quero dizer. Aliás, a frase também se poderia virar ao contrário. Na gestão ou no futebol, a estratégia e a táctica, o planeamento e o acaso, a técnica e a intuição, o desejável e o possível, fazem parte do jogo. Em ambos os campos podemos aprender a ganhar e a perder. Portanto, se normalmente encaramos o futebol como um jogo, também o podemos encarar como um exemplo.

Numa entrevista ao Correio Sport, após a primeira derrota como seleccionador frente à Argentina, Paulo Bento diz a páginas tantas: “Compete-me potenciar as grandes condições de Ronaldo”. Ora aí está o que alguns gestores profissionais, ainda que inteligentes e bem apetrechados, parecem ignorar ou não querer reconhecer. Quem sou eu para os apontar. Mas facilmente encontro nos meus canhenhos três individualidades que certamente não desdenhariam subscrever a ideia de Paulo Bento, para quem, curiosamente, “o sol doira sem literatura”. Dizem os gurus:

“Gerir acaba por ser a alocação de recursos perante tarefas. A liderança está focada nas pessoas. A minha definição de líder é a de alguém que ajuda as pessoas a terem sucesso.” (Carol Bartz, Yahoo!)

“O papel do realizador é criar um espaço onde actores e actrizes possam ser mais do que alguma vez foram, mais do que sonharam ser.” (Robert Altman, discurso de aceitação do Óscar)

“Qualquer que seja a situação, a primeira resposta [do grande gestor] é sempre pensar no indivíduo em questão e no que pode ser feito para o ajudar a ter sucesso.” (Marcus Buckingham, The One Thing You Need to Know).

Resulta claro que do “caderno de encargos” do líder, a todos os níveis, faz parte ajudar os que estão na sua dependência a desenvolverem o seu potencial e a realizarem-se no que fazem. Tanto assim que disso depende quase tudo: trabalho bem feito (ou seja, boas exibições), clientes (e adeptos) satisfeitos, resultados positivos, boa posição na tabela. E nem sequer o facto de, no futebol, os jogadores serem considerados como activos dos clubes, neste caso, impediu Paulo Bento de intuir a ideia, que a certos gestores parece escapar, de os tratar como pessoas. Paulo Bento, que, como diz o outro, não percebe nada de finanças nem consta que tenha biblioteca.

Como avançar, então, na escala Bartz-Altman-Buckingham-Paulo Bento? Sugiro aos gestores uma forma - chamemos-lhe a liderança à luz do estádio - que consiste em desenvolver a avaliação dos colaboradores em duas partes, ambas com o mesmo peso:

Parte Um – que o gestor em geral já faz, é avaliar o desempenho do colaborador.
Parte Dois – como sugere o seleccionador nacional, é o gestor avaliar a sua própria relação de trabalho com os seus colaboradores. Não a avaliação geral da gestão dos recursos humanos, mas uma avaliação específica de “como é que me saí, este ano, digamos assim, a ajudar o avançado Franco Jara a integrar-se na equipa; digamos assim, a tirar o melhor partido das qualidades do médio esquerdo Gaitán; ou, digamos assim, a valorizar o passe do guarda redes Roberto?”

Sem isso, ... Prefiro o Paulo Bento.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

NA DESPORTIVA


DIA DOS NAMORADOS: E SE DE REPENTE A FPF RECEBER FLORES...
Por Quincas Berro D'Água*

Crise do Sporting obrigou a comemorar namoro e disfunção eréctil no mesmo dia

Por causa da economia e do controlo orçamental, o Governo determinou a concentração de três datas evocativas num único dia. Assim, 14 de Fevereiro, comemoraram-se o dia dos namorados, o dia da disfunção eréctil e o dia do doente coronário. A oposição achou a coincidência infeliz mas a ministra da Saúde não vacilou: “A Ordem dos Médicos diz que muitos namorados ou sofrem de disfunção eréctil ou, por terem função eréctil, são potenciais doentes coronários. E depois há os casos das paixões não correspondidas, como o projecto Roquette do Sporting, as bocas do Costinha e a pança do Maniche, que conduzem a doenças coronárias e a uma monumental quebra eréctil.

Lourenço Pinto (AF Porto) e Federação assumem relação intensa

No dia dos namorados, continuou o enlevo entre o Dr. Lourenço Pinto, dirigente da AF Porto, e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) . “Eu, os estatutos, o regime jurídico, os jornais, as televisões, os microfones e os holofotes, estamos muito apaixonados e podemos casar já em Março se, como anteviu o professor Marcelo, o xotôr Madail não aguentar a pedalada.” A “Nova Gente” garantiu ontem que Lourenço Pinto já convidou vários presidentes de associações distritais para apadrinhar o enlace, mas a “TV Mais” avançou que o jurista nortenho terá tentado seduzir mais um coração, neste caso o da associação de Leiria com quem teve um encontro romântico, no dia dos namorados, numa pastelaria em Ílhavo. Portanto já sabem...

Se de repente a Federação Portuguesa de Futebol receber flores, isso é... Lourenço Pinto.

* Repórter do social, serviço especial Footbicancas/Intimissimi/Lojas Paga Pouco

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

MULTIÓPTICAS *


Também ia aos arames se lhe dissessem que fez um negócio ruinoso?

José Eduardo Maracas Bettencourt
Vencedor do concurso «Queridos, Mudei a Casa»
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Isso é um claro exagero dos jornalistas. Eu não fui aos arames, simplesmente fiquei furioso. Até posso dizer que neste momento, muito mais do que a gestão do Sporting, interessava-me ensaiar um dueto com a Maria José Valério para animar a noite das eleições.


