sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Toques de Cabeça
ADEUS, ATÉ PARA O ANO
Por JMMA
Tentei, durante estes 365 dias, ser igual a mim mesmo, um JMMA que não tenta enganar ninguém sobre a sua identidade clubística, que é sobre ela completamente transparente, isento e independente. Poderia ter arranjado um pseudónimo mais expressivo, Dragon Ball, por exemplo (embora de dragons esteja o mundo cheio) ou mesmo Pinto C’Est Moi, por exemplo, mas este exemplo não seria exemplo para ninguém.
Assim, durante 365 dias, limitei-me a ser eu próprio, um assíduo e pertinaz crítico da realidade futebolística portoguesa (com o), objectivo quando não tinha de o ser, e sincero quando não tinha de o ser. E fui, durante estes 365 dias, o cronista mais lido, comentado e discutido do mundo de língua futebolesa e quiçá (como diria o grande domador de leões Paulo Sérgio) de todo o mundo, incluindo o Footbicancas, já que todos os outros cronistas meus colegas, no ano que passou, primaram pela assiduidade na ausência. Portanto, Toques de Cabeça C’Est Moi, e, de um modo geral, a verdade C’Est Moi também, embora a concorrência persista em ignorar-me. A “Águia de Ouro” - Nobel benfiquista - dará cabo deles.
Sei que Toques de Cabeça acordou muita gente para a realidade, e sei também que se um elefante..., três elefantes acordam muito mais. Por isso, fiz rodar alguns talentos suplementares por rubricas alternativas, tipo equipa B, como “Inquérito” e “Falar Verdade a Mentir”. Sempre, porém, com a mesma isenção e objectividade do benfiquista que sabe ver as coisas. Ou do benfiquista que, pelo menos, sabe uma coisa: é que, em futebol, o comentário objectivo e as conversas entre adeptos são tão parecidos, tão parecidos, como a Bíblia e a Playboy.
E prontos. Assim me despeço. Não, porém, sem antes desejar aos meus respeitados rivais que em 2011 vejam os esforços dos vossos clubes plenamente coroados de êxito: para o FCP, na luta pelo segundo lugar do Campeonato, evidentemente; e para o Sporting, na consagração como o quarto grande. Evidentemente.
Até para o Ano!
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
O Cansaço de Falcão
Toques de Cabeça
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Falar Verdade a Mentir
Ao que parece, o Benfica concedeu aos sócios um desconto substancial no preço dos bilhetes para o Rio Ave. Quem diz que os preços eram caros? Viram os golos dos argentinos? O espectador paga para ver futebol e pelo mesmo preço ainda leva uma portentosa exibição de slalon. Não brinquem comigo, se fosse eu que mandasse, acho que Aimar, Sálvio e Saviola deviam ir para a relva equipados de esquis.
domingo, 19 de dezembro de 2010
Paços Ferreira: 0 - FCP: 3
E pronto, o ano de 2010 acabou sob o ponto de vista futebolístico e o Porto cumpriu com o pedido, isto é, manteve os 8 pontos de avanço, depois de o Benfica ter ganho ontem de forma concludente.
A vitória de hoje é que não foi concludente. O Porto jogou bem na primeira meia hora de jogo, mas depois foi-se abaixo das canetas. Não só por culpa própria, mas principalmente porque o Paços fez um grande jogo. Sim senhor, a jogar assim, vão à Europa.
Mas o que mais me motivou a escrever hoje no grande FootBicancas foram os comentários que li no Facebook, pois, permitam-me a arrogância, as vitórias estão a ser muito normais este ano. É extraordinário a onda que imediatamente se levantou por causa do penalti. Até dou de borla que ele realmente não existiu. Até admito. O que não entendo é a sede com que se está a olhar para os árbitros nos jogos do Porto. Procura-se um erro como quem procura uma agulha no palheiro. Se ao menos se procurasse a agulha independentemente da cor…
Os especialistas em arbitragem só não viram um penalti sobre o Hulk e a forma como o Soares Dias transformou uma expulsão do Filipe Anunciação num amarelo para o Álvaro Pereira (curiosamente na falta que deu origem ao tal penalti).
Para terminar, repito um comentário que deixei no Facebook: vitória muito sofrida e resultado enganador pelo exagero e não pela justiça. “Quem vier falar do árbitro será simplesmente por má fé” e, acrescento, desespero.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Toques de Cabeça
Por JMMA
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Falar Verdade a Mentir
«Amanhã [Sábado], para nós, é a final da Taça de Portugal», dizia Paulo Sérgio na antevisão do jogo com o Setúbal. Talvez a afirmação efectivamente proferida tivesse sido - «Amanhã, para nós, é “o” final da Taça de Portugal». Erros de percepção ou de transcrição jornalística são sempre possíveis. De qualquer modo, há que reconhecer que a meta dos leões foi conseguida, nos precisos termos em que o seu treinador prometeu.
Quanto ao Benfica, após vitória concludente sobre o Braga, acaba de se qualificar com ganas para os oitavos-de-final. Quando os profetas e a impaciência dos adeptos já agoiravam um Natal sem Jesus, reedita-se a história de Mark Twain: as notícias que anunciavam a sua morte afinal eram exageradas.
Haverá, certamente, ainda muito mais a esperar de uma equipa campeã nacional em título. Mas agora o que intriga sobremaneira os observadores é o mistério da ressurreição. Podemos aqui avançar em primeira mão uma notícia que, com certeza, poderá fazer luz sobre esta magna interrogação.
Segundo acabámos de saber de fonte fidedigna, uma denúncia anónima está a dar origem a investigações que poderão beliscar a honra de Saviola e de Aimar. Os dois argentinos são acusados de sequestrar a crise do Benfica, podendo a todo o momento ser processados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. Os cães pisteiros do ‘Trio de Ataque’ e do ‘Dia Seguinte’, tal como o médico que todos os anos passa o atestado de robustez física ao Mantorras, estão malucos. É um odor a crise morta nas imediações da Luz que não se pode. Saviola e Aimar, cada um com seu golo, cortaram a crise aos bocadinhos, embrulharam as partes num plástico e esconderam-nos junto à parede do Media Markt. “Eles até juntaram algumas oportunidades de golo falhadas só para baralhar as provas”, revelou o autor da denúncia anónima.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Toques de Cabeça
QUE HORAS SERÃO EM KUALA LUMPUR?
