quinta-feira, 31 de maio de 2007

LUTO

Estou de luto. Assim que soube da notícia da venda do Anderson nem queria acreditar. O sentimento é mais ou menos o mesmo como se o Porto tivesse perdido por 15 a 0 contra o Benfica ou contra o Sporting. O Porto podia ter vendido todos os jogadores menos o Anderson.

Sinceramente estou a pensar seriamente em não renovar o lugar anual que tenho no Dragão. É uma espécie de Manif ou se quiserem uma greve geral que durará um ano.

No final do último jogo do Porto, o tal que acabou por dar em festa, disse para o meu pai: "é triste sermos pobres. Se o Porto conseguisse manter este plantel por dois ou três anos, dava com toda certeza cartas na Champions." Qual dois ou três anos. Passados alguns dias, pimba lá foi o nosso melhor jogador!

Parece que foi por 30 milhões, mas mesmo que tivesse sido por 35 ou 40 achava mau negócio. É nestas alturas que me apetecia ser presidente do Porto. Se o Queirós viesse ter comigo para pedir o Anderson, eu dizia: "Oh Queirós, eu sou verde? Abro às 8H? Estou iluminado à noite? Tenho cartazes na testa a dizer estúpido? então vá..."

Então vá, vai contratar o Beto ao Benfica que nem deve ser muito caro. Tanto para mais que foi o próprio a mostrar disponibilidade para jogar no Man United, quando num dos últimos treinos do Benfica disse aos microfones da SportTv que era gajo para jogar no clube Inglês. E mais, com o Beto levas também o Mantorras para peças!

Pior ainda é que as saídas podem não ficar por aqui. O FootBicancas sabe que o Bosingwa e o Pepe também poderão sair. O Bosingwa terá igualmente como destino o campeonato Inglês, enquanto que o Pepe vai para a Juventos, com Miccoli na calha.

Ainda estou com esperanças de acordar e ver que tudo isto não passou de um pesadelo!

Colunista Convidado Residente, por JMMA

COMO FOI O QUE JÁ LÁ VAI

E pronto! Arrumados os andores no orago das Antas e varridos os confetis no lugar de Entrecampos, desceu o pano sobre a época futebolística 2006-2007. Lá temos de voltar à vida real. Andámos estes meses em disputas de tudo ou nada, questões fundamentais de euforia e desalento, justiça e sorte. Acreditámos, desesperámos, argumentámos. Mas agora acabou-se. Temos de regressar ao concreto - à monotonia do trabalho, às chatices do quotidiano.

Como bons portugueses, adoramos disputas abstractas, que nada tenham a ver com a realidade da vida, nem com o fundo das questões. À força de vermos só o que nos convém e como nos convém, acabamos por reflectir apenas acerca da superfície das coisas. No futebol então, esta paixão é mais que intrigante. Como se acaba de constatar, o nosso campeonato contém algo de inclassificável, algo de único em desportos profissionais: é completamente previsível. Exagero? Basta consultar o post escrito neste blogue por Vítor Peliteiro, aí pelos idos de Agosto, quando o campeonato ainda nem sequer tinha arrancado, e verão que está lá tudo: quem ganha, quem não ganha e quem desce. Parece que é bruxo!

Porquê então toda esta paixão? A mim parece-me que nos apaixonamos pelo futebol porque ele nos distrai e nos faz sentir importantes. Quando discutimos, teorizamos no blogue (como faço agora) ou apupamos o árbitro, nessas alturas estamos mesmo no topo do mundo. Do alto das nossas certezas denunciamos o dirigente da tanga, esmiuçamos o fracasso da táctica, execramos o jornalista da treta. Temos a chave, não direi do futuro da Humanidade, mas seguramente da glória da nossa tribo. Até nos esquecemos da hipoteca, da vesícula, das chatices do trabalho e da casa.

Os jornais ateiam a fogueira. Ansiosos por agradar, brindam-nos permanentemente com um fluxo de questões inócuas e ociosas. Vivem de confundir jogo com manobra de diversão. Como nos divertimos nestes longos meses de campeonato! A economia não cresceu, os juros aumentaram, a torneira pingava. Mas tudo se esfumava diante de questões incontornáveis como a «infelicidade» do Porto frente ao Chelsea, a «pseudo» patada de Liedson em Leiria ou a «imparável» cavalgada do glorioso para a final de Glasgow. Cada uma delas dependia totalmente de nós. Decidia-se o sucesso. Não a economia, o empréstimo da casa, a rotura do cano, mas aquilo que não existe, nem podemos resolver: a superioridade do nosso clube e a lisura dos seus dirigentes elevadas ao grau superlativo.

O inconveniente desta cadeia de ilusões é a ressaca do dia seguinte. Esta é a semana em que a rua com os foguetes ardidos nos lembra a nulidade do sonho. Pior, este é o dia de voltar à vida real, aos empregos sem saída, aos impostos que massacram, à burrinha Euribor que não obedece. A disputa além de chocha (falo por mim), não serviu para nada. A vida recomeça igual. Por isso, o que há a fazer é continuar a seguir o grande ilusionista. As transferências, as renovações, a dança dos treinadores, as férias dos craques, as façanhas da pré temporada. Show must go on!


Esta é a sina do português, capaz de esquecer tudo por uma boa discussão de futebol, quanto mais inócua e enviesada melhor. Enquanto a vida passa, o juro sobe, a criança chora, a torneira pinga.

A propósito, quando é que recomeça o campeonato?