Leyonce Viitóryo
Cromo do Facebook, criador do site “Liedson resolve... Ir-se Embora”.
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Então, não ía! Se há coisa que me faz passar é que ponham em causa uma mente brilhante. O presidente sempre disse que iria fazer uma «gestão à Porto». Está de caras que conseguiu. Cá para mim seria “Bettencourt forever” (mais ou menos 171 dias, segundo o calendário gregoriano de Alvalade) . Mas se me quiserem surpreender com a Floribella Djaló a presidente, também gosto.


Débora
Hot lapdancer’ de Gondomar
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Para mim faz todo o sentido que o rapaz tenha dito o que disse. Se há coisa que ele fez bem foi enrabar forte e feio a Direcção do Sporting. De maneira que acho normal. A mim, o sexo desvanece-me. Deixa-me logo de boca aberta.


Dias Ferreira
Pessoa que estava a almoçar arroz de polvo com o Fernando Seara.
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Preocupa-me imenso porque eu tinha um ensaio de maracas com o Zé. Vou ter cuidado com isso do “negócio ruinoso” que às vezes a perna do Guilherme Aguiar roça na minha por baixo da mesa d’O Dia Seguinte’. Mas acredito na gestão «à Porto» - quer dizer, «à puto», assim como acredito nas propriedades do aloé vera para a queda do cabelo.

*Serviço especial Fbicancas/Lojas Multióptica. Dê-lhe um desconto igual à idade.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Toques de Cabeça


VINGANÇAS DO CORAÇÃO: E SE TUDO NÃO FOR MERA COINCIDÊNCIA...

Por JMMA

O bruxo Pepe morreu. Para quem não saiba ou não se lembre, recordo que este bruxo Pepe foi o feiticeiro espanhol que em 2009 deu que falar ao desvendar publicamente o vodu ao Cristiano Ronaldo, ‘servicinho’ encomendado por viganças do coração: uma mulher famosa, ferida sentimentalmente com o craque português, queria-o retirar dos relvados.

E não é que, em vez do madeirense, afinal quem saíu de cena, por vingança do coração, foi o próprio bruxo Pepe! Problemas cardíacos, diz a imprensa. Claramente, voltou-se o feitiço contra o feiticeiro, que apesar dos seus 69 anos (número mágico), revela alguma ingenuidade a lidar com portugueses importantes.

Bastava um pouco de história. Quando se soube que o rei (D. Fernando) ia casar com Leonor Teles, o alfaiate Fernão Vasques desdenhou: "É uma má mulher." Vai daí, forca com ele. Muitos anos depois, o velho rei D. Manuel pensou casar o filho João (futuro D. João III) com a princesa espanhola D. Leonor. A prometida chegou, era mais bonita que o esperado e D. Manuel I repensou o assunto: casou ele com a beldade. Luís de Camões brincou com o assunto. Vai daí, Índia com ele. Novamente, anos depois, todos na corte sabiam que o rei (D. José) era amante da belíssima D.Teresa, casada com o jovem marquês de Távora, que não terá gostado da brincadeira. Azar dos Távoras: todos para o pelourinho...

Senhores bruxos, é bom que saibam: em Portugal, brincar com quem mais manda nunca foi bom para a saúde.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ÚLTIMA HORA


Porto - Benfica (0-2)
Pinto da Costa apertou a mão a Villas-Boas, que apertou a mão a Jesus, que apertou a mão a Vieira, mostrando assim que as desavenças entre os dois presidentes são águas passadas

Por Zé Bento (*)


Há uma teoria que diz que «o amigo do meu amigo, meu amigo é», teoria que provou ser correcta, pois ao Liedson bastou borrifar-se uma vez no amigo José Peseiro, que por sua vez conhecia o seleccionador Artur Jorge, para ser esmurrado pelo Sá Pinto, a tal ponto que ainda hoje não sabe contar até dois e confunde vitórias com Viiktórya. No Dragão, onde se juntaram todas as figuras do FC Porto e do Benfica – apesar da disputa encarniçada que ambos têm vindo a protagonizar na assembleia da Federação e nos tribunais, a fazer lembrar os pesos-pesados Mike Tyson e Evander Holyfield –, houve esta noite uma complexa cadeia de amizade, que aproximou Pinto da Costa e Filipe Vieira.

Na verdade, uma deslocação do Benfica ao Dragão sem ataques ao autocarro da equipa (até este momento), sem foguetes a arder atrás da baliza, sem tinta azul a manchar as viaturas da polícia, sem saraivada de bolas de golfe, sem incidentes de maior relativos ao jogo – ou os reguilas do Dragão estavam todos a dormir, ou então houve ‘entente cordial’ entre os deuses.

Tudo leva a crer que sim: Vieira chegou ao Dragão e cumprimentou o Rui Costa que cumprimentou o árbitro, que cumprimentou Villas-Boas, que por sua vez, duas horas antes, tinha cumprimentado Pinto da Costa, pelo que teoricamente Pinto da Costa apertou a mão a Vieira. Depois da derrota do Porto, com o estádio todo em silêncio em sinal de respeito, Rui Costa deu um abraço a João Gabriel, que deu um abraço a Fernando Seara, que felicitou Filipe Vieira pela brilhante vitória. Entretanto, Pinto da Costa era reconfortado por Fernando Gomes, que abraçou Guilherme Aguiar, que felicitou Fernando Seara. Portanto, teoricamente, Vieira e Pinto da Costa felicitaram-se mutuamente pela qualidade do jogo proporcionado pelas suas equipas. Como é normal.

(*) Um benfiquista bem humorado.