Por JMMA
O leitor está a ver aquele tipo de cronista irritante que aproveita todas as viagens para dar a saber onde esteve e se pôr a gabar o estrangeiro com o objectivo evidente de depreciar Portugal? Pois bem, ontem, quando assistia pela televisão àquele simulacro de noite europeia no mítico inferno da Luz, desertei. Quando já só o que queria era abstrair daquela apagada e vil tristeza, pus-me a pensar à frente do écrã: que horas serão agora em Kuala Lumpur? Só indo lá ver...
Imediatamente, estava eu a passear nas ruas de Kuala Lumpur, que é muito mais multicultural que a Cova da Moura na Amadora, ou a praça do Rossio em Lisboa, e pus-me a pensar como na verdade é fácil cair na tentação do cronista irritante. Uma pessoa sai de Portugal (neste caso do estádio da Luz) e vê-se em cidades grandiosas, com gente que labuta à séria, economias que progridem no ranking. E pensa: então mas eu sou compatriota disto ou das birras de balneário do Benfica, das arbitragens manhosas do Elmano, das PT que se esquivam ao Fisco, do Pinto da Costa...? Não é difícil começar a acreditar que se nasceu num país errado.
Não é o meu caso. Os países exóticos, para mim, são como o zoo ou os hotéis: é interessante visitá-los, mas não servem para viver lá. Kuala Lumpur, que nunca visitei mas imagino, é nesse aspecto uma cidade exemplar. Há monumentos magníficos em Kuala Lumpur, é verdade. Mas não há bifes da Portugália com imperial. As vistas são deslumbrantes. Mas as pessoas falam uma língua bizarra. O malaio (Bahasa Melayu), composto por múltiplos dialetos difíceis de compreender para maioria dos kualalumpurenses (se assim se pode dizer), é para nós uma lingua completamente ininteligível. Excepto o papiá, línguajar crioulo de base portuguesa, deixado pelos navegadores e seus descendentes miscigenados, que apesar de esquisito, ainda assim dá para arranhar alguma coisa.
Tanto assim que, vendo pela televisão o resto do jogo da Luz relatado em malaio, consegui perceber tudo. Por exemplo, a palavra «Deus», nas expressões «seja o que Deus quiser» ou «Deus nos acuda», em malaio diz-se «Lyon». Já em relação à conhecida expressão «Quem tramou o Roger Rabit», à falta de tradução própria, o malaio não diz «Roger Rabit», diz «Jorge Jesus». Mas o mais interessante é que a palavra «andor», pronunciada à maneira do norte, no falar dos malaios diz-se «elmanosantos». O que, na verdade, sendo o andor um utensílio para transportar santos à mão, faz obviamente todo o sentido. O mesmo sucede, aliás, com o termo crioulo «xistra», que pela similitude fonética se vê logo que quer dizer «cesta» (de fruta, docinhos, etc.), pronunciada à moda de Guimarães.
Vejam, pois, como são extraordinários os vestígios culturais do império colonial português no Oriente! Quando me apercebi, até me chegaram as lágrimas aos olhos. Mas eu sou assim: cinco minutos fora de Portugal e começo a ficar com saudades do Filipe Vieira, do Pinto da Costa... Cinco minutos talvez seja exagero. Dez talvez. De meia hora não passa.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
PRESSÃO ALTA
Por JCR
Foi hoje e uma vez mais descolorida, a exibição do FCP.
Mau grado a espaços na primeira parte tenha dominado o jogo e o adversário (como expectável e até mesmo exigível), a imagem global hoje deixada foi demasiadamente pobre, e incompreensível.
Como pobre foi o argumento apresentado pelo adjunto ‘Vitor Pereira’ no final, de que a equipa manifestou cansaço na segunda parte, resultante do esforço dispendido na 5ª feira em ‘Viena’, agravado pela viagem de madrugada, blá, blá, blá.
Ocorre-me recordar – não apelando em demasia à memória - que o Porto defrontara o ‘Besiktas’ igualmente a uma 5ª feira, tendo cumprido no domingo imediatamente a seguir a melhor exibição da época frente ao ‘Benfica’.
A equipa não jogou bem, ponto!
O esquema de jogo delineado não funcionou, ponto!
A ala esquerda não convenceu, sendo gritante (pelo menos ao momento) a inadequação de ‘Rafa’ à titularidade, ponto!
(Nota: Parece-me ter sido equívoca a utilização em ‘Viena’ de ‘Varela’ e ‘Fernando’.)
É preocupante, a meu ver, a dicotomia existente no plantel entre a excelência de alguns jogadores e a mediania dos seus substitutos directos e naturais.
Os únicos ‘suplentes’ com nível para enfrentar a titularidade sem quaisquer reservas, são (uma vez mais na minha opinião) ‘Fucile’/’Sapunaru’, ‘Maicon’/’Otamendi’, ‘R. Micael’ e ‘Souza’’, sendo que este último (vá-se lá saber porquê) não tem feito parte sequer das segundas escolhas.
Daí que uma lesão pontual ou grave possa tornar-se facilmente uma desesperante dor de cabeça.
A título de exemplo ficam as exibições cumpridas após a lesão de ‘A. Pereira’, excepção feita ao jogo de ‘Viena’ que, ainda assim, não se configura propriamente como o melhor dos modelos.
Do mal o menos… não se perdeu hoje pontos.
Adiante…
Eis que HOJE o caldo se entornou, no “sempre pacífico” mundo da análise/comentário desportivo (e descomprometido) nacional, em especial no que respeita as arbitragens!
Isto depois de uma semana/jornada passada, em que pouco ou nada se falou, porque nada de anormal e relevante sucedeu neste plano, senão que o ‘João Moutinho’ deveria ter sido admoestado com amarelo aos 13’ do jogo com o ‘Sporting’.
A mesma semana em que vi ser inventada uma nova regra para a avaliação dos fora-de-jogo, em que aguardo serenamente pela acção disciplinar que vai por certo valer a entrada violenta do ‘Moutinho’ sobre o ‘Maniche’, em que se descobriu que o ‘Maicon’ pôde ser expulso por ser ingénuo e porque o ‘’Liedson’ é perito na arte de saber expulsar adversários, e em que me foi dado a saber que uma entrada por trás sem bola às pernas do adversário aos 2’, é coisa pouca e sem relevo…
A mesma semana ainda, em que um “energúmeno sem nível” (alguns o pensam, e aqui e ali o dizem!) que se passeia pelo banco de suplentes do FCP, veio mostrar pública repulsa pela nota positiva atribuída a um árbitro que, apenas e só, teve uma actuação irrepreensível, sem erros com directa e grave influência no resultado final do jogo.
