segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

PARABÉNS!


Aos 28 de Dezembro do ano de sua graça de 1976, o mundo viu nascer o ilustre Zé Luís!

PARABÉNS AO BICANCA GLORIOSO!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Toques de Cabeça

COMO SE FAZ UM BENFIQUISTA
Por JMMA

É difícil explicar isto. Julga-se que tal como se nasce crente numa religião, também se nasce adepto dum clube. Durante muito tempo, eu próprio pensei que tinha nascido benfiquista. Não nasci em Benfica, nem no Benfica, mas julgava eu que tinha nascido do Benfica. Há até quem vá ao ponto de afirmar que todos nascemos benfiquistas só que alguns degeneram. Exagero. Como se o benfiquismo fosse uma espécie de programação genética por defeito. Quero-vos dizer que pus em causa essa teoria quando um dia o Luis – tinha o craque uns cinco anos – me chegou a casa a dizer que era do Desportivo de Elvas.

Se o caro leitor é do Sporting, ou do F.C. Porto, e se os seus filhos são todos do Benfica, tem toda a minha compreensão. Pode crer que acho que você é uma pessoa perfeitamente normal. O facto dos seus filhos serem adeptos do «Glorioso», enquanto você perde tempo a idolatrar os «Leões» ou os «Dragões», mostra bem que é uma pessoa paciente, compreensiva e democrática. Mas o contrário já não me é tão fácil de aceitar.

Nascemos lá agora benfiquistas, portistas ou sportinguistas! Ser dum clube é uma aquisição civilizacional. E os primeiros responsáveis pela civilização dos filhos são os pais. Só que à medida que os filhos crescem, nós, os pais, vemo-nos por vezes perante situações (a escolha de clube é uma delas) que não podemos controlar como gostaríamos. Quer dizer, poder podíamos, mas actualmente a coação psicológica e a palmada sobre as crianças, mesmo as mais rebeldes, não são lá muito bem vistas. De maneira que, perante este cenário de impotência, resta-nos juntar as mãos e rezar a Deus para que não nos saia na rifa um filho sportinguista ou portista, entre outras desgraças possíveis.

– Do Desportivo de Elvas, Luis? Como assim? Se não nasceste em Elvas, nunca fostes a Elvas e detestas azeitonas? Tás mas é maluco!

A sorte é que por essa altura estávamos a começar a fase das jogatanas renhidas: - «Muda aos cinco e acaba aos dez». Erguiam-se balizas e alternávamos um com o outro o papel de guarda-redes e o de ponta de lança. É então que o Luis começa a perceber, muito graças também à transmissão dos jogos pela televisão, que para se jogar à bola é preciso um adversário. E como o adversário éramos nós, se cometêssemos o erro de dizer que éramos do Benfica, ele dizia logo ser do Sporting. É tão básico quanto isto.

A nós não nos restava, pois, outra alternativa senão engolir em seco e fingir, por momentos, que éramos do Sporting ou do Porto, conduzindo-o à escolha certa do clube: o Benfica. E não podíamos nunca ser tentados a ganhar à criança, de forma a consolidar nela essa dupla e importante noção: (1) de que o Benfica é o maior; (2) os «lagartos» e os «dragões» não prestam e não sabem jogar.

Como por certo mais pessoas têm seguido a mesma pedagogia, julgo que está aí a razão por que, em Portugal, o Anti (anti-Sporting, anti-Porto, anti-Benfica) é o maior clube nacional – e que o seja é coisa que só pode trazer ainda mais grandeza ao nosso clube. Eu, pecador, me confesso.

Contudo, foi uma técnica infalível que me rendeu dois filhos benfiquistas. Um deles (e não é por fazer hoje anos que o digo) é até capaz de defender, proteger, sofrer e desculpar o Glorioso – muito mais do que eu próprio consigo. No entanto, esta técnica só resulta em crianças de tenra idade. Tentei aplicá-la a cunhados, genros e compadres mas sem resultados satisfatórios.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Benfica:0 Nacional:0

























































Esta foi a forma que encontrei, para manifestar a minha indignação após o erro de arbitragem, que não permitiu que o Benfica vencesse o jogo.

domingo, 21 de dezembro de 2008

FCP: 0 - Marítimo: 0


Este é o típico jogo que pode decidir um campeonato. São estes empates caseiros que podem fazer a diferença nas contas finais.