Não vale dizer quem ganha!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Colunista Convidado Residente, por JMMA

O PORTO PARA MIM MORREU

Acabou. Kaput. Finish. Ponto final.

Por me parecer uma criancice ou talvez uma atitude pró feminina, sempre detestei este tipo de frase-decreto. Mas a verdade é que não há outra forma de dizer quando decidimos acabar com algo na nossa cabeça; riscá-lo, tão definitivamente quanto possível, da nossa vida; arrumá-lo no arquivo morto. E pedir à memória a infinita misericórdia de falhar o mais possível. O que, aliás, se acontecer numa percentagem clinicamente aceitável, pode interpretar-se como um excelente sintoma de sanidade mental.

O Porto para mim morreu no domingo.

Dantes dava-lhe bigodes ao berlinde, humilhava-o em toques na bola sem bater no chão e até a cuspir era melhor que ele: acertava numa mosca à distância de três metros. O gajo não valia um chavo, mas para me irritar, afirmava que o Benfica e o título eram como as paralelas: nunca se encontravam. Eu protestava que não, que se encontravam sim senhor. Bastava querer e que haveria de acontecer já no próximo ano. O professor lixava-me: garantia que as paralelas se encontravam mas só no infinito!

Vi-o no domingo, depois dos jogos, numa cervejaria. Estava na mesma, só que de cachecol azul e branco e jeans em vez de calções. Quando lhe perguntei se já sabia dar toques, respondeu-me:

- Somos bicampeões!

E instalou-se na mesa em frente com os outros convivas, todos de cachecol em festiva e espalhafatosa paródia.

Vejo o gajo a acariciar a imperial, experimentar-lhe a frescura, erguer o braço, arredondar a boca. Como não sei se o cuspo acertaria àquela distância, sorrio-lhe. Sorri-me de volta de cima do cachecol, não dando conta que estou a dizer para comigo:

- Festejaste, mas sofreste!

Os convivas rodeiam-no extasiados, certamente também eles convictos da teoria das paralelas.

Cresce-me a saliva na boca. Como eu gostava de poder acertar no copo. Mas nem sequer essa sorte. Deus meu, os dons que a gente perde com a idade.

Enquanto o gajo, triunfal, emborca a loira, em roo humildemente mais um tremoço.

E decidi, está decidido: Xico Calisto - vítima dos históricos campeonatos de berlinde, toques na chicha, escarro ao alvo, de apelido o Porto – para mim morreu!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

FCP: 4 - Aves: 1

Estava a ver que não. O Porto é Bi Campeão.

Depois de beber umas copadas de champagne (motivo pelo qual não escrevi ontem), estou pronto a escrever sobre o jogo de ontem, que carimbou o título nacional pela segunda vez consecutiva. Foi de facto um jogo com muito nervos, mas acabou por valer a pena porque no fim a festa foi do Porto.

Quanto ao jogo, a vitória não merece qualquer dúvida, pese embora a primeira parte tivesse sido repartida, pelo que o empate era o resultado mais justo. O Porto entrou com o seu habitual esquema de jogo, mas teve muitas dificuldades para abrir a bem organizada defesa do Aves.

Ao intervalo transpirava por todo lado e estive tentado a pedir soro aos homens da cruz vermelha que por ali andavam. Os 15 minutos de intervalo pareceram-me uma eternidade tal era a ansiedade.
Porém essa ansiedade cedo se desmoronou porque o Lisandro fez o favor de arrancar um míssil à entrada da área fazendo com que a redondinha só parasse no fundo das redes do ex portista Nuno. Estava melhor, mas não totalmente descansado e só fiquei quando passados poucos minutos o Jorge Ribeiro fez o obséquio de fazer o 3-1. Respirei fundo, acendi mais um cigarro e dizia para o meu pai: "Já está!"

Ainda houve tempo para duas cerejas em cima do bolo: A entrada do Baía, tendo a reacção do público assemelhado a um golo marcado na final da Champions e finalmente o golaço do Lisandro. Lindo. Fecho perfeito para uma temporada muito difícil.

Se é verdade que a temporada foi difícil, não é menos verdadeira a justiça do campeão. A vitória no campeonato foi mais do que justa, sem espinhas e foi conseguida mesmo tendo sido o mais prejudicado pelas equipas de arbitragens ao longo da época.

Fotos Amadoras Grátis

Tal como no ano passado, eis alguma fotos do jogo de ontem. Devo dizer que a reportagem está bem pior do que a do ano passado, mas os nervos não me deixaram tirar mais fotos.



Os verdadeiros adeptos



A obra de arte




O Aquecimento



A Coreografia




A Festa


O Homem do trompete

domingo, 20 de maio de 2007

Chelsea: 1 - Man United: 0

Mesmo sendo uma época com cheiro a desilusão, Mourinho conseguiu esta tarde ganhar o único troféu que lhe faltava em terras de sua magestade. Depois de ter ganho tudo o que havia para ganhar no Porto, José conseguiu igualar o feito, mas apenas nas competições internas.

Quanto às competições externas, que me perdoe o treinador, mas só conseguirá voltar às vitórias europeias se seguir um dos dois caminhos (que até pode ser só um):

Regresso ao clube que o fez ganhar tudo ou então o regresso a Portugal, para orientar a selecção. Estes são os dois caminhos Mourinho. Agora escolhe.

É muito lindo ser o melhor treinador do mundo, ter os melhores jogadores do mundo ou ter todo o dinheiro do mundo, mas tudo isso não chega. Para se ganhar a Champions tem que se ter também a melhor direcção do mundo. E Mourinho não a tem. Mas já a teve quando ganhou a UEFA e quando ganhou a Champions. O resto são cantigas.

