terça-feira, 18 de setembro de 2007

CL: AC Milan-2 Benfica-1


Afinal, o Benfica ainda não é o melhor clube da Europa. Mas foi por pouco. Bastou apenas um golo, para que o Benfica não tivesse conseguido envergonhar os italianos na sua própria casa.

Agora um pouco mais a sério, o AC Milan a jogar com o Benfica, parece o Benfica a jogar com a Naval. Depois de 10 minutos de jogo, percebe-se logo que só com um milagre é que os portugueses sairiam de San Siro com um empate, e que a vitória seria "matematicamente" impossível.

A diferença de qualidade de jogo entre o Campeão Europeu e o Benfica foi tão grande, que acreditem que depois dos 2-0, temi por uma goleada, que poderia trazer marcas psicológicas para o resto da época.

Felizmente os italianos desacelararam e os encarnados conseguiram equilibrar a contenda.

Talvez Camacho e Rui Costa não tivessem exagerado quando disseram que o Milan era a melhor equipa da Europa. Pela qualidade de jogo que apresenta, dúvido que haja actualmente equipa europeia ao seu nível.

Reparem que não estou a falar em individualidades (que os italianos também as têm), mas sim em jogo colectivo, automatismos e acima de tudo capacidade táctica e controlo de ritmos de jogo. São realmente de outra galáxia.

O resultado final acaba por ser excelente, face aquilo que se passou dentro das quatro linhas.

A Champions League começa agora para o Benfica.

5 comentários:

  1. Pois é, Luis: aquilo ainda é muita areia para a nossa camioneta.

    «Nota 10» para a calorosa recepção dispensada a Rui Costa.

    A «standing ovation» de que o Maestro foi alvo, prova - é claro -, a classe que o jogador do Benfica passeou durante 5 anos naquele estádio mítico. Mas para mim e não menos notável é que essa ovação prova também o nível dum público que além de reconhecer a classe a quem a tem, sabe ser grato para com os artistas, mesmo quando circunstancialmente se apresentam como seus adversários.

    São momentos como estes que me ajudam a suportar a «face negra» do futebol, a começar desde logo cá pela «paróquia».

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  2. JMMA,

    Essa é uma visão romanesca da coisa. O Rui Costa é um artista? Claro.

    Agora dizer que os Italianos aplaudiram o Rui Costa, mesmo sendo adversário, só por ser artista? Não me parece.

    Aplaudiram porque, para além das razões que invocou, ele agora joga no SLB, que ontem não ofereceu resistência (pelo que li e ouvi, pois não vi nada do jogo).

    Pergunte lá aos adeptos do Milan se aplaudem um jogador que tivesse trocado o Milan pelo Inter.

    Não concordo nada quando se tenta fazer passar a ideia que lá fora é que moram as pessoas cívicas.

    Quando se trata de futebol, o amor, o ódio e as rivalidades são todas iguais. Aliás, arrisco mesmo a dizer que os adeptos Portugueses são bem mais cívicos do que a maioria por esse mundo fora.

    Abraço!

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  3. Vitor,

    Duas observações:

    Primeira: o Rui Costa foi aplaudido estrondosamente: (a) à entrada para o aquecimento, (b) à reentrada para começo do jogo, e (c) à saída, no momento da substituição, a 4/5" do final.

    Não me custaria aceitar a sua tese pragmática e realista, mas no caso vertente, julgo (não quero jurar mas julgo) que não colhe.

    Segunda: Lamento se fiz passar a ideia de que «lá fora é que moram as pessoas cívicas». Basta você pensar que sim, que fiz passar, para eu o admitir. Mas não era esse o propósito.

    A dicotomia que quiz enaltecer é entre atitudes «cívicas» e «incívicas». Nacionais ou estrangeiras é conclusão sua. Disse apenas, «a começar cá pela paróquia». Aliás, espero bem que, hoje, Alvalade aplauda em peso Cristiano e Nani. Só farão bem se assim acontecer, e melhor ainda se algum deles fizer funcionar o marcador. Como vê...

    Em todo o caso, numa coisa estou plenamente de acordo consigo: «é uma visão romanesca» sim senhor. É o meu sonho, cada um terá o seu. Uma coisa é certa: se o futebol for a negação do sonho, para que serve então?

    Aquele abraço!

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  4. JMMA,

    Eu disse, "para além das razões que invocou". Mesmo sabendo (agora) que também foi aplaudido à entrada, etc, etc, tenho um feeling que o maestro não teria a mesma ovação se o resultado estivesse, naquele momento, invertido com dois golos do Rui Costa. Roubando-lhe nas suas palavras, não quero jurar mas julgo.

    Para suportar o que digo, dou um exemplo: Quando o Jardel visitou pela primeira vez o Dragão com outra camisola (SCP) teve alguns aplausos, mas nada de especial (julgo que o resultado deu num empate). Quando visitou o mesmo estádio com mesmos adeptos, mas vestindo as cores do Beira-Mar, teve uma ovação de pé como há muito não via. Afinal, na nossa paróquia também se fazem uns gestos jeitosos!

    Depois, foi mesmo isso. Eu interpretei mesmo dessa forma. Se não foi esse o propósito, então já não está aqui quem falou. Isto porque quando me falam mal do nosso país, saiam da frente! :)

    Forte Abraço!

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  5. Vitor,

    Não sei se os leitores apreciarão, mas para mim é um prazer este nosso diálogo.

    O que está dito, dito está e, pelo menos da minha parte, não vejo desacordo.

    Mas já que falou em Jardel, dou-lhe um exemplo ao contrário.

    Estádio da Luz, Benfica - Beira-Mar, 1ª volta do campeonato anterior. 1/2 hora para acabar, 3-0 no placard, Jardel, uma ruina em termos de condição física, é chamado para entrar. Coro de assobios na Luz.

    Isto são coisas que se façam? Apeteceu-me sair do estádio naquele momento.

    Afinal na minha paróquia também se fazem «coisas jeitosas».

    Em contrapartida...

    Embora não tivesse visto o jogo, gostei de saber que Alvalade, apesar do golo como aqui profetizei, afinal não deixou de acarinhar Ronaldo.

    São exemplos como este, como o de Milão e outros que felizmente ainda se vão vendo, que me levam a pensar que futebol e nobreza de atitudes (ainda) não são conceitos que mutuamente se excluam: adversário não é inimigo, rival não é escória, vitória não é roubo.

    Facto é que às vezes duvido.

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