O Marítimo trouxe da madeira um autocarro do tamanho do Lobo Marinho (barco que faz a travessia entre o Funchal e Porto Santo). A equipa Madeirense jogou a maior parte do tempo com 10 homens atrás da linha da bola, saindo em contra-ataque sempre que podia. Em 90 minutos o Marítimo teve 3 verdadeiras oportunidades, com duas bolas ao ferro (sempre na origem de bolas paradas) e uma jogada individual do Manú (caso o treinador do marítimo não fosse tão medroso, o Manú deveria ter entrado mais cedo). No restante, sempre a defender.

Mas não critico o Marítimo, pois fez o seu papel. Cada um usa as armas que tem. O Porto é que não teve as suficientes para desmontar a sua muralha defensiva. E não foi por falta de vontade, empenho, atitude ou até mesmo oportunidades de golo, mas sim a eficácia no último remate. Julgo que a justificação está mesmo na eficácia. O Porto ou rematava ao lado, ou via o Marcos a fazer grandes defesas. Meu amigo, o futebol é mesmo assim. Se fosse linear não teria certamente tantos adeptos.

O Porto quebrou uma série de 9 vitórias seguidas e deixou-me com alguma azia, mesmo antes dos doces e do álcool do natal! Mas não vamos desesperar, pois 2009 será como os outros anos, isto é, uma maçada de campeonato com o vendedor sempre o mesmo.

BOM NATAL!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Toques de Cabeça


VOCÊS SABEM MUITO BEM DO QUE É QUE ESTE POST TRATA
Por JMMA


“Achei um despropósito o destaque dado há dias nesse blogue ao livro do professor Freitas, ‘A Crise no Conselho de Justiça da FPF bla-bla-bla’. Um blogue sobre futebol que se permite promover gente doutras modalidades e que, ainda para mais, esconde a sua propaganda sob a capa da ética, devia mas é sentir vergonha de fazer tábua rasa do grande acontecimento dos últimos tempos no nosso futebol – ‘Vocês sabem do que estou a falar’. Há por aí menino que não merece nem escrever em portas de WC quanto mais cronicar no Footbicancas. No Noddy, onde reina a seriedade, o Sonso e o Mafarrico são dois personagens distintos. Mas nesse blogue da treta, o Sonso e o Mafarrico são uma e a mesma pessoa. E vocês sabem de quem eu estou a falar», escreve-nos de Palmela um ex futebolista, ex treinador e actual agricultor que nem preciso de dizer quem é, porque todos vocês já estão carecas de saber.

«E digo mais – continua o leitor de Palmela – surpreende-me bastante que quem tanto critica o jornal Record por não ligar peva aos feitos do Futebol Clube do Porto, possa ele próprio ignorar um acontecimento no futebol português que foi um abalo de grau sete na escala de Carolina: ‘Vocês sabem do que estou a falar’. Estou a falar dum livro que além de demonstrar que Camões não existiu (os Lusíadas foram escritos por um desconhecido que por acaso também se chamava Camões) põe a nu os meandros do futebol e da corrupção desportiva, e mostra à evidência Pinto da Costa e os irmãos Oliveira como as maçãs podres do futebol português», algo que, até agora, só 9 milhões de portugueses é que sabiam.

«Sei muito bem porque é que no Footbicancas não querem saber do que é que eu acho sobre o assunto que todos vocês conhecem. Não preciso de dizer nada, todos vocês sabem o que eu penso. E todos vocês pensam o mesmo, só que não têm coragem para o dizer. Vocês sabem perfeitamente do que eu estou a falar: enquanto o gajo de Famalicão, que diz mal do Record, continuar a pintar as coisas do modo que todos vocês conhecem, nada vai mudar. O que é preciso é uma limpeza, correr com os gajos que vocês sabem e que não estão aí a fazer mais nada que não seja fazer aquilo que muito bem sabemos. E todos sabem que eu digo sempre a verdade. Aliás, como dizia o outro que não preciso de dizer quem é porque não foi ele que escreveu o livro que todos vocês conhecem, ‘Portugal é um país marítimo’, portanto, não precisamos mais de Costas», conclui o leitor de Palmela sem papas na língua.

Posto isto, a nossa conclusão é que o que vocês estão a pensar é exactamente o que eu, e todos aqueles que não se deixam corromper também pensam. ‘Cem’ papas na língua é peso de mais para a língua.

