Desculpem voltar à carga com este assunto. Mas nos últimos dias não me tem saído da cabeça, o despropósito da decisão do CJ da FPF.
A esta hora, o médio do Sporting de Braga, Vandinho, deve estar mais do que arrependido por ter tentado agredir o treinador adjunto de Jorge Jesus, do Benfica. A tentativa de agressão de Vandinho custou-lhe uma suspensão por três meses, mas se o jogador brasileiro tivesse descarregado a sua fúria num steward, num bombeiro ou até num qualquer polícia de serviço naquele Sporting de Braga-Benfica da noite de 31 de Outubro já podia estar a jogar.
A partir de agora, caros jogadores, não se esqueçam: se quiserem bater em alguém, batam nos stewards, como fez Hulk ou Sapunaru. Para o Conselho de Justiça, essas agressões não valem mais do que três ou quatro jogos de suspensão. Tentar agredir um adjunto? Cuidado: o mesmo Conselho de Justiça acha que isso merece castigo exemplar. Três meses, no caso de Vandinho. Porquê? Porque o adjunto é um agente desportivo; um steward não, tal como o polícia, o bombeiro ou o adepto.
Entende o Conselho de Justiça da Federação que um steward não é um agente desportivo e portanto não se aplica o regulamento criado para punir agressões a agentes desportivos. Ao Conselho de Justiça nem sequer interessa que, por lei, e segundo li, jogos com mais de 15 mil espectadores não possam decorrer sem stewards.
O que fica claro depois da decisão do Conselho de Justiça da federação é que agredir stewards, polícias, bombeiros, público em geral ou jornalistas não é coisa assim muito grave, e portanto a partir de agora os jogadores saberão que em caso de fúria podem bater à vontade no zé povinho que o pior que lhes acontece é ficarem na bancada três ou quatro joguitos.
Aliás, para o mesmo Conselho de Justiça (tal como para a Comissão Disciplinar da Liga, aliás) foi muito mais grave a tentativa de agressão de Vandinho ao adjunto de Jesus do que a agressão de Mossoró a um jogador adversário. Classifica-se a importância do atingido, imagine-se. No futebol português não é a agressão que interessa; o que interessa é quem é o agredido.
A agressão de Eric Cantona a um adepto seria em Portugal punida com 3 ou 4 jogos de suspensão. Em Inglaterra, pátria do futebol, onde o francês do Manchester United pontapeou um espectador, o castigo foi um bocadinho mais pesado: um ano de suspensão!
Será mais grave a agressão de um jogador de futebol a outro jogador de futebol do que a agressão de um jogador de futebol a um adepto? Ou a um polícia? Ou bombeiro? Ou steward? Porquê?
Não será até mais compreensível (embora igualmente inaceitável) que um jogador agrida outro, em pleno campo, no calor do jogo, do que a agressão de um jogador a outro elemento do jogo, fora do campo e já depois, até, de ir ao seu balneário?
Mas tem alguma lógica que a gravidade de uma agressão, seja atribuída em função do agredido? Mas há agredidos mais dignos de levar um pontapé nos queixos que outros?
Felizmente alguém fez justiça por portas travessas. E esse alguém foi o próprio FCP, que ao propor a suspensão imediata após processos disciplinares obrigou o seu jogador a ficar 3 mesinhos na bancada
Tudo isto é estúpido.
Que linda peça. Um oportunista do pós "Vinte Cinco a Roubar ". Só me recordo de um Sr., esse sim, fíel aos seus princípios, conhecido por "Cavalo Branco".,mas honesto de cima abaixo não como este bronco q vomitou aqui neste curral…
ResponderEliminarO MINHA BESTA 0 1º E UM ROUBO DO TAMANHO DAS TORRES GEMEAS VÊ LE ,MAS UM PORCO E SEMPRE PORCO TODA A VIDA .dsssssssssssss
Se o sistema de justiça é uma opereta, as decisões que ele produz só podem fazer-nos rir.
ResponderEliminarVamos por aqui: agressão a outrém no local de trabalho (caso Hulk) é punida com 3 jogos de suspensão.
Àqueles que acham que está muito bem, só lhes proponho o seguinte exercício.
Imaginem que eram agredidos, às 9,30H da manhã, no vosso local de trabalho. Perante esse facto, o agressor era suspenso por um período de tempo equivalente a 3 jogos (4H30). Isto é, depois de almoço, retomava o posto de trabalho. A tempo e, talvez, ainda com vontade de se esmerar em algum pormenor da agressão que não tenha saído bem de manhã.
Viam-se a trabalhar felizes ao lado desse agressor? Eu cá não sei... Só se fosse para lhe retribuir (nas ventas) em dobro.
É essa a 'justiça' que queremos no nosso futebol?
Ou será que agredir alguém (seja lá quem for) num estádio de futebol, vestido de calções e camisola às riscas, é menos gravoso do que fazê-lo num escritório ou atrás do balcão dum banco, vestido de fato e gravata?
Estes juristas-taxímetro que pululam no futebol (e não só), capazes de, qualquer que seja o assunto, dizer uma coisa e o seu contrário, querem convencer-nos de quê? De que eles são sérios, logo o CJ da Federação (um órgão intrinsecamente parcial) é impoluto nos seus juizos?
Vão bugiar!