ODEIO QUANDO ISSO ACONTECE
Um dia destes, ainda eu sonhava com um Benfica capaz de altos voos na Europa, fui multado pela brigada de trânsito. Motivo: circular com as luzes apagadas.
(Sim, e depois?)
E depois o caraças! Eram 11 horas da manhã num daqueles dias de sol «125 azul»!
Parvo fui eu. Uma molhada de carros com pisca-pisca parados na berma e respectivos condutores a contas com os eficientes zeladores da nossa segurança… O que é que se havia de esperar? Uma descarada e traiçoeira caça à multa, pois claro! Odeio quando isso acontece.
Aliás, ajuntamentos à beira da estrada são tudo o que há de mais odiento. Se não é alguém que se espetou, das duas uma: ou andam ninfas pelo bosque ou bófias emboscados. Volta e meia, os guardas, maçados de não fazer nada e ansiando distracção, juntam-se em trupe à beira da estrada e vá de espremer o pessoal com dedicação e método. Odeio quando isso acontece.
De maneira que: «Bom dia senhor condutor», bla-bla-bla, «vou ter que o autuar», diz-me o agente matreiro, numa expressão que ainda agora me faz lembrar o Rei Leão (da Disney) e a irmã Lúcia misturados na mesma farda.
Traduzindo para palavras caras a minha fundamental indignação acerca de que merda, ao certo, vinha a ser aquela, sai-se-me Sua Jumência o bota grossa com a justificação do costume: «Sabe, são ordens…» . Odeio quando isto acontece.
Enfim, indecentemente espoliado, resolvi prestar mais atenção ao trânsito durante o resto da viagem. Não falo aqui de excessos de velocidade porque isso nem é problema dos condutores. Problema é, sim, mas da sinalização que está incompleta. É bem evidente que em todas as placas de limitação de velocidade não está lá mas a gente lê «x 2».
De resto, pude até constatar que os portugueses não são maus condutores. Pelo contrário, são bastante bons. Não é qualquer idiota que consegue atravessar incautamente três faixas de rodagem antes de mudar de direcção. E falar ao telefone! Embalar na auto-estrada com o telemóvel ao ouvido na mão das mudanças, não é façanha para artolas. Sim, acho bem que se proíba o telefone, mas não é por causa do risco: é porque o ruído do motor, especialmente em alta velocidade, prejudica a conversa. Só isso.
Há, é certo, o tal senhor da «fragnete», o gajo de bigodes e nariz borracho que guina à má-fila para cima de nós na auto-estrada, fiado na carroçaria e na providência divina. Há, é certo, as senhoras, as ditas ‘incontornáveis’. Tiraram a carta, sim… (mas não se sabe a quem), procedem como se o espelho retrovisor só servisse para ajeitar a maquilhagem e conduzem alegremente em regime de ‘apartheid’ rodoviário, isto é, como se a estrada fosse só delas. Mas isto, para os zelosos agentes da nossa segurança, não trás risco – é prudência!
Portanto, só tenho é que aplaudir esses nossos eficientes zeladores e agradecer, reconhecido, o seu empenho em autuar os prevaricadores da condução, sem luzes, às 11 da manhã. Há lá coisa mais atentatória da boa segurança na estrada! E mesmo que não fosse perigoso. Quando não há dinheiro há que ir buscá-lo de qualquer modo, nem que seja a caçar gambuzinos em pleno dia. A bem da Nação, naturalmente!
Pior que tudo isso, autêntica desgraça sem conformação possível, foi – essa sim – a desilusão que haveria de seguir-se: O Benfica a afundar-se em Glasgow. Se fosse um filme de terror chamava-se «O Regresso da Chapa 3».
A autoridade espolia-nos na estrada indecentemente? Deixá-la, a gente conforma-se. Ver a Águia perdida em campo, feita galinha tonta, a amarfanhar a nossa esperança ante um adversário mediano, isso é que não. Odeio quando isso acontece.
Um dia destes, ainda eu sonhava com um Benfica capaz de altos voos na Europa, fui multado pela brigada de trânsito. Motivo: circular com as luzes apagadas.
(Sim, e depois?)
E depois o caraças! Eram 11 horas da manhã num daqueles dias de sol «125 azul»!
Parvo fui eu. Uma molhada de carros com pisca-pisca parados na berma e respectivos condutores a contas com os eficientes zeladores da nossa segurança… O que é que se havia de esperar? Uma descarada e traiçoeira caça à multa, pois claro! Odeio quando isso acontece.
Aliás, ajuntamentos à beira da estrada são tudo o que há de mais odiento. Se não é alguém que se espetou, das duas uma: ou andam ninfas pelo bosque ou bófias emboscados. Volta e meia, os guardas, maçados de não fazer nada e ansiando distracção, juntam-se em trupe à beira da estrada e vá de espremer o pessoal com dedicação e método. Odeio quando isso acontece.
De maneira que: «Bom dia senhor condutor», bla-bla-bla, «vou ter que o autuar», diz-me o agente matreiro, numa expressão que ainda agora me faz lembrar o Rei Leão (da Disney) e a irmã Lúcia misturados na mesma farda.
Traduzindo para palavras caras a minha fundamental indignação acerca de que merda, ao certo, vinha a ser aquela, sai-se-me Sua Jumência o bota grossa com a justificação do costume: «Sabe, são ordens…» . Odeio quando isto acontece.