Mas centremo-nos nos casos de hoje, esses sim IMPORTANTES, GRAVES, VERGONHOSOS e ESCANDALOSOS para a nação futebolística:
A grande penalidade favorável ao FCP não o é (ponto, dizem eles!), simplesmente porque não se vê.
Confesso que nem eu a vejo, tão-somente porque não ma dão a ver e porque apenas me são dados 2 planos distantes da jogada. A milagrosa câmara à traseira da baliza (que permite ver a 2ª grande penalidade do jogo, e a sua execução, mas já lá vamos!), aparentemente – azar dos azares - não funcionou naquele momento.
Vai daí, se não vemos (e eu, reitero, não vejo porque não me mostram), não há!
Não deixa de ser curioso que o jogador que comete a infracção (dizem eles que não toca no ‘Falcão’!), caia sobre o jogador do FCP após a queda deste. Efeito íman, por certo.
O caso para mim é, verdadeiramente, a realização do jogo não ter imagens claras para nos dar, pelo menos análogas às que nos deu na segunda parte.
Mas isto sou eu a teorizar sobre a conspiração que sempre envolve estas coisas, não?!?
Já estou como o outro, o “energúmeno sem nível”: se me mostrarem, e eu estiver errado, peço desculpa!
O verdadeiro caso (dizem eles!), ocorre aos 90’, quando o árbitro manda repetir a execução de uma grande penalidade favorável ao ‘Setúbal’, alegadamente porque (vejam lá a vergonha, o escândalo!) não tinha ainda apitado para a sua marcação.
O homem diz que não apitou como se impõe, sinaliza-o inclusive gestualmente, os jogadores do ‘Setúbal’ não contrariam a sinalética do árbitro (pelo menos que se veja, lá vamos nós outra vez!), o avançado do ‘Setúbal’ FALHA a segunda execução, e o caso nasce em si mesmo, qual (perdoem-me a comparação) concepção sem pecado.
E veja-se o caricato da coisa:
Haverá maior incoerência da parte de um árbitro, do que toda esta palhaçada em favor do FCP (dizem eles!), depois de aos 89’ assinalar uma grande penalidade (*) contra o mesmo FCP, no Dragão, com o resultado em 1-0 (caso que não é virgem, de resto, com este mesmo árbitro!).
E já agora: se o árbitro tem certeza da falta que vê e da decisão que toma, porque admoesta ‘Otamendi’ e não ‘Fucile’.
OK! Já sei! Se viesse a admoestar ‘Fucile’ teria de o expulsar aos 89’, com o inerente prejuízo que daí adviria para o FCP.
Tenham lá paciência e não insultem - pelo menos - a minha (passe a imodéstia) inteligência.
(*) Não dando como errada a marcação pelo árbitro desta grande penalidade, mais não seja pela visão que lhe é dada da jogada, ainda me há-de explicar (quem quiser, se quiser) quando se deve assinalar falta ao defesa ou ao avançado estando ambos a agarrar-se mutuamente.
Será esta a velha questão da intensidade ?!?
Ou será que pende para o que cair primeiro ?!?
Acautelem ao menos todas estas mentes brilhantes, que neste País - também - há gente que (mau grado eventuais energúmenos sem nível) não só não é parva, como não se deixa tomar como tal.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Toques de Cabeça
AGRADEÇO À FIFA
Por JMMA
Assim que se soube que a organização do Mundial de 2018 ia para a Rússia, a verborreia futebolesca invadiu o tempo de antena das rádios e televisões nacionais. Seguiram-se horas de ressaibo e dislates, apontando o dedo acusador à pretensa (e abominável) filosofia de negócio que terá imperado na decisão da FIFA. Ora aí está (!), os rublos e o gás do Kremlin impuseram-se naturalmente à concorrência europeia, principalmente à bondade superior do «nosso» projecto. Putin, Abramovich e companhia têm o dinheiro que move montanhas e, pelos vistos, votos da FIFA.
Pensei cá para mim: se a organização do evento tivesse sido atribuída à Espanha – perdão: à Ibéria – como seria fácil o falatório do mau perder! Sabendo que na Rússia, como noticia hoje a nossa imprensa, que nada em dinheiro, mesmo assim se questiona se “o custo para ter o Mundial 2018 não é demasiado elevado” e se “não corresponde à política dos patrícios na Roma antiga, em que toda a relação com a plebe se resumia à oferta de pão e jogos”... Se isti é assim, imagine-se então quanto não haveria para dizer, nesta perspectiva, da ‘vaquinha’ ibérica. Sobretudo do seu apêndice português, sem dinheiro, sem economia, sem futuro, apenas fiado na crença atávico-madailesca de que o sonho comanda a vida.
No meio de toda essa verborreia e fantasia nacionais, acabou por vir dos cidadãos o que, infelizmente, não ouvi dizer aos comentadores encartados: que a candidatura ibérica era uma vergonha, pela oportunidade, claro, e sobretudo pela inadmissível relação de menoridade face à Espanha, como a seu tempo escrevi. Agradeço à FIFA ter-nos poupado à concretização desse vexame.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Toques de Cabeça
DECLARAÇÃO DE VOTO
Por JMMA
Tenho de reconhecer que existem pessoas bem melhores do que eu a expor ideias que eu gostaria de partilhar. Fazem-no com uma lucidez, uma concisão e uma objectividade que fico com inveja. Há dias, no DN, depois de confessar o «gosto imenso» pelo futebol, alguém falava assim sobre a vergonha que sentia, como português, pela «desgraçada parceria» luso-espanhola para a organização do Mundial de 2018.
Nela, «aceitamos aparecer como uns pedintes que tudo fazem por um convite para a grande festa. Pela primeira vez no mundo, dois países juntam-se para tentar organizar uma competição desportiva sem ser em plano de igualdade. A prova começa em Barcelona e acaba em Madrid. Nos cartazes, Lisboa e Porto aparecem em pé de igualdade com Badajoz. O Governo, em dificuldades, apoia; o Presidente da República, em campanha, cala.»
