É Uma Espécie de Magazine
Já houve tempo em que as transferências não passavam de uma banal operação bancária que consistia em passar dinheiro de uma conta para outra. Entretanto, diversificaram-se. No frenesim de caçar clientes à concorrência, os bancos agora até já transferem dívidas. Os empréstimos à habitação, por exemplo, geraram uma verdadeira batalha entre instituições. Tanto lucro devem dar que já há bancos a oferecerem-se para os receber de borla, sem qualquer custo para o devedor. Mas não foi só na banca que se intensificou o mercado das transferências. Também no futebol os clubes, época após época, se lançam com insofrível avidez na corrida aos novos talentos milagreiros. No caso conta, e muito, o dinheiro a investir e o potencial do artista a transferir. Porque ninguém quer perder o capital nem os golos, a guerra de cifras e de nomes roça por vezes os limites da paranóia. «É uma espécie de magazine» circense em que as ilusões se sucedem como se craques galácticos e «gajas nuas» fossem uma só e a mesma coisa.
Uma situação que para desespero dos benfiquistas se verifica há largos anos é o desvio recorrente de jogadores que despertam o interesse do Benfica para outros clubes, principalmente para o FC Porto. Quem já se esqueceu das palavras de José Veiga quando deu como quase garantido o avançado Tomasson – “só faltam pequenos detalhes” – que no dia seguinte estava a vincular-se ao Estugarda. E Robinho, o avançado brasileiro que “já sonhava com o Benfica”, mas que acabou no Real Madrid? E Jankauskas, a jogar na Luz emprestado, que acabou no FC Porto? E Jardel? E o puto Anderson?
Às vezes estas cenas de roer a corda revestem um carácter apenas burlesco, como foram os casos acabados de suceder com Kazmierczack e Edgar dados como “reforços da Luz” mas que, à última da hora, rumaram ao Dragão. Mas outras vezes apresentam-se com recortes de espectáculo eventualmente chocante, como por exemplo no caso Moretto em que um “coronel” de telenovela brasileira e alguns “forcados” da fadistagem portuguesa trataram do assunto em pleno aeroporto, ao pontapé e à estalada. Cenas de um “mercado da bola” que provam que o futebol se joga cada vez mais fora das quatro linhas, sem árbitro e muitas vezes com golpes baixos em que vale quase tudo, mesmo tirar olhos.
Na minha fantasia, deu-se há dias um caso sintomático. Passou-se na paragem do autocarro próxima do Estádio da Luz, com um pacato cidadão que foi à Loja do Benfica à procura dum peluche para a sobrinha. O cidadão, um imigrante ucraniano a trabalhar nas obras, ainda argumentou que estava ali apenas à espera do 46 para Damaia, mas mesmo assim não conseguiu evitar que o seu nome fosse lançado num desportivo nortenho como próximo reforço do SLB. Perante a notícia, imediatamente apareceu alguém do FC Porto apostado em comprar-lhe o passe. O transeunte bem argumentou que o único passe de que dispunha era o “7 Colinas” Carris e Metro para o mês de Junho, mas nem isso arrefeceu o ímpeto dos negociadores.
Espera-se que a todo o momento o FC Porto venha anunciar mais um grande reforço da temporada: tem parentes na Damaia, ofereceu um peluche «azul» à sobrinha e o nome se não é Ronaldinho (o melhor do mundo) é Messi (o futuro melhor do mundo).
Ou chamar-se-á Sonkaia, Ezequias, Pittbul, Tarik, Leo Lima, Sokota …?
Já houve tempo em que as transferências não passavam de uma banal operação bancária que consistia em passar dinheiro de uma conta para outra. Entretanto, diversificaram-se. No frenesim de caçar clientes à concorrência, os bancos agora até já transferem dívidas. Os empréstimos à habitação, por exemplo, geraram uma verdadeira batalha entre instituições. Tanto lucro devem dar que já há bancos a oferecerem-se para os receber de borla, sem qualquer custo para o devedor. Mas não foi só na banca que se intensificou o mercado das transferências. Também no futebol os clubes, época após época, se lançam com insofrível avidez na corrida aos novos talentos milagreiros. No caso conta, e muito, o dinheiro a investir e o potencial do artista a transferir. Porque ninguém quer perder o capital nem os golos, a guerra de cifras e de nomes roça por vezes os limites da paranóia. «É uma espécie de magazine» circense em que as ilusões se sucedem como se craques galácticos e «gajas nuas» fossem uma só e a mesma coisa.
