sexta-feira, 22 de julho de 2005

O Caso Miguel (Parte 2)


Para que todos tenhamos bem presente a trapalhada, que os falsos conselheiros do Miguel, nos têm oferecido nos últimos dias, aqui vos deixo por ordem cronológica as incongruências de um processo que ainda fará correr muita tinta.

1 de Julho - O advogado de Miguel (vulgo gangster), envia para o Benfica uma carta, na qual considera não estar em vigor qualquer contrato de trabalho entre jogador e clube.

Alteração da Estratégia 1

5 de Julho – O conhecido gangster, ele próprio assumido fundamentalista, afinal reconhece que o Miguel tem contrato válido com o Benfica, e propõe negociar os direitos desportivos do jogador a troco de dois milhões de euros (400 mil contos).

7 de Julho – Sem obter resposta do clube, provavelmente pensando ele, que a proposta estaria aquém das expectativas do Benfica, perde a cabeça por completo e faz uma contra-proposta de dois milhões e meio de euros (500 mil contos).

Para os mais distraídos, o Benfica no final da época passada, recusou uma proposta do Dínamo de Moscovo (na altura por vontade expressa do próprio jogador, que não queria jogar no campeonatro russo), de 12 milhões de Euros (2 milhões e 400 mil contos)


Alteração de Estratégia 2

8 de Julho –Após o insucesso dos contactos até então mantidos entre os representantes legais, eis que nova missiva chega à Luz, desta vez com uma proposta mais alta para a cedência de Miguel: cinco milhões de euros (1 milhão de contos). Seria apenas mais uma proposta, a terceira no espaço de 4 dias, mas não.

A proposta é assinada por C. Jackson, em nome de uma empresa, a Tryst Investment SA, de Belize City, no Belize. É essa a proposta que o Gangster, em declarações à SIC, considera “séria e credível”.

A Tryst Investment SA, é uma sociedade anónima fixada num paraíso fiscal chamado Belize. Ou seja uma Offshore.

Facilmente se pode esconder o nome do eventual clube interessado e, numa futura transacção, pode escapar-se legalmente ao pagamento de impostos sobre eventuais lucros.

Exemplo: a Tryst Investment SA adquiria os direitos de Miguel por cinco milhões de euros, viria a cedê-los depois a um clube (poderia mesmo ser o FCP) por dez milhões. O lucro de cinco milhões não estaria assim sujeito a qualquer tributação.

Ou seja, o fundamentalista púdico, simbolo da imparcialidade, pureza e verdade, pretendia realizar um negócio limpo, claro e sério. O Benfica, qual clube ingrato, é que não permitia.


Alteração da Estratégia 3

18 de Julho - Miguel rescinde unilateralmente, a ligação contratual com o Benfica, invocando o período experimental.



O futebol é uma actividade que tece forte influência na nossa sociedade, devendo ser por isso, um exemplo de como se deve estar na vida.

O futebol tem de ter mecanismos/processos/procedimentos que o defendam, excluindo pessoas, como o gangster Dias Ferreira, de gravitarem à sua volta.

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