Uma desgraça nunca vem só: a par com a 1ª derrota do Benfica no Campeonato foram finalmente publicadas as desastrosas contas do exercício encarnado findo em 30 Junho 2009. E desde os tempos de Vale Azevedo que o Benfica não tinha um prejuízo tão...
Uma desgraça nunca vem só: a par com a 1ª derrota do Benfica no Campeonato foram finalmente publicadas as desastrosas contas do exercício encarnado findo em 30 Junho 2009. E desde os tempos de Vale Azevedo que o Benfica não tinha um prejuízo tão colossal - 35 milhões de euros. O passivo da SAD é o maior de sempre - cerca de 179 milhões de euros - e os capitais próprios são negativos em 11 milhões de euros. Numa semana trágica, só a liderança dos clubes falidos ficou assegurada!
Sejamos claros: o Benfica está em situação de falência técnica e, ao contrário do que é proclamado por uma certa imprensa subserviente, a famosa recuperação financeira é um mito e o Rei vai mesmo nu.
Vai assim o Benfica, sustentado exclusivamente pela banca, verdadeira dona do Clube! As engenharias financeiras são múltiplas, engenhosas, mas inexequíveis. Temos empréstimos obrigacionistas - em Abril 2010 vence-se um de 20 milhões de euros, que obviamente vai ser integralmente renovado com o aval da banca porque o Benfica não consegue pagar; temos fundos de investimento para comprar jogadores - o que a prazo cerceia a competitividade da SAD; temos um empréstimo comercial de 40 milhões de euros realizado em Janeiro 2009 para tapar um buraco financeiro. Temos tudo isto e tudo a banca avaliza.
Diminuem as receitas? Não faz mal - a banca entra com o dinheiro. Os custos com os jogadores (salários e passes) excedem os 50 milhões de euros? Não há problema - a banca adianta. A troco de quê, alguém me explica? Até quando a espiral do endividamento aguenta? Até Vieira ser campeão? E se não for este ano? Ou para o ano? Será que os accionistas dos bancos avalizadores irão permitir o prosseguimento deste caminho de insensatez?
Sejamos claros de novo: o problema da gestão desastrada começa a não ser só do Benfica, mas cada vez mais da banca que o financia. E alguém acredita que as anunciadas super-receitas dos direitos televisivos, prometidas a partir de 2013, chegarão para tapar todos os buracos? Este Benfica vai mesmo nu e os seus dirigentes mais parecem aqueles jogadores de casino, desesperados, que apostam todas as fichas que lhes restam no 0. Ganharão?
P.S. A derrota em Braga foi ainda mais dolorosa porque teve o dedo do árbitro e comprovou aquilo que já todos sabíamos: para se ser dirigente do Benfica não basta ter dinheiro e para se ser treinador não basta ser milagreiro e saber de tácticas. Também é preciso algo que não se compra na mercearia - educação!
João Carvalho
Economista
Ex-dirigente do Benfica
Uma desgraça nunca vem só: a par com a 1ª derrota do Benfica no Campeonato foram finalmente publicadas as desastrosas contas do exercício encarnado findo em 30 Junho 2009. E desde os tempos de Vale Azevedo que o Benfica não tinha um prejuízo tão colossal - 35 milhões de euros. O passivo da SAD é o maior de sempre - cerca de 179 milhões de euros - e os capitais próprios são negativos em 11 milhões de euros. Numa semana trágica, só a liderança dos clubes falidos ficou assegurada!
Sejamos claros: o Benfica está em situação de falência técnica e, ao contrário do que é proclamado por uma certa imprensa subserviente, a famosa recuperação financeira é um mito e o Rei vai mesmo nu.
Vai assim o Benfica, sustentado exclusivamente pela banca, verdadeira dona do Clube! As engenharias financeiras são múltiplas, engenhosas, mas inexequíveis. Temos empréstimos obrigacionistas - em Abril 2010 vence-se um de 20 milhões de euros, que obviamente vai ser integralmente renovado com o aval da banca porque o Benfica não consegue pagar; temos fundos de investimento para comprar jogadores - o que a prazo cerceia a competitividade da SAD; temos um empréstimo comercial de 40 milhões de euros realizado em Janeiro 2009 para tapar um buraco financeiro. Temos tudo isto e tudo a banca avaliza.
