Leões, Pintos e crocodilos

Transcrevemos a seguir extractos de uma importante entrevista concedida pelo Rei Leão ao correspondente em Sete Rios da Gazeta delo Sport, acerca de um problema com um Pinto ocorrido esta semana no aviário do Zoo.

Extrato da entrevista:

P: Diz que o Pinto é um activo leonino. Como é que o classifica?
R: Como activo imobilizado. Repare: Nem todos os nossos jogadores conseguem esse estatuto. Carlos Martins, David e Dualá, por exemplo, são meros activos circulantes. A gente daqui a dias ofereceçe-lhes uns patins e, já está a ver... eles circulam.

P: Mas como activo imobilizado, isso significa que o Pinto terá que ser amortizado, não é assim?
R: Claro que vai ser amortizado, onde é que está o problema?

P: Problema nenhum. Só pergunto se amortizado quer dizer morto para o desporto.
R: Nada disso. Ora veja: como activo importante que é, o nosso propósito é guardar o Pinto como um bem valioso. Por isso, vamos instalá-lo no fosso dos ursos. Além de protegido de qualquer apropriação indevida, este nosso activo - embora imobilizado - continuará vivo para o desporto.

P: Como?
R: A jogar ao pau com os ursos! Está a ver?

P: Mas, o Senhor Rei Leão, que aliás se chama Filipe Soares, neste caso não me parece ter sido muito Franco!
R: Se não fui Franco, a culpa não foi minha.

P: Como assim?
R: A culpa foi dos crocodilos. Fizeram uma exposição pública, cem personalidades leoninas lavadas em lágrimas advogando a favor da continuidade do Pinto no aviário.

P: Então posso concluir que tudo não passou de lárimas de crocodilo?
R: Exactamente! Tudo não passou de lágrimas de crocodilo.

P: E o árbitro, em que posição fica o árbitro que tão acusado foi no Zoo por ter punido a ave?
R: Repito: a culpa foi dos crocodilos. Intimamente sempre tivemos consciência de que a punição do Pinto nos resolvia um problema. Não podíamos era confessá-lo, entende?

P: Mas isso é de uma enorme injustiça para o árbitro!
R: É sim. Mas já tratámos de repará-la. Vamos distingui-lo com o emblema «Leão de Ouro”. É sempre bom estar nas boas graças da arbitragem. Nunca se sabe quando é que vamos precisar dela. Percebe?

Nota da redacção. Os Bicancas agradece a gentileza da entrevista à Gazeta delo Sport. A bem da verdade desportiva, claro!