Para terminar deixo um "musicol" dedicado ao Special One


sexta-feira, 18 de maio de 2007

O JOGO DO TÍTULO

Para o jogo do título (espero eu) aventurei-me a fazer um esquema (muito incipiente) da equipa que seria titular se fosse eu o treinador do Porto (ainda tenho essa esperança). Sou da opinião que o Porto precisa para este jogo de uma equipa com poder de fogo do meio campo para a frente. Passo à explicação dos onze eleitos:

Baía na baliza para ser campeão!
Na defesa nada de novo. Os mesmos quatro. É no meio campo que está a grande diferença, ouviste Jesualdo?

O Lucho pode perfeitamente fazer o papel de trinco porque em termos defensivos chega perfeitamente para as encomendas e em termos ofensivos ganha vantagem sobre o Paulo Assunção porque constrói melhor do que o Brasileiro. Depois metia o Ibson no lugar do Meireles. Ibson é um jogador que desequilibra muito mais do que o Meireles e tem também maior qualidade no último passe. Assim, o Ibson seria o tal jogador, juntamente com o Anderson, que provocaria o tal poder de fogo para alimentar os três da frente: Lisandro, Adriano e Quaresma.

É claro que este onze não será com quase toda a certeza o eleito por Jesualdo, pois não estou a ver o treinador portista a arriscar desta forma. Mas devia.

Deixo-vos o tal esquema muito, mas mesmo muito fraquinho:


quinta-feira, 17 de maio de 2007

Colunista Convidado Residente, por JMMA


FADO, FUTEBOL E FÁTIMA

Confesso que sou mais ou menos agnóstico, torço pelo Benfica mas não sou sócio e não vibro especialmente com fado. Mas reparo que em Portugal, às vezes até parece que a tradição ainda é o que era. O que não falta por aí é «fado, futebol e Fátima», a lembrar a trilogia lusitana do defunto «Estado Novo».

Como sempre, este fim-de-semana foi futebol a esbarrondar por todo o lado, até à agonia. Porém, como se não bastasse, o grande acontecimento deu-se na Cova de Iria. Mais de meio milhão de portugueses e, dizem as gazetas, peregrinos de 32 países, assinalaram em Fátima os 90 anos das polémicas aparições de 1917.

Fé e peregrinos, cá para mim, têm muito a ver com futebol e adeptos. Do imobiliário à venda de santinhos, Fátima é um centro de atracção de crentes, mas também de muitos euros. Bem parecido, de facto, com aquilo que se passa à volta dos clubes de futebol, da sua iconografia mística (camisolas, bolas e bugigangas), dos seus “peregrinos” (os adeptos) ou dos seus “santuários” (os estádios). Com a diferença de que enquanto as catedrais da bola muitas vezes estão às moscas, Fátima acolhe quatro milhões por ano. E não são precisos campeonatos europeus nem cambalachos camarários para construir novos palcos. A próxima inauguração de uma gigantesca basílica, com capacidade para nove mil pessoas (ao que se noticiou, paga a pronto!) dá noção da força mobilizadora da fé.

Devo dizer, porém, que os cenários da minha crença, tanto divina como clubística, se combinam mal com multidões arrebatadas. Atrai-me mais a paz de um templo em silêncio. Compreendo melhor a razão, ainda que subjectiva, do adepto. E detesto tudo o que seja apelos ao Deus vingador ou cegueiras de devotos de claque. Sempre me pareceu, aliás, que os jogadores e os técnicos, tal como os santos, devem estar no seu lugar, nem no altar nem nos Infernos. Quanto aos dirigentes tenho as minhas dúvidas.

Penso, também, que neste paralelismo entre fé e pontapé, devia haver uma hagiologia do futebol. Quer dizer, devíamos ter dias santos para celebrar as grandes datas do palmarés dos nossos clubes. Um feriado em que pudéssemos celebrar o Santo Penálti, outro para o providencial Fora-de-Jogo, outro talvez dedicado ao Sagrado Coração da Barra, etc. E se eu tivesse voto na matéria, garanto que faria todos os possíveis para mudar a data do feriado de 1/Novembro. Como benfiquista convicto dos méritos do meu treinador, só vejo mau agoiro na actual coincidência entre o dia de Santos e o dia de «finados».

Já no caso dos portistas acho, sinceramente, que face aos sucessos afortunados em Paços de Ferreira, lhes assistem agora razões de sobra para dedicarem um dia de feriado distrital com festa rija em memória de São Tropeção. Tropeçar o pé cambaleante na bola trapalhona e levar esta a esgueirar-se reumaticamente para a baliza adversária, evitando assim ‘in extremis’ a consumação do naufrágio – só mesmo milagre do 13 de Maio. Merece celebração.

Quanto ao mais, foi o fado. O fado que por uma hora (até se dar o milagre), envolveu a ‘afición’ em prazeres e angústias. Fado castiço, magistralmente interpretado por Antunes Marceneiro, artista da capital do móvel; e fado coimbrão, em gorjeios de tuna com um pé na queima das fitas. Fado, também este jeito, tão nosso, de deixar tudo para o fim – o IRS, o título, a UEFA e as despromoções. Quer dizer, para a última jornada. Chamar-lhe-ia o fado dos possíveis.

Mesmo sem gostar de fado, mesmo sabendo que o mais provável é vira-o-disco e toca-o-mesmo, diverte-me este fado.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Académica: 0 - SCP: 2

O Sporting está a jogar muito e bem!!

