ÁGUIA QUE SE PREZA NÃO CAÇA MOSCAS, por JMMA

Diga-se desde já, para que fique claro: o Benfica, o meu Benfica não joga para segundos lugares. Não luta por troféus BES nem rankings da 2ª circular. Para o Glorioso o objectivo é ganhar. Ganhar sempre todos os jogos. Tanto faz que pela frente estejam equipas das mais poderosas do mundo como Manchester, Liverpool ou Barcelona, ou clubes modestos do nosso campeonato como o P. de Ferreira. Por isso, na próxima jornada – vamos a eles!

Um jogo é um jogo, e isso basta-nos para nos aguçar a ambição competitiva. Entremos no relvado com o brio benfiquista de quem quer dar o melhor de si (ou até mais) para ganhar, ganhar sempre. Mesmo que em disputa esteja apenas o último jogo do Campeonato, com a questão do título já arrumada e festejada.

O Benfica bate-se para ganhar jogos, para vencer, convencer, golear, brindar os adeptos e os adversários com tremendos shows-de-bola. Não luta para segundos lugares. Não é um qualquer clube de bairro para se contentar com classificações honrosas ou prémios de consolação. Nem sequer um clube como o Sporting que faz da luta pelo «segundo objectivo» uma disputa de mata-mata. Embora esse «segundo objectivo», todos o saibamos, seja apenas e tão-só a revisão em baixa dum objectivo primeiro que nunca passou de quimera.

Entrada directa na Liga dos Campeões, mas isso é objectivo? Que eu saiba, na “Champions” o que interessa não é chegar primeiro mas sim abandonar em último.

Não senhor! Águia que se preza não se entretém a caçar moscas.

A menos que elas lhe pousem no bico. O que não está fora de hipótese se o «Chelsea dos Arcebispos» no próximo jogo se apresentar em Alvalade ao seu nível. Para que assim aconteça, rezemos baixinho e só para nós, benfiquistas, de forma que ninguém se aperceba. Rezemos a São Jesualdo, deus tutelar das nossas esperanças que até já habitou na Catedral da Luz. Convoquemos a afinação divina da bracaríssima trindade: Wender, o Judas verde, João Tomás, o apóstolo «infiltrado» e Bevacqua, que é aquilo que os leões costumam fazer nos momentos decisivos.

Enquanto a águia imponente plana nas alturas da nossa esperança façamos nós cá em baixo uma forcinha para que a vontade divina nos torne mais leve o cântico silencioso das nossas lamentações.