Na passada 5ª-Feira, à chegada a Lisboa, depois da célebre reunião em Zurique em que os dirigentes da FIFA lhe tinham colocado nas mãos uma autêntica bomba relógio - disse em declarações à imprensa o impagável Madaíl: «Não estou muito optimista sobre a decisão que a FIFA vai tomar, provavelmente, nas próximas 48, 72 horas».
Extraordinário!
Com uma bomba nas mãos, o rastilho a crepitar, e mesmo assim estar (não muito, mas estar) «optimista», é de facto fabuloso. Quer-me parecer que o optimismo em Madail está-lhe tão arreigado, que se ele presidisse a um desses países asiáticos desgraçadamente submersos pelo tsunami, no dia seguinte à tragédia, Madaíl era homem bem capaz de dizer: «Esta inundação não me deixou lá muito alegre».
Entretanto – recorde-se – enquanto na Suiça a FIFA encostava o cano da caçadeira à patilha de Madaíl, por cá, o Presidente e o Director Executivo da Liga dedicavam-se ao pingue-pongue de culpas, bolando acusações pueris através da imprensa – ora agora acuso eu, ora agora acusas tu, giroflé-flé-flá!
Demonstrando mais uma vez não estar para brincadeiras, a FIFA pimba! Aí vai ultimato. Ultimato é ameaça, mas se a ameaça passar a condenação, há-de haver uma acusação, e após a acusação uma defesa que só poderá ser veiculada pelo impagável Madaíl. Qu’é dela? Empreendeu ou propõe-se a FPF vir a empreender qualquer defesa? Ou a FPF do impagável Madaíl jurou estar sempre servilmente solidária com a FIFA? E o Governo, numa questão de alegado atropelo ao estado de direito, cala e consente?
Calhou bem, para estas e outras questões substantivas, termos na 2ª-Feira, o debate televisivo «prós e contras». Ingenuidade! O que assistimos não passou duma espécie de jogo solteiros-e-casados entre as vedetas da actualidade. «Todos diferentes, todos iguais»: um governante que diz que acompanha mas não entra (como os testículos); um ex-governante que diz que agora não é de cá, veio só ver a bola; um major sempre o mesmo, truculento e sem vergonha; um Madaíl sem estaleca; e a gente que se lixe sem futebol! Quanto ao caso Mateus, nicles!
Querem que vos diga, nesta altura já só tenho pena duma coisa: é de que a bomba não rebente. Perante tanta abjecção (sem ser contra o Belenenses) tornei-me adepto do Gil. Se pudesse, iria à Assembleia-Geral votar com o Fiúza, só para fazer a bomba explodir e acabar de vez com este sufoco de mediocridade e pouca-vergonha.
Ah, que vontade de desancar, de zurzir, esganar, varar… Que vontade de berrar, sovar, arrasar, explodir… incendiar, insultar, escavacar… rugir, estardalhar…
Mas não, prefiro não falar direito. Por isso, direi apenas que, tirando os jogadores que lá vão cumprindo as suas obrigações, o nosso futebol… O futebol de Francisco Silva, das viagens ao Brasil, da Paula, do guarda Abel, do very-light, do apito dourado, do caso Ndinga, do caso Mantorras, do caso Nuno Assis, do caso Mateus… O nosso futebol (como diria eufemisticamente o impagável Madaíl), caramba!... Não é fácil dizer bem.
(*) Eufemismo - Figura de estilo com que se disfarçam ideias desagradáveis por meio de expressões suaves.
Extraordinário!
Com uma bomba nas mãos, o rastilho a crepitar, e mesmo assim estar (não muito, mas estar) «optimista», é de facto fabuloso. Quer-me parecer que o optimismo em Madail está-lhe tão arreigado, que se ele presidisse a um desses países asiáticos desgraçadamente submersos pelo tsunami, no dia seguinte à tragédia, Madaíl era homem bem capaz de dizer: «Esta inundação não me deixou lá muito alegre».
Entretanto – recorde-se – enquanto na Suiça a FIFA encostava o cano da caçadeira à patilha de Madaíl, por cá, o Presidente e o Director Executivo da Liga dedicavam-se ao pingue-pongue de culpas, bolando acusações pueris através da imprensa – ora agora acuso eu, ora agora acusas tu, giroflé-flé-flá!
Demonstrando mais uma vez não estar para brincadeiras, a FIFA pimba! Aí vai ultimato. Ultimato é ameaça, mas se a ameaça passar a condenação, há-de haver uma acusação, e após a acusação uma defesa que só poderá ser veiculada pelo impagável Madaíl. Qu’é dela? Empreendeu ou propõe-se a FPF vir a empreender qualquer defesa? Ou a FPF do impagável Madaíl jurou estar sempre servilmente solidária com a FIFA? E o Governo, numa questão de alegado atropelo ao estado de direito, cala e consente?
Calhou bem, para estas e outras questões substantivas, termos na 2ª-Feira, o debate televisivo «prós e contras». Ingenuidade! O que assistimos não passou duma espécie de jogo solteiros-e-casados entre as vedetas da actualidade. «Todos diferentes, todos iguais»: um governante que diz que acompanha mas não entra (como os testículos); um ex-governante que diz que agora não é de cá, veio só ver a bola; um major sempre o mesmo, truculento e sem vergonha; um Madaíl sem estaleca; e a gente que se lixe sem futebol! Quanto ao caso Mateus, nicles!
Querem que vos diga, nesta altura já só tenho pena duma coisa: é de que a bomba não rebente. Perante tanta abjecção (sem ser contra o Belenenses) tornei-me adepto do Gil. Se pudesse, iria à Assembleia-Geral votar com o Fiúza, só para fazer a bomba explodir e acabar de vez com este sufoco de mediocridade e pouca-vergonha.
Ah, que vontade de desancar, de zurzir, esganar, varar… Que vontade de berrar, sovar, arrasar, explodir… incendiar, insultar, escavacar… rugir, estardalhar…
Mas não, prefiro não falar direito. Por isso, direi apenas que, tirando os jogadores que lá vão cumprindo as suas obrigações, o nosso futebol… O futebol de Francisco Silva, das viagens ao Brasil, da Paula, do guarda Abel, do very-light, do apito dourado, do caso Ndinga, do caso Mantorras, do caso Nuno Assis, do caso Mateus… O nosso futebol (como diria eufemisticamente o impagável Madaíl), caramba!... Não é fácil dizer bem.
(*) Eufemismo - Figura de estilo com que se disfarçam ideias desagradáveis por meio de expressões suaves.
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