O Sporting apresentou o seu modelo de jogo habitual, o que já consegue fazer há 4 jornadas consecutivas.

A Académica surgiu com cuidados redobrados, apostando o Manuel Machado em três centrais. O melhor jogador da “Briosa” (não resisti a este “lugar comum”...) foi o Pedro Roma. Aliás, presumo que nas últimas 4 partidas, o mesmo tenha acontecido aos respectivos homólogos de posto, dos adversários do Sporting...

Aos 4’ já o Sporting vencia depois de uma excelente incursão de Nani pela esquerda com o “31” a finalizar. Aos 7’ Pedro Roma defende uma grande penalidade que a ter sido convertida, com toda a certeza, ditaria o vencedor da partida. A fluidez de jogo e a beleza da troca de bola a meio-campo do Sporting, manietava por completo qualquer tipo de reacção a que a Académica aspirasse. Este ascendente era de tal forma sufocante e evidente que obrigou o Manuel Machado a alterar a estrutura da equipa aos 25’. Desde a entrada do Veloso (com a ocupação de espaços, as rápidas mudanças de flanco e, principalmente, pela falta de medo que demonstra nos passes para a frente) que o meio-campo do Sporting assumiu uma qualidade impressionante. Se atendermos à faixa etária dos seus componentes e à pressão existente nesta altura, esta qualidade atinge proporções assombrosas!!

Ao intervalo o Manuel Machado volta a mexer no onze e troca um trinco (Brum – muito bom jogador) por uma peça com maior apetência pelo ataque (Dame). O sentido do jogo continuou o mesmo. O Sporting a jogar muito e bem e a Académica, principalmente devido ao novo desenho táctico, mais “incomodativa”. Perto dos 80’’ (já a Académica jogava com 3 pontas de lança) o Paulo Bento resolve segurar o resultado e troca o 10 (Romagnoli) por mais um central (Tonel) – sim é verdade, aquele que foi um dos jogadores mais influentes da equipa durante dois terços do campeonato, já há 3 jogos que recuperou da lesão e.. perdeu o lugar! Ao cair do pano, numa jogada de contra-ataque, João Moutinho acaba por enganar Pedro Roma (esperava um cruzamento para o Liedson) e fechar o marcador nos 0 – 2.

Independentemente do que possa acontecer na próxima jornada (nunca tinha assistido a um campeonato tão disputado (muito por culpa do Jesualdo...), uma vez que entre dos três primeiros classificados, as três posições continuam a ser uma hipótese!!!), já me encontro muito satisfeito com o desempenho da equipa – as contratações do defeso foram o Farnerud, o Alecsandro e o Bueno. A contratação de Inverno foi o Pereirinha(!!!!!). O Tonel, como referi anteriormente, pilar fundamental da equipa durante o primeiro terço do campeonato, lesionado quando falta jogar com os dois rivais mais directos. Parabéns Paulo Bento! Parabéns Academia!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Idades

Agora que o campeonato está a chegar ao fim e motivado por um repto lançado há uns tempos atrás pelo autor do Trenguices, dei-me ao trabalho de pegar numa calculadora e ver quem é que, dos três grandes, tem a equipa mais jovem. E devo dizer que para mim o resultado não foi surpreendente, mas acredito que para muita gente o será. Não é que a equipa dos putos maravilha não é a mais nova?

Para muitos e para a maioria dos nossos media, a equipa dos putos maravilha pertence ao Sporting. São eles que fazem as capas de jornais e são eles que aparecem nas aberturas dos telejornais. Porém, fazendo um exercício simples de cálculo matemático para o apuramento da média de idades das melhores equipas Portuguesas, chega-se à conclusão que o plantel mais novo é o do FCP. Nem mais nem menos. O plantel portista tem uma média de 25,00 anos, ocupando o Sporting o segundo lugar com 25,17 e finalmente o Benfica com o plantel mais velho, somando 27,12 anos.

O campeonato está numa fase de grande pressão, sendo a maturidade das equipas muito importante para controlar a ansiedade que os jogadores terão por esta altura. Pois bem, olhando para os onze base, verifica-se que mais uma vez o Porto volta a ser a equipa mais jovem. O onze base do Porto perfaz uma média de 24,64 anos, enquanto que o do Sporting atinge uma média de 25,27 anos e finalmente o Benfica com 28,09 anos. Isto é, o onze do Porto (mesmo sem Anderson) é quase um ano mais novo do que o do Sporting e quase 4 anos mais novo do que o do plantel encarnado. Todavia, é curioso verificar que a suposta menor maturidade não se concretiza no campo de uma forma directamente proporcional às evidências dos números. A meu ver ela não se concretiza porque embora os jogadores do Porto sejam mais novos, tem igualmente mais jogos nas pernas, com presenças assíduas na liga dos campeões e nas selecções. Evidentemente que esta é uma interpretação possível, entre outras igualmente lógicas dentro de uma abordagem académica. Talvez numa próxima oportunidade aborde este tema de uma forma mais profunda.

Em suma, embora a equipa do Porto seja a mais nova dos 3 grandes, julgo que não será por isso que perderá o campeonato. Até porque como disse em cima, os jogadores são novos, mas denotam já uma experiência assinalável para as idades que tem. Como é óbvio, para além da pouca idade, os jogadores do Porto tem muita qualidade e como tal essa qualidade sobrepõe a eventual falta de maturidade.

NOTA 1: A média foi feita considerando as idades dos jogadores ao dia de hoje.

