10 Pérolas e uma de fantasia
Uma vez, quando um embaixador português teve a distinta lata de sustentar na ONU que não seria de avançar com o desarmamento porque sempre havia o perigo de uma invasão dos marcianos, houve um jornal francês que comentou: «Les portugais sont toujours gais» (engraçados). E são. Basta recordar, no que respeita ao futebol, algumas das tiradas de retórica produzidas ao longo da época.
Primeira pérola: Como se sabe, o campeonato abriu com uma fita do tipo «Piratas das Caraíbas III» em antestreia. Os heróis-advogados Dr. Maceirinha (Will Turner) e Cruz Vilaça (capitão Barbossa) aliam-se para salvar Fiúza (o pouco convencional capitão Sparrow) da armadilha da Liga. Aí vão eles a caminho dos confins da terra. Comentário de A. Tavares Teles (DN 01-10-06): «Este senhor Fiúza vai ficar nos anais.» E o senhor Teles também.
Segunda pérola: L. F. Vieira ao anunciar a recandidatura (RTP, Out. /06): «Deixem o Benfica chegar a 2011 e verão que o Benfica será um colosso europeu, para não dizer mundial». É caso para perguntar: e até 2011? Segundo M. Vilarinho candidato a presidente da Assembleia-geral: «Até 2011 não há expectativa de ganhar títulos». Okay, está percebido: até 2011 o Benfica está no campeonato como se estivesse numa sessão de sexo tântrico: olhar, tocar, beijar, cheirar... Mas nada de orgasmos.
Terceira pérola: “Parabéns, minha querida, mas ele ficou a falar”. Comentário elegante de Lourenço Pinto, advogado!, ao saber da coça a Ricardo Bexiga, conforme relato dado a público no livro da Carolina. Se, como disse Jorge Jesus, no futebol «o fair-play é uma treta», no Porto, pelos vistos é uma tranca!
Quarta pérola, captada através de escuta telefónica: «Vou-lhe dar uma beijoca», diz J. Veiga para V. Loureiro, enternecido com a providencial cunha do Major que levou à interdição do campo do Marco de Canaveses antes da deslocação do Estoril. Valentim babado: «Se não fosse eu…». Ao lermos aquilo que dizem quando pensam que ninguém os ouve, ficamos a pensar o que pode ter-se passado sem que ninguém tivesse descoberto. Este é o peso da suspeita. Enorme fardo!
Quinta pérola: Acusado de se fazer despercebido quando as revelações sobre as escutas telefónicas aos principais dirigentes do futebol revelam um lodaçal de pressões ilegítimas, ameaças veladas e desvirtuamento premeditado da verdade desportiva, responde Laurentino Dias: «Não sou o Secretário de Estado do Futebol mas sim do Desporto» (Set. /06). Quer-me cá parecer que este senhor vai ficar conhecido na história mas é como o secretário de Estado do Berlinde.
Sexta pérola: Jesualdo após o jogo Benfica – F C Porto: «Em caso de dúvida o árbitro apitou sempre contra o Porto». Pergunto: Dúvida de quem? Do sr. Jesualdo, só pode. Sabe lá ele quais foram as dúvidas do árbitro!
Sétima pérola: Hermínio Loureiro no balanço de cem dias na presidência da Liga: «Já se nota um novo ciclo no futebol profissional». Manhosice e água benta, cada um… Tal qual como eu dizer: tanto que o futebol mudou com a participação do JMMA neste blogue!
Oitava pérola: «Se não conseguir baixar o passivo até Junho, vou-me embora», declarou num destes dias o presidente do Sporting perante a falta de autorização camarária para construir nos terrenos adjacentes ao estádio de Alvalade. Ah, leão! Apenas um pormenor: isto é dito depois do presidente leonino já ter vendido uma boa parte do património imobiliário do clube, venda essa igualmente imposta sob ameaça de demissão, e igualmente justificada com a finalidade de redução do passivo. Que pelos vistos só expande, não encolhe. Faltam duas semanas para o fim de Junho! Mas o melhor é esperar sentado…
Nona pérola: Valentim L. aos microfones garante querer que o processo do «Apito» prossiga para poder provar a sua inocência. Diz mesmo que «ficaria triste se o processo fosse arquivado por questões técnicas». Mas dentro do tribunal o seu advogado assenta a defesa no facto de as escutas realizadas serem ilegais. (Não inverdadeiras, repare-se). E ilegais porquê? Porque a certidão que as solicitava estava fora de prazo quando estas aconteceram. Isto é que é toque de bola!
Décima pérola: Transcrição de todas as declarações sobre o «Apito Dourado» proferidas por P. da Costa, desde que a procuradora adjunta M. J. Morgado entrou em cena: «… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …
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(A isto chama-se eloquência).