Assino por baixo. Mas quero fazer uma anotação. Além da nossa condição de menoridade na “parceria”, há que sublinhar, com toda a veemência, que a árvore das patacas propalada pela imprensa com base num alegado estudo académico, apontando para um lucro de 1 000 milhões de euros (repito 1 000 milhões!) – só para Portugal – não pode ser entendida senão como um admirável número de ilusionismo por parte do inefável Dr. Madail, mais uma vez, «pour épater le bougeois». Será que ainda há quem acredite que o Pai Natal vem da Lapónia num trenó puxado por renas?!
Infelizmente a verdade é esta. É mais que evidente que o dito projecto não contribuiu em nada para a saída da crise tremenda em que nos encontramos. E nem sequer contribuiu para a solução de qualquer dos grandes problemas que nos afectam. Talvez que isso fosse exigir demais, bem sei. Mas então ao menos assegurem-nos que o projecto não os agrava, designadamente, pela inoportunidade dos sinais que transmite, contraditórios com a nossa pelintrice. Além da extensão dos custos que fatalmente sempre acabam por ser suportados pelo contribuintes. Se fossem só as estruturas do futebol, elas próprias, a pagá-los... nada a dizer. O problema é que todos pagamos com o dinheiro das nossas contribuições. Assim, não, senhor Madail.
Portanto, daqui a umas horas, quando a FIFA se reunir na Suíça para divulgar pomposamente qual a candidatura a que vai ser atribuída a organização do Mundial de Futebol de 2018, o meu desejo é que a chamada candidatura ibérica, na qual temos um papel humilhante, e nos vai custar os olhos da cara, seja derrotada!
terça-feira, 30 de novembro de 2010
INQUÉRITO
O QUE É QUE ACHA DE UMA CANDIDATURA CONJUNTA DE ESPANHA E PORTUGAL AO CAMPEONATO MUNDIAL DE SESTA?
Pacifista desportivo. Inventor de faixas e coreografias de claque, são de sua autoria palavras de ordem como «Make love, not war» e «Águias e dragões: por um futebol de afectos». Sendo um fiel seguidor do Jornal A Bola, é também Presidente do Clube dos amigos da Revista J. Fair play e igualdade de género no balneário, são as suas grandes bandeiras no âmbito do Movimento Grandepiça (espécie de Greenpeace português para o futebol).
Oh pá, desde que vi na televisão o ‘beijogol’ da jornalista ao Iker Casillas, logo após o jogo da final com a Holanda na zona de entrevistas rápidas do Soccer City de Joanesburgo, nem queiram saber!,só me apetece é ir para Espanha dormir a sesta. Se Portugal e Espanha estiverem juntos na sesta, isso é que vai ser bom. Já me sabe dizer quando é que abrem as inscrições? Quero ficar no grupo da Sara Carbonero!
GILBERTO MADAIL
Pessoa que agradece todos os dias aos jornais o que sabe sobre o futebol português. Entre um ‘não’ e um ‘sim’, opta sempre pelo ‘nim’. É o maior especialista português em fugas para frente.
Se temos as infra-estruturas físicas para a prática da Sesta porque não? E mesmo que não tenhamos. Acusam-nos de cometer disparates na organização do Euro 2004. Que em vez de 10 estádios (mais do que o caderno de encargos obrigava) construimos uma manada de «elefantes brancos». Balelas! Excessos sempre houve, desde a Expo’98, ao Centro Cultural de Belém passando pela Casa da Música. Esbanjar dinheiros públicos está-nos no sangue... De resto, os espanhóis sabem sempre o que estão a fazer. Agora vou só ali pintar o cabelo e depois vou a Madrid ver se o Real (face à cabazada) quer que lhe empreste o Paulo Bento para substituir o Mourinho nas duas próximas jornadas.
MOURINHO
Apesar da indigestão, ainda ‘Lo especial de la siesta’, e sempre sério candidato a um lugar no pódio.
Vêm-me falar em sesta? Ora porra, precisava era de uma cesta, para a real cabazada do Pepe, ontem, no Camp Nou. ‘Ahora mismo no sé como é que hey de guardio-la’. Bom, mas já que é assim, vamos lá então a essa coisa da sesta.
Eu acho que a sesta é sempre um hábito salutar. Aliás, estando em Madrid, qualquer principiante de ‘mind games’ lhe diria o mesmo. Mas não é isso. As melhores sestas da minha vida foram em Lisboa, no estádio da Luz. Nessa altura, tinha até uma almofada com desenhos do Vitinho e tudo. Mas penso que a sesta não deve conhecer fronteiras. Por isso, só posso estar de acordo com o campeonato ibérico da sesta! Que mais não fosse para ver se põem rapidamente a rolar o TGV para Badajoz, que tanta falta me faz. E se a coisa resultar, pode ser que o primeiro-ministro se lembre também de organizar os Jogos Olímpicos de 2020 com a Madeira, o Bugio e as Berlengas, para justificar o aeroporto de Alcochete. Ali, a dois passinhos de Setúbal... Dava-me mesmo jeito! Força, lá então com essa candidatura ibérica da Sesta!
PRESSÃO ALTA
Confesso que não gostei de ver o meu FCP jogar ontem frente ao SCP.
A sobranceria com que enfrentou o jogo e o adversário, similar àquela que colocou em campo frente ao Portimonense e Moreirense, não me agradaram e fazem-me crer que a mensagem de rigor colectivo passada após o jogo com o SLB, não foi bem interiorizada.
Um FCP na linha do que nos foi dado a observar até à 10ª jornada, chegava e sobrava (a meu ver) para vencer o jogo de ontem, ou, não vencendo, para convencer e dominar claramente o jogo e o adversário.
Não me parece lógico, que este FCP se veja hoje na necessidade de fazer “apelos à revolta” e “incremento dos índices de agressividade e motivação” ao intervalo dos jogos, independentemente das circunstâncias.
Creio, como antes referi, que um FCP atento, concentrado e focalizado como o que vimos até à 10ª jornada, não carece de tais intentos, para dominar e (quiçá) vencer os jogos que disputa (pelo menos a nível interno).
Dizendo-o de outro modo: o FCP que este ano nos tem sido dado a conhecer (e isto dos bons ou maus hábitos …), jogaria desde o primeiro minuto como jogou na segunda parte da partida, enquanto pôde …
Daqui parto noutra direcção …
Não gostei mesmo nada da arbitragem daquele que é por muitos identificado como (!!!) “Super-Dragão de Paredes”.
