JUÍZES DE FORA
Por JMMA
Os presidentes do Benfica, do Porto e do Sporting aprovam a participação de árbitros estrangeiros nos jogos em Portugal. Aquele que é um dos mais reputados defensores da verdade desportiva no futebol português nem podia tomar outra posição. “Sempre achei importante que os ‘nossos árbitros’ fossem pessoas viajadas, por isso, não teria lógica contestar a vinda de outros árbitros”, disse o presidente portista na altura da entrega das insígnias do Dragão aos árbitros designados para apitar a super Liga.
Em Janeiro, quando o apelo foi lançada pelo presidente do Sp. de Braga, depois do célebre gamanso de Paulo Costa no Braga 0 x FC Porto 2, a ideia parecia não passar de um absurdo. A ninguém ocorreu que a sugestão dos bracarenses, afinal, até já tinha antecedentes históricos e até actuais.
Em 1327, já o rei D. Afonso IV instituía a figura dos juízes de fora, designação dada aos magistrados nomeados pelo monarca para resolver o problema dos juízes de dentro. Explica Joel Serrão no seu Pequeno Dicionário de História de Portugal que o rei defendia que “os juízes naturais da terra não podiam exercer a justiça imparcialmente porque se viam assediados de parentes e amigos que com eles tinham convivência e até podiam ser influenciados por malquerenças e receios”. Os juízes de fora tinham o dever de aplicar a justiça com a isenção que faltava aos juízes da terra, dos quais se supunha que “não farão direito como os estranhos”, segundo D. Afonso IV.
Nos nossos dias não há juízes que vêm de fora, mas há juízes que vão para fora, para a Europa. De um deles, Lopes da Mota, que preside ao EUROJUST e coordena as investigações criminais entre diferentes países europeus, diz-se que adquiriu uma sólida reputação pelo trabalho que fez lá fora. Mas tornou-se particularmente notado nos últimos tempos pelo que terá feito cá dentro. Os procuradores do caso Freeport queixaram-se de ter sido pressionados e o inquérito consequente resultou na instauração de um processo disciplinar. Mas entretanto eis que Lopes da Mota veio exigir o afastamento do inspector que dirige o processo disciplinar, por suspeição, portanto, contra o juiz de dentro.
No futebol, apesar de toda a candura e transparência de processos, provadas em sucessivas absolvições sentenciadas em tribunal, nada mais natural, portanto, do que o apelo do Braga para que se recrutassem árbitros no estrangeiro ter sido ouvido. Por conseguinte, amanhã, e para serem utilizados já na jornada de arranque da Liga, chegam à Portela e Pedras Rubras o sueco Petr Henriks, o búlgaro Olegariovich Benquerençov, o italiano Bruno Passione, o escocês Paul MacBaptist, o alemão Elman Sants, e o polaco Petrus Proenssa. O belga Charles Xiste e o guatemalteco Doarte Gomez, esses só chegam no sábado, mas também eles prontos a apitar. O inglês Paul Kosta já há uma semana que treina no campo do Olival.
Agora sim, está criado um clima de confiança num sector que, por suspeições infundadas se não malévolas, se vinha a atolar cada vez mais no Guinness Book da falta de credibilidade. Haja Deus!
Por JMMA
Os presidentes do Benfica, do Porto e do Sporting aprovam a participação de árbitros estrangeiros nos jogos em Portugal. Aquele que é um dos mais reputados defensores da verdade desportiva no futebol português nem podia tomar outra posição. “Sempre achei importante que os ‘nossos árbitros’ fossem pessoas viajadas, por isso, não teria lógica contestar a vinda de outros árbitros”, disse o presidente portista na altura da entrega das insígnias do Dragão aos árbitros designados para apitar a super Liga.
Em Janeiro, quando o apelo foi lançada pelo presidente do Sp. de Braga, depois do célebre gamanso de Paulo Costa no Braga 0 x FC Porto 2, a ideia parecia não passar de um absurdo. A ninguém ocorreu que a sugestão dos bracarenses, afinal, até já tinha antecedentes históricos e até actuais.