Sendo assim, quem estiver interessado:

VOCÊS SABEM DO QUE ESTOU A FALAR
Autor: Octávio Machado; Editora Livros D’Hoje; Colecção: esoterismo; 296 Páginas; 12,00 €. Incluiu, de bónus, dois capítulos sobre agricultura biológica, um sobre adubos orgânicos, um outro só acerca do grelo da batata e ainda dois parágrafos sobre como conseguir pepinos e abóboras gigantes sem ser no Entroncamento.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

SLB: 0 - Metalist: 1


É verdade, também eu sucumbi aos interesses editoriais e por isso reservarei as próximas linhas para falar do Benfica.

Na ausência de comentários ao jogo de ontem, avanço eu. Não comentarei propriamente o jogo de ontem porque não vi, mas sim a campanha do Benfica na presente edição da UEFA.

E para início de conversa, devo dizer que, na minha modesta opinião, foi um completo desastre. O desastre da campanha foi mais ou menos igual ao desastre da bilheteira que se viu ontem na luz, considerando que estamos a falar de um jogo da UEFA (apenas 11.000 pessoas). Num grupo de segunda linha, acabar em último, com apenas 1 ponto e duas derrotas em casa é francamente muito pouco para uma equipa que tanto se reforçou. E ao contrário dos anos anteriores, os reforços foram de peso. O Benfica contratou excelentes jogadores, sendo que atletas como o Sidnei, Aimar, Carlos Martins, Reys e Suazo podiam e deviam ter feito mais. É muito dinheiro para tão pouco.

Isto é a prova mais do que evidente que um clube não se faz apenas de jogadores de top. Faz-se, em primeiro lugar, de uma estrutura e de uma cultura que sustente os jogadores. É muito mais importante ter uma cultura vencedora do que super-estrelas. Por muito que se diga e por muitas primeiras páginas que se façam com os craques do Benfica, o que é certo é que o Benfica não tem estofo de campeão. O próprio Quique diz que o jogo de ontem foi o reflexo dos últimos anos do Benfica.

Mas também o Quique tem responsabilidades, pois foi ele que escolheu a equipa, fazendo com que o Benfica ficasse com o melhor plantel de que me lembro. Para mim, o facto de a equipa ser nova não serve de desculpa. Que diriam ao Jesualdo (incluindo-me neste grupo) se não se apurasse para os oitavos de final, sabendo que também tem uma equipa praticamente nova?

Não posso dizer que fiquei triste com a eliminação do Benfica, mas confesso que fiquei um pouco constrangido pelo último lugar de uma equipa Portuguesa num grupo fraquinho.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Estrela: 2 - FCP: 4


Depois da rábula que se viveu relativamente à realização do jogo, que mais parecia a incerteza que vivo todas as Sextas-feiras, quando estamos sempre à rasca de pessoal para jogar à bola, eis que os homens da Amadora lá apareceram. A infeliz situação que os jogadores do Estrela vivem fez com que os deuses do golo estivessem com eles, tamanha foi a taluda.

O Porto entrou muito bem no jogo (das melhores entradas da época), podendo aos 20/25 minutos da primeira parte estar a ganhar por 3 ou 4. Como destas oportunidades só fez um golo, o fantasma da Amadora apareceu sob forma de apanhado. Na realidade (como dizia o Fernando Santos), o golo do Estrela vai directamente para o primeiro lugar do best of de 2008, que normalmente assistimos por esta altura do ano.

Confesso que um dos meus maiores receios para este jogo era o facto de os jogadores do Porto poderem facilitar, pensando que o jogo seria fácil. O início de jogo tratou de me deixar mais descansado e nem o golo, sob a forma de apanhado, interferiu no objectivo que os jogadores tinham desde o primeiro minuto. Este golo apenas baralhou um pouco as contas, que seriam saldadas muito perto do intervalo com segundo golo do campeonato apontado pelo Rodriguez.

No entanto o Estrela, com uma postura altamente profissional, ainda havia de marcar novamente, fazendo renascer novamente o fantasma da Amadora. Nessa altura assustei-me, pois o 2-2 conseguido pelo Estrela era precisamente o mesmo resultado que o Porto conseguiu no ano passado. Mau, pensava eu! Queres ver?

Mas não. Não, porque o Porto tem um super-herói. Hulk tratou de sacar do seu super-poder bombástico, fazendo um golo fantástico (que classe, até rima)! Na realidade (o Fernando Santos deve estar a falar de mim), o Hulk começa mesmo a dar provas de jogador, de desequilibrador e cheira-me que assim não estará cá por muito tempo.

