quinta-feira, 17 de abril de 2008

SCP: 5 - SLB: 3, por Rui Martins

Que grande banhada, um derby à chuva. Mas posso desde já afirmar que se justificou a molha que eu apanhei para ver esta noite mágica de futebol total. Onde é que andou este Sporting que fez a segunda parte?

O ambiente em Alvalade antes do jogo começar era de expectativa, Sporting e Benfica procuravam salvar a época. O cenário não se afigurava fácil para o Sporting, depois de dois meses sobrecarregados de jogos com menos 48 horas de recuperação em relação ao Benfica, e porque a história diz que por vezes ganha quem está pior, o Benfica tinha tudo para ganhar.

No Sporting o quadro clínico não permitia colocar em campo o melhor 11. Sabendo da ausência de Polga, lesionado, foi confirmado que o Gladstone e o Izmailov não entrariam de inicio porque não estavam totalmente recuperados. Assim sendo o Paulo Bento foi obrigado a recuar o Miguel Veloso para central fazendo entrar Adrien para o seu lugar, recuou o Simon para a meia esquerda e deu a titularidade a Yannick ao lado de Liedson.

O jogo começou com sinal mais do Sporting, durante os primeiros quinze minutos jogava-se mais no meio campo defensivo do Benfica, o Sporting tinha a posse de bola mas o Benfica conseguia tapar os caminhos. O Benfica tentava sair em contra-ataque e aproximava-se da grande área do Sporting.

Os primeiros avisos estavam dados.

Numa troca de bola entre Di Maria e Rui Costa o meio campo defensivo do Sporting foi permissivo e o dito maestro colocou a bola onde quis e marcou o primeiro. Pouco tempo depois o Benfica faz o segundo, mais uma vez o Rui Costa descobre um colega para colocar a bola, que centrou para o Nuno Gomes fazer o segundo de cabeça. No estádio pereceu-me que o Grimmi andava a coxear e nem saltou à bola.

Em Alvalade soaram todos os Alarmes, o Benfica fazia a festa e Paulo Bento apressou-se a mudar a equipa. Tirou o Adrien, ouviu uma grande assobiadela. É verdade que o meio campo defensivo do Sporting não estava a cumprir, talvez porque o Romagnoli não se dava às tarefas defensivas, saiu o elo mais fraco. Romagnoli não defendia e a atacar era um desastre… as bancadas queriam a saída dele. Entrou o Izmailov, que para quem não estava em condições esteve quase brilhante na segunda parte.

O Sporting ainda levou alguns minutos a por ordem na casa, o Benfica dominava o jogo. Tinha dois golos de vantagem e conseguia trocar a bola. Só perto dos minutos finais da primeira parte é que o Sporting voltou a aparecer.

Chegou o intervalo, os adeptos do Benfica faziam a festa. Os de verde gelavam perante o dilúvio que caía do céu.

Com o recomeço do jogo foi logo notório que a atitude da equipa do Sporting era outra, e partiu decidido para cima do Benfica. Com a bola nos pés e com mais pulmão agora a história era outra. Com a troca de bola o Sporting ia-se aproximando da baliza adversária, onde o Quim teve duas ou três oportunidades para brilhar. Nesta altura de supremacia do Sporting o Moutinho saca um valente remate que leva a bola a embater na trave.

Mas a grande viragem do jogo começou com a saída de Romagnoli. Entrou o regressado Derlei depois de longa ausência. O Derlei sem ritmo de jogo acentuou a atitude da equipa na segunda parte, muito mais agressivo a atacar a bola e com um bom trabalho defensivo ao logo do jogo. Esta alteração foi muito importante porque o Petit já tinha dado o estouro mas não se notava porque cabia-lhe a marcação ao ausente Romagnoli e até ali o jogo correra-lhe mais ou menos sem grandes sobressaltos. Com a saída do Adrien e o recuo do Moutinho cabia a este a marcação ao Rui Costa. E foi este excelente trabalho do Moutinho e o arrastar do Petit sem pernas para o Derlei que ditaram o apagão do Benfica.

O Sporting estava com o sangue todo na guelra, estava confiante e tinha mais força. Foi sem surpresa que o golo chegou e pecou por tardio. Simon fez um bom trabalho na direita meteu com subtileza na pequena área e o Yannick só teve de marcar. Pouco depois novamente pela direita desta vez com Izmailov e Moutinho com este último a descobrir o Liedson solto na área e o levezinho fez o que sabe fazer melhor… marcar golos ao Benfica.

Alvalade estava ao Rubro. Os adeptos do Benfica perante a apatia da equipa e o poder ofensivo do Sporting já não cantavam, e os do outro lado estava tudo ao rubro.

O Sporting carregava e 3 minutos depois, novamente o Izmailov mas agora na esquerda meteu a Bola no Derlei que tanta vez foi assobiada na Luz mostrou que ainda sabe marcar golos.

Era a reviravolta no marcador. Em Alvalade quando se marca golos ao Benfica parede que o estádio vem abaixo e já lá estavam 3. O Benfica estava atordoado mas ainda mexia e na única subida à área do Sporting, na segunda parte com remate, depois de um ressalto de bola o Rodriguez colocou uma fumaça lá dentro.

Depois da euforia, era a vez dos adeptos verdes gelarem.

A equipa não se ressentiu, e foi então que o Yannick decidiu tirar um coelho da cartola correu a seu bel-prazer com a bola e fez um golo a 30 metros de distância. Era a loucura total em Alvalade. Em cerca de 15 minutos tinha havido 4 golos e o Sporting estava novamente na frente.

Era a loucura total, o jogo caminhava para o fim e a passagem do inferno ao céu estava quase confirmada. Após mais uma perca de bola, pela parte do Benfica, no meio campo defensivo do Sporting surgiu um contra ataque mortífero, o Miguel Veloso mais uma vez na direita fez um cruzamento para o interior da área onde aparecia sozinho o Simon que de primeira meteu mais uma lá para dentro.

Nota mais para o ambiente fantástico nas bancadas. Mesmo com o Sporting a perder 0-2 não se ouviam assobios. O único visado foi o Romagnoli durante a sua substituição. Nota muito positiva para a equipa toda durante a segunda parte. De saudar o regresso do Derlei.

1 comentário:

  1. Viram o Valência com o Getafe?

    G’anda Jogo!!

    O campeonato espanhol é que é!

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