NOTA 2: As datas de nascimento foram consultadas nos sítios oficiais dos clubes.

NOTA 3: Os onze base (mais frequentes) do Porto, Sporting e Benfica foram “alinhados” por mim, Joaquim Claro e Luis Marques respectivamente:

NOTA 3.1: FCP: Helton, Bosingwa, Pepe, Bruno Alves e Fucile. Paulo Assunção, Lucho e Raul Meireles. Lisandro, Postiga e Quaresma.

NOTA 3.2: SCP: Ricardo, Caneira, Polga, Tonel e Tello. Miguel Veloso, João Moutinho e Nani. Alecsandro, Djaló e Liedson.

NOTA 3.2: SLB: Quim, Nelson, Luisão, Anderson e Leo. Petit, Katsouranis e Karagounis. Nuno Gomes, Simão e Miccoli.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Paços de Ferreira: 1 - FCP: 1

Do mal, o menos. Devo confessar que estive ligado às máquinas durante uma hora e que nesse tempo temi o pior. Temi que o motor portista engripasse de vez, quando falta apenas uma jornada para a meta final.

Tal como tinha acontecido no Bessa, o Porto voltou a entrar aos solavancos e bólide portista parecia derrapar, como que se a escolha de pneus tivesse totalmente ao lado. Com esta indefinição no andamento, o Paços aproveitou para dar o primeiro esticanço ao jogo, marcando através de um foguete do lateral esquerdo da equipa da casa. Com o golo sofrido, os jogadores azuis ficaram completamente à deriva e era urgente uma ida às boxes para ver se a aerodinâmica era restabelecida.

Depois da passagem pelas boxes, o Porto surgiu com mais vontade de dar a volta aos acontecimentos, tanto para mais que o Sporting ganhava em Coimbra e o Porto era por essa altura o segundo classificado. Jesualdo tentava fazer as reparações necessárias e com o dilúvio que se apoderou de Paços de Ferreira, era urgente deixar os pneus slic para introduzir em campo jogadores de chuva. Assim, o meio campo e o ataque portista ganharam “peso” com as entradas do Meireles, Jorginho e Postiga.

A muito custo, o Porto lá conseguiu o empate recorrendo ao piloto do ataque azul e branco dos últimos tempos: Adriano. Diga-se por sinal que foi um golo mais do que justo, depois das três bolas enviadas ao ferro pelos jogadores portistas. Apesar de tudo o empate acabou por ser bom para o Porto, uma vez que continua a ser a única equipa a depender dela prórpia.

Assim, a próxima jornada será a de tudo ou nada, tendo o Porto mais do que a obrigação de se sagrar campeão nacional. Caso isso não aconteça o Jesualdo pode começar a fazer a malinha.

Para terminar, apenas um feeling para o próximo árbitro do Porto-Aves: Elmano Santos.

Novo Departamento Médico do Benfica

Recebi por e-mail uma notícia relacionada com o novo departamento médico do Benfica. Face ao interesse da mesma, não resisti à sua publicação:

Os problemas no departamento médico vão ser resolvidos. Toda a equipa médica, incluindo Rodolfo Moura, vai ser substituída pela equipa do Dr. House. O doutor mais famoso do mundo leu a crónica de Leonor Pinhão a um jornal português (que pedia os serviços do médico na Luz) e aceitou o desafio. Apesar de não ser um médico a sério, acredita que vai ter mais sucesso que os actuais responsáveis pela saúde dos jogadores benfiquistas.

“ Quer dizer... eu sou actor mas, pelo que vi, tenho a ideia que já aprendi mais em um ano de gravações que eles em sete ou oito na universidade”, afirmou o Dr. House, que confidenciou também qual irá ser a sua primeira medida à frente do Benfica: “Vou dar a minha bengala ao Nuno Gomes, que parece precisar mais dela do que eu”.

Dr. House já esteve no Estádio da Luz, observou os jogadores e já tem um exame preparado. “Ainda não sei bem o que têm, mas vou dar a todos um cocktails de antibióticos incluindo cefalosporina, aminoglicosido, macrolídeo, lexotan, ultralevur... e um bocadinho de lixívia. O teste é simples: se não morrerem desta mistura sobrevivem a tudo”, explicou com toda a sabedoria.

Durante o treino e talvez por não estar familiarizado com o futebol português, Dr. House perguntou a Fernando Santos se Beto também estava lesionado, o técnico português respondeu que não... que era mesmo falta de jeito.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Colunista Convidado Residente, por JMMA



A SHUMACHER DAS ARÁBIAS


Agora que o campeonato infelizmente parece estar arrematado sem a menor ponta de emoção, prefiro ocupar-me de temas sérios. Como parece terem feito alguns destacados ‘futbloguers’ deste sítio, podia desertar para Manchester (com o fantástico Cristiano) ou para o Egipto (com o campeoníssimo Manuel José) e assim saborear algumas alegrias que, por cá, me são negadas. Mas não. Viro-me antes para o automobilismo internacional, já que assim sei que, pelo menos, contribuo para o ecletismo temático tão do agrado dos meus numerosíssimos (3!) leitores deste blogue. Vamos ao caso.

Laleh Seddigh, diz-vos alguma coisa?

Eu ajudo: começou a conduzir aos 11 anos; desenvolveu a perícia ao volante no trânsito caótico de Teerão; há três anos obteve licença para entrar no campeonato nacional. E vai daí… chegou, correu e venceu. É a campeã de velocidade do Irão. Num país onde as mulheres, além do mais, estão proibidas de assistir a eventos desportivos, Laleh bem merece uma ciber-chapelada!