Depois deste golo, que constará certamente nos compêndios do nosso campeonato, não houve quase mais nada a realçar a não ser o segundo golo Rodriguez no jogo desta noite. Tal como já escrevi, depois do jogo do Arsenal, vê-se que o Urugaio está em crescendo e será claramente uma mais valia para o Porto até final do campeonato.

Com este 3 pontos, o Porto fica a apenas 2 pontos da liderança. Por isso, segura-te Benfica!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Cinfães: 1 - FCP: 4


Dia de festa em Cinfães, com a recepção do tricampeão. Jogo à antiga, isto é, às 3 da tarde, com as pessoas a saborear o digestivo à varanda de casa, ao mesmo tempo que vêem a bola. Isto sim, é a verdadeira hora do futebol!

O Cinfães ainda chegou a assustar, mas rapidamente o Porto voltou ao comando do jogo, muito por culpa do excelente toque de habilidade dado pelo Guarin. O Colombiano foi dos poucos que aproveitou a oportunidade dada pelo técnico dos dragões.

Para além do resultado robusto, ficou igualmente na retina o mau jogo do Porto na primeira parte. Os jogadores atrapalhavam-se uns aos outros e nunca conseguiram atinar com o jogo. Para além da aselhice Portista, há que dá valor à equipa da casa, pois nunca se vergou à superioridade teórica do FCP.

Já falei no Guarin, mas também são alvo de menções honrosas o Candeias e o Farias. O extremo veio dar velocidade ao corredor direito, enquanto que o Farias voltou a marcar. E na verdade o Argentino marca quase sempre que faz os 90 minutos. Quer se goste ou não, o que é certo é que ele aparece quase sempre em posição para marcar. Não é um fim de mundo como ponta de lança, mas é jeitoso. Parece-me é que precisa de algum ritmo para ser verdadeiramente mortífero. Não é, no entanto, jogador para entrar a 15 minutos do fim e resolver. Nota final para o Pele. Cumpriu e vê-se que é um jogador muito mais "para a frente" do que o Fernando. Provavelmente não joga mais, pois não é tão defensivo como o Fernando.

O porto fez a sua obrigação, mesmo com a equipa B. Ou terá sido apenas o F.C. Porto?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

OJOGO E ABOLA: CORRECTOS; RECORD: PALHAÇOS!




FCP: 2 - Arsenal: 0

Hoje foi a vez do Arsenal se sentar perante a superioridade apresentada pelo Porto. Se no jogo de Londres o Porto podia ter encaixado 6 ou 7, hoje o Arsenal livrou-se de apanhar 4 ou 5. E esta não é uma de análise de um site do Porto ou de uma televisão do Benfica!

Mas hoje gostei, para além da vitória e do primeiro lugar, dos cromos que estavam atrás de mim. São daqueles cromos à antiga Portuguesa, que passam o jogo a mandar bitaites com uma ciência, bem à moda de Mafamude. Passei o jogo a rir e devo confessar que hoje em dia já não se vê muitos cromos como estes. Apareçam mais vezes (não tenho a certeza se os fulanos sabem o que é Internet, mas mesmo assim, cá fica o convite)!

Como já disse, o jogo podia ter acabado em goleada, mas o Porto não teve um início fácil. Isto porque os putos do Arsenal jogam muito bem à bola, tendo o Porto sentido grandes dificuldades para parar o jogo colectivo dos Ingleses . Se esta superioridade territorial durante a primeira parte não trouxe grandes efeitos práticos, os contra-ataques do FCP foram sempre muito mais incisivos e perigosos. E havia de ser um desses contra-ataques que deu origem a um pontapé de canto, que por sua vez deu em golo para o Porto. Bruno Alves teve uma entrada fulgurante, conseguindo um golo cheio de raça.

A segunda parte foi totalmente diferente. O Porto foi imperial e chegou mesmo a dar festival. Basicamente o Porto conseguiu jogar como o Arsenal tinha jogado na primeira parte, mas muito mais objectivo. Foi de facto uma segunda parte de gala, tendo o Gallas andado com a cabeça à roda com as investidas, quer do Hulk, quer do Lisandro. Para ajudar à festa, o Rodrigues fez o melhor jogo com a camisola do tri-campeão e só não marcou por mera infelicidade. Não marcou o Rodrigues, lá teve o Lisandro de facturar outra vez. E que golo. Um remate seco, sem espinhas e sem hipótese para o Alumínio, como diziam os gajos de Mafamude (na realidade o GR do Arsenal chama-se Almunia).

