sexta-feira, 4 de julho de 2008

Colunista Convidado, por JMMA

Burro - Sherek SOMOS SALOIOS OU QUÊ?

Esta semana, os Gato Fedorento deram um espectáculo na Liga Portuguesa de Futebol. Só podiam ser eles. Se não fossem eles, só Os Contemporâneos que também têm "sketches" humorísticos sobre a actualidade que são de partir o coco. O Raul Solnado – lembram-se da Ida à Guerra? – esse não, porque já se reformou. E o Herman perdeu a graça e entrou em pousio. Só podiam ser os Gato Fedorento que até gostam de sketches representados à secretária.

O mais provável é que tenham visto mas, ainda assim, aqui vai: a cena passou-se na Assembleia-Geral da Liga de Clubes. Está tudo na fotografia a três colunas que ilustra a notícia. Num lado (devia ser o Miguel Góis), está o autor da proposta, o tal Presidente da Comissão Disciplinar da Liga que, aqui atrasado, deliberou a punição ao Boavista pelas tropelias praticadas no consulado dos Loureiros. No outro lado, a Mesa da Assembleia que revê o código disciplinar da Liga, e a presidi-la está um tipo (Ricardo Araújo Pereira) - expressão truculenta, farta barbaças, dá ares de major Valentão.

O que é que aconteceu à proposta? Está-se mesmo a ver: «Tentativa de corrupção não será punida», diz o título da notícia.

Logo a seguir, outra notícia: 40 ª sessão do julgamento do Apito Dourado, alegações finais. O Procurador manteve os termos da acusação ao presidente da Liga: 26 crimes de corrupção activa e dois de prevaricação. Apenas na época 2003/04!

Confesso, não esperava isto dum jornal ‘sério’. Esta foi a melhor cena humorística que me lembro, desde que, após a decepcionante derrota do Benfica na Luz frente ao Shakthar (0 – 1), para a Champions, Camacho teve aquela célebre tirada de que a culpa é da bola. «A bola quer entrar, entra; não quer entrar, não entra».

Sinceramente: não sei se hei-de rir, se hei-de chorar.

2 comentários:

  1. Se até aqui os dirigentes federativos do futebol, de certo modo, ainda pareciam interessados em manter as aparências, agora é evidente que já nem isso. O caso do major (acusado de 26 crimes de corrupção activa, só da época 2003/4) a presidir à revisão dos regulamentos disciplinares da liga, realmente roça o delírio. É pôr a raposa dentro do galinheiro.

    Com cenas tão surrealistas, até aquilo que ocorreu ontem na reunião do Conselho (dito) de Justiça da Federação, veio confirmar apenas o que já sabíamos: a nível de dirigentes, o futebol português está transformado numa espécie de garagem do Farfalha.

    Por todo o lado se vêem exemplos que não podem deixar de nos fazer pensar. Como o da contratação do novo seleccionador. Há duas semanas, Madail jurou à fé de Deus que iria deixar a presidência da FPF. Pois se assim é (Deus o oiça), a que título se permite agora esse idiota contratar o novo seleccionador?

    Pode fazê-lo? Pelos vistos, até pode. Mas se pode, não devia. Obviamente que não devia. Toda a gente está farta de saber que qualquer direcção em fim de mandato, democraticamente, deve coibir-se de tomar decisões cujas consequências recaiam sobre as direcções seguintes. Essa a razão por que, ns últimos meses de mandato, os Presidentes da República vêem reduzidos alguns dos seus poderes constituicionais mais importantes. O mesmo sucede com os Governos, que, quando demissionários, passam automaticamente a governo de gestão.

    Só o senhor Madaíl (que tão distraído é em relação a outras coisas) neste caso, não entende assim. Vai-se embora daqui a uns meses, mas não prescinde de ser ele a ditar o futuro da selecção até 2012.

    Cá por mim, senhor Madail, digo-lhe muito sinceramente:

    - se quer surpreender-nos, não contrate ninguém. Descontrate-se a si. Saia e deixe a porta aberta. Pode ser que o rio entre por aí dentro e limpe o estábulo duma vez por todas.

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  2. Anónimo9/7/08 14:49

    Apesar de a ideia ter a sua logica não pode ser praticada.
    O calendário de qualificação para o Mundial indica que os jogos começam ainda este verão... muito antes do fim do mandato do Madail... e a selecção já precisa de alguém a comandar... pode ser uma má escolha... pode ser... mas antes uma má escolha que nenhuma escolha... é que se fôr má o próximo presidente despede... e contrata quem quiser...

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