sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Toques de Cabeça

PROMESSA ELEITORAL
Por JMMA

O primeiro-ministro José Sócrates justificou esta semana, com base na crise internacional, o previsível não apuramento da Selecção para o Mundial de 2010. Contra a desilusão, Sócrates avançou com uma promessa eleitoral. “Devido ao bom trabalho desenvolvido, tanto o Queiroz como o adjunto Oliveira têm desde já lugar garantido no Governo que sair das próximas eleições, qualquer que seja o partido vencedor». E explicou: Segundo as estatísticas, Portugal nesta qualificação está no top das 10 selecções menos eficazes, ao lado das ilhas Faroé, Montenegro, e outras selecções secundárias. Em casa ainda não ganhou nenhum jogo e em 55 remates fora de área, nunca marcou nenhum golo – o que demonstra bem a falta de acerto. No entanto, Queiroz acredita que Portugal “está no caminho certo”. E Agostinho, o adjunto, apesar do desaire iminente vai mais longe garantindo que “as coisas estão a decorrer de acordo com o planeado» e que “estamos a construir para o futuro”.

Qual caminho? Qual futuro? O da África do Sul receamos que não seja e o de 2010, infelizmente, receamos que também não. Mas quem fala assim, não merece apenas um lugar na Selecção das Quinas, «merece um lugar bem almofadado no Governo do país de todos nós», anunciou o porta-voz do Governo.

A oposição, como é costume, considera a medida uma operação de cosmética ainda pior que a maquilhagem capilar usada por Gilberto Madail, uma vez que não há garantias de que os técnicos não continuem na Selecção a dar-nos música após o desaire, ao contrário do que promete o plano governativo. Até porque, revelou o porta-voz do PSD, na quarta-feira, mal acabou o jogo na Dinamarca, Queiroz mandou ir de Lisboa a Nossa Senhora do Caravaggio que Scolari tinha deixado na Federação para proteger Madail na caso do Apito Dourado. Por outro lado, como bom português, Queiroz queixou-se da arbitragem, e assim que chegar a Portugal, sabe-se já, vai entregar um recurso ao Conselho de Justiça da Federação contra o suíço Busacca Massimo, que (segundo «nós») fez vista grossa à penalidade cometida por Anders Christensen. “Temos aqui matéria suficiente para atribuir os três pontos à equipa das Quinas, boicotar a venda de queijo suíço em todo o País, conseguir um quarto melhor para Madail na fase final do Euro 2010 e exigir a suspensão de todos os acordos e tratados existentes entre a UE e a Suíça”, explicou Gonçalves Pereira a este blogue.

Confesso que partilho os receios da oposição quanto ao provável insucesso da medida de Sócrates. Até porque concordo com Agostinho: Portugal é uma selecção com muito futuro, apesar de estar cheia de portugueses.

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