Para terminar, enaltecer apenas o facto do Porto ter conseguido, pelo segundo ano consecutivo, o primeiro lugar do grupo. Não é para quem quer, é para quem pode!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Toques de Cabeça


A BEM DO FUTEBOL
Por JMMA


«Caro professor,

Já que não sou homem de me ficar, venho pela presente expressar-lhe o meu desagrado pelo mau serviço que prestou ao Futebol com o seu «Parecer Jurídico» a propósito da crise no Conselho de Justiça da F. P. F., e corrigir os juízos caluniosos que por via do mesmo têm sido proferidos sobre mim. Felizmente que no nosso belo Futebol, apesar da falta de pudor e de princípios éticos por parte daqueles que dizem defendê-lo – Ricardos, Morgadas & Cª –, ainda há gente íntegra (como eu) capaz de dizer a verdade e que não se cala perante os que a tentam silenciar. Como sabe, caro professor, a livre expressão da opinião de cada um sempre por mim foi prezada, desde que – tal como o seu parecer veio mostrar – digam e façam o que eu quero e exactamente como eu quero.

Lastimo que não tenha percebido que tudo o que fiz nessa reunião do Conselho, com considerável dedicação e empenho, foi a bem do Futebol, e contra os oportunistas do PREC que ousaram contrariar-me. Nem sempre é possível olhar a meios quando temos claro um desígnio, ainda para mais se esse desígnio nos é apontado pelo papa. Por isso:

A bem do futebol, tentei impedir um dos vogais de participar na discussão e votação dos recursos do FCP referentes ao caso “Apito Final”, não lhe dando a ele, o visado, o direito de se defender.

A bem do futebol, tudo fiz, sem base legal, para que o referido vogal não participasse na discussão e votação daqueles recursos, pela simples razão daquele ter sobre as questões a tratar opinião diferente da minha.

A bem do futebol, não só não me declarei eu próprio impedido como era meu dever fazê-lo, como omiti ao Conselho – para que este não pudesse suspender-me – os vários requerimentos de clubes que punham em causa a minha imparcialidade e isenção nos casos a decidir.

A bem do futebol, sem fundamento objectivo e por mero interesse pessoal, tentei encerrar antecipadamente a reunião do CJ a fim de impedir a vitória, por 4 a 3, dos que não pensavam como eu. E nunca mais voltei a convocar nova reunião.

Vejo, caro professor, que compreendeu mal as minhas intenções e pior ainda a grandeza que existiu nas minhas decisões. Lamento a falta de compreensão, e sobretudo a insensata opção de ter dado ênfase no seu parecer a pormenores tão despiciendos como «erros de direito», «falta disciplinar grave», «ilegalidades», «usurpação de poder» e até «violação dos mais elementares princípios democráticos».

Não vejo por que razão há-de uma pessoa prender-se com detalhes desses. Ser considerado um homem honrado, não me diz nada. Basta-me ser um bom Dragão. De resto, esta seria apenas mais uma das muitas votações aldrabadas que ganhei na vida. E nem por isso deixei de ganhar bem a vida.

Por tudo isto, caro professor, lhe expresso o meu pesar.
Cumprimentos.
António, ex-Presidente do CJ»


NOTAS
1. Cabe-me dizer, como é da praxe, que este é um texto de ficção. Da sua semelhança com a realidade concluirão os leitores.

2. No contexto em que é referida, a expressão «A bem do Futebol…» significa obviamente «A bem do Futebol Clube do Porto». Toda a gente sabe que o caso aqui versado tem cor. Mas o nosso drama é que qualquer cor poderia ter pintado o caso, se a deixassem.

3. Li de fio a pavio o parecer do professor Freitas do Amaral sobre a dita crise do Conselho de Justiça da FPF. Propositadamente, não o fiz antes para poder esmiuçar o imbróglio com distanciamento.

4. Devo dizer que o meu interesse nesta leitura não é jurista nem clubista: é meramente técnico. E garanto que, tanto quanto sei apreciar, acho o parecer em questão um trabalho notável. Tem o parecer tanto de brilhante, como o assunto tem de sórdido. Perante os factos relatados, socorro-me de Sá de Miranda: confesso que “M’espanto às vezes, outras m’avergonho”…

5. Embora seja um parecer jurídico, trata-se de um livro que se lê como uma história. E mesmo sabendo de antemão o seu epílogo, nem por isso a história perde o interesse. Portanto, quem esteja interessado numa viagem às catacumbas obscuras do nosso futebol, recomendo:

«A Crise No Conselho de Justiça da FPF»
D. Freitas do Amaral, Edições Almedina, € 13,00.

