quarta-feira, 29 de junho de 2011

Toques de cabeça


QUEIROZ, AMIGO, ÉS O MAIOR

Por JMMA

Eu não gosto de Queiroz. Não gosto do estilo, não gosto da substância e não gosto que da última vez que tenha alcançado sucesso como treinador principal ainda corresse o ano da graça de 1991, o Cristiano Ronaldo ainda não tinha chegado ao Andorinhas e o Figo estava para durar no Sporting. Queiroz, sucessor de Scolari, só me causou traumas. Portanto, vê-lo sair do cargo de seleccionador nacional foi para mim uma enorme alegria.

Queiroz falhou os objectivos desportivos no Mundial, não soube manter a coesão do grupo que liderou, revelou uma visão tão rígida dos esquemas tácticos que é incapaz de fazer uma substituição não prevista no seu famoso guião de jogo. Tudo isso foi uma verdadeira desilusão para quem gosta de futebol e teve alguma esperança de ver Portugal jogar bom futebol na África do Sul.

Só que eu ainda tenho dois ou três princípios. Por exemplo, tal como acredito que nem o mais bárbaro criminoso deve ser condenado à morte, também acho que nem o mais incompetente treinador deve ser votado ao ostracismo. Deixou a Selecção, emigrou para o Irão, esqueci. Oxalá seja feliz. E se a tal tiver direito no litígio que mantém com a Federação, pois então que seja ressarcido.

Mas, depois do que aconteceu, há uma coisa em relação ao Queiroz que, confesso, nunca me passaria pela cabeça: ter a Pátria de lhe estar agradecida pela qualidade dos serviços prestados. E no entanto, para meu grande espanto, foi isso que Queiroz hoje veio lembrar.

Se Portugal volta este ano a participar no Mundial de Sub-20, na Colômbia, tal ficou-se a dever às "medidas desagradáveis" que implementou na Federação Portuguesa de Futebol enquanto foi seleccionador nacional, entre 2008 e 2010, diz Carlos Queiroz. Modéstia à parte, acrescento eu.

Eu bem faço o que posso para ver se consigo ganhar um pouco de simpatia pelo Carlos Queiroz, mas, como se vê, ele não ajuda mesmo nada. É o estilo, é o que diz, é a cagança sem justificação, é o deslumbramento, é o provincianismo... Tudo cenas de um filme já demasiado gasto.

PS - Oxalá a inopinada 'prova de vida' não tenha a ver com cálculos em torno da mudança das cores políticas no poder. Mas não estou seguro disso.

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