Rato Miccoli
Numa semana com tanta matéria de interesse informativo - desde a apresentação do novo equipamento cor-de-rosa (!) do Benfica, até à notícia sobre a nova namorada brasileira do Bimbo da Costa que, segundo se diz, além de não saber escrever, é cega, surda e muda, não vá o diabo tecê-las -, pois, com tantos temas fantásticos, o que é que haveria de monopolizar a atenção do povo? O pé dorido!
Recordando o que foi a semana informativa, veja-se bem, o pé dorido: (1) marcou a agenda da actualidade informativa, (2) moeu o juízo aos benfiquistas, e (3) tudo acabou em bem graças a um acto de contrição seguido de uma sábia adenda contratual. É assim: não se pode dizer que quando um pé dorido zorna os outros baixam as orelhas, porque pé dorido não zorna. Mas o que é facto é que se os benfiquistas julgam que põem, o pé dorido dispõe.
Que o pé dorido marcou a agenda e pôs à prova a nossa pachorra é uma evidência que salta aos olhos, basta passá-los pela imprensa do passado recente. Em todo o caso, a história resume-se assim.
O jogador chegou ao Benfica rotulado de estrela, mas por causa do tal impertinente pé dorido o seu contributo para a equipa tem-se revelado uma espécie de pisca-pisca com falta de pilhas. Há dias, o caldo entornou-se. Um lamento mais que justificado do treinador sobre o fraco rendimento do jogador foi a gota de água que fez com que este viesse imediatamente a público pôr os pontos nos ii. À mistura com umas sarrafadas grosseiras, merecedoras de cartão vermelho, o atleta do pé dorido apontou o lampionismo como sendo o grande Satã, disse que não estava gordo, e até jurou que o excesso de peso de que o acusavam não passava de mera ilusão. Ilusão, note-se, apenas motivada pela cor das camisolas, uma vez que o vermelho não lhe favorece a silhueta. Dito isto, amuou e deu uma de Floribella: “Se não gostam de mim posso ir-me embora”.
A sorte foi que logo a seguir veio o aniversário do avozinho Eusébio e uns resultados para o campeonato que até pareciam obra do Pai Natal. Com a família em festa, lá se recompuseram as coisas. Mesmo assim, o Orelhas ainda puxou pelos galões: «Eu não sou parvo, essa história do pé dorido, pé dourado ou lá o que é, não passa de pieguice. Uma ‘inflamação de oito milímetros’, não é caso para tanto. Os benfiquistas é que estão fartos das niquices do pé dorido». Gritou: «Aqui Der Lei! Aqui Der Lei!» e sabe-se no que isso deu.
Entretanto, vendo a vida a andar para trás, o jogador abre o livro e revela o verdadeiro problema. «Sabe, Presidente, um gajo passa 90 minutos a correr e a gritar de um lado para o outro, ‘passa! passa!’ Quando finalmente me passam a bola, se calha marcar golo… é um massacre. Já o desgraçado levou com a malta toda em cima, salta o Luisão para a molhada, a enfeitar o bolo à laia de cerejinha delicada. E, como se não bastasse, no fim do jogo, um gajo ainda se sujeita a levar uma série de calduços de malta que nem sequer jogou!»
Como disse no princípio, o problema resolveu-se através de uma adenda contratual, elaborada nos moldes do célebre contrato paralelo entre o Sporting e o João Pinto, o tal que, se não fosse a polícia e o Veiga, já ninguém se lembrava. Ficou, pois, estabelecido que, de futuro, o pé dorido passaria a alinhar com um capacete igual àquele que o Petr Chec tem vindo a usar nas últimas partidas, mas adaptado ao corpo todo. Além disso, o jogador será protegido em campo pelo Petit que está autorizado, em caso de golo, a partir os dentes a todo aquele que se aproximar do pé dorido com exteriorizações de alegria. Luisão, a título do serviço cívico a que está obrigado, deverá dar o pescoço aos calduços no final do jogo, em vez do goleador, sempre que for caso disso.
Enfim, lá se resolveu (e bem) o problema do pé dorido… do Miccoli, evidentemente.
Numa semana com tanta matéria de interesse informativo - desde a apresentação do novo equipamento cor-de-rosa (!) do Benfica, até à notícia sobre a nova namorada brasileira do Bimbo da Costa que, segundo se diz, além de não saber escrever, é cega, surda e muda, não vá o diabo tecê-las -, pois, com tantos temas fantásticos, o que é que haveria de monopolizar a atenção do povo? O pé dorido!
Recordando o que foi a semana informativa, veja-se bem, o pé dorido: (1) marcou a agenda da actualidade informativa, (2) moeu o juízo aos benfiquistas, e (3) tudo acabou em bem graças a um acto de contrição seguido de uma sábia adenda contratual. É assim: não se pode dizer que quando um pé dorido zorna os outros baixam as orelhas, porque pé dorido não zorna. Mas o que é facto é que se os benfiquistas julgam que põem, o pé dorido dispõe.
