Permitam-me que note um ou outro pormenor: É este o mesmo homem, o mesmo (grande) treinador, que entre 2002 e 2004 liderou a equipa do FCP, e a conduziu a um processo de vitória nunca antes visto; Foram essas sim as grandes conquistas do seu 'curriculum', porque alcançadas num clube de parcas condições financeiras, quando comparado com os colossos (ao nível financeiro) europeus; Era então mal visto e mal amado; Desde então é o 'melhor treinador do mundo'; Todo o país futebolístico se une (e bem) em sua defesa e apoio, quando a equipa que serve joga; É o grande português em representação da nação; Estranho (ou não), é que nos escape que a equipa que serve, defrontou uma equipa onde actuam 5 internacionais de Portugal.
Tenho por JM, uma estima, um respeito e uma gratidão, proporcionais à glória a que nos guindou, e à entrega com que honrou a sua inesquecível passagem pelo FCP.
Sinto-me igualmente, reconhecido, pelo excelente trabalho que tem vindo a desenvolver além fronteiras.
Não embarco porém nesta espécie de nacionalismo 'bacoco', que tão facilmente transporta os portugueses ao delírio.
Desde que saíu do FCP há cerca de 6 anos, JM alcançou vitórias assinaláveis: - conduziu o 'Chelsea' à recuperação do título inglês, e à obtenção de outros troféus também em Inglaterra; nada conquistou na Europa mau grado o orçamento milionário de que sempre dispôs; curiosamente, a única final europeia recente do 'Chelsea', ocorre num momento em que JM já lá não se encontrava. - conduziu o 'Inter' à conquista de mais um campeonato, depois dos três conquistados anteriormente por 'Mancini' e, nada conquistou (até ver!) a nível europeu, mau grado, uma vez mais, o orçamento milionário de que dispôs.
Ora, se a avaliação do 'melhor treinador do mundo' se basear no futebol jogado, ou muito me engano ou (pelo menos!!!) 'Guardiola' está bem além; se por outro lado, a avaliação se fizer pelos troféus (nacionais e internacionais) conquistados, ocorre-me pensar de novo (pelo menos!!!) em 'Guardiola' ou em 'Fergusson'.
As tácticas interessam-me pouco. Não sou grande fã do Inter e do Chelsea também torço apenas pelos portugueses que lá jogam. Portanto, o jogo em si não me dizia muito. Mas Mourinho no seu regresso a Stamford Bridge brilhou no terreno onde eu mais gosto dele: nos ‘mind games’. Essa a razão do meu elogio.
Antes do jogo, os jornalistas ingleses, rendidos ao seu regresso, puxaram-lhe pela língua e Mourinho não se fez rogado. Lamentou ter ido embora do Chelsea,da seguinte forma: "Continuei a ganhar grandes coisas. O Chelsea, umas coisitas."
Soberba num português é tão raro... Soberba e resultados (isto é, juntar o feito ao dito) muito mais raro ainda.
Isso é que eu admiro, sobretudo, em Mourinho. Pela forma como consegue contrabalançar lá fora a nossa irrelevância, acho que Mourinho bem merecia ser oficialmente distinguido. Para começar, proponho que seja desde já declarado sócio honorário da Associação Portuguesa da Reconstrução do Carácter Nacional (APRCN).
O quê, não existe esse Associação? Se não existe, criem-na.
Um espanto!
ResponderEliminarO ego de Mourinho e a Muralha da China são as duas únicas coisas existentes à superfície da Terra que podem ser vistas da Lua.
Ontem em Londres, Mourinho quebrou o mito: por uma vez na história Édipo (o Chelsea)não matou o pai.
Fantástico.
Uma grande vitória táctica, de facto.
ResponderEliminarPermitam-me que note um ou outro pormenor:
É este o mesmo homem, o mesmo (grande) treinador, que entre 2002 e 2004 liderou a equipa do FCP, e a conduziu a um processo de vitória nunca antes visto;
Foram essas sim as grandes conquistas do seu 'curriculum', porque alcançadas num clube de parcas condições financeiras, quando comparado com os colossos (ao nível financeiro) europeus;
Era então mal visto e mal amado;
Desde então é o 'melhor treinador do mundo';
Todo o país futebolístico se une (e bem) em sua defesa e apoio, quando a equipa que serve joga; É o grande português em representação da nação;
Estranho (ou não), é que nos escape que a equipa que serve, defrontou uma equipa onde actuam 5 internacionais de Portugal.
Tenho por JM, uma estima, um respeito e uma gratidão, proporcionais à glória a que nos guindou, e à entrega com que honrou a sua inesquecível passagem pelo FCP.
Sinto-me igualmente, reconhecido, pelo excelente trabalho que tem vindo a desenvolver além fronteiras.
Não embarco porém nesta espécie de nacionalismo 'bacoco', que tão facilmente transporta os portugueses ao delírio.
Desde que saíu do FCP há cerca de 6 anos, JM alcançou vitórias assinaláveis:
- conduziu o 'Chelsea' à recuperação do título inglês, e à obtenção de outros troféus também em Inglaterra; nada conquistou na Europa mau grado o orçamento milionário de que sempre dispôs; curiosamente, a única final europeia recente do 'Chelsea', ocorre num momento em que JM já lá não se encontrava.
- conduziu o 'Inter' à conquista de mais um campeonato, depois dos três conquistados anteriormente por 'Mancini' e, nada conquistou (até ver!) a nível europeu, mau grado, uma vez mais, o orçamento milionário de que dispôs.
Ora, se a avaliação do 'melhor treinador do mundo' se basear no futebol jogado, ou muito me engano ou (pelo menos!!!) 'Guardiola' está bem além; se por outro lado, a avaliação se fizer pelos troféus (nacionais e internacionais) conquistados, ocorre-me pensar de novo (pelo menos!!!) em 'Guardiola' ou em 'Fergusson'.
Mas estes não são portugueses! Logo...
Já agora, um obrigado especial ao 'Luís MArques', pela escolha da segunda foto.
ResponderEliminarSevilha, 2003.
Excelentes memórias...
As tácticas interessam-me pouco. Não sou grande fã do Inter e do Chelsea também torço apenas pelos portugueses que lá jogam. Portanto, o jogo em si não me dizia muito. Mas Mourinho no seu regresso a Stamford Bridge brilhou no terreno onde eu mais gosto dele: nos ‘mind games’. Essa a razão do meu elogio.
ResponderEliminarAntes do jogo, os jornalistas ingleses, rendidos ao seu regresso, puxaram-lhe pela língua e Mourinho não se fez rogado. Lamentou ter ido embora do Chelsea,da seguinte forma: "Continuei a ganhar grandes coisas. O Chelsea, umas coisitas."
Soberba num português é tão raro... Soberba e resultados (isto é, juntar o feito ao dito) muito mais raro ainda.
Isso é que eu admiro, sobretudo, em Mourinho. Pela forma como consegue contrabalançar lá fora a nossa irrelevância, acho que Mourinho bem merecia ser oficialmente distinguido. Para começar, proponho que seja desde já declarado sócio honorário da Associação Portuguesa da Reconstrução do Carácter Nacional (APRCN).
O quê, não existe esse Associação? Se não existe, criem-na.