Quero agradecer aos impulsionadores do Foot Bicancas o convite que fizeram para partilhar algumas linhas com todos os frequentadores. Espero estar à altura do convite.
Como nunca apreciei consensos, quero que encarem estas linhas como o ponto de partida para uma discussão sã, pois acredito que só com a mesma, podemos evoluir.
Figo assina pelo Internazionale de Milan.
José Mourinho inicia a época a vencer Super Taça Inglesa.
O que é que as duas notícias têm em comum? Aparentemente pouco.
Ambos foram funcionários do SCP, ganham (e muito bem) a vida com o jogo, o Figo na fase descendente da carreira, o Mourinho no sentido inverso e... tiveram de sair do "burgo" para ganharem reconhecimento e (muito) dinheiro.
José Mourinho sai como vencedor da Champions, a Taça UEFA ganha no ano anterior e algum o respeito (pois trabalhava numa Liga considerada de 2ª da Europa do Futebol).
Figo quando sai de Portugal já era, efectivamente, muito bom. Só desta forma se explica a sua inclusão num plantel (e numa equipa) onde pontificavam nomes como Michael Laudrup, Hristo Stoitckov, Ronald Koemen, e numa época em que só era permitido a utilização de três estrangeiros em simultâneo.
Poderíamos alegar que estes casos são excepções.
Com o José Mourinho concordo. No entanto, se olharmos para o percurso de Fernando Couto, Rui Costa ou Paulo Sousa, já são demasiados para apontarmos excepções ao caso Figo.
São estas "excepções", com experiência em Ligas competitivas, que nos permitiram ganhar o respeito para a Selecção Nacional.
Todos os exemplos dados anteriormente são o resultado de dois fenómenos:
- os jogadores, de um trabalho muito bem planeado, principalmente ao nível dos escalões jovens da Federação (ou do Carlos Queirós).
- o treinador, fruto de "geração espontânea", teve as oportunidades, sorte e muito, muito trabalho...
Olhando para os "onze" iniciais dos três grandes, neste princípio de época, constatamos que os jogadores passíveis de continuar a alimentar a Selecção Nacional, na próxima década são:
- SLB, Manuel Fernandes e Simão.
- FCP, Ricardo Costa e Postiga (eventualmente, Quaresma, Meireles e Bosiwgua, caso consigam evidenciar uma maior consistência /regularidade, ao nível exebicional).
- SCP, Custódio e João Moutinho.
Qual dos elementos atrás referidos tem qualidade suficiente para "pegar de estaca" no Barcelona?
Comparando a qualidade destes elementos com a dos anteriormente referidos, no mesmo estágio de evolução, que futuro podemos esperar? Vamos continuar a apostar em "Deco's"?
É esta a questão que quero colocar e deixar aberta a discussão.
A questão não é nova, já o mesmo se dizia há 10 anos atrás (e há 20, e à 30...).
ResponderEliminarFelizmente - com altos e baixos é certo - Portugal sempre teve uma Selecção com um nível bem superior ao verificado em outras áreas de actuação no palco internacional. Felizmente ou talvez não - mas isso seria mudar a agulha da discussão.
Felizmente temos abundante matéria-prima e jogadores de primeiro nível não faltarão com certeza nos próximos tempos. São ciclos curtos, logo surgirão novos craques. Aliás é a única via, não temos poder económico para competir no mercado de aquisições, a solução passa necessariamente pela formação de novos valores.
Quem sabe se este ano não se revelam mais alguns?
Também acho que Portugal terá sempre (com uma excepção ou outra, de uma ou de outra posição)bons jogadores a sair dos escalões de formação. O que contina a faltar, como as notas de 500€, é a profissionalização e a mentalidade para dar um passo em frente. Isto é, sabendo que fomos campeões do mundo no escalão sub-21 por duas vezes consecutivas, porque é que estes resultados não prosseguem nos escalões seniores (com a excepção do Euro 2004)?
ResponderEliminarParece que quando os nossos jogadores passam a seniores, surge subitamente um bloqueio nas suas capacidades de evolução.
Em suma, e para mim, este bloqueio deve-se à mentalidade dos nossos jogadores (que pensam que são craques desde muito cedo) e ao pouco profissionalismo que existe no nosso futebol, não permitindo desta forma, a evolução natural das capacidades dos nossos jogadores.
"O Figo é um exemplo disso. Um jogador que não é de todo brilhante, não tem um futebol muito espectacular..." - quem faz uma afirmação destas, das duas uma, ou é cego ou benfiquista...
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