Em 1327, já o rei D. Afonso IV instituía a figura dos juízes de fora, designação dada aos magistrados nomeados pelo monarca para resolver o problema dos juízes de dentro. Explica Joel Serrão no seu Pequeno Dicionário de História de Portugal que o rei defendia que “os juízes naturais da terra não podiam exercer a justiça imparcialmente porque se viam assediados de parentes e amigos que com eles tinham convivência e até podiam ser influenciados por malquerenças e receios”. Os juízes de fora tinham o dever de aplicar a justiça com a isenção que faltava aos juízes da terra, dos quais se supunha que “não farão direito como os estranhos”, segundo D. Afonso IV.
Nos nossos dias não há juízes que vêm de fora, mas há juízes que vão para fora, para a Europa. De um deles, Lopes da Mota, que preside ao EUROJUST e coordena as investigações criminais entre diferentes países europeus, diz-se que adquiriu uma sólida reputação pelo trabalho que fez lá fora. Mas tornou-se particularmente notado nos últimos tempos pelo que terá feito cá dentro. Os procuradores do caso Freeport queixaram-se de ter sido pressionados e o inquérito consequente resultou na instauração de um processo disciplinar. Mas entretanto eis que Lopes da Mota veio exigir o afastamento do inspector que dirige o processo disciplinar, por suspeição, portanto, contra o juiz de dentro.
No futebol, apesar de toda a candura e transparência de processos, provadas em sucessivas absolvições sentenciadas em tribunal, nada mais natural, portanto, do que o apelo do Braga para que se recrutassem árbitros no estrangeiro ter sido ouvido. Por conseguinte, amanhã, e para serem utilizados já na jornada de arranque da Liga, chegam à Portela e Pedras Rubras o sueco Petr Henriks, o búlgaro Olegariovich Benquerençov, o italiano Bruno Passione, o escocês Paul MacBaptist, o alemão Elman Sants, e o polaco Petrus Proenssa. O belga Charles Xiste e o guatemalteco Doarte Gomez, esses só chegam no sábado, mas também eles prontos a apitar. O inglês Paul Kosta já há uma semana que treina no campo do Olival.
Agora sim, está criado um clima de confiança num sector que, por suspeições infundadas se não malévolas, se vinha a atolar cada vez mais no Guinness Book da falta de credibilidade. Haja Deus!
qual era a nacionalidade do "juíz" que apitou, na época passada, o SCBraga contra um dos de Lx e que obrigou o treinador bracarense à altura (JJ para os mais "esquecidos") a questionar e afirmar: "o que querem que faça?!?! assim nem na playsation consigo ganhar!!!"?
ResponderEliminarLuis,
ResponderEliminarParabéns pelo texto! Impecável.
PS: Anónimo, tenho impressão que era da mesma nacionalidade daquele que recebeu um envelope com dinheiro em casa de um presidente de um clube. Não me lembro agora qual, mas isso também não interessa nada.
Kikas,
ResponderEliminarSem desprimor pelo LM, enderece os seus parabéns pelo texto ao JMMA que este sim, é o autor.
Portanto, da mesma nacionalidade do actual presidente (conhecido por fazer fortunas do nada) que afirmou em tempos, ser mais importante garantir determindas posições nas estruturas dirigentes da LPFP do que reforçar o plantel. Certo?
confesso que bastou-me ver a imagem e ler até ao segundo parágrafo. Imaginem porquê.
ResponderEliminarValha-me santa paciência para tanto facciosismo
Muito fixe.
ResponderEliminarHonra lhe seja feita e perdão pelo engano. Parabéns então ao JMMA.
ResponderEliminarAnónimo,
Quanto a nacionalidades, esse mesmo. E antes fazer fortunas do nada do que a partir da prostituição e offshores. Sempre tem mais valor.
Sim e ouvi qualquer comentário assim sim. E ouvi-lhe da boca muitas outras coisas. Mas afinal quem é que não diz coisas?
Fortunas do nada só o Midas e esse não saiu do plano mitologico!
ResponderEliminarentão, se só dizer não é o suficiente como é que as famigeradas "escutas" são tantas vezes invocadas?!?!?!
provavelmente, os intervenientes tb só "disseram umas coisas"...
É impressão minha ou o "palas" Kikas foi encurralado?
ResponderEliminarFC
A Justiça lá saberá porque condenou uns e outros não...
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