terça-feira, 18 de janeiro de 2011

NA DESPORTIVA


O FMI JÁ ESTÁ EM ALVALADE

Por Quincas Berro D’Água (*)

O Footbicancas em Alvalade – Apesar de Sócrates tudo ter feito para impedir a indesejada intervenção do FMI em Portugal, a verdade é que (e esta é uma notícia de que só o Footbicancas e o professor Marcelo têm conhecimento) os Rui Santos e os Freitas Lobo estrangeiros, enviados pelo FMI, já estão em Lisboa para libertar o Sporting do jugo dos três D: Dívidas, Derrotas e Desilusões. Para se inteirarem do estado do clube, Dias Ferreira (outro D) levou esta noite os técnicos do FMI a assistir a “O Dia Seguinte”, comer uma bifana e uma mini numa roulotte e neste momento andam todos a fugir à frente de um bando da Juve Leo apostado em impedir a entrada da delegação e respectiva comitiva em Alvalade.

As razões da vinda do FMI remontam a sexta-feira, após o duplo desastre desportivo e directivo. Com efeito, ao que pudemos constatar, foi com grande emoção que três (repito, três) dos muitos milhares de sócios sportinguistas que elegeram Bettencourt, acorreram logo a Alvalade clamando pela continuidade do presidente demissionário, não se importando sequer com a venda de Liedson no Mercado Abastecedor de Lisboa (MARL) ao preço da maçã podre, se for caso disso.

Como se sabe, a presidência de Bettencourt, em 18 meses de mandato, fica marcada pela extraordinária reestruturação financeira do clube, através de uma operação inédita que está a ser seguida por economistas de todo o mundo (por uma razão qualquer apenas residentes em África), que consiste em reduzir o capital da SAD para metade. Na verdade, para um clube com 12 mil sócios, convenhamos que um capital de 45 milhões de euros é um desperdício, é como um tipo viver sozinho com um gato num palácio com 150 divisões! Desportivamente, outros feitos marcam também o mandato de Bettencourt: zero títulos, muitas polémicas, sucessivos directores desportivos (Pedro Barbosa, Sá Pinto, Salema Garção, Costinha, Couceiro), três treinadores (após o “forever”) e, ainda um amigo do peito - o Jorge Amado.

Mesmo assim, para a delegação do FMI o cenário é negro. A carrada de pontos perdidos pelos Leões (mais de 40%) supera em gravidade o peso do Estado na Economia portuguesa. Comparado com o magro diferencial entre golos metidos e sofridos pelo Sporting, o défice da balança comercial do país não passa de um fait divers. Os parceiros bancários do clube (BES e BCP) estão mais nervosos que os mercados da dívida pública. No mandato do presidente demissionário o valor em bolsa das acções da SAD sofreu um tombo de 43%, estando agora nos 14 milhões de euros, mais ou menos o mesmo que a cláusula de rescisão do Djaló. E, por fim, perante tamanho descalabro, até Ângela Merkel já avisou que quer ver o guarda-redes Hildebrand como titular, ou então o Sporting terá de sair da Taça Europa e Portugal terá de sair do Euro.

Constatando, portanto, que o Sporting afinal ainda está pior do que o País, os técnicos do FMI decidiram que as sessões de trabalho para a recuperação deverão decorrer na mesa de operações do afamado cirurgião e sportinguista Eduardo Barroso. E mesmo assim não é garantido que o paciente se safe.

(*) Alvalade. Serviço especial Fbicancas /WikiLeaks/Supermercados LIDL

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