E tem a modéstia que costuma ser apanágio dos maiores: «Aqui as estradas são mais perigosas que a pista», declarou a Shumacher das arábias para explicar o seu sucesso.

O resto da história vê-se no “boneco”, ou seja, no fotograma junto: uma mulher no primeiro lugar do pódio a segurar um troféu ao lado de dois marmanjos esgalgados, que não tiveram unhas para ele (troféu) nem pedalada para ela (Laleh). Depois, apenas chamaria a atenção para um pormenor de imagem que, por evidente ‘non sens’, vale por mil palavras: as vestes exóticas que servem de fundo ao troféu.

Numa região em que as mulheres são perseguidas se não aceitarem o código de vestuário islâmico, gostaríamos de acreditar que a razão de tal pormenor se deve, na sua estranheza, apenas e tão-só ao facto da campeã ser uma mulher de gostos simples. Mas duvido: Laleh tem 30 anos, é solteira e diz-se apreciadora de moda.

Que contraste!

Vendo a foto com a cena triunfal de Laleh, logo calhou deparar-me mesmo ao lado com uma imagem que, nos meus padrões de hedonista ocidental, classifico como uma autêntica homenagem à beleza feminina elevada ao «estatuto da Arte». Refiro-me ao cartaz do Crazy Horse, em cena numa sala de Lisboa, exibido por todos esses jornais fora. Posto isto, só pude dar graças a Deus: Bem-aventurado sejas, ó Todo-Poderoso, que na tua infinita sabedoria, achastes por bem não criar os portugueses, nem as portuguesas, à semelhança dos persas.

Bem vos avisei que desta vez o assunto virou sério.

Em suma: tanto quanto sei, a vitória de Laleh deu-lhe ainda mais ambição e ganas de competir. Sonha agora com a aventura da Fórmula 3. Termino, pois, com um apelo: Senhores manda-chuva lá do sítio: com ‘xador’ ou sem ‘xador’, não tirem o bruuum bruuum à menina!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

E o vencedor é........Paulo Paraty

Às vezes detesto ter razão ou então adivinhar o futuro. Num post que escrevi a 29 de Janeiro de 2007 disse que tinha um pressentimento que haveriam três árbitros potenciais para os jogos do Porto até final do campeonato:


1 – Elmano Santos;
2 – Lucílio Baptista;
3 - Paulo Paraty.

Felizmente que até ao momento o meu pressentimento não se concretizou. Todavia, e quando o campeonato está a chegar ao fim e quando todas as decisões estão prestes a concretizar-se, eis que o árbitro nomeado para o Paços de Ferreira-Porto é Paulo Paraty.

Há de facto coisas curiosas. Na jornada em que se pode decidir quase tudo, o conselho de não sei o quê nomeia uns dos árbitros mais anti portistas que conheço. Nomeia um dos árbitros que mais tem prejudicado o Porto nos últimos tempos.

Espero sinceramente que este post não tenha nenhum fundamento, depois de apreciarmos o trabalho do árbitro da AF Porto. Espero também estar enganado relativamente à minha desconfiança para com este árbitro. Mas as teimas só serão tiradas no próximo sábado.

E a estupidez do ano vai para........Conselho de Justiça

Soube-se hoje a deliberação do conselho de justiça relativamente à manutenção dos dois jogos de castigo ao Quaresma, resultante da suposta cotovelada do jogo de Leiria. A bem dizer esta deliberação é uma autêntica chalaça porque é feita passados mais de 3 meses.

Mas a chalaça ao estilo do melhor Estebes vem agora. Segundo o conselho de "injustiça", Quaresma não viu o castigo ser reduzido, porque não demonstrou ter prestado "relevantes serviços ao futebol nacional". Muito bom. Muito bom mesmo.

O Homem já foi campeão nacional, representou todos os escalões da selecção nacional, já ganhou taça e supertaça de Portugal, já representou um dos melhores clubes do mundo (tirando o Porto, claro) and so one and so one. Mas está bem. Provavelmente a definição do conselho para "relevantes" é mais exigente.

Mas independentemente da definição ou independentemente da cotovelada, o facto de uma decisão ser tomada após 3 meses e tal é uma autêntica estupidez. Por isso, merece o prémio.

domingo, 6 de maio de 2007

FCP: 2 - Nacional: 0

Faltam 4! Faltam 4 pontos para o Porto poder festejar o bi!

Sem Quaresma, o Porto surgiu frente ao Nacional num 4-4-2, apostando no reforço do meio campo para levar de vencida a formação insular, possuidora de jogadores habilidosos na zona central do terreno. Esta é a justificação que quero acreditar, pois para o Jesualdo pode ter pesado algum receio de novo falhanço.

Com este esquema de jogo, as faixas laterais foram descuradas, penalizando por isso a habitual profundidade atacante portista. À falta de extremos, eram os laterais que por uma ou outra vez criavam muitos calafrios à defensiva do Nacional. Destaque para mais um excelente jogo do Bosingwa, que proporcionou vários lances à Cristiano Ronaldo (à atenção do Scolari). Pese embora estas arrancadas, o Porto afunilava o seu jogo na zona central do terreno, permitindo ao Nacional neutralizar o ataque da casa com maior ou menor dificuldade. Mesmo assim, o Porto lá conseguia criar algumas excelentes oportunidades de golo não concretizadas, por ineficiência atacante ou pelas defesas bombásticas do guardião Suíço. A primeira parte acabaria num nulo, mas muito por culpa do árbitro de Famalicão, ao anular um golo limpo ao Lisandro.

