quarta-feira, 12 de maio de 2010

Toques de Cabeça

PEDIMOS DESCULPA
Por JMMA



O Sport Lisboa e Benfica pede desculpa a todos os sócios, adeptos e opositores. Não é por termos ganho o campeonato que o fazemos. Pedimos desculpa por termos carregado de mais sobre os adversários, jogando a velocidade tal que muitas vezes até o público tinha dificuldade em acompanhar as jogadas. Aos atletas rivais, pedimos desculpa pelos torcicolos no pescoço e pelos olhos tortos causados pelo virtuosismo nas trocas de bola entre os nossos atacantes.

À Liga pedimos desculpa por nos termos sagrado campeões pela 32ª vez. Com o melhor ataque, o melhor marcador e a melhor defesa da prova, com uma diferença de 5 pontos e 30 golos à melhor sobre o segundo classificado, sentimos que fomos responsáveis por esta edição do campeonato cedo se ter tornado previsível e pouco emotiva para os adversários, visto que os jogos em que participávamos acabavam sempre da mesma forma. Isto é, qualquer que fosse o clube opositor, já se sabia como iria ser o desfecho: o Benfica goleava. Para quem não seguiu o campeonato com atenção até pode parecer que foi facíl, mas não foi. Este campeonato foi, com certeza, um dos mais exigentes para os atletas e dos mais sofridos para os benfiquistas. Não é por acaso que nos 30 jogos disputados, por duas vezes tivemos de nos conformar com a derrota, o que fez com que, da primeira à última jornada, praticamente apenas conseguíssemos ganhar um jogo sim e o seguinte também.

Pedimos desculpa aos associados e adeptos benfiquistas por, esta época, o futebol espectáculo da nossa equipa ter atraído à Luz multidões eufóricas, batendo todos os récordes de assistência: total de espectadores superior a um milhão, 42 845 de média por jogo , vários jogos na casa dos 60 mil. Mas a “Maré Encarnada” não se limitou ao Estádio da Luz. A equipa de futebol do SL Benfica arrastou consigo milhares de adeptos por todos os estádios do país onde jogou, esgotando a lotação de recintos normalmente vazios. O que, apesar de contribuir para o aumento das receitas de bilheteira dos seus adversários, de facto, não deixa de ser um desassossego, que mais não seja pelo barulho ensurdecedor das massas entusiásticas.

As nossas especiais desculpas ao Sporting, pelo facto de não termos sido suficientemente colaborantes na satisfação da tão proclamada aspiração dos seus adeptos nesta edição da prova: a vitória final do Braga, que assim como assim, também são encarnados. Aos portistas, queremos também pedir desculpas especiais, neste caso, em particular pelo facto de sermos populares (arruaceiro é outra coisa), não gostarmos de golfe e percebermos de bola.

Aos nossos rivais do Norte mais sensíveis, queremos dizer que compreendemos as reacções de violência perante a extrema ousadia de alguns dos nossos adeptos ao quererem festejar as glórias benfiquistas na Avenida dos Aliados e no centro da cidade de Braga. Têm razão esses nobres Bravehearts do Norte, futebol é assim: ou ganhamos nós ou porrada neles! Compreendemos perfeitamente, e pelo facto, pedimos desculpa.

Mas prometemos que para o ano vamos tentar fazer melhor.

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