Que o pé dorido marcou a agenda e pôs à prova a nossa pachorra é uma evidência que salta aos olhos, basta passá-los pela imprensa do passado recente. Em todo o caso, a história resume-se assim.
O jogador chegou ao Benfica rotulado de estrela, mas por causa do tal impertinente pé dorido o seu contributo para a equipa tem-se revelado uma espécie de pisca-pisca com falta de pilhas. Há dias, o caldo entornou-se. Um lamento mais que justificado do treinador sobre o fraco rendimento do jogador foi a gota de água que fez com que este viesse imediatamente a público pôr os pontos nos ii. À mistura com umas sarrafadas grosseiras, merecedoras de cartão vermelho, o atleta do pé dorido apontou o lampionismo como sendo o grande Satã, disse que não estava gordo, e até jurou que o excesso de peso de que o acusavam não passava de mera ilusão. Ilusão, note-se, apenas motivada pela cor das camisolas, uma vez que o vermelho não lhe favorece a silhueta. Dito isto, amuou e deu uma de Floribella: “Se não gostam de mim posso ir-me embora”.
A sorte foi que logo a seguir veio o aniversário do avozinho Eusébio e uns resultados para o campeonato que até pareciam obra do Pai Natal. Com a família em festa, lá se recompuseram as coisas. Mesmo assim, o Orelhas ainda puxou pelos galões: «Eu não sou parvo, essa história do pé dorido, pé dourado ou lá o que é, não passa de pieguice. Uma ‘inflamação de oito milímetros’, não é caso para tanto. Os benfiquistas é que estão fartos das niquices do pé dorido». Gritou: «Aqui Der Lei! Aqui Der Lei!» e sabe-se no que isso deu.
Entretanto, vendo a vida a andar para trás, o jogador abre o livro e revela o verdadeiro problema. «Sabe, Presidente, um gajo passa 90 minutos a correr e a gritar de um lado para o outro, ‘passa! passa!’ Quando finalmente me passam a bola, se calha marcar golo… é um massacre. Já o desgraçado levou com a malta toda em cima, salta o Luisão para a molhada, a enfeitar o bolo à laia de cerejinha delicada. E, como se não bastasse, no fim do jogo, um gajo ainda se sujeita a levar uma série de calduços de malta que nem sequer jogou!»
Como disse no princípio, o problema resolveu-se através de uma adenda contratual, elaborada nos moldes do célebre contrato paralelo entre o Sporting e o João Pinto, o tal que, se não fosse a polícia e o Veiga, já ninguém se lembrava. Ficou, pois, estabelecido que, de futuro, o pé dorido passaria a alinhar com um capacete igual àquele que o Petr Chec tem vindo a usar nas últimas partidas, mas adaptado ao corpo todo. Além disso, o jogador será protegido em campo pelo Petit que está autorizado, em caso de golo, a partir os dentes a todo aquele que se aproximar do pé dorido com exteriorizações de alegria. Luisão, a título do serviço cívico a que está obrigado, deverá dar o pescoço aos calduços no final do jogo, em vez do goleador, sempre que for caso disso.
Enfim, lá se resolveu (e bem) o problema do pé dorido… do Miccoli, evidentemente.
São jogadores como este que fazem falta à....... concorrência. Muito bom. O Sancho pança miccoli mais parece um sinal de trânsito fundido. Ele que continue a comer muita massa!
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarEsta do pé dorido, ainda vai dar muito que falar...
"Quantos são? eu não tenho medo de ninguém..."
Alguém despertou o bicho!
ResponderEliminarO "ratito" vai reagir.. penso eu de que!!
;-)
Luis Santos
Caro JMMA,
ResponderEliminarse isto era uma resposta - e perdoa-me a imodéstia - simplesmente tou-me pouco a borrifar.
Fiz um comentário de desagrado - em moldes incorrectos admito, e peço desculpa por isso (Felgas incluído) - que por sinal fez tanto eco que mereceu honras de resposta em coluna.
Tenho que admitir que a metáfora é fantástica na medida em que fazes uma paralelo quase perfeito entre slb/footbicancas. Mas eu não tenho a mesma capacidade de intervenção que tu, o que à partida torna isto numa luta desigual.
Não quero alimentar quezílias. Cada um tem a sua opinião e a minha, por sinal, até era bastante válida como se veio a verificar. Respeito a vossa como sempre fiz. A minha "luta" nunca foi contra opiniões mas sim contra formas e conteúdos que o FB estava a primar e alimentar.
Abraço.
Caro Pedorido,
ResponderEliminarNão esteve em causa a opinião, mas (no que me diz respeito) apenas um pormenor de forma, a que eu chamei,metaforicamente, «sarrafada grosseira», para me demarcar do estilo.
Quanto ao resto, tratou-se de uma brincadeira, como eu sempre encaro aqui as coisas. (O que o Vitor e o Luís me pagam para fazer as crónicas, nem me dá para alimentar a EURIBOR quanto mais para compensar chatices!)
Quero dizer que gostei da tua resposta.
Continua.
Abraço.