Estou certo de que, relativamente a este ponto, encontro concordância na generalidade dos que vêem o futebol pelo futebol.
A falta de critérios uniformes foi gritante, aqui e ali em eventual prejuízo do SCP, mas na grande maioria do jogo (e nos seus principais lances) em manifesto prejuízo do FCP.
Creio até que uma arbitragem destas, com erros que falseiam a “verdade desportiva”, porque com directa influência no resultado final, merecia da parte do FCP uma acção similar à assumida pelo SLB após o jogo em Guimarães.
E, como então sucedeu ao SLB, que não se iluda ou menorize os graves e claros erros da arbitragem, com a eventual exibição menos colorida (má, como já aqui assumi) do FCP.
O homem decidiu logo aos 2’ de jogo, contemporizar com o jogo violento ao não admoestar com ‘amarelo’ o ‘André Santos’, naquilo que (contra os que determinam as regras do jogo… repito, as regras do jogo) muitos consideram ser uma forma de procurar segurar a partida.
Escusado será dizer que o que assim se consegue é, normalmente, um jogo que descamba para lances polémicos com (habitualmente) alguma ”violência” à mistura.
Escusado será dizer, igualmente, que o visado da primeira entrada (de muitas!!!) foi o ‘João Moutinho’, mau grado também ele tenha tido aos 13’ uma entrada passível de ‘amarelo’, que o dito homem também contemporizou.
De notar, todavia, a habitual ‘choraminguice’ dos jogadores do SCP nos lances divididos em que sofriam faltas, estratégia que tão bem sabem dominar, quase em exclusivo no nosso futebol.
Que o ‘João Moutinho’ não é hoje bem quisto no reino do leão, já todos sabíamos.
Que se dispunham a criar condições para que o seu regresso fosse inesquecível pelos piores motivos, não surpreende.
O que já não se entende, é que tal venha a ter o foco principal dentro de campo, entre ex companheiros de equipa, alguns dos quais hoje companheiros de selecção, e até da parte do sempre “ponderado” treinador do SCP.
Temos sido bombardeados ao longo da semana com o exemplo ‘Figo-Barcelona’, onde, aí sim, o assunto morreu nas bancadas. Recordo ainda hoje o cuidado com que, por exemplo, ‘Xavi Hernandez’ em mais do que um momento confortou ‘Figo’ ao longo da partida, face ao que chegava das bancadas.
OK! Estamos em Portugal, sempre um pouco mais à frente.
Dizer que foi normal a atitude de alguns jogadores do SCP para com o ‘Moutinho’, é constatação que me dá pena, pela enormidade da sua desfaçatez.
E por aqui me fico.
Nada direi pois relativamente ao golo irregular do SCP, à impressionante entrada do ‘Maniche’, e à bem cavada expulsão do ‘Maicon’ quando o FCP acabava de empatar e estava (finalmente) claramente por cima, sufocando o SCP e em busca da vitória.
Apenas acrescento uma nota:
Quanto tinta correria na imprensa escrita portuguesa, quantos especiais-desporto se fariam ontem, hoje, amanhã, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª feira (e por aí adiante), quantos vestiriam luto se a circunstância fosse a inversa ou, se o contendor do SCP fosse outro.
Não custa pensar nisto, e ocorre-me ter o direito de o fazer.
Oxalá (digo eu), não venha isto a ser o início de algo bem mais complicado, ou pelo menos algo que pesará na contagem final.
(…)
A partir deste momento e até amanhã à noite, estou absolutamente concentrado na minha segunda paixão futebolística.
Que me perdoem os laivos de nacionalismo que a tantos agora ocorrem, mas sou desde pequeno um indefectível adepto do ‘Barcelona’, e não há ‘Mourinho’ (a quem para sempre serei reconhecido e de quem sou fan), ‘Ronaldo’ (o nosso melhor, que não - ao momento e a meu ver - do mundo), ‘R. Carvalho’ e ‘Pepe’, que me façam violar os meus votos de amor eterno ao grande ‘F.C. Barcelona’.
‘Més que un club’, simplesmente.
De resto, e não me levem a mal, tenho o ‘Real Madrid’ na mesma conta que tenho, em Portugal, o ‘Sporting’; digamos, usando de algum eufemismo, que não vou muito à bola com ambos.
Que seja um grande jogo, como estou certo será.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Falar Verdade a Mentir
Luis Filipe Vieira confiante no futuro.
O presidente dos encarnados garantiu hoje, à saída do estádio Bloomfield, que o Benfica está apenas a atravessar uma fase menos boa, mas a Direcção mantém total confiança nos seus jogadores tal como na equipa técnica, esperando que uma vitória já na próxima jornada do campeonato, sobre o Beira-Mar, reponha a equipa na senda do sucesso. “Tudo pode acontecer, afinal, é isso exactamente que mostra a história da competição, onde os mais fracos muitas vezes batem o pé aos poderosos”, explicou o presidente benfiquista ao Footbicancas, incentivando os seus jogadores a “superarem-se” em Aveiro e a terem presente o exemplo da histórica vitória, esta semana, do pequeno Braga sobre o Arsenal. “Esperamos ganhar em Aveiro. Depois, bem, depois temos de ser realistas e esperar apenas fazer uma boa casa na Luz contra equipas grandes, como o Olhanense ou o Rio Ave”, concluiu Vieira.
‘A Bola’ garante que Jorge Jesus é o Roberto Bolaño do futebol.
Adeptos não vão crucificar Jesus antes da Páscoa.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Toques de Cabeça
Por JMMA
Um dia sonhei ser jogador de futebol. Um dia todos os miúdos que eu conhecia desejavam ser jogadores de futebol. Trabalhávamos para esse ideal horas e horas a fio, na rua ou no pátio da escola, a correr atrás de uma bola, a rematar à Eusébio, a defender à Costa Pereira, a cabecear à Torres, a centrar à Simões. Não havia nada, nenhum programa de televisão, nenhuma aventura, muito menos qualquer “T.P.C.” (trabalho para casa) que nos mobilizasse tanto, em que fôssemos tão sérios, quase profissionais. Na escola, à hora do recreio, corríamos das salas de aula para o pátio para jogar. Depois da escola corríamos para o “nosso campo”, um baldio atrás das nossas casas, para jogar mais.
