O NOSSO ‘TRABALHADOR’
POR JMMA
Todos sabemos a importância que o trabalho tem na nossa vida. Por isso, no Dia do Trabalhador aproveito para celebrar também o tal “trabalhador” que todo o ‘homo erectus’ que se preze traz agarrado a si, e a quem se deve desde sempre a continuidade da espécie.
Afinal, é um “trabalhador” esforçado. Prima por estar sempre aprumado durante a execução das suas tarefas; mergulha de cabeça em tudo o que faz e compraz-se em trabalhar a grandes profundidades; não descansa aos fins-de-semana ou feriados, nem recebe horas extraordinárias; trabalha em ambientes húmidos, sem iluminação nem ventilação adequada; e se opera em diferentes locais de trabalho e, por acaso, descura os regulamentos de segurança, tais como vestir a roupa de protecção aconselhada, está sujeito a doenças contagiosas.
Como todos os outros trabalhadores, tem dias mais produtivos intercalados com dias mais fracos. Mas nem por isso deixa de ser um trabalhador abnegado. Como curte o trabalho que faz, o seu grande defeito é ter mais olhos que barriga. Mas desde quando a ambição de objectivos deixou de ser um mérito?
Temos de compreender que bulir todos os dias cansa e por vezes até ele não lhe apetece “trabalhar”. No entanto, uma “gazeta” esporádica – por cansaço, por preguiça ou até na ressaca de uma arbitragem mal digerida – não é motivo suficiente para pôr em causa o prestígio do nosso “trabalhador”. Para alguns, falhar é o cabo dos trabalhos. Temem que essa “falta ao serviço” se torne reincidente, temem por uma má avaliação de desempenho ou mesmo por alguma eventual suspensão disciplinar por incompetência no “trabalho”. E quanto mais se preocupam – imagino eu – mais difícil se torna pegar ao trabalho.
Sejamos francos. Alguns membros da classe poderão até não desfrutar da melhor reputação junto da sua entidade patronal. Alguns são arguidos de falta de aplicação: ou porque alegadamente não cumprem com o número normal de dias de trabalho; ou porque não operam com os níveis de qualidade satisfatórios; ou mesmo por evidenciarem falta de iniciativa, precisando nesse caso de ser pressionados e estimulados para começar a trabalhar. Outros haverá também que são suspeitos da prática do pluriemprego. Suspeita essa que geralmente advém da falta de fidelidade ao local de trabalho, do costume de visitar outras repartições ou da incapacidade de fazer turnos duplos. E, como se tudo isto não bastasse, chega a ser-lhes lançado em rosto o facto de no final do turno deixarem o ambiente de trabalho completamente sujo. E que depois do trabalho, é alçar e bazar.
Não é justo! Falhas, excessos de ambição, promessas incumpridas sempre houve e continuará a haver em todas as profissões. No entanto, inexistem bons motivos pelos quais os procedimentos menos conseguidos de alguns dos nossos “trabalhadores” devam causar o desemprego em massa de “trabalhadores” perfeitamente adequados, ou provocar a ociosidade de fábricas absolutamente funcionais.
Por isso, volto ao princípio: no Dia do Trabalhador, afirmar o direito ao emprego e exigir condições dignas de trabalho e segurança também para o nosso “trabalhador” – é proclamar um direito fundamental.
Todos sabemos a importância que o trabalho tem na nossa vida. Por isso, no Dia do Trabalhador aproveito para celebrar também o tal “trabalhador” que todo o ‘homo erectus’ que se preze traz agarrado a si, e a quem se deve desde sempre a continuidade da espécie.
Afinal, é um “trabalhador” esforçado. Prima por estar sempre aprumado durante a execução das suas tarefas; mergulha de cabeça em tudo o que faz e compraz-se em trabalhar a grandes profundidades; não descansa aos fins-de-semana ou feriados, nem recebe horas extraordinárias; trabalha em ambientes húmidos, sem iluminação nem ventilação adequada; e se opera em diferentes locais de trabalho e, por acaso, descura os regulamentos de segurança, tais como vestir a roupa de protecção aconselhada, está sujeito a doenças contagiosas.
Como todos os outros trabalhadores, tem dias mais produtivos intercalados com dias mais fracos. Mas nem por isso deixa de ser um trabalhador abnegado. Como curte o trabalho que faz, o seu grande defeito é ter mais olhos que barriga. Mas desde quando a ambição de objectivos deixou de ser um mérito?
Temos de compreender que bulir todos os dias cansa e por vezes até ele não lhe apetece “trabalhar”. No entanto, uma “gazeta” esporádica – por cansaço, por preguiça ou até na ressaca de uma arbitragem mal digerida – não é motivo suficiente para pôr em causa o prestígio do nosso “trabalhador”. Para alguns, falhar é o cabo dos trabalhos. Temem que essa “falta ao serviço” se torne reincidente, temem por uma má avaliação de desempenho ou mesmo por alguma eventual suspensão disciplinar por incompetência no “trabalho”. E quanto mais se preocupam – imagino eu – mais difícil se torna pegar ao trabalho.