Uma situação que para desespero dos benfiquistas se verifica há largos anos é o desvio recorrente de jogadores que despertam o interesse do Benfica para outros clubes, principalmente para o FC Porto. Quem já se esqueceu das palavras de José Veiga quando deu como quase garantido o avançado Tomasson – “só faltam pequenos detalhes” – que no dia seguinte estava a vincular-se ao Estugarda. E Robinho, o avançado brasileiro que “já sonhava com o Benfica”, mas que acabou no Real Madrid? E Jankauskas, a jogar na Luz emprestado, que acabou no FC Porto? E Jardel? E o puto Anderson?
Às vezes estas cenas de roer a corda revestem um carácter apenas burlesco, como foram os casos acabados de suceder com Kazmierczack e Edgar dados como “reforços da Luz” mas que, à última da hora, rumaram ao Dragão. Mas outras vezes apresentam-se com recortes de espectáculo eventualmente chocante, como por exemplo no caso Moretto em que um “coronel” de telenovela brasileira e alguns “forcados” da fadistagem portuguesa trataram do assunto em pleno aeroporto, ao pontapé e à estalada. Cenas de um “mercado da bola” que provam que o futebol se joga cada vez mais fora das quatro linhas, sem árbitro e muitas vezes com golpes baixos em que vale quase tudo, mesmo tirar olhos.
Na minha fantasia, deu-se há dias um caso sintomático. Passou-se na paragem do autocarro próxima do Estádio da Luz, com um pacato cidadão que foi à Loja do Benfica à procura dum peluche para a sobrinha. O cidadão, um imigrante ucraniano a trabalhar nas obras, ainda argumentou que estava ali apenas à espera do 46 para Damaia, mas mesmo assim não conseguiu evitar que o seu nome fosse lançado num desportivo nortenho como próximo reforço do SLB. Perante a notícia, imediatamente apareceu alguém do FC Porto apostado em comprar-lhe o passe. O transeunte bem argumentou que o único passe de que dispunha era o “7 Colinas” Carris e Metro para o mês de Junho, mas nem isso arrefeceu o ímpeto dos negociadores.
Espera-se que a todo o momento o FC Porto venha anunciar mais um grande reforço da temporada: tem parentes na Damaia, ofereceu um peluche «azul» à sobrinha e o nome se não é Ronaldinho (o melhor do mundo) é Messi (o futuro melhor do mundo).
Ou chamar-se-á Sonkaia, Ezequias, Pittbul, Tarik, Leo Lima, Sokota …?
Não era normal, mas o JMMA anda a colocar-se a jeito demasiadas vezes.
ResponderEliminarVou dar numa de treinador de futebol que se escusa sempre de falar nas arbitragens, mas que depois fala sempre:
Marco Ferreira, João Manuel Pinto, Zahovic, Drulovic, Derlei, Peixe, (...), Paredão, Marcelo, King, Jorge Soares, Jordão, Jamir, Paulão, Michael Thomas, Nelo, Rui Esteves, Akwá......
E porque não o Mantorras, jogador que vale 18 milhões de Contos...
Oh, meu amigo!
ResponderEliminarPelos vistos não me expliquei bem, mas esperava de si melhor esforço para compreender que eu só estava a falar da «onda azul».
Não podemos falar tudo de todos ao mesmo tempo! Calma, cada um de sua vez.
Abraço
"Às vezes estas cenas de roer a corda revestem um carácter apenas burlesco," - como é que foi a "cena" do Eusébio?!?!
ResponderEliminarBolas, que o homem não aprende!
Com diz o Bítor, sempre a "a colocar-se a jeito "...
O Benfica não tem potencial para contratar jogadores como o Lino da Académica, essa é que é a verdade.
