sábado, 19 de dezembro de 2009

Ricardo Araújo Pereira e Miguel Góis


Creio que anotei correctamente a sequência dos acontecimentos: primeiro, Michel Platini disse, referindo-se ao FC Porto, que não queria batoteiros a jogar na Liga dos Campeões. Depois, o país de Michel Platini apurou-se para o Mundial de futebol na África do Sul, em 2010, jogando a bola com a mão. A seguir, o mesmo Michel Platini disse que o FC Porto afinal não era batoteiro. Não há nada como beneficiar de uma ilegalidade para o nosso conceito de batota sofrer uma interessante transformação. Quem antes era batoteiro passa a ser cá dos nossos.

Na última jornada antes do Benfica-Porto, o árbitro do Olhanense-Benfica mostrou 13 cartões. Para o Porto-Setúbal foi nomeado Pedro Henriques, o árbitro que só mostra vermelho se houver um homicídio em campo. Por essa e outras razões, o Porto chega ao clássico a 100%, enquanto o Benfica se apresenta bastante desfalcado. Posto isto, que resultado esperar? Depende: se o pai de Lucílio Baptista não necessitar de aconselhamento matrimonial, um Benfica desfalcado ganha facilmente a um Porto em pleno. Vamos esperar que os problemas que afectavam o pai de Augusto Duarte não se estendam a outras famílias.


O leitor já contribuiu para a campanha do David Luiz? É a grande campanha deste Natal, não sei se sabe. Todos os comentadores afectos ao Sporting e ao Porto estão a participar. Parece que há, na Liga Sagres, um central que pode fazer todas as faltas que quiser e praticar jogo violento à sua vontade sem nunca ser expulso. Isto, já sabíamos todos. O que não sabíamos é que não se trata de Bruno Alves. Eles estão a falar do David Luiz. Bruno Alves já deu cotoveladas em queixos, cabeçadas em testas, pisou costelas, esmagou testículos e pontapeou cabeças. Mas o David Luiz, no outro dia, puxou uma camisola e o árbitro não viu. Quem não se indignaria?

O leitor, sempre ingénuo, perguntará: mas o facto de David Luiz não ser um jogador violento não deveria ser suficiente para que não fosse sensato dizer que ele é um jogador violento? Não necessariamente. Recordo que o Cardozo levou dois jogos de castigo por, no túnel de Braga, ter cometido actos que as imagens provam claramente não terem sido cometidos. Do mesmo modo, no entender dos apreciadores de Bruno Alves, David Luiz é bruto. Na opinião dos admiradores de Adrien, que anda há semanas a tentar fracturar o perónio aos adversários, David Luiz é caceteiro. Mal comparado, é como ser apreciador da Cicciolina e dizer que a Madonna é um bocadinho galdéria.

Por Ricardo Araújo Pereira in A Bola



Devo dizer que não podia estar mais em desacordo com os analistas que anteveem um forte clima de tensão e frequentes picardias no Benfica-FC Porto do próximo domingo. Arrisco uma previsão contrária: depois do ambiente nos estádios do Sp. Braga e do Olhanense, o confronto com o FC Porto vai ser um amigável. É a idiossincrasia deste campeonato - este ano, o Benfica deve olhar mais para os papistas do que para o Papa. Até porque, desde o início da época, o Porto deixou de ser a capital nacional da intimidação. Tal como as mais bem geridas multinacionais, o FC Porto deslocalizou - passou-se a fabricar climas intimidatórios em Braga e Olhão. Em contrapartida, o FC Porto é, hoje em dia, um clube de cavalheiros.

Por Miguel Góis in Record

5 comentários:

  1. Realmente, há muito poucas coisas (daquelas que um homem faz vestido) que se comparem com o prazer de um bom momento de «sense of Homer» - como diriam os Simpson.

    Não haverá na concorrência (lagartos ou portistas) que possam concorrer neste espaço com peças do mesmo género?

    É uma sugestão, mais que sincera, egoísta.



    Acho que devia ser giro.

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  2. Repito o que já disse: Este RAP é igual ao MST. Atentem na frase:

    "Na última jornada antes do Benfica-Porto, o árbitro do Olhanense-Benfica mostrou 13 cartões. Para o Porto-Setúbal foi nomeado Pedro Henriques, o árbitro que só mostra vermelho se houver um homicídio em campo. Por essa e outras razões, o Porto chega ao clássico a 100%, enquanto o Benfica se apresenta bastante desfalcado."

    É de uma cegueira terrível. Sublinho o "por esta razão o Porto chega ao clássico a 100%". Mas que culpa tem os árbitros (nestes casos) da estupidez dos jogadores do Benfica. O RAP não escreveu que o David Luis (o tal da campanha - coitadinho) devia ter visto no minimo um amarelo e o Cardozo um vermelho? O Pedro Henriques devia ter mostrado algum vermelho palerma?

    Mais, não disse ainda que o tal árbitro do Porto não marcou 3 penaltis ao FCP. Três!

    Depois o JMMA diz que é um momento de "sense of homer". Ah pois não, quando toca aos seus...

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  3. Já te disse qual é a diferença. É que RAP
    escreve facciosamente para nos rirmos. MST escreve para nos rirmos tal o facciosismo.

    Tão simples.

    Queres que coloque aqui um post da Leonor Pinhão, para perceberes o que é o MST vestido de vermelho?

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  4. Continuo a duvidar que seja possível, mas enfim estou a ver que o Vitor confunde mesmo o Bethoven com o Quim Barreiros.

    Reitero o que disse o Luis: o homólogo do MST não é o RAP, é a Leonor Pinhão.

    Não digo que os disparates do MST não tenham humorista, o problema é que ele di-los a sério. Aliás ele é o primeiro e talvez oq ue mais se leva a sério. E isso (como o Vitor pode entender) faz toda a diferença.

    JMMA

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  5. Não é justo dizer que esta minha opinião é assim porque «não toca aos meus».

    No meu primeiro comentário até manifestei o desejo (sincero) de ter aqui cronistas do mesmo nível a comentar pela óptica da «concorrência». Quem me dera.

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