Se na primeira parte houve Bosingwa, na segunda houve Anderson. O puto está de volta aos grandes momentos e vale a pena ver o Porto apenas para apreciar o seu futebol. É impressionante a forma como ele arranca em velocidade, sempre com a bola colada ao pé. Quando já estava a ficar sem unhas, o miúdo começa uma jogada que acabaria por ser ele a fazer o cheque mate com um remate subtil, tirando qualquer hipótese de defesa ao Diego. Até ao final, assistiu-se a uma reacção musculada do Nacional, que acabaria de dar alguns espaços ao ataque portista. Foi num desses espaços concedidos pelo Nacional que Anderson descobriu Fucile (também com uma excelente exibição) dentro da área e este não desperdiçou a oportunidade para fazer o gosto ao pé.

Vitória justíssima do Porto que peca apenas por escassa. O Campeonato está mais perto.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Porque há vida para além do futebol

«Quantas mais mortes, violações e vidas destruídas no Darfur serão necessárias para que a comunidade internacional actue de forma a pôr fim a esta situação?

Desde 2003, o Darfur, no Sudão Ocidental, foi envolvido num conflito mortal. Várias centenas de milhares de pessoas foram mortas ou seriamente feridas. Mais de dois milhões de pessoas foram deslocados e vivem em campos de deslocados no Sudão ou em campos de refugiados no Chad; mais de 3,5 milhões de pessoas dependem da ajuda internacional para sobreviver.

António Guterres, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados descreveu a situação no Sudão e no Chad como “o maior e o mais complexo problema humanitário no mundo.”

Deixe bem claro ao mundo que não virará a cara quando milhares de civis continuam a perder as suas vidas, e a violação e outras violências sexuais continuam a ser utilizadas como armas de guerra.»



PS: O Objectivo é replicar este post pelo maior número de Blogs possíveis. Este Post foi-me enviado por Trenguices.

SLB: 1 - SCP: 1, por Rui Martins

Fim-de-semana de derbi. Nos dias que antecedem um Benfica – Sporting não se fala de outra coisa, se não o jogo, esquecemos a licenciatura do nosso PM, as taxas de juro, as regalias que são retiradas aos funcionários públicos, as não OPAS e por aí fora. Fintamos os nossos problemas com o futebol que é o que mais gostamos.

Desta vez fui à luz, e confesso que ia receoso. Num derbi nunca podemos antever o resultado final embora eu vá sempre com a esperança de que o Sporting vai sair vitorioso, e digo isto porque nos últimos anos tenho visto o Sporting, principalmente na Luz, a bater o Benfica.

Como não podia deixar de ser, em dia de jogo grande os arrabaldes à volta do estádio estavam preenchidos de papoilas saltitantes… já se formavam grandes filas para entrar no recinto. Para meu espanto, à entrada não fui revistado, nem eu nem quem me acompanhava, apenas olharam para nós e confiaram. E é assim que entra o material ilícito para dentro dos estádios. Em Alvalade, esta época falhei 2 jogos e fui sempre revistado.

Antes do inicio do jogo, o tradicional aquecimento com os assobios e aplausos do costume às duas equipas. Assisti a também um espectáculo (?) nunca antes visto por mim, o voo da águia. Confesso que é uma ideia original, o bicho é realmente muito grande e bonito, mas é contra natura ver um animal com aquela imponência completamente manietado. O homem é de facto um predador feroz e muito perigoso para as restantes espécies.

Começou o jogo, ainda muita gente não tinha aquecido o lugar e já o Abel tirava um cruzamento a esquadro e régua direitinho ao Liedson, 1-0 aos 2 minutos. Na primeira volta o falecido Ricardo Rocha, fez a mesma gracinha num canto. Como tem sido hábito ultimamente o Sporting entrou muito forte. O sistema táctico era o mesmo, o onze era sobejamente conhecido. O Benfica devido à ausência do Simão, foi “obrigado” a entrar com um meio campo com os gregos e o Petit atrás do Rui Costa. Acredito que se o Simão estivesse em condições, quem saía da equipa era o Karagounis.

O meio campo do Sporting movimentava-se bem não perdia bolas e exercia pressão sobre o Benfica, que raramente conseguia acertar, nos primeiros 20 minutos ficou a ideia de que o Sporting facilmente ganharia o jogo. Mas foi só a ideia porque logo a seguir, o Micolli agradeceu um mau alívio do Nani e espetou com a bola no fundo das redes do Sporting.

A primeira parte terminou com o Sporting a mostrar-se mais e a jogar mais que o Benfica.

Na segunda parte, as equipas entraram mais encaixadas uma na outra. Houve alturas em que o Benfica mostrou algum ascendente mas o Sporting nunca perdeu o controlo do jogo e geriu bem esse ascendente do Benfica, isto porque no meio campo do Benfica faltava força nas pernas e a criatividade era nula. Só havia algum desequilíbrio com as subidas do Leo, já que do outro lado e julgo que por ser acossado pelos adeptos o Nelson não está a ter uma temporada feliz na Luz.

