quarta-feira, 18 de julho de 2007

AUDIÇÃO

Todos nós já ouvimos expressões do tipo:

- “O senhor fez ouvidos moucos”
- “Vozes de burro não chegam ao céu”
- “Fazer ouvidos de mercador”
- “Fazer orelhas moucas”
- “Entra a 100, sai a 200”.

Pois bem, estas são expressões que os árbitros deixam na mesinha do seu balneário antes de entrar em campo. Todos eles consultam uma lista do género para se convencerem que aquilo que vão ouvir durante 90 minutos não é nada. Serão apenas desabafos de quem está aflito e de quem começa a ver a vida a andar para trás. É por isso que a frase preferida de todos os árbitros é a que diz “vozes de burro não chegam ao céu”. Porque, meus amigos, se chegassem, haviam de ser o “caos e a trindade” (parafraseando o Luis Filipe Vieira).

Eu próprio gosto muito de chamar pelo árbitro quando vou ao futebol, porque depois de uma semana de trabalho, nada como extravasar o stress acumulado. Mas não é nada. São apenas lisonjas.

Se fizermos uma análise mais fria ao fenómeno, chegamos facilmente à conclusão que os homens também tem um nome, uma mulher, filhos e principalmente uma mãe a defender. Por isso, não deve ser nada agradável ouvir tudo aquilo. É também por isso que bem fazem eles ao “fazer orelhas moucas”.

Prometo que daqui em diante, o máximo que chamarei aos senhores será “inconveniente” ou então “pecador”! Ou seja, sempre que houver um penálti contra o FCP, eu vou dizer: “Oh pá, és um inconveniente!!”, ou “és um pecador, não tens vergonha??”. Prometo!

De maneira a que as pessoas tenham mais respeito e sejam mais sensíveis ao trabalho dos árbitros, sou da opinião que estes deviam vestir de cor de rosa. Seria muito melhor para eles porque antes de serem insultados, os adeptos pensariam duas vezes. Já estou a ver. Quando um gajo da claque se prepara para dizer, “oh meu filha da p…..”, era imediatamente interrompido por uma senhora do lado, que lhe dizia: “não está a ver que o senhor é susceptível?”. E pronto, as coisas lá serenavam.

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