Marítimo:0 Benfica:6



O futebol tem destas coisas. Os golos que teimaram em não entrar a semana passada na baliza Setúbal, entraram todos na baliza do Marítimo.


Vimo-nos gregos (alusão ao jogo do Olympiakos), mas já vamos em primeiro lugar. Agora, apanhem-nos se puderem.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Benfica:2 V. Setúbal:2



Os Deuses do Olimpo, estão mesmo de costas voltadas para a Luz.

Há muito que não sentia uma frustração tão grande. Acreditem que preferia perder 3 vezes 5-1 com o Olympiakos, do que empatar desta forma com o Setúbal. Ainda por cima no dia em que fui “à bola” com o JMMA.

Aliás, só me lembro de um sentimento semelhante num célebre Benfica-Boavista de há 3 épocas atrás, em que os encarnados tiveram infindáveis oportunidades de golo e nenhuma conseguiu ser concretizada.

Se eu não me engano o Benfica teve 8 oportunidades claras de golo, o Vitória teve 2 oportunidades que deram 2 golos em 4 remates à baliza.

É nestes jogos que se perdem e ganham campeonatos, e o Benfica teve o seu primeiro deslize, muito por culpa de alguma falta de competência, é certo, mas mais ainda por muita falta de sorte, ou excesso de azar.

Como dizia o JMMA no final do jogo, “há coisas que parecem bruxedo”. Eu também acho, estava escrito que o Benfica não ganharia este jogo.

Resta esperar que o azar bata a outras portas.

PS1: Não serve de justificação. Principalmente depois do Benfica ter falhado inúmeras oportunidades de golo. Mas objectivamente, e uma vez mais, a incompetência de um árbitro teve clara influência no resultado da partida, anulando um golo na sequência de uma jogada que ele próprio tinha dado autorização para continuar. No jogo do Sporting, mais outro golo mal anulado, que felizmente para os leões, não teve influência no vencedor da partida. A nossa arbitragem é má. Muito má mesmo.

PS2: Uma nota para elegância das declarações de Quique. Alguém está a ver o Jesualdo e o Paulo Bento, a desvalorizarem o golo mal anulado que daraia a vitória à sua equipa? Espero que Quique não esteja a mais no nosso futebol, o que quereria dezer, que cavalheiro em bar de cowboys, ou sai ou é alvejado.

FCP: 2 - Académica: 1


Pouco há a dizer deste jogo, a não ser que estava um frio do caraças. O Porto ganhou à briosa, mas andou sempre nos serviços mínimos, tendo por vezes raspado o mau. Não sei se foi da viagem que fez na semana passada à Ásia, mas o que é certo é que deixaram várias vezes os adeptos de olhos em bico, tamanha foi a inoperância assistida no Dragão.

Na realidade, há mesmo pouco a dizer do jogo. Por isso, hoje vou optar por deixar apenas uns tópicos do jogo:

- Rodriguez: Graças a deus marcou um golo com a camisola do Porto. Este golo foi sentido por todo o grupo, fazendo mesmo com que o Uruguaio se emocionasse. Confesso que fiquei feliz. Não pelas lágrimas do Cebola (olha, provou do seu próprio veneno), mas porque senti que a equipa está com ele e que a ideia que tinha relativamente a uma eventual divisão do balneário é falsa.

- Hulk: Caso consiga aprender a defender a bola e caso consiga passar a bola no momento certo, vamos ter jogador. O Brasileiro é mesmo uma força da natureza e sempre que pega na bola em velocidade ou à frente da baliza adversária, provoca o pânico à equipa contrária.

- Sapunaru: Dificilmente será jogador de longo prazo para o Porto. Muito lento, macio (o gajo raramente faz uma falta, o que para um defesa é obra) e incapaz de fazer um passe de ruptura. Assim Sapunaru, também eu!

- Lucho: Dos piores jogos que fez. O penalti falhado foi apenas o culminar do mau jogo. Venha de lá o verdadeiro Lucho!

Em suma, jogo muito fraquinho que valeu unicamente pela vitória. É que a brincar a brincar é a 5ª consecutiva, o que para uma equipa que está em crise é bem bom. Segura-te Leixões que estamos embalados!