Provavelmente, todos os portugueses pós Benfica europeu sonharam um dia ser jogadores de futebol. Mas agora, quando leio ou ouço alguns cronistas de futebol em Portugal – os chamados fazedores de opinião do indígena mundo da bola –, chego quase sempre a uma conclusão: Estes gajos percebem de futebol à brava, mas eu não percebo um caneco do que eles querem dizer. Aquilo são bissetrizes, expressões táctico-aritméticas, definições de espaços e losângulos para todos os gostos, transições para trás e para a frente. Mas o melhor são as metáforas e as citações. Cronista de bola à séria tem que usar pelo menos duas metáforas em cada parágrafo. Além de uma citação, que tanto pode ser de George Orwell como de Umberto Eco, ou de ambos.
Talvez os miúdos da escola continuem ainda a suspirar pelos intervalos das aulas para dar uns toques. Mas suspeito que este tipo de comportamento corre o risco de mudar num futuro próximo. Coitados dos miúdos, se ousarem seguir com atenção as análises científicas de alguns cronistas de serviço que por aí há receio bem que já tenham até alguma dificuldade em perceber o próprio jogo. A mesma coisa se observarem o ar sério, próprio de quem trata de problemas ao nível da física nuclear, que o CR9 (marca registada) faz quando se prepara para pontapear a bola. Ou se olharem para a cara crispada do Jorge Jesus a congeminar tácticas e a gesticular para dentro do campo.
Não, a ideia de que jogar à bola é uma coisa assim a modos que lúdica já não tem o mínimo sentido. Acho que acabou com o Ronaldinho Gaucho sempre a rir com os seus dentes de Bugs Bunny. Os senhores cronistas não brincam em serviço, aquilo é mesmo científico. Complicado, denso, chato, só ao alcance de algumas mentes privilegiadas.
O meu receio é este. Querem ver que um dia destes a miudagem leva os tempos de intervalo a suspirar pelo toque da campainha, para que termine o jogo, desejosos que recomecem as aulas de Matemática, Física, Química! Para poderem descansar o cérebro, evidentemente.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Toques de Cabeça
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Toques de Cabeça
Benfica – Naval (4-0)
UM LUGAR NO CORAÇÃO DA LUZ
Por JMMA
Naquele olhar votivo, precedendo o carinho dos colegas e a ovação dos adeptos, a massa associativa viu simultaneamente todo o empenho, alegria e frustração de um jogador remetido para a condição de suplente, mas cuja dedicação à camisola jamais poderá ser posta em causa. Aquele momento de aparente comunicação transcendental fez tanto para a memória futura de Nuno Gomes na Luz quanto um hat trick ao Porto. E assim, estou certo, reservou Nuno Gomes um lugar no coração da Luz. Se preciso fosse.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
INQUÉRITO
(Entrevista escrita em 'manuelmachadês')
Já tirou pontos aos três grandes. Na última jornada foi em Alvalade contra tudo e contra todos, menos um. Agradeceu ao Maniche?
Absolutamente. Vir alguém com os dedos em riste fazer-me pirraça, como me fez um estimado colega, o ano passado, quando a minha equipa ( Nacional) foi goleada na Luz, parece-me uma brincadeira de crianças do tempo dos calções sem braguilha. Tenho lá pachorra! A esse meritíssimo colega, presentemente a atravessar uma fase menos boa, lembraria apenas que isto de ser treinador de futebol é como o vinho das melhores castas: primeiro alegra, depois inebria e um dia azeda.
E o ‘manuelmachadês’, há boas possibilidades de se tornar uma língua oficial?
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Lembro-me que...
Portugal ainda não garantira a presença no Mundial na África do Sul. Ainda assim, a confiança de Carlos Queiroz, seleccionador, para ultrapassar a Bósnia-Herzegovina, nos dois jogos do play-off, era mais que suficiente, pois o técnico falava mesmo na conquista do título mundial.
"Penso que a parte mais complicada é o apuramento. Se nos qualificarmos, Portugal será certamente um dos favoritos a vencer o Mundial de 2010 ou então a ficar no pódio", disse ontem Carlos Queiroz em entrevista ao site oficial da FIFA.
Esclareça-se que «certamente», conforme dicionário diz, significa 'com certeza', 'sem dúvida'. E que «ontem», segundo esclarece o Diário de Notícias, foi em 26-10-2009, há pouco mais de um ano.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Toques de Cabeça
Por JMMA
Segundo notícia do canal Benfica TV, o colapso do Benfica no domingo deveu-se ao choque de uma cegonha com uma torre de iluminação do estádio da Luz. “Precisamente à hora em que o jogo estava a começar. Foi uma coisa horrível”, confirmou um popular a quem aquela estação televisiva independente teve de pagar 500 euros para contar o que viu. “Parecia o 11 de Setembro. O animal fez mal a aproximação ao ninho, foi enfeixar-se entre os holofotes e começaram a sair-lhe relâmpagos pelo orifício natural. Para mim foi um suicídio.”
Também, por sua vez, os órgãos sociais do Benfica atacaram ontem Francisco Ferreira (o careca da Quercus), que nomearam "persona non grata" por "nada fazer para aplicar a lei, pelo que a arbitragem e a Comissão Disciplinar da Caça à Cegonha continuam na Federação de Caça e Pesca “Calibre 12”, quando já deviam estar na Benfica TV desde 1 de Julho".
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
FCP: 5 - SLB: 0
Há muito que não me divertia tanto a ver um jogo de futebol. E digo isto sem nenhuma ironia, pois para além dos 5 secos, o Porto jogou muito à bola.
Os 5 contribuíram para o festival completo, mas é uma delícia ver aquele meio campo (mesmo sem Fernando)! O Belluschi abriu o livro de uma forma espectacular (estou curioso para ler a crónica do Miguel Sousa Tavares) e fez, a par de Hulk, gato (outra curiosidade, ver o que o fedorento diz deste jogo) e sapato de todos aqueles que lhe apareciam pela frente, do famoso corredor esquerdo da defesa do SLB. Para além do Belluschi, existiu ainda uma maçã que está cada vez mais madura, ficando cada vez mais longe do seu estado “podre”. O número 8 Portista dá muita tranquilidade e classe ao pulmão de qualquer equipa, sendo que o homem parece ter pilhas duracell! Muito bom (além se lembra do Meireles??)