Fantasia. Retirada do Footbicancas, não vá alguém pensar que nós aqui não somos «portu-gais». A escolha foi dificilíssima, e já que o regulamento impede de me citar a mim próprio, aqui vai:
Condenando a intercepção policial de uma matilha de Super Dragões, quando se deslocava de autocarro a caminho do Estádio da Luz para um jogo de basquete, salvo erro, V. Peliteiro que sempre intervém com razoabilidade neste blogue, dessa vez over-potizou-se: « ( … ) para mim isto é um acto fascista». Na altura hesitei: cerceamento da liberdade ou prevenção de danos? Mas vendo bem, ponderando que os Super Dragões afinal são gente pacífica e submissa que nem peregrinos de Fátima… dei razão ao Vítor: foi mesmo uma prepotência antidemocrática das forças da (des)ordem. E depois é assim: de facto, os jogos perdem todo o atractivo se lhes é vedada a expressão cultural.
Uma vez, quando um embaixador português teve a distinta lata de sustentar na ONU que não seria de avançar com o desarmamento porque sempre havia o perigo de uma invasão dos marcianos, houve um jornal francês que comentou: «Les portugais sont toujours gais» (engraçados). E são. Basta recordar, no que respeita ao futebol, algumas das tiradas de retórica produzidas ao longo da época.
Primeira pérola: Como se sabe, o campeonato abriu com uma fita do tipo «Piratas das Caraíbas III» em antestreia. Os heróis-advogados Dr. Maceirinha (Will Turner) e Cruz Vilaça (capitão Barbossa) aliam-se para salvar Fiúza (o pouco convencional capitão Sparrow) da armadilha da Liga. Aí vão eles a caminho dos confins da terra. Comentário de A. Tavares Teles (DN 01-10-06): «Este senhor Fiúza vai ficar nos anais.» E o senhor Teles também.
Segunda pérola: L. F. Vieira ao anunciar a recandidatura (RTP, Out. /06): «Deixem o Benfica chegar a 2011 e verão que o Benfica será um colosso europeu, para não dizer mundial». É caso para perguntar: e até 2011? Segundo M. Vilarinho candidato a presidente da Assembleia-geral: «Até 2011 não há expectativa de ganhar títulos». Okay, está percebido: até 2011 o Benfica está no campeonato como se estivesse numa sessão de sexo tântrico: olhar, tocar, beijar, cheirar... Mas nada de orgasmos.
Terceira pérola: “Parabéns, minha querida, mas ele ficou a falar”. Comentário elegante de Lourenço Pinto, advogado!, ao saber da coça a Ricardo Bexiga, conforme relato dado a público no livro da Carolina. Se, como disse Jorge Jesus, no futebol «o fair-play é uma treta», no Porto, pelos vistos é uma tranca!
Quarta pérola, captada através de escuta telefónica: «Vou-lhe dar uma beijoca», diz J. Veiga para V. Loureiro, enternecido com a providencial cunha do Major que levou à interdição do campo do Marco de Canaveses antes da deslocação do Estoril. Valentim babado: «Se não fosse eu…». Ao lermos aquilo que dizem quando pensam que ninguém os ouve, ficamos a pensar o que pode ter-se passado sem que ninguém tivesse descoberto. Este é o peso da suspeita. Enorme fardo!
Quinta pérola: Acusado de se fazer despercebido quando as revelações sobre as escutas telefónicas aos principais dirigentes do futebol revelam um lodaçal de pressões ilegítimas, ameaças veladas e desvirtuamento premeditado da verdade desportiva, responde Laurentino Dias: «Não sou o Secretário de Estado do Futebol mas sim do Desporto» (Set. /06). Quer-me cá parecer que este senhor vai ficar conhecido na história mas é como o secretário de Estado do Berlinde.
Sexta pérola: Jesualdo após o jogo Benfica – F C Porto: «Em caso de dúvida o árbitro apitou sempre contra o Porto». Pergunto: Dúvida de quem? Do sr. Jesualdo, só pode. Sabe lá ele quais foram as dúvidas do árbitro!
Sétima pérola: Hermínio Loureiro no balanço de cem dias na presidência da Liga: «Já se nota um novo ciclo no futebol profissional». Manhosice e água benta, cada um… Tal qual como eu dizer: tanto que o futebol mudou com a participação do JMMA neste blogue!
Oitava pérola: «Se não conseguir baixar o passivo até Junho, vou-me embora», declarou num destes dias o presidente do Sporting perante a falta de autorização camarária para construir nos terrenos adjacentes ao estádio de Alvalade. Ah, leão! Apenas um pormenor: isto é dito depois do presidente leonino já ter vendido uma boa parte do património imobiliário do clube, venda essa igualmente imposta sob ameaça de demissão, e igualmente justificada com a finalidade de redução do passivo. Que pelos vistos só expande, não encolhe. Faltam duas semanas para o fim de Junho! Mas o melhor é esperar sentado…
Nona pérola: Valentim L. aos microfones garante querer que o processo do «Apito» prossiga para poder provar a sua inocência. Diz mesmo que «ficaria triste se o processo fosse arquivado por questões técnicas». Mas dentro do tribunal o seu advogado assenta a defesa no facto de as escutas realizadas serem ilegais. (Não inverdadeiras, repare-se). E ilegais porquê? Porque a certidão que as solicitava estava fora de prazo quando estas aconteceram. Isto é que é toque de bola!
