quinta-feira, 4 de março de 2010

Toques de Cabeça

A VERDADE SOBRE OS NO NAME BOYS
Por JMMA



Ainda os sportinguistas aguardavam com expectativa que o episódio semanal da série “Conta-me Como Foi” lhes explicasse finalmente como conseguiram a vitória com bailinho sobre o Porto; ainda a ‘nação’ portista sofria consternada devido à morte de um adepto de 55 anos, natural de Avintes, ao ver o golão de Miguel Veloso 50 vezes seguidas no YouTube, para verificar se era verdade; eis que, terça-feira, surge a notícia de que os elementos da claque não legalizada do Benfica ‘No Name Boys’ iam começar a ser julgados.

Perante os testemunhos contraditórios sobre a culpabilidade dos arguidos, decidi eu próprio ir ao Campus da Justiça e apurar o que se passou na 5.ª Vara Criminal de Lisboa. Os leitores merecem informação fidedigna, e eu faço tudo pelos meus leitores. Além disso, uma das melhores formas de apreciar a deslumbrante vista do Parque das Nações e do rio Tejo é através do teleférico, e eu queria ir dar uma voltinha turística.

Mas que este prmenor não distraia a atenção do leitor do facto essencial que é este: eu fui à 5ª Vara Criminal de Lisboa para, abnegadamente, relatar a verdade sobre os desacatos imputados aos ‘No Name Boys’. Coisa pouca: associação criminosa, tráfico de droga, posse de armas e ofensa à integridade física, entre outros crimes, "motivados por ódio e intuitos de destruição, sem motivação relevante, contra elementos das claques" do Sporting e do FC Porto. Ao todo apenas um reduzido número de 38 arguidos, segundo o despacho de acusação do DIAP.

E a verdade, pelo que a minha investigação permite concluir, é esta: não houve desacatos nenhuns. As práticas de agressão que a polícia refere, na realidade, não passaram de mero simulacro entre amigos que apenas se divertiam em ambiente de sã camaradagem. Aquilo que à polícia pareceu ser um ‘gang’, na verdade não passava de um grupo de Moscãoteiros bem comportadinhos a brincar ao D’Artacão. E, mesmo tratando-se de uma simulação, nem sequer nunca foi sua intenção molestar o Conde de Rocãoforte nem, de nenhum modo, desrespeitar as leis do Cardeal Recheleão. Andavam apenas, simpaticamente à caça de Pom, o rato da Julieta.

Mas, mesmo a braços com tanta acusação falsa, estes arguidos têm gestos de ternura que nos fazem acreditar na sua inocência. Conto um episódio: no intervalo da sessão, tentei aproximar-me de um ‘No Name’ para lhe por umas questões de moral. Indiferente, o bárbaro fez gala em ignorar-me. Era compreensível, dado o estado de cansaço em que, provavelmente, se encontrava. Tendemos a esquecer-nos de que, dentro de qualquer arguido, estão pessoas como nós. Mas eu tinha isso presente, portanto não constituíu surpresa para mim que, quando eu pontapeei uma das canelas do vândalo, a pessoa que estava lá dentro tivesse sofrido como nós. «Porque é que o D’Artacão está a chorar?», perguntou-me uma velha ali presente. «Deve estar emocionado por a ver. Não se chama Julieta?». E chamava, o raio da velha.

Só espero é que Widimer, o capitão da Guarda do Cardeal, tome bem conta da ocorrência.

3 comentários:

  1. Bela crónica, JMMA, sobre a escumalha a brincar às "casinhas"...

    Já que estamos na sátira e no ridículo, propunha que dessem uma vista de olhos nos dois links abaixo e me digam se é ou não de soltar uma boa gargalhada:

    http://www.record.xl.pt/noticia.aspx?id=9173e1fa-c520-4b8a-91c7-ccdd074f45b1&idCanal=00000017-0000-0000-0000-000000000017&h=2

    http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1425402

    Cheira a desespero...

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  2. Realmente é extraordinário. Merece um post...

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  3. Gente fina é outra coisa.

    Extraordinário é que este tema sirva de ponte para questões que, por comparação, não lembrariam ao diabo, ou então, só lembrariam aos DIABOS... vermelhos.

    Lá está! Gente fina é outra coisa...

    Continuem a falar tanto do grande Porto e, não cuidando, ainda passam a alvos destes 'bons rapazes'.
    Ao menos que nunca nunca lhes foi conferido qualquer apoio (ou similar) pelo SLB e/ou seus dirigentes...
    Valha-nos pois, tamanha integridade e seriedade, caso raro neste mundo tão conspurcadamente pintado da cor do céu (quando não chove).

    Haja paciência. Enfim...

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