Depois, vem o trio, não o de Odemira, mas o trio que tira o sono a qualquer um (adversário, pois a mim não me tira nada!). Na verdade, o Porto tem hoje em dia 3 jogadores na frente que são o desespero para qualquer defesa. Não é por acaso que os 3 estão no topo da lista dos melhores marcadores. Só fiquei com pena do Varela não ter feito o seu segundo golo, pois dessa forma a coisa ficava mais equilibrada entre os três. Todos eles foram excelentes, mas o Hulk esteve irrepreensível. O rapaz é mesmo uma força da natureza e proporcionou um momento que ainda hoje me faz rir: Na jogada do primeiro golo, ver a imagem do David Luis a gatinhar atrás dele para ver se o apanhava, é qualquer coisa de maravilhoso. O tal que, segundo JJ, tinha uma velocidade capaz de segurar o Hulk. Muito bom.
Bom, quanto ao jogo já foi tudo dito e mais dito. Não obstante, não resisto ao facto de dedicar esta vitória ao RAP, de dizer que o mestre da táctica foi mais uma vez cilindrado pelo Porto e de concluir que afinal o LFV tinha razão, quando no inicio da época andava a querer distrair os seus adeptos, pois provavelmente já sentia o que o esperava. É obvio que o campeonato ainda não está decidido (longe disso), mas que é uma vantagem muito significativa, lá isso é!
Nota: como devem calcular (pelo menos aqueles que me conhecem) reprovo totalmente as bolas e outros objectos que foram arremessados para as 4 linhas, tendo inclusivamente atingido o Roberto, mas os energúmenos existem em todo lado. Nesta nota, confesso, que existe uma excepção dado a imaginação da mesma. Falo do Frango que foi lançado para o terreno. A par do gatinhar do David Luis, este foi dos momentos que mais me ri no estádio. Concordam comigo que teve a sua piada e afinal de contas o Frango não faz mal a ninguém!
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Toques de Cabeça
GANHA O PORTO, DISSE-ME O ÁRBITRO
Por JMMA
Escrevam aí, porque quero que fique preto no branco: o Porto vai ganhar. Tenho bons contactos, socorri-me de fontes fidedignas, aquelas que sabem, e repito (leiam nos meus lábios): no domingo o Porto vai g-a-n-h-a-r. Isso digo hoje, e é garantidíssimo. Amanhã, já não sei. Se calhar, posso até jurar o contrário: o Porto perde. Tão certo como eu estar aqui. Tornem a ler-me os lábios: p-e-r-d-e. Ah, isso aposto o que quiserem!...
Olha, encontrei a palavra certa: aposto. Não é bem como no Euromilhões, porque aí é aleatório, apenas números a rolar numa tômbola. O que eu faço com o Porto-Benfica é mais Totobola - deixo-me influenciar. Leio O JOGO e tendo a pôr “1” para o Porto que joga em casa, vai de vento em popa e se acaso o adversário tem a veleidade de lhe tirar pontos mesmo com justiça, faz birra porque o árbitro não o favorece com penaltes inexistentes. Leio A BOLA e tendo a pôr "2" para o Benfica, que acaba de dar um baile de bola ao Lyon, numa noite que apesar das abébias ao adversário em fim de festa, chegou a anunciar-se perfeita, e que ainda para mais sabe que joga no Dragão uma cartada decisiva.
Portanto, considerando que o Porto tem menos 48 horas de recuperação do que o Benfica mas em contrapartida joga em casa, levando em linha de conta a batalha táctica, a leitura dos treinadores, as condições de humidade, pressão e temperatura e respectivo efeito sobre o cheiro da relva à hora do jogo, pesando os prós, pesando os contra, efectivamente, o que posso adiantar sobre o jogo é que «tendo a...», «se calhar», «possivelmente», «penso eu de que...».
Enfim, caro leitor, vá por mim que sou ingénuo. Quer certezas com três dias de avanço sobre o Porto-Benfica? Pois sim, tente o Pedro Proença, o árbitro genial que em 2009, nesse mesmo Dragão, conseguiu o prodígio de converter uma infracção do Lisandro num penalti do Yebda. Oxalá ele não saiba.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
INQUÉRITO
Molusco cefalópede da família dos videntes, cartomantes, exorcistas e tarólogos. Juntamente com o professor Marcelo, o professor Fofana e a taróloga Maya, foi fundador da Comissão Internacional de Bruxaria e Vidências para controlar as promessas fraudulentas dos políticos, as previsões erradas dos economistas e as arbitragens manhosas no futebol. Amigo de Portugal e grande admirador do Padre Fontes, foi cabeça de cartaz em várias edições do Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes. Ficou célebre no último Mundial por acertar os vencedores de todos os jogos da Alemanha e até da final entre a Espanha e a Holanda.
(Esta entrevista, pedida desde Agosto e inicialmente marcada para as proximidades do Natal, foi premonitoriamente antecipada, a pedido do polvo Paul, para 2ª-feira (25), seu último dia de vida.)
Vê no futuro alguma possibilidade de pôr termo à violência no futebol?
Eu de violência não percebo muito. Só sei o que me disse uma vez o Bruno Alves, um futebolista constantemente agredido por pessoas que lhe batem com o globo ocular no cotovelo. Mas palpita-me que, no futuro, haverá muito menos violência no futebol quando toda a gente for do FC Porto. Assim já não haverá em quem bater.
Prevê algum acontecimento sensacional para os próximos meses?
Prevejo dois. No estádio da Luz, a águia Vitória vai ser apanhada no balneário a acasalar com a cabeleira do David Luís. Em declarações ao jornal A Bola, a ave desculpar-se-á dizendo ter confundido a trunfa do defesa encarnado com uma namorada da adolescência. Por sua vez, em Alvalade, José Eduardo Bettencourt vai ser transferido a custo zero para o Santander, e vai vender PPR para a agência de São Domingos de Rana.
Quem acha que é a mãe do bebé do Cristiano Ronaldo?
Olhe, já há imenso tempo que ando a ver se consigo adivinhar isso. Neste momento estou indeciso entre a Paris Hilton, a fada Stella das Winx, uma empregada do Burger King em Miami e um poste de alta tensão em Santo Tirso.
Para terminar, tem já algum palpite para o próximo Porto – Benfica?
