quarta-feira, 31 de março de 2010

Entrevista de Pinto da Costa

Sou muitas vezes aqui acusado de ter uma obsessão por Pinto da Costa. Acusação essa que não nego. Mas ficou provado nesta entrevista que Pinto da Costa não tem uma obsessão menor que a minha, relativamente ao Benfica. Dos 40 minutos de entrevista, arrisco dizer que 2/3 foram a falar do Benfica e do seu Presidente.

O jornal Record traz hoje uma estatística reveladora disto mesmo. Pinto da Costa abriu a boca para dizer “Benfica”, não menos que 21 vezes. Em 40 minutos é obra.

Mas vamos aos meus destaques:
  • Pinto da Costa foi incapaz de reconhecer mérito desportivo à equipa do Benfica. Hoje é unânime na opinião pública e até nos adeptos “notáveis” das equipas adversárias incluindo os do Porto (ex: Rui Moreira, Miguel Serrão), que se existe ano em que o Benfica tem mérito dentro de campo, é este.

    Embora não seja novidade, Pinto da Costa demonstra facciosismo e mau perder. Ele próprio se ridiculariza e descredibiliza a defender estas teses.
  • A explicação para a má época do FCP, está na lesão de Rodriguez e de Varela, e pouco mais se ouviu. As contratações de Alvaro, Micael, Varela e Falcão saltaram da boca de Pinto da Costa, mas esqueceu-se de falar em Bolatti, Vareli, Prediguer e Addy.
  • Depois vem com a história de que se o Hulk estivesse a jogar, o FCP estaria à frente do campeonato, chegando ao ridículo (uma vez mais) de comparar Hulk, a Messi e a Ronaldo. Tão só os últimos dois melhores jogadores do mundo.

    Para mim o efeito Hulk apenas mascara os problemas colectivos, mas nunca os resolveria, como ficou demonstrado aliás, no primeiro terço do campeonato. A novela em torno de Hulk está a ser aproveitada para desviar as atenções dos próprios erros. E garantir que com o brasileiro sempre disponível a classificação seria outra é mera especulação. Em Braga e na Luz Hulk jogou e o FCP perdeu, e perdeu bem!
  • Pinto da Costa diz que não apoia nenhum candidato à Presidência da Liga.

    E nós somos todos anjinhos. Fernando Gomes, dirigente histórico e unanimemente reconhecido pela família portista sai da estrutura do FCP há três meses atrás sem que ninguém perceba as razões. Passados 2 meses revela intenções de se candidatar à Liga, e tudo isto é feito à revelia do Presidente do FCP? Todos já perceberam a estratégia, por muito que Pinto Costa a tente dissimular.
  • O discurso de Pinto da Costa é sempre muito baseado na picardia baixa. Nos argumentos de café, como eu lhes costumo chamar, Pinto da Costa dá baile.

    Faz acusações constantes na base do “amigo do amigo meu que me disse”, chama analfabeto a LFV, diz que o Benfica só ganha nos túneis, que recebe dinheiro indevido da CML, como se o principal beneficiado dos apoios das Câmaras Municipais aquando a construção dos novos estádios, não tivesse sido o FCP (o processo ainda decorre no tribunal), diz que o Benfica ganha um campeonato faz uma grande festa.

    Enfim, é o estilo habitual de alguém muito pouco polido, e já agora com muitos poucos princípios de vida.
Nas questões mais incómodas Pinto da Costa fugiu e não respondeu. A suspensão preventiva proposta pelos dragões e incluída nos regulamentos da Liga, o interesse do FCP em Jorge Jesus, que levou a uma hesitação evidente na resposta, no comentário às escutas do “café com leite” que ficou sem resposta, no famigerado apito encarnado que Pinto da Costa quando foi chamado pelo instrutor do processo entretanto aberto, não disse uma palavra, etc, etc.

A grande revelação foi mesmo o anúncio da recandidatura. Tão imprevisível, como a sucessão Fidel Castro a Fidel Castro, sempre que hajam eleições em Cuba... democraticamente falando.

Em jeito de balanço, estava à espera de uma entrevista bombástica, com revelações e argumentos novos, mas tudo não passou de alguma pólvora seca.

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