ResponderEliminarO FCP nos últimos anos tem tido uma estratégia de novo rico, tipo construtor civil que compra Mercedes Amarelos.
O problema é quando os rebuçados acabarem. Sim, porque não se ganha a Liga dos campeões todos os anos.
Olha outro.
ResponderEliminarO Benfica já gastou num só jogador mais do que o Porto em todas elas. Por isso, não sei aonde está o novo rico.
Mais já encaixou 30 milhões e o Benfica ainda está à espera da venda do beto.
Novo rico, é no sentido de ir a todas. Aos que interessam, aos que interessam ao Benfica, aos que interessam a alguém que não se sabe bem a quem (se fosse portista refectia um pouco sobre isto).
ResponderEliminarÉ do tipo, se temos dinheiro...que se lixe.
Uma autêntica falta de critério.
De todas as contratações que fez até agora, quero ver quantas ficam no plantel.
Lembras-te do Sandro na época passada????
É este o sentido de novo rico.
O mercado futebolístico é como qualquer outro: é a loja dos ricos e a montra dos pobres. Cada um compra o que quer e pode; são as regras do jogo.
ResponderEliminarO que me parece menos normal é o FCP andar a contratar jogadores tirados do carrinho de supermecado do SLB. Imaginam um gajo rico a fazer-vos isto na fila da caixa de pagamento?
Não percebo nada. Então o vosso presidente não disse que ninguém roubou nada ao Benfica?
ResponderEliminarDessa forma, também posso dizer que o Cardozo foi roubado ao Porto porque também foi dado como certo no Porto (aliás até o escrevi no blog).
Zé, até concordo (e tu sabes) que o Porto tem feito muita asneirola nesta matéria. Mas deixa lá o Porto. Se é verdade que às vezes não há critério, o que é certo é que o Porto ganha e no final nada disto interessa. O Pobom quer é vitórias. Mas gostei da tua definição de novo rico...
E digo mais, o Porto até pode ter gamado alguns jogadores ao Benfica, mas não me lembro de ter contratado jogadores a um clube em vésperas de jogar com este. Foi um tal de José Fonte. Não sei se te lembras.
Finalmente acho piada à vossa preocupação, quando foram talvez os primeiros a usar a arte de bem gamar. Como é dito num comentário em cima, com o Eusébio foi o quê?
"Hoje no Jornal de Negócios
ResponderEliminarBenfica é o clube que mais gasta por ano com cada jogador
O Benfica gastou 767 mil euros com cada um dos seus 32 jogadores de futebol na época 2005/2006, mais 284.000 euros que a média do FC Porto e 332.603 acima do Sporting. No entanto, a equipa campeã nacional tinha mais 13 jogadores que o clube da Luz, o que aumentou os seus gastos com jogadores para 21,7 milhões de euros num ano.
--------------------------------------------------------------------------------
José Pedro Luís
jpluis@mediafin.pt
O Benfica gastou 767 mil euros com cada um dos seus 32 jogadores de futebol na época 2005/2006, mais 284.000 euros que a média do FC Porto e 332.603 acima do Sporting. No entanto, a equipa campeã nacional tinha mais 13 jogadores que o clube da Luz, o que aumentou os seus gastos com jogadores para 21,7 milhões de euros num ano.
O Benfica, que ficou no terceiro lugar na época 2005/2006, gastou 24,5 milhões de euros.Os dados estão presentes no "Anuário das Finanças do Futebol Profissional 2005/2006" realizado pela consultora Deloitte para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional e em parceria com o jornal "A Bola"."
"Já as palavras de Vieira sobre o Apito Dourado podiam começar a ser mais comedidas. Afinal, também ele foi apanhado a escolher árbitros para um jogo da Taça de Portugal. Mais. O homem que designou para director do futebol do Benfica, José Veiga, está presente numa série de escutas a pedir árbitros e favores para o clube de que foi dono: o Estoril. Custa assim ver no clube da Luz e nos seus actuais intérpretes os paladinos da verdade do desporto português. " - in Record de 26 de Junho de 2007
ResponderEliminar