Bom, se a turba do sabão azul permitir que o jogo se realize (vamos crer que sim); se a greve anunciada permitir que haja árbitro (vamos crer que sim); ora bem, o resultado... o resultado... Perguntem ao árbitro. Desculpem, agora vou ali e já não venho.
(E no dia seguinte esticou o tentáculo!)
terça-feira, 26 de outubro de 2010
FCP: 5 - Leiria: 1
De facto o Porto deste ano está a fervilhar. Não quero ainda embandeirar em arco, pois como muitos dizem (ainda este fim de semana ouvi comentadores a dizerem isso na TV) o Porto ainda não teve testes a sério, tirando o Braga. E é verdade. Até aqui foram só nabos, nomeadamente, o Besiktas e o Benfia, tendo o primeiro levado chapa 3 e o segundo chapa 2. Por isso, concordo com os comentadores da nossa praça, no que a este ponto diz respeito.
Voltando ao jogo, foi o melhor da época. A equipa foi muito dinâmica e está mais do que visto que de meio campo para a frente a coisa está bem oleada. Temos um Fernando que limpa bem o que apanha pela frente (embora, por vezes, seja muito verdinho como o lance do penalti de ontem ou a expulsão de Istambul), um Belluschi que está uns furos bem acima do que fez no ano passado (ontem jogou o Micael, tendo feito um passe de morte para o primeiro do Hulk e viu-se que está com vontade de dar corda aos sapatos – só assim conseguirá um lugar no onze) e finalmente um Moutinho que dá gosto. Não só pelo que joga, mas fundamentalmente por aquilo que representa para equipa nos dias que correm. É o ponto de equilíbrio, é um jogador que sabe quando é que tem jogar para a frente e quando é que tem que pausar o jogo a meio campo. Muito bom. Como diria o outro, estou maravilhado. Obrigado Sporting pela maçã.
Depois, temos uma linha avançada que pode deixar qualquer um de rastos. O trio Hulk, Varela e Falcão está a jogar de olhos fechados e de um momento para o outro consegue dar um esticão ao jogo, deixando o adversário KO. O Hulk é mesmo incrível, o Varela, embora menos exuberante do que o Brasileiro, consegue ser igualmente potente, tendo uma técnica acima da média (que o diga o defesa do Leiria) e finalmente o Falcão é um finalizador fino. Não será de grandes correrias, mas quase tudo aquilo que faz, faz bem. O seu primeiro golo é uma delícia para os olhinhos!
Em suma, o Porto está bem e mesmo para aqueles que não gostam de ver o Porto jogar, tenho um pedido: Vejam o Porto, se não for por mais nada, pelo Hulk. O homem é realmente extraordinário. Anda sempre com tracção às 4 rodas, tendo um motor de um Fórmula 1 e este ano está mais esperto. No ano passado disse várias vezes que ela era ainda um nabo no que diz respeito à finalização (no face-to-face com os GR perdia quase sempre os duelos), à protecção da bola (não sabia proteger a bola) e não tinha a perfeita noção do tempo de passe. Este ano está mais maduro, mais jogador de equipa e continua a ser explosivo como poucos. Arrisco mesmo a dizer que não conheço jogador tão explosivo como ele!
Toques de Cabeça
Por JMMA
O que surpreende, hoje, é isto: porque será que os processos que envolvem pessoas importantes nunca têm este desfecho?
O caso "Apito Dourado" é exemplar. De dezasseis arguidos, nem um foi condenado. Havia várias pessoas acusadas de mais de cem crimes, nenhum foi provado. Mas não quero voltar à vaca fria. Até porque, do Freeport à Face Oculta, da Operação Furacão ao caso BPN, passando pelo processo Portucale, pelas alegadas negociatas em torno dos submarinos, por Isaltinos, Felgueiras, Ferreiras Torres... infelizmente, o que não falta são exemplos desafiantes para a nossa boa fé.
Há tempos (2009?) o DN trazia um artigo que desmontava a engrenagem das águas de bacalhau em todos os processos que em Portugal começam pela palavra “caso”. Passo a resumir com toda a vénia:
1) Os jornais publicam uma notícia sobre qualquer pessoa muito importante que alegadamente fez qualquer coisa muito má. 2) Essa pessoa muito importante considera-se vítima de perseguição por parte de forças ocultas. 3) Outras pessoas importantes vêm alertar para o vergonhoso desrespeito do segredo de justiça em Portugal, que possibilita a actuação de forças ocultas. 4) Inicia-se o debate sobre o segredo de justiça em Portugal. 5) Toda a gente tem opiniões firmes sobre o que é preciso fazer para que estas coisas não aconteçam. 6) Toda a gente conclui que não se pode reagir a quente, logo, nada se faz. 7) Outras pessoas importantes vêm alertar para o vergonhoso jornalismo que se faz em Portugal, que se deixa manipular por forças ocultas. 8) Inicia-se o debate sobre o jornalismo português. 9) Toda a gente tem opiniões firmes sobre o que é preciso mudar no jornalismo português. 10) Enquanto o mecanismo se desenrola do ponto 1) ao ponto 9) a justiça continua a investigar. 11) Após um período de investigação suficientemente longo para que já ninguém se lembre do que se estava a investigar a justiça finaliza as investigações e conclui que a pessoa muito importante: a) Afinal o que fez não era assim tão mau. b) O quer que tenha feito de muito mau já prescreveu. c) É possível que tenha feito algo de muito mau mas não se reuniram provas suficientes. d) As provas indicam que realmente fez algo de muito mau mas não podem ser aceites. 12) Pessoas importantes que são amigas dessa pessoa muito importante concluem que ela foi vítima de perseguição por parte de forças ocultas. 13) Pessoas importantes que não são amigas dessa pessoa muito importante concluem que em Portugal nada acontece às pessoas muito importantes que fazem coisas alegadamente muito más. 14) São publicadas clandestinamente peças-chave do processo (p.e. escutas) que inculpam notoriamente as pessoas importantes arguidas no caso, entretanto absolvidas. (15) Repetem-se os passos 4), 12) e 13) até que os jornais publiquem uma outra notícia sobre uma outra pessoa muito importante que alegadamente terá feito outra coisa muito má. E assim sucessivamente.
sábado, 23 de outubro de 2010
Vendo T3 Duplex em Famalicão
Anúncio na Casa SAPO
Abraço