Em todos os sectores de actividade existem pessoas cuja mudança de estatuto sofre alterações alucinantes. Mas em nenhum deles é tão notório como no futebol.
Por exemplo, um ministro pode deixar de ser ministro, mas encontra sempre algum tachito onde possa mandar os seus bitaites (muitas das vezes sobre assuntos e temas que conhece pouco). Quando há mudança de cores no governo, um presidente ou administrador de um grande grupo pode sair, mas não deixa de se safar e não deixa de continuar a ser um conhecido da opinião pública, podendo desta forma participar como comentador politico num telejornal qualquer. Quando um apresentador de televisão é encostado (por pedofilia ou por outro motivo qualquer), não deixa de dar entrevistas para as revistas cor-de-rosa ou de escrever livros, mantendo-se desta forma a ser falado (não dizem que mais vale dizer mal do que não ser falado?). Em todos estes exemplos, as pessoas mesmo mudando de actividade, continuam a ser vistas pelo “Pobão”.
No futebol, isso não acontece. Existem exemplos em que um jogador ou treinador desaparece completamente de órbita. É o caso do saudoso JARDEL. Esse mesmo, aquele que muitas alegrias deu aos portistas (os sportinguistas também não se podem queixar). Até me mete pena quando volta e meia ouço dizer que o JardiGol está numa equipa XPTO, isto é, que ninguém conhece. Jardel foi um jogador que marcou uma época pela capacidade que tinha em fazer golos. Não pela habilidade que não tinha. O próprio dizia “Nunca tive habilidade com a bola e sempre procurei compensar isso treinando as conclusões para golo”.
Jardel vai fazer em Setembro, 32 anos. Estará acabado, com certeza. Nem sei aonde jogará (se é que ainda joga). Mesmo fazendo uma consulta na Net, não consegui saber do seu paradeiro.
Apesar de ter desaparecido em combate, aqui fica o meu tributo ao JARDIGOL, que tantas alegrias me deu. Gostava apenas de recordar dois desses momentos:
- Os dois golos que marcou em Milão para a liga dos campeões, tendo contribuído de forma decisiva para a vitória por três bolas a duas.
- O golo que marcou na Luz numa vitória dos azuis e brancos por duas bolas a uma. Esta partida é particularmente saudosa para mim, pois estava a ver o jogo ao pé dos No Name Boys (o meu amigo Luis quase que tinha um ataque cardiaco quando festejei o golo ). Depois de um centro da direita e depois de ter papado um central de seu nome Jorge Soares, Jardel mata a bola no peito à entrada da área benfiquista e remata para o fundo da baliza. Nem Michel Preud'homme foi capaz de defender tal remate.
Obrigado Jardel.
Embora não sendo portista, nem sportinguista aprendi a admirar o Jardel. Aliás foi um jogador que me marcou.
ResponderEliminarAinda hoje não consigo perceber, como é que um jogador que mal sabia fazer um passe, conseguia marcar tantos golos e de tantas formas.
Para mim ainda é um case-study!!!
sem prejuízo dos comentários acima transcritos, devo confessar que este tema "De Bestial a Besta... " denota a inexistência de referências actuais do FCP. são sinais dos tempos...caro Bicanca Zé M....como diz o velho ditado "...e recordar é viver..."
ResponderEliminarsaudações bicancas
Felgas
Também tenho saudades do Jardel e do FCP de Jardel.
ResponderEliminarMas como diz o pobão, quando a cabeça não tem juízo...