Goste-se ou não da personagem, Ricardo Costa é brilhante e ontem deu espectáculo na SIC Notícias. Foi a goleada da noite.
Das três entrevistas, foi sem dúvida a que mais gostei de ver. Teve o(a) melhor entrevistador(a), e o melhor entrevistado.
A primeira grande revelação, desmentindo o que Pinto da Costa poucos minutos antes tinha insinuado na RTP1, foi que Hermínio Loureiro se tinha demitido revoltado com o CJ da FPF, fazendo inclusivamente pressão para que Ricardo Costa continuasse, quando este lhe prestou solidariedade na decisão.
Depois Ricardo Costa explicou de forma clara e consistente a decisão do CD Liga de enquadrar o Stewards na categoria de Agentes Desportivos. E foi um esclarecimento cabal.
Só quem tiver de má fé, ou estiver a analisar esta questão de forma tendenciosa, pode falar em parcialidade na decisão. Algo que o CJ da FPF, a meu ver já terá alguma dificuldade em provar.
Na segunda-feira ouvi Dias Ferreira, sustentar uma tese que do meu ponto de vista faz toda a lógica. Segundo ele, o CJ da FPF em face da alegada omissão dos regulamentos (algo que Ricardo Costa provou ontem que não é tanto assim), juridicamente só tinha duas alternativas. Ou dava razão ao CD da Liga, ou então absolvia pura e simplesmente Hulk e Sapunaru, uma vez que os stewards não estão contemplados como sujeitos jurídicos nos regulamentos da competição.
Dias Ferreira diz mesmo, que a última coisa que o CJ podia fazer foi o que acabou por fazer. Enquadrar os stewards na categoria de público, quando uma das suas funções é controlar o próprio público, sendo talvez os únicos elementos que estão no recinto desportivo que não podem ver o jogo, estando inclusivamente até de costas para o mesmo.
Depois de ouvir muitas opiniões nos últimos tempos, fico com a ideia que o CJ por parcialidade (notícia do CM) ou pura simplesmente falta de coragem, cedendo aos vícios e poderes antigos instalados no futebol português, colocou os pés pelas maus e as maus pelos pés e fê-lo de forma premeditada.
Não é preciso ser especialista para perceber que não há sustentação jurídica, na tese de considerar o steward um elemento do público. Se não há, porque que é que o CJ o fez, sabendo até de antemão que iria contraria uma decisão da 1ª instância?
Já tive oportunidade de escrever aqui, e acabo este post da mesma forma. O que mais me revolta, é que o nosso futebol continue a maltratar as pessoas sérias e profissionalmente isentas, expurgado-as do nosso futebol, e alimente os eternos viciados do Sistema, que mais não fazem que pagar favores aos Padrinhos.
E depois disto tudo, ainda ter de ouvir Pinto da Costa a dizer que vai pedir uma indemenização à Liga, só dá mesmo vontade de rir, ou melhor de chorar.