Vieram as substituições, e ao contrário daquilo que vem sendo hábito o Paulo Bento surpreendeu. Quando eu pensava que ia fazer trocas directas tirou um defesa e meteu um médio. Sai o Abel entra o Pereirinha, fez subir o Tello e ficou a jogar num 3-5-2, com o Veloso a descer para central. E entrou o Alecssandro para o lugar do Yanick. Diz-se por aí que foi falta de ambição, eu acho que foi uma gestão eficaz dos recursos, perante o que havia no banco não havia muitas hipóteses. O Benfica respondeu com o Manu para o lugar do Nuno Gomes, o mais assobiado da noite… nem o arbitro foi tão assobiado. Com o Manu e o Micolli a tentarem explorar a subida dos laterais do Sporting, o Benfica perdeu a referencia lá na frente, se é que alguma vez a teve. O Sporting conseguiu equilibrar o jogo devido à supremacia no meio campo e limitou-se a garantir o empate. O meio campo do Benfica apesar de fragilizado e órfão de criatividade, o Rui Costa só jogou 45 minutos, defendia bem.

Faltavam 15 minutos para acabar o jogo e foi a loucura nas bancadas… parecia que o Benfica tinha marcado, mas afinal foi só o Fernando Santos a Chamar o Mantorras para jogar os 10 minutos da ordem. Foram 10 minutos em campo à Nuno Gomes. Entrou para o lugar do Petit que também deu o estouro, e muito fez ele. O Sporting fez entrar o Tonel para o lugar do Romagnoli e voltou ao figurino original com a subida do Veloso para o meio campo e o Caneira na direita.

O Benfica estranhamente não gastou os cartuchos todos, deixou uma substituição por fazer… até parece que não queriam ganhar o jogo.

O empate final, sabe-me a pouco mas é provável que seja justo. Como disse o Paulo Bento, se não os conseguimos vencer pelo menos não podemos perder. O Porto que começou a jornada como o grande perdedor ainda saiu a ganhar. Ainda há três jogos para disputar, vamos ver se não acontecem por aí uns números de circo como já foram anunciados por um dirigente do Aves… mas tenho a esperança que na última jornada o Aves esteja a lutar pela manutenção e antes disso o Paços a lutar pela Europa. Vamos ter campeonato até ao fim.

Colunista Convidado Residente, por JMMA

Raças Caninas

Embora ainda esteja em análise no Ministério da Administração Interna, foi-nos possível consultar o relatório do inquérito oficial aos incidentes de violência ocorridos no último Benfica – Porto. E pelo que vimos podemos desde já avançar aqui que o documento em questão abre uma perspectiva importante para a compreensão das causas e dos agentes de violência nos estádios. Na verdade, aos olhos dos investigadores deste caso terá resultado evidente, pela primeira vez no nosso futebol, uma ligação directa entre os actos de violência irracional registados na Luz e a actividade de criação de certas raças de animais domésticos.

Não estão em causa, felizmente, nem o cavalo lusitano nem o capão de Freamunde e tão-pouco o famoso Castro Laboreiro, raças reconhecidas internacionalmente pelas excelentes qualidades desses animais apuradas ao longo dos séculos pelo carinho e paciência dos seus criadores. Os animais reputados no Inquérito como causadores dos distúrbios sob investigação são, sim, animais identificados com determinadas raças caninas, sobretudo de importação, em ascensão recente no nosso país. Entre as mais citadas no relatório, contam-se:

- O Moorish Rotweiller que, como o nome indica é originário da Cova da Moura. É um excelente cão de guarda (guarda costas, discotecas e etc.). Dotado de impressionante pujança física e forte carácter, é muito apreciado pela tenacidade que demonstra, principalmente nas actividades de ‘punching’ e ‘pickpocket’. Geralmente é tão pouco inteligente quanto os seus donos. Em matilha, toma a designação de ‘red devil’ e um dos seus entretenimentos de grupo preferidos é o que em inglês se designa ‘to fling stones and botles at random’.

- O Super Dragão, uma verdadeira fera à solta. Molossóide, tipo mastim, é um feroz e irredutível defensor do dono e da quinta. Muito utilizado contra autarcas, mouros, estações de serviço em auto-estradas e equipamento urbano. Em matilha torna-se praticamente indomável. Na versão sem açaime, ataca violentamente em recintos desportivos atirando cadeiras e petardos contra os incautos. Acalma geralmente ao som do trompete. Pode ser extremamente dócil se devidamente educado e alimentado com uma dieta rigorosa de árbitros amestrados.

- O Suburbial Pit Bull, pequeno mas pujante cão de trabalho criado originalmente nos bairros socialmente degradados de Lisboa e Porto pela laboriosa classe de comerciantes e importadores de erva, cavalo e outras especiarias raras. Utilizado inicialmente como animal de defesa, cedo demonstrou qualidades extraordinárias de animal de companhia para pessoas portadoras de deficiência mental grave. Bem entroncado, com viveza de movimentos, apresenta pelagem curta e cabeça rapada. Quando estimulado na extrema-direita da estrutura intra-hemisférica do seu micro cérebro, mostra particular propensão para a violência, especialmente de índole racial e xenófoba. Adora crianças, sobretudo cruas.

- O Factious Adepto, barriga convexilínea tipo cerveja, existe tanto na variedade de pêlo comprido como de pêlo curto. Rústico ou urbano distribui-se uniformemente por todo o país e caracteriza-se pela exuberância nas atitudes. De corpulência variável e cabeça dura, não obedece nem compreende nada que não seja a voz do dono. Aparentado ao super dragão nas atitudes e na inteligência, distingue-se por ser destemido e robusto em frente ao aparelho de televisão e muito leal quando convenientemente alimentado com vitórias. Também conhecido no Norte do país como “adéipto”.

Posto isto, quais serão as conclusões do inquérito… Veremos se alguém vai querer abrir a caixa de Pandora.