Sejamos francos. Alguns membros da classe poderão até não desfrutar da melhor reputação junto da sua entidade patronal. Alguns são arguidos de falta de aplicação: ou porque alegadamente não cumprem com o número normal de dias de trabalho; ou porque não operam com os níveis de qualidade satisfatórios; ou mesmo por evidenciarem falta de iniciativa, precisando nesse caso de ser pressionados e estimulados para começar a trabalhar. Outros haverá também que são suspeitos da prática do pluriemprego. Suspeita essa que geralmente advém da falta de fidelidade ao local de trabalho, do costume de visitar outras repartições ou da incapacidade de fazer turnos duplos. E, como se tudo isto não bastasse, chega a ser-lhes lançado em rosto o facto de no final do turno deixarem o ambiente de trabalho completamente sujo. E que depois do trabalho, é alçar e bazar.
Não é justo! Falhas, excessos de ambição, promessas incumpridas sempre houve e continuará a haver em todas as profissões. No entanto, inexistem bons motivos pelos quais os procedimentos menos conseguidos de alguns dos nossos “trabalhadores” devam causar o desemprego em massa de “trabalhadores” perfeitamente adequados, ou provocar a ociosidade de fábricas absolutamente funcionais.
Por isso, volto ao princípio: no Dia do Trabalhador, afirmar o direito ao emprego e exigir condições dignas de trabalho e segurança também para o nosso “trabalhador” – é proclamar um direito fundamental.
O Benfica está mais perto do quarto classificado do que do líder. A frase não traduz o olhar distraído para a tabela deste campeonato, é o resultado da análise das edições da prova no século XXI.
ResponderEliminarSe a história e o número de adeptos não permitem duvidar de que Benfica, F.C. Porto e Sporting são «grandes» e todos os outros «pequenos», os números das últimas dez edições da Liga apontam outra tendência.
De facto, vistos os dez últimos campeonatos (de 1999/00 até às 27 jornadas de 2008/09) o quadro é diferente.
Pontos
F.C. Porto, 717
Sporting, 659
Benfica, 638
Clube classificado em quarto lugar ou acima do Benfica*, 576
Estes números permitem concluir que a principal luta do Benfica é com o Sporting. Pelo segundo lugar. No entanto, o clube de Alvalade tem conquistado vantagem desde que os «encarnados» foram campeões, em 2004/05. A diferença vai já em 21 pontos.
Depois, os números revelam um dado surpreendente: o Benfica está mais perto do primeiro «pequeno» clube do que do indiscutível dominador do século XXI, o F.C. Porto.
Os «encarnados» somam mais 62 pontos do que a soma do «pequeno» melhor classificado em cada uma das edições deste século. Mas têm menos 79 pontos do que o F.C. Porto.
Em média**, o F.C. Porto faz 71,7 pontos, contra 63,8 do Benfica. Ou seja, oito pontos de diferença. O Sporting fica-se pelos 65,9 e o primeiro «pequeno» soma, em média, 57,6 pontos.
Ou seja, esta temporada o Benfica está, para já, ainda mais distante do F.C. Porto e mais próximo do primeiro pequeno. Pior do que tendência da década, portanto.
Outras tendências
Quando se olha para os golos marcados e sofridos, no mesmo período, percebe-se que a maior diferença entre o Benfica e os outros «grandes está na facilidade em encaixar golos.
Golos marcados
F.C. Porto, 614
Benfica, 562
Sporting, 557
Clube classificado em quarto lugar ou acima do Benfica*, 517
Os «encarnados» marcaram menos 52 golos do que o F.C. Porto (ou seja, cerca de menos cinco por época), mais cinco do que o Sporting e mais 45 do que o primeiro «pequeno». Também aqui estão mais distantes do líder do que do perseguidor, o que é ainda mais verdadeiro para o Sporting. Aliás, este está a ser o pior ano de Paulo Bento, com apenas 38 golos marcados, contra 46 do Benfica e 55 do F.C. Porto. O Nacional leva 45.
Golos sofridos
F.C. Porto, 223
Sporting, 271
Benfica, 298
Clube classificado em quarto lugar ou acima do Benfica*, 352
Estes números revelam que é muito mais difícil fazer golos ao F.C. Porto e ao Sporting do que ao Benfica. E, de novo, colocam os «encarnados» mais próximo do «pequeno» perseguidor do que do clube que domina a década.
Conclusão: o comportamento do Benfica esta época só pode ser surpreendente para quem não analisa tendências. Os «encarnados» estão no local que tem sido o seu no século XXI: em terceiro, mais perto do quarto do que primeiro. Esta época apenas um pouco pior do que a média das últimas dez edições. Será que isto ainda é comportamento de um «grande»? Tem a palavra o leitor.
* Ao contrário de F.C. Porto e Sporting, o Benfica já por três vezes ficou abaixo do terceiro lugar, nas últimas dez edições. Para efeitos desta comparação, somaram-se os pontos dos clubes que ficaram em quatro lugar. Ou o melhor classificado, nas temporadas em que o clube da Luz fez pior do que terceiro
** Há campeonatos com 18 e com 16 clubes
in maisfutebol, Luís Sobral