AINDA SCOLARI
A Federação Portuguesa de Futebol enterrou o caso Scolari – paz à sua alma. Mas permitam-me um último dizer sobre o defunto. É que ando há vários dias a coçar as meninges diante da bizarra indiferença que envolveu o enterro: será que ninguém reparou que a FPF mais uma vez, descaradamente, fez-se de lucas? O método é velho e continua a servir que nem ginjas para desatar embaraços: sempre que há algo que não convém resolver, primeiro empurra-se com a barriga e por fim varre-se para baixo do tapete.
A mim, pessoalmente, a coisa chateia-me. Mas até agora não li uma linha sobre o assunto. Apesar da estupefacção geral, e não obstante as instâncias do poder político ao mais alto nível terem repudiado o acto classificando-o como um sarilho sem desculpa, para Madail duas magras vitórias conseguidas lá para trás do Mar Cáspio e uma declaração à imprensa é quanto basta para virar a página e partir para outra.
Vou directo ao assunto: os 35 mil euros alegadamente para punir o seleccionador e promover o «fair play» não passam de uma treta. Não punem nem promovem nada. Se, como promoção, talvez cheguem para tapar a cova de um dente, como punição – veja-se - o que é que são 35 mil euros de multa para um ordenado milionário como é o do gaúcho? Alfinetes! Nem sequer paga o tempo de suspensão imposto pela UEFA, durante o qual o mister vai andar por aí a jogar à bisca lambida nas horas de serviço e saltar ao eixo nas horas vagas. Já nem falo na possibilidade, não descartável, de a retenção salarial ainda assim acabar por ser compensada pela porta do cavalo.
A decisão unânime da FPF de desculpabilizar (como se esperava) Luiz Felipe Scolari, mostra bem como a justiça do senhor Madaíl é uma ilha rodeada de conveniência por todos os lados. Filia-se na mesma linha de «justiça da esponja» com que se vão enrolando até à inanição final os «apitos dourados», os casos Mateus, arbitragens e quejandos.
Não que a direcção da FPF deva ser constituída por polícias e juízes ou Scolari seja o conde Drácula. Mas porque, embora criticando o «gesto irreflectido» (ou seja, o murro) de Scolari, a Federação «não é ingrata e o povo não é ingrato». Por outras palavras: enquanto a selecção for andando tem-te-não-caias na qualificação, entende o senhor Madail que o país só uma coisa a fazer: fechar os olhos em gratidão. O murro ou a tentativa de murro, não foi um acesso descontrolado de violência individual. Scolari teve por trás dele uma nação inteira agradecida e compreensiva.
Nação inteira, ponto e vírgula! Pelo menos um – eu próprio – não só não alinha com a tese como continua a afirmar que a agressão de Scolari ao sérvio foi um tabefe em todos os portugueses que a Federação deveria ter sancionado em termos exemplares e inequívocos, o que não aconteceu nem nunca acontecerá com dirigentes deste calibre.
Nem tudo, porém, é mau. O presidente da Federação disse há dias que tudo tem um princípio e um fim … (Lapalisse não diria melhor) e revelou vontade de abandonar o cargo «pelo seu pé». É pena, já agora, para nosso descanso, podia ter acrescentado – em passo de corrida.
A Federação Portuguesa de Futebol enterrou o caso Scolari – paz à sua alma. Mas permitam-me um último dizer sobre o defunto. É que ando há vários dias a coçar as meninges diante da bizarra indiferença que envolveu o enterro: será que ninguém reparou que a FPF mais uma vez, descaradamente, fez-se de lucas? O método é velho e continua a servir que nem ginjas para desatar embaraços: sempre que há algo que não convém resolver, primeiro empurra-se com a barriga e por fim varre-se para baixo do tapete.
A mim, pessoalmente, a coisa chateia-me. Mas até agora não li uma linha sobre o assunto. Apesar da estupefacção geral, e não obstante as instâncias do poder político ao mais alto nível terem repudiado o acto classificando-o como um sarilho sem desculpa, para Madail duas magras vitórias conseguidas lá para trás do Mar Cáspio e uma declaração à imprensa é quanto basta para virar a página e partir para outra.
Vou directo ao assunto: os 35 mil euros alegadamente para punir o seleccionador e promover o «fair play» não passam de uma treta. Não punem nem promovem nada. Se, como promoção, talvez cheguem para tapar a cova de um dente, como punição – veja-se - o que é que são 35 mil euros de multa para um ordenado milionário como é o do gaúcho? Alfinetes! Nem sequer paga o tempo de suspensão imposto pela UEFA, durante o qual o mister vai andar por aí a jogar à bisca lambida nas horas de serviço e saltar ao eixo nas horas vagas. Já nem falo na possibilidade, não descartável, de a retenção salarial ainda assim acabar por ser compensada pela porta do cavalo.
A decisão unânime da FPF de desculpabilizar (como se esperava) Luiz Felipe Scolari, mostra bem como a justiça do senhor Madaíl é uma ilha rodeada de conveniência por todos os lados. Filia-se na mesma linha de «justiça da esponja» com que se vão enrolando até à inanição final os «apitos dourados», os casos Mateus, arbitragens e quejandos.
Não que a direcção da FPF deva ser constituída por polícias e juízes ou Scolari seja o conde Drácula. Mas porque, embora criticando o «gesto irreflectido» (ou seja, o murro) de Scolari, a Federação «não é ingrata e o povo não é ingrato». Por outras palavras: enquanto a selecção for andando tem-te-não-caias na qualificação, entende o senhor Madail que o país só uma coisa a fazer: fechar os olhos em gratidão. O murro ou a tentativa de murro, não foi um acesso descontrolado de violência individual. Scolari teve por trás dele uma nação inteira agradecida e compreensiva.
Nação inteira, ponto e vírgula! Pelo menos um – eu próprio – não só não alinha com a tese como continua a afirmar que a agressão de Scolari ao sérvio foi um tabefe em todos os portugueses que a Federação deveria ter sancionado em termos exemplares e inequívocos, o que não aconteceu nem nunca acontecerá com dirigentes deste calibre.
Nem tudo, porém, é mau. O presidente da Federação disse há dias que tudo tem um princípio e um fim … (Lapalisse não diria melhor) e revelou vontade de abandonar o cargo «pelo seu pé». É pena, já agora, para nosso descanso, podia ter acrescentado – em passo de corrida.
Muito bem JMMA. Pensava que era o único a pensar assim.
ResponderEliminarO MAUdail é realmente uma vergonha.
Volto dar dar o exemplo que já dei neste blog, mas é o mais perfeito exemplo do que é ser forte para os fracos e fraco para os fortes:
O puto Zequinha leva 1 ano de suspensão, simplesmente por tirar um cartão ao árbitro (O Terry do Chelsea, por acaso, até fez o mesmo há uns dias). O carioca leva uma multa de 35 mil euros...
Ele há coisas do caneco!
Meu caro Vitor,
ResponderEliminarQuero crer que não estamos sozinhos na apreciação do caso 'postado'. Aliás sou tentado a interpretar a escassez de outros comentários como concordância. Mas será?
Ou será desinteresse?
Receio bem que, para o footbloguer em geral, quando a coisa não trata de mão na área, cartões, passe ao guarda-redes,livre manhoso e por aí fora, já não interessa nada - não é futebol, é filosofia.
Pois eu acho que na filosofia é que está o busilis. O livre, a mão, o passe... é a espuma!
Abraço,
JMMA