Diminuem as receitas? Não faz mal - a banca entra com o dinheiro. Os custos com os jogadores (salários e passes) excedem os 50 milhões de euros? Não há problema - a banca adianta. A troco de quê, alguém me explica? Até quando a espiral do endividamento aguenta? Até Vieira ser campeão? E se não for este ano? Ou para o ano? Será que os accionistas dos bancos avalizadores irão permitir o prosseguimento deste caminho de insensatez?
Sejamos claros de novo: o problema da gestão desastrada começa a não ser só do Benfica, mas cada vez mais da banca que o financia. E alguém acredita que as anunciadas super-receitas dos direitos televisivos, prometidas a partir de 2013, chegarão para tapar todos os buracos? Este Benfica vai mesmo nu e os seus dirigentes mais parecem aqueles jogadores de casino, desesperados, que apostam todas as fichas que lhes restam no 0. Ganharão?
P.S. A derrota em Braga foi ainda mais dolorosa porque teve o dedo do árbitro e comprovou aquilo que já todos sabíamos: para se ser dirigente do Benfica não basta ter dinheiro e para se ser treinador não basta ser milagreiro e saber de tácticas. Também é preciso algo que não se compra na mercearia - educação!
João Carvalho
Economista
Ex-dirigente do Benfica
Não me vou alongar muito, porque este tema já foi aqui debatido no Blog. Mas basta uma frase para desmontar esta tese:
ResponderEliminar- Já poucos duviadam que Di Maria será vendido por uma verba a rondar os 40 milhões. Lá se vão os prejuízos todos.
A única coisa que concordo é "A derrota em Braga foi ainda mais dolorosa porque teve o dedo do árbitro".
Muuuuito fraquito.
ResponderEliminarMesmo sem dados concretos, acho que o problema e a entidade em causa mereciam uma análise de outro alcance.
Esta história de os bancos, coitados, serem dirigidos por uns senhores perdulários que semeiam dinheiro, às cegas, para o lado para onde estão virados - juro, faz-me imensas cócegas. Será que só eu é que não encontro bancos desses?
Há duas coisas ainda que, confesso, me fizeram uma certa confusão. É o facto de ooautor ser "economista" e, por outro lado, "ex-dirigente do benfica".
A primeira dou de barato. "Economista" não é "Gestor" e eu, por experiência de vida, sei muito bem o que os economistas, em geral, percebem de finanças - percebem "Zero" (o que não é defeito, meu Zeus! Sei lá também eu as coisas que eu não percebo.)
A outra coisa que me intriga é o facto de o autor, alegadamente, ser um "ex-dirigente do Benfica". Isso é que me preocupa. Sinceramente, gostava que o meu clube tivesse outro grau de exigência a escolher os dirigentes.
Especialmente aqueles que gostam de escrever coisas.
Apesar de tudo, é sempre um gosto ver gente preocupada com o nosso bem-estar. Não imaginam o que isso me desvanece.
Caro JMMA,
ResponderEliminarO seu gosto é igual ao meu quando escreve (e bem) sobre as preocupações do meu clube.
Um Bem haja e ainda bem que o autor nao percebe puto da coisa.
Fico mais satisfeito, pois não gostava de perder o Benfica do nosso campeonato.
Abraço.
Meu caro,
ResponderEliminar1. Compreendo a sua interpretação, mas quando mencionei o gosto por se preocuparem connosco, (não o excluindo) a verdade é que não era a si que me queria referir. Era ao autor. Peço desculpa por o ter induzido em erro.
2. O Vitor parece partir do princípio que eu lhe garanti que não iria "perder o Benfica do nosso campeonato". O facto é que não garanti nada. Gostaria, mas não posso. Apenas disse (e mantenho) que o assunto merecia outra análise. Um problema técnico deve ter uma análise minimamente técnica e (já agora) competente. Acho eu.
E, claro está, referindo-me sempre ao "Economista Ex-dirigente", não a si. Que tanto quanto me parece não anda para aí com Balanços e Contas de Resultados do Benfica debaixo do braço. Tenho-o por mentalmente saudável.
Abraço
JMMA
Camilo lourenço e que sabe...
ResponderEliminar