Para mim, as reacções que tenho ouvido e lido dos vários adeptos de futebol, relativamente à ilibação de Pinto da Costa no caso do envelope, são um barómetro da forma de estar de cada um no futebol.
Consigo perceber claramente quem tem uma forma de estar honesta ou desonesta, desportiva ou anti-desportiva, racional ou irracional, intelectualmente inteligente ou de mentalidade tacanha.
Cada um tem a forma de estar que quiser, mas eu só discuto futebol com os primeiros.
Todos aqueles que se congratulam com esta decisão, (atenção que não são todos os portistas), serão aqueles que têm uma forma de estar no futebol desonesta, facciosa, tacanha de mentalidade e irracional, não merecendo sequer uma troca de argumentação elevada.
E há muitos por aí. Ainda no fim-de-semana passado estive com um portista, que me disse frontalmente que o que interessava era ganhar, nem que seja gamando. Obviamente, a conversa para mim terminou ali. É como se estivesse a discutir a legislação penal em Portugal, com um cigano que só tem a quarta classe. Para mim, para se falar de futebol, é necessário haver um pressuposto básico: seriedade. De outra forma, não há elevação suficiente, na troca de argumentos.
Mas voltando a este caso concreto, ficou provado no tribunal que Pinto da Costa recebeu o árbitro em casa na véspera do jogo (confessado pelo próprio). Para todos os adeptos sérios e de bom senso, o julgamento popular devia terminar aqui. Não há mais nada, que seja importante a partir daí. A decisão do tribunal, é simplesmente acessória.
Aliás, como é que tecnicamente é possível provar que o árbitro recebeu dinheiro em notas? É simplesmente impossível.
A decisão do tribunal, é uma decisão FORMAL, de quem não conseguiu provar a corrupção, o que não quer dizer que ela não houve. E como todos sabemos, o árbitro não foi a casa de PC para ser consultado astrologicamente.
Como me dizia um professor da Católica, Pinto da Costa é cada vez mais o Corleoni português. Todos sabemos que é corrupto, mas ninguém o consegue apanhar, e será preso por fuga aos impostos.
Agora, a forma como cada um olha para isto, é que é interessante, e cada vez vou tendo menos pessoas com quem posso falar de futebol.
PS: Pinto da Costa, apenas confirma a regra de Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, etc... Vamos todos pular de contentamento.
estas palavras sao musica para os meus ouvidos. vai dormir! COITADINHO DO SAO LUIS! E TAO SANTINHO COMO O ORELHAS QUEREM VER...
ResponderEliminar... Porque será que o apito encarnado está engavetado... que são os desonestos?!
ResponderEliminarPessoalmente, estou de acordo, na íntegra, com o post do Luis Marques.
ResponderEliminarAquilo que ainda não consigo perceber é porque é que se levou um caso destes a Tribunal. Todos já tinham percebido a léguas, tendo-se formação jurídica ou não, que as provas existentes estavam muito longe de ser convincentes ou de conseguirem provar alguma coisa.
Como o Luís diz, e bem, a decisão do Tribunal é uma questão formal. O que a juíza julgou foram os factos apresentados e não a moralidade dos actos de ter um árbitro em casa dois dias antes de um jogo. Para a juíza, esta questão é irrelevante. E provar que houve suborno jamais algum mortal conseguiria provar.
De qualquer modo, para os que vão seguindo o futebol, como eu dizia atrás, este julgamento era desnecessário. Não havia nada a provar. Ainda que Pinto da Costa se jurasse inocente, as escutas não mentem. Está tudo lá dito. Para o povo, o julgamento está mais do que feito.
Para os não-portistas, não haverá, de agora em diante, qualquer vitória que não esteja manchada pela suspeição.
E, como dizia a Manuela Moura Guedes em relação ao nosso primeiro ministro, nós não temos a culpa que eles tenham um passado que vale a pena investigar!