Enfim, indecentemente espoliado, resolvi prestar mais atenção ao trânsito durante o resto da viagem. Não falo aqui de excessos de velocidade porque isso nem é problema dos condutores. Problema é, sim, mas da sinalização que está incompleta. É bem evidente que em todas as placas de limitação de velocidade não está lá mas a gente lê «x 2».
De resto, pude até constatar que os portugueses não são maus condutores. Pelo contrário, são bastante bons. Não é qualquer idiota que consegue atravessar incautamente três faixas de rodagem antes de mudar de direcção. E falar ao telefone! Embalar na auto-estrada com o telemóvel ao ouvido na mão das mudanças, não é façanha para artolas. Sim, acho bem que se proíba o telefone, mas não é por causa do risco: é porque o ruído do motor, especialmente em alta velocidade, prejudica a conversa. Só isso.
Há, é certo, o tal senhor da «fragnete», o gajo de bigodes e nariz borracho que guina à má-fila para cima de nós na auto-estrada, fiado na carroçaria e na providência divina. Há, é certo, as senhoras, as ditas ‘incontornáveis’. Tiraram a carta, sim… (mas não se sabe a quem), procedem como se o espelho retrovisor só servisse para ajeitar a maquilhagem e conduzem alegremente em regime de ‘apartheid’ rodoviário, isto é, como se a estrada fosse só delas. Mas isto, para os zelosos agentes da nossa segurança, não trás risco – é prudência!
Portanto, só tenho é que aplaudir esses nossos eficientes zeladores e agradecer, reconhecido, o seu empenho em autuar os prevaricadores da condução, sem luzes, às 11 da manhã. Há lá coisa mais atentatória da boa segurança na estrada! E mesmo que não fosse perigoso. Quando não há dinheiro há que ir buscá-lo de qualquer modo, nem que seja a caçar gambuzinos em pleno dia. A bem da Nação, naturalmente!
Pior que tudo isso, autêntica desgraça sem conformação possível, foi – essa sim – a desilusão que haveria de seguir-se: O Benfica a afundar-se em Glasgow. Se fosse um filme de terror chamava-se «O Regresso da Chapa 3».
A autoridade espolia-nos na estrada indecentemente? Deixá-la, a gente conforma-se. Ver a Águia perdida em campo, feita galinha tonta, a amarfanhar a nossa esperança ante um adversário mediano, isso é que não. Odeio quando isso acontece.
Depois da derrota do Benfica, só esta crónica para me fazer rir outra vez!!!!
ResponderEliminarMuito boa.
O meu irmão dizia há dias, a propósito do aumento de 16% na electricidade (trenguices.blogspot.com): VÃO GAMAR PARA A ESTRADA!
ResponderEliminarE não é que eles foram mesmo e quem padeceu foi o JMMA!!
Luis, Vitor e demais leitores, parece brincadeira mas não é.
ResponderEliminarVejam só isto:
Título de um Diário, hoje publicado em Lisboa:
«Multas de trânsito valem três milhões».
Subtítulo:
«No fim do ano, o bolo total pode crescer mais 25%»
Depois disto, digam lá, o FootBicancas anda ou não anda bem informado?
Infelizmente, digo eu...
é bem verdade,infelizmente...
ResponderEliminarmas isso das multas é igual por toda a europa,a unica diferença é que em Portugal eles quando estao na estrada,é so para isso,na europa estao a manter a ordem,embora tambem multem quem nao anda em ordem...
viva o governo,assim a economia vai longe,ainda dizem que ha crise,disse quanto?25%?
á fonix
A guarda pensou que estava na IP5.....
ResponderEliminarIsso é que é pouca sorte hã???
ResponderEliminarNotícia do semanário «SOL»:
ResponderEliminar'UMA MULTA POR HABITANTE
Desde o início do ano, a GNR de Carrazeda de Ansiães já passou mais de mil multas de trânsito aos cerca de 1600 habitantes da vila - ou seja, uma multa por habitante. Os populares estão revoltados e apresentaram queixa. A GNR de Bragança* limita-se a dizer que «a lei está a ser cumprida».'
* Curioso, comigo o saque deu-se em Vila Real. Não acredito em bruxas, mas que «las hay, hay»
Isto há coisas "levadas do Diabo"!
ResponderEliminarNão é que só depois dos últimos comentários a esta crónica é que percebi que o JMMA foi mesmo multado???!!! Eu pensava que era mais uma alegoria (novamente muito bem feita!) para demonstrar que tudo era aceitável... excepto um desatre com o SLB...! Acho que tenho de tirar férias ou começar a tomar suplementos de fósforo para a minha artrite cerebral!
Já agora, aviso que esses senhores (que quase sempre falam de uma maneira muito estranha...) "andem por aí!!". Não é que me fizeram o mesmo na A5 (Cascais-Lisboa), na A1(perto de Fátima), na 24 de Julho em Lisboa, na N1 em Leiria, na VCI no Porto (junto ao Estádio do Dragão).... Afinal JMMA, tal como o Natal, Vila Real pode ser em qualquer lado... e sempre que o Homem quiser!!!
;-)
Luís Santos
São as exigências do défice, meus caros!!!
ResponderEliminarPela minha parte, e no que diz respeito a multas,já tenho crédito em descontos fiscais até 2100!! Vou mas é andar à boleia e fazer PPR's!
ResponderEliminarLuís Santos