domingo, 18 de fevereiro de 2007

Paços de Ferreira: 1 - SCP: 1, por Joaquim Claro

Ao SCP faltou sorte!

Não, a afirmação não é resultado do típico discurso miserabilista português (o nosso triste fado, a nossa triste sina...) mas sim, da minha, análise “objectiva” ao jogo.

O Paços apresentou um onze “natural”, i. é, defesa “durinha” de 4 elementos (sendo que o lateral direito não é um “típico jogador à Mota”...), meio-campo também “durinho” mas com capacidade de fazer passes longos para os extremos, dois extremos rápidos a apoiar o ponta-de-lança. A sustentar tudo isto, mais de 18 meses(!!!!) sem perder na Mata Real. Para uma equipa com as limitações do Paços, é obra digna de nota, justiça seja feita ao Mota neste aspecto.

O Sporting apresentou o seu modelo de jogo habitual, i. é, defesa de quatro elementos, o meio-campo em losango (a saída do Custódio é claramente uma mais-valia para a fluidez de jogo) e dois avançados.

O terreno estava bastante complicado pois foi notória alguma dificuldade dos jogadores em manter “a posição vertical” quando tentavam uma mudança de direcção ou uma finta mais elaborada.

Foi um jogo rápido e disputado de parte a parte.

Durante a primeira parte não me lembro de nenhuma intervenção do Ricardo digna de nota. O Peçanha esteve em grande!
O meio-campo do SCP conseguiu manter uma constante ofensiva bastante interessante sem nunca cair no erro dos cruzamentos altos (o Geraldo e o Luís Carlos jogam muito bem de cabeça, já pelo chão...) e desta forma criar oportunidades para os avançados facturarem – contei 6! – a última foi um forte remate de fora da área do Nani.
O Veloso, actualmente, faz melhor a posição de trinco que o Custódio (é mais rápido a definir o movimento ofensivo, é mais forte no jogo aereo, é mais duro na marcação, arrisca mais nos passes longos, etc.), no entanto, parece-me que é demasiado “duro de rins” caso enfrente um meio-campo mais habilidoso.

Com 0-0 aos 45’’, assistimos a um início de 2ª parte com a mesma toada – SCP com o jogo controlado e o Paços a defender o melhor que sabe e a espreitar o contra-ataque.
Aos 50’’ o Levezinho inaugura após excelente domíno de bola (e não menos excelente abertura do Veloso). Acto contínuo Mota tira o Ricardinho (chegou a jogar?!) e entra o Cristiano. Com esta alteração o Paços ganhou duas alas rápidas para servirem o João Paulo.
O SCP continuou a mandar na partida e podia (devia!!!) ter morto a mesma quando, Moutinho primeiro de cabeça e Yannick depois, não conseguem bater o sortudo Peçanha (Peçonhento é o nome mais apropriado...).

Ora após uma jogada de ataque do SCP terminar no rabo do Alecsandro, o Paços recupera a bola e esta é colocada rapidamente no Cristiano que inicia no seu meio-campo um sprint (deixa o Caneira nas “covas”) que termina com um forte remate de pé esquerdo sem hipóteses para o Ricardo, estávamos perto do minuto 70’’. Depois de estar 20’’ em desvantagem e sem uma única oportunidade de perigo criada, “apareceu” no Paços o pior das equipas do Mota e as “lesões” nos seus jogadores começaram a acontecer a um ritmo alucinante...
Até ao fim, o jogo manteve o scrip inicial – SCP em ataque continuado e o Paços a espreitar o contra-ataque. A sorte não esteve connosco pois, até o Liedson conseguiu falhar de baliza ABERTA(!!!) aos 90’’ (fez-me lembra outras “Amélias” da nossa praça....).
Aos 94’’ o Mota ainda fez uma última substituição...

Resumindo, faltou claramente sorte!!

2 notas:

Não gosto do Mota! Representa um tipo de treinador que privilegiam o fim independentemente dos meios, ou seja, equipas assentes num jogo muito duro com dois ou três avançados de qualidade, sobre os quais recai a responsabilidade de resolver o jogo (ou de um bom batedor de livres...). Quando estão em situação de vantagem aparecem “lesões” a um ritmo alucinante! Quando perdem os jogos foi porque o árbitro não foi sério, etc. e tal..., Este género de treinador fez “escola” no futebol português (Jaime Pacheco, o António Sousa, o Artur Jorge, entre outros) nas décadas de 80 e 90.

O meio-campo do SCP, e pelo segundo jogo consecutivo para o campeonato, foi constituído por jogadores da nossa formação ou que chegaram ao clube ainda com idade de Júnior (Nani). Sei que dada a qualidade dos mesmos, naturalmente, que não vão permanecer muitos mais anos em Alvalade, no entanto, este não é um meio-campo de futuro, é (e reforço) pela qualidade que já apresentam, um meio-campo do Presente.

8 comentários:

  1. Coitado do Mota. Eu gosto do "home". Parece-me ser um treinador honesto e muito humilde. Só um gajo assim para aceitar usar um boné como aquele. Ele só usa os meios que tem ao seu dispor, que comparado com o SCP, são poucos!

    Parabéns pela crónica porque para quem não viu o jogo como eu, fica com uma ideia concreta daquilo que se passou na mata real.

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  2. Essa agora! Não coloquei em causa a humildade nme os meios. Aliás, tens de prestar mais atenção ao que lês - "Para uma equipa com as limitações do Paços, é obra digna de nota, justiça seja feita ao Mota neste aspecto."... Agora, não gosto é do "estilo"!! E esse, tens de convir que já lá vai...

    Na realidade tu queres é dar os parabéns pelo resultado.;)

    JC

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  3. Eu li bem sim senhor. Embora concordando contigo que o "estilo" não é o melhor, o "home" faz o que pode para ter um resultado positivo frente a uma equipa que estava a jogar bem.

    E é verdade que o resultado foi bom. Podia dizer que foi 1-1, ganhou o Porto. Mas para quem não viu o jogo, fica-se com uma ideia do mesmo e é isso que se pretende!!

    Abraço.

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  4. Parabéns pela crónica. Excelente aquisição do Footbicancas.

    O Sporting teve azar sim senhor. Tal como o Benfica teve contra o Boavista. Não me lembro de nenhum jogo em que o FCP tivesse empatado/perdido por falta de sorte.

    Há quem lhe chame sorte, há quem lhe chame estrelinha de campeão, e há mesmo quem lhe chame estofo de campeão...

    Para mim é apenas e só...sorte.

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  5. Normalmente a malta tem sempre a memória muito curta quando o assunto é FCP.
    O que dizes do jogo do Porto em Leiria:
    - 3 ou 4 bolas aos ferros;
    - 2 penaltis por marcar;
    - Expulsão duvidosa
    - Oportunidades desperdiçadas como se não houvesse amanhã;
    - Grande exibição do guardião da equipa da casa.

    Como é que avalias isto? Se calhar chamas-lhe Joana!

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  6. Acredita que pensei nesse jogo, e só não o equiparei ao jogo do Paços e do Boavista, porque considerei que o porto foi prejudicado pela arbitragem...e esse é um âmbito totalmente diferente da sorte/azar.

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  7. Exacto. Mas o curioso da coisa é que o Porto conseguiu estar presente nos dois âmbitos:
    - azar;
    - gamado.

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  8. tudo contra nós!!
    quantos são?! quantos são?!
    ;)


    JC

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