segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Falar Verdade a Mentir


EU (NÃO) TE PERDOO SOARES DIAS

Assim é que é jogar. Para mim um bom jogo é isto: aos dez minutos o Benfica já ganha por 2-0; depois, junto ao intervalo, sofre-se um bocadinho, que uma pitada de ‘suspense’ só anima, e até evita que os adeptos apressados abadonem o espectáculo a meio. Na segunda parte ainda se marcam mais três, para irmos para a cama mais aconchegadinhos.

Ao que parece, o Benfica concedeu aos sócios um desconto substancial no preço dos bilhetes para o Rio Ave. Quem diz que os preços eram caros? Viram os golos dos argentinos? O espectador paga para ver futebol e pelo mesmo preço ainda leva uma portentosa exibição de slalon. Não brinquem comigo, se fosse eu que mandasse, acho que Aimar, Sálvio e Saviola deviam ir para a relva equipados de esquis.

Estamos em plena quadra natalícia, em que as pessoas se apresentam aparentemente mais dadas aos sentimentos. É nestes períodos que mais se ouve proclamar os valores da solidariedade, da fraternidade, da família e da paz. Organizam-se programas televisivos dedicados ao Natal, as empresas promovem jantares de confraternização e muitas instituições promovem vendas de Natal para ajudar os desprotegidos da sorte.

Confesso que, atendendo às circunstâncias, ainda alimentei a esperança de que a gala televisiva transmitida a partir do Estádio da Mata Real, onde o líder, para o fim, parecia imbuído do espírito natalício, viesse a traduzir-se numa dessas festas de benemerência a favor dos desprotegidos da arbitragem. Afinal enganei-me.

Em cima da hora, quando já estava desenganado, um erro (mais um) de Artur Soares Dias deu a tranquilidade aos que menos precisam e menos mereciam. Quando até já nem fazia falta (ao FCP, entenda-se. Olhem se fosse a favor do Paços!), o árbitro de Braga resolveu meter os pés pelas mãos, assinalando grande penalidade a favor do FC Porto por pretensa mão de um pacense que, na realidade, cortou a bola com o pé. E, pronto, arruma-se a questão por causa dos nervos.

Decisivo ou não, pouco importa. O que releva (tal como os erros contra o Porto) é que mais uma vez se vê que vivemos numa sociedade que se diz justa, mas a realidade é bem diferente. Não é só o Natal que não igual para todos. Nada, nunca, é igual para todos.

3 comentários:

  1. Confesso que o 'cartoon' utilizado e o texto do primeiro parágrafo, me trazem à memória (e que boa memória!) o INESQUECÍVEL passado dia 07 de Novembro.
    Sem tirar nem por.
    Obrigado por manter a 'chama acesa'!!!

    Do jogo do 'Benfica', retenho especialmente (uma vez mais) a preciosa contribuição do 'David Luiz' para um espectáculo cada vez mais à parte.
    Ele próprio é já notória e assumidamente um caso à parte.
    Recordo especialmente (mas não exclusivamente) o 'fair-play' que empregou ao evitar que o GR do 'Rio-Ave' sofresse uma queda aparatosa, aquando do último golo do 'Benfica'.
    Já não se fazem jogadores/homens assim.
    Isto para não falar no(s) árbitro(s), que sempre vêm sabendo patrocinar estes (e outros) seus actos de compaixão e amor ao próximo.
    Inspiradora a imagem que de ora em diante guardarei de São Hugo Miguel, padroeiro dos 'caracolitos', defensor dos que se encostam e amparam.

    Ah! Gostei também daquela 'palhaçadita' (indecência é atributo dos outros, dos renegados NOURTENHUS) do 'Coentrão', qual canito amestrado que, ainda assim, rezam as crónicas não conseguiu - aparentemente - garantir o ossito!!!
    Sacanas dos regulamentos. É matar os gajos (DU PUORTO) que os criaram e aprovaram!!!
    Também aqui têm faltado às aulas...

    Quanto ao mais... música para os meus ouvidos!
    Lenga-lenga das boas, entenda-se.
    Continue(m)!
    Estou a gostar!
    É bom sinal, e pelos vistos faz-vos bem!!!
    Já a ressaca...

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  2. Fico sem perceber de quem é a autoria deste texto. É teu Zé?

    Mas lá continua a análise selectiva da coisa. O que mais me chateia é a interpretação que se dá ao trabalho do árbitro. Quem lê isto e quem não viu o jogo, fica com a ideia que todos querem: lá está o Porto a ser beneficiado. É assim que se alimentam os mitos. É assim que se justificam muitas coisas, sendo normalmente apoiados pela nossa miserável imprensa.

    Meus amigos, o Porto está a ser, este ano, de longe melhor do que os outros. O Benfica que tanto fala já levou duas coças! Por isso, podia fazer um copy do texto e mudando algumas coisas ficava assim:

    Assim é que é jogar. Para mim um bom jogo é isto: aos trinta minutos o Benfica já perdia por 3-0; depois, junto ao intervalo, sofre-se um bocadinho, que uma pitada de ‘suspense’ só anima, e até evita que os adeptos apressados abandonem o espectáculo a meio. Na segunda parte ainda se marcam mais dois, para irmos para a cama mais aconchegadinhos.

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  3. Meu caro Vítor,

    Trata-se, como é bom de perceber, do texto dum benfiquista bem humorado, apenas isso.

    Bem sei, que o Porto deu 5 ao Benfica e que isso lhe enche eternamente o ego. Da minha parte nada a observar. O que eu não sabia é que, para si, a derrota no Dragão tinha vindo implicar automaticamente uma dupla proibição para os benfiquistas.

    - Proibição de manifestarem a sua satisfação por toda e qualquer vitória que, a partir daí, a sua equipa possa vir a alcançar com o esforço e o (mísero)talento dos seus jogadores. E proibido porquê? Porque o Porto é melhor...

    - Proibição também (justa e evidente) de questionar quaisquer erros de arbitragem, mesmo que grosseiros, envolvendo as vitórias do FC Porto. E porquê? Porque o Porto é melhor...

    Muito bem, estou a perceber. Se fosse o V. a dizê-lo por si, poderíamos até chamar-lhe
    arrogâmcia. Mas, como, com certeza, a proibição que nos impõe deve estar escrita na Constituição da República, na Lei Quadro do Desporto, assim como nos frascos de xarope, os benfiquistas ordeiros só têm é que acatar.

    Só uma dúvida: Por quanto tempo estão decretadas essas proibições? Quanto é a coima?

    Ainda sobre o texto do Benfiquista bem humorado. É facto que ele não diz que o seu Porto tem sido melhor equipa que o meu Benfica
    (presume-se que esse papel caiba em primeiro lugar aos portistas). Mas também é facto que
    nele nada consta que diga o contrário disso.

    Não dá para absolver o benfiquista bem humorado?

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