Décima pérola: Transcrição de todas as declarações sobre o «Apito Dourado» proferidas por P. da Costa, desde que a procuradora adjunta M. J. Morgado entrou em cena: «… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …
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(A isto chama-se eloquência).
Fantasia. Retirada do Footbicancas, não vá alguém pensar que nós aqui não somos «portu-gais». A escolha foi dificilíssima, e já que o regulamento impede de me citar a mim próprio, aqui vai:
Condenando a intercepção policial de uma matilha de Super Dragões, quando se deslocava de autocarro a caminho do Estádio da Luz para um jogo de basquete, salvo erro, V. Peliteiro que sempre intervém com razoabilidade neste blogue, dessa vez over-potizou-se: « ( … ) para mim isto é um acto fascista». Na altura hesitei: cerceamento da liberdade ou prevenção de danos? Mas vendo bem, ponderando que os Super Dragões afinal são gente pacífica e submissa que nem peregrinos de Fátima… dei razão ao Vítor: foi mesmo uma prepotência antidemocrática das forças da (des)ordem. E depois é assim: de facto, os jogos perdem todo o atractivo se lhes é vedada a expressão cultural.
e aquela "pérola" de um presidente de uma famosa agremiação de benfica, que disse que se ia embora se não vendesse não sei quantos mil kits e que mais tarde veio a terreiro dizer que já não era bem assim porque tinha conferenciado com a D. Vanda (a esposa, para os mais distraídos) e obtido "autorização" da mesma para continuar...
ResponderEliminarNão é esta "pérola" digna de ombrear com as atrás expostas?? Principalmente com aquela que diz respeito ao Soares Franco?!
Estes "esquecimentos cirurgicos" podem restirar credibilidade ao autor...
Os superdragões não são tão pacíficos e submissos que nem os peregrinos de Fátima, nem tão criminosos que nem os Diagos Vermelhos ou os No Nem Boys porque afinal de contas nunca cercearam ninguém (matar mesmo) nem nunca bateram num jogador do Benfica até ao risco de ficar cego!
ResponderEliminarParece-me pouco relevante a distinção feita, entre Boys e Dragões, quem é o maior dos diabos. Mas se o Vítor valoriza a diferença, aceito a sua classificação sem a menor dificuldade.
ResponderEliminarFique bem claro que ao apontar uns não estou a inocentar outros. Acho horrível justificar o mau de uns com o péssimo dos outros. Penso sinceramente que deviam mas é ir todos para o Diabo que os carregue. Não sei como consegui-lo mas se os dirigentes hipócritas dos clubes deixasse de financiar as suas actividades, talvez fosse uma ajuda.
No caso em questão a ideia foi apenas dizer, duma maneira a brincar, mas a sério, que a polícia não merece (por exageradas) as acusações feitas.
Pense nisso.
Acredito que lhe pareça pouco relevante, até porque o JMMA gosta mais de falar no mau do que no péssimo. Mas faz muito bem.
ResponderEliminarEmbora concorde consigo quando diz que deviam ir todos para o diabo que os carregue, não posso concordar com a Policia porque acredito que a liberdade de uns não pode ser retirada sem pressupostos válidos. E como disse na altura, se há criminosos nos superdragões, há que os prender e deixar os outros seguir viajem.
Há uma maneira simples de acabar com as maçãs podres: Identificação dos que prevaricam e irradia-los dos estádios. Eu chego-me à frente com um exemplo: Líder dos superdragões.
Não acho que a solução seja acabar com os financiamentos dos clubes até porque acho que as claques fazem falta aos estádios portugueses. Às vezes, se não fossem elas, os jogos pareciam velórios...
e do "Orelhas" ninguém fala?!?!?!?!
ResponderEliminarCaro Vitor,
ResponderEliminarPerfeitamente de acordo! Tal como v.:
1. Não considero (nem disse) que o procedimento da polícia foi o melhor;
2. Também acho que as claques fazem falta. E pelo que deduzo das suas palavras se fossemos incumbidos de preparar um regulamento de disciplina e penalização, nomeadamente financeira, das claques, tenho a certeza que, os dois, faríamos um bom trabalho.
Julgo que sei (e v. dirá se sim ou não) onde está o busilis da questão. Está na hipocrisia dos dirigentes que fomentam ou (fechando os olhos) avalizam as práticas reprováveis desses energúmenos alegando na praça pública que se trata apenas de uma questão policial. E não é isso. A gente sabe que não é apenas isso.
Abraço. Viva o Footbicancas!
Muito bem.
ResponderEliminarSe o Joe Berardo patrocinou o estudo da CIP para o novo aeroporto de Lisboa, nós também podemos patrocinar um estudo para entregar aos clubes sobre esta matéria.
Nota: O nosso patrocinio é apenas com trabalho porque o FootBicancas não rende o suficiente para despender grandes montantes!
mas ontem ninguem barrou os adpetos do benfica pa ir jogar com o scp em futsal,aqueles nao sao criminosos,mas sim meninos do coro...
ResponderEliminarbp