Na delegacia, ele admitiu ter ido à procura dos serviços de uma prostituta no último domingo, depois de sair de uma boate, por volta das 4 da manhã. No calçadão da Barra da Tijuca, teria se enganado e convidado um travesti para entrar em seu carro. Ao perceber o engano, disse à polícia, tentou desistir do programa e, nesse ponto, foi ameaçado de extorsão por André Luiz Ribeiro Albertino, conhecido como "Andréia".
A versão de Andréia é um pouco mais destrutiva para a imagem do ídolo. Segundo declarou, Ronaldo, ao convidá-lo para entrar no carro, estava, sim, ciente de que ele não era "nenhuma Daniella Cicarelli". No motel, afirmou, o jogador teria pedido a ele que convidasse "uma amiga" para se juntar aos dois. Andréia chamou o travesti Carla Tamini, que, por sua vez, convocou uma terceira colega, o travesti Veida Ganzarolli. Andréia disse que ele levou cocaína. Ainda de acordo com Andréia, Veida e Ronaldo consumiram a droga. O travesti afirma que, em dado momento, o jogador pediu-lhe que saísse para buscar mais cocaína. Andréia teria, então, ido até a favela da Cidade de Deus, que fica a dez minutos de carro dali. Ele alega que demorou para voltar porque foi parado pela polícia, que ficou com a cocaína e a maconha compradas (policiais confirmaram que o travesti deixou o motel, mas afirmam que, em vez de ir atrás de droga, ele usou o tempo para fazer contato com redações de jornais e espalhar a história). Ainda segundo Andréia, na sua ausência, que durou entre uma e duas horas, Ronaldo teria ficado no quarto, na companhia dos travestis Veida e Carla. Este último declarou à polícia ter feito sexo com o jogador – e sem camisinha. Em seu relato Andréia conta que os dois travestis que ficaram com Ronaldo receberam dele 300 reais cada um pelo programa. Quando estavam saindo do hotel, por volta de 9 horas da manhã, Andréia chegou e, nesse momento, as versões voltam a se desencontrar. Ronaldo afirma que o travesti exigiu 50.000 reais para não revelar nada à imprensa. Andréia alega que Ronaldo não quis pagar a parte que lhe cabia e que a confusão começou aí. A polícia foi chamada e o dia raiou com todo mundo na delegacia.
Se Ronaldo percebeu ou não o pomo-de-adão, o fato é que passou três a quatro horas no motel na companhia dos travestis. A noite só não foi mais longa do que trágica para a história do ídolo. Na porta da delegacia, chorando, ele repetia, batendo no joelho com o punho fechado: "Minha carreira acabou".
Excerto da revista Veja (Brasil)
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