quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Colunista convidada, por Laurindinha O'Doe


SEXWIN LIGA

Não há como o frio para estimular os estudos sobre os nossos prazeres. Há tempos era o chocolate que constituía uma espécie de três em um: beneficiando o cérebro e o coração, ganhava também ao beijo nos seus efeitos sobre a libido. É certo que às vezes lá vêm más notícias. Das que me lembro, aquela que considero potencialmente mais desanimadora foi a de um estudo científico recente que demonstrou que, afinal, as virtudes geriátricas do alho são nulas. Mas agora, deixámo-nos de rodeios. É mesmo do sexo, sua performance e suas circunstâncias, que trata um inquérito (1573 mulheres dos 19 aos 34 anos) levado a efeito sobre os hábitos sexuais das portuguesas. Faz notícia hoje na imprensa diária.

A certeza é absoluta: em Coimbra elas não param. No cômputo geral, 5,25 vezes por semana contra apenas 3,38 vezes em Lisboa. Dá uma diferença anual de quase 100 vezes per capita, o que está longe de ser honroso para a capital. São 4 meses de atraso, salvo seja.

Claro que há problemas. Por exemplo, na cidade dos arcebispos, elas parecem andar razoavelmente mal servidas: 33% admitem ficar mais excitadas a ver filmes do que com o sexo real. Talvez por isso, dizem elas, satisfazem-se sozinhas cinco vezes por semana. Lisboa também. Ora, não sendo verosímil que as inquiridas sejam auto suficientes, a conclusão torna-se fácil: cumpre-se a função com o que estiver mais à mão, salvo seja.

O que o inquérito se esqueceu foi de ressaltar que a sua realização em Outubro teve consequências no desempenho. Estávamos nessa altura precisamente no auge do descalabro do Braga e em pleno ‘tri-oito’ do FCP: oito jornadas, oito vitórias, oito pontos à melhor. Não espanta, pois, que tanto lisboetas como minhotos estivessem com a cabeça noutro lado, salvo seja.

Há, de resto, indicadores curiosos neste estudo. Por exemplo, as portuenses têm em média oito parceiros sexuais. Durante quanto tempo, isso a notícia não revela. De qualquer modo, uma taxa destas forçosamente significará uma coisa: no norte, há forte tendência dos masculinos para a acumulação de funções. Pois claro: com o FCP lá em cima, está-se mesmo a ver, o pessoal anda todo de cabeça erguida. Salvo seja.

Os números multiplicam-se, qualificando modalidades, preferências, até cronometragens a respeito da duração do acto: média de 31 minutos no Porto; 38 em Lisboa.

Com os números agora dados a público, interessante vai ser, este fim-de-semana, a recepção ao adversário no clássico da Luz. Estou a imaginar: diante das Super Dragonas, as Diabas Vermelhas, sorriso de superioridade, pensamento de rival: a minha média é maior que a tua, salvo seja.

A quem depois lhe apetecerá mais trabalhar